Beca

Passei o dia fazendo tarefas inúteis para o meu chefe carrasco, todos já haviam ido embora quando terminei a última que tinha sido levar o gato dele no veterinário, estava exausta e tudo que eu mais queria era chegar em casa e dormir. Bati na sala do meu chefe.

— Pode entrar. Falou em tom seco.

— Só para avisar que terminei a lista. Falei cansada não me importando em transparecer.

— Parabéns Mitchel, estou impressionado, já vi que você aguenta o tranco. Enquanto ele falava a vontade de arremessar qualquer coisa na direção dele, principalmente se fosse pontiaguda, só aumentava. – Amanhã a lista será um pouco maior, mas tenho certeza que você poderá lidar com ela, agora pode ir embora.

Fiquei encarando meu chefe por mais alguns segundos, ele então fez um movimento com a mão para que eu fosse embora logo, e eu fui mesmo estando contrariada, era para eu estar em casa a mais de 3 horas e ele nem para me pedir desculpas ou fazer um agradecimento que se preze. Sai de lá e tinha certeza que estava espumando de raiva, enquanto saia do prédio esbarrei em alguém e fui para no chão no mesmo instante.

— Ouch. Foi a única coisa que eu consegui dizer.

— Meu Deus você está bem? Olhei para cima e um homem de terno, muito elegante e bonito por sinal, estava em pé já oferendo a mão para que eu levantasse.

— Estou sim, obrigada. Respondi, enquanto limpava a minha roupa que estava cheia de sujeira.

— Me desculpa de verdade, você veio tão rápido que eu não consegui desviar. Falou rindo e eu acabei rindo junto.

— Eu que peço desculpa, estava distraída e também não te vi. Respondi e percebi ele me encarar.

— Dia difícil no trabalho, não é? Ele perguntou e eu assenti. – Sei bem como é isso, mas você se acostuma, Richard Brandis. Se apresentou esticando a mão para que eu apertasse.

—Beca Mitchel. Falei apertando sua mão em resposta.

— Um prazer conhece-la Beca Mitchel, espero que você não esbarre em mais ninguém. Falou rindo.

— O prazer foi meu, farei o meu melhor. Respondi e fui embora rindo também, por incrível que pareça aquilo havia feito eu me esquecer um pouco do dia terrível que eu havia tido.

Cheguei em casa, e percebi a voz de Chloe animada falando ao telefone, entrei devagar e fiquei admirando- a sentada no sofá, ela era tão linda, eu via tanta perfeição que por vezes eu não entendia o porquê de eu ter demorado tanto para enxergar a ruiva como realmente ela era, a mulher da minha vida. Ela falava animada com Stacie, pelo menos eu presumi que fosse, contava do seu dia, sobre os meus atrasos, sobre tudo, amava essa amizade que elas tinham, mas então ela percebeu a minha presença e sorriu, me aproximei dela e comecei a depositar beijos ao longo do seu pescoço, nuca, enquanto fazia isso percebia Chloe arfar pesadamente, tentando se concentrar em sua conversa, não tendo sucesso, o que eu estava achando o máximo.

— Sta...cie, a Beca chegou, posso falar com você depois. Chloe falou com dificuldade, e eu contive um riso. Elas se despediram, e Chloe desligou o telefone, se virando totalmente para mim. – Alguém já disse que você é terrível, senhorita Beca? Falou tentando fazer cara de séria, sem sucesso confesso.

— Tem uma ruiva que vive dizendo isso. Falei me aproximando ainda mais dela, coloquei a mão por dentro de sua camisa, apertando seus seios, e sentindo o olhar de desejo que ela lançava para mim. – Mas eu tenho certeza que ela adora.

— Isso eu tenho que concordar. Chloe falou tirando sua blusa lentamente, eu não ousei tirar minha mão dos seus seios. – Você está certíssima.

— Como sempre dona Chloe, como sempre. Falei rindo e beijando novamente seu pescoço.

— Não abuse Mitchel. Chloe falou rindo enquanto se atirava em mim.

Chloe

Depois que eu voltei do trabalho, que por sinal havia sido incrível, decidi arrumar a casa, que estava uma bagunça, Beca estava demorando para chegar, mas eu sabia que o trabalho dela exigia muitas vezes tempo integral, então achei melhor não atrapalha-la. Quando o telefone tocou, atendi achando que era a minha pequena falando do por que ainda não havia chegado em casa, mas era Stacie, fazia uma semana que não falava com a minha amiga e já estava morrendo de saudades, eu falava com as Bellas sempre, Beca era mais ausente com as meninas, então tentava mantê-la a par de tudo. Depois que fomos embora, as meninas sofrerão de início para se organizarem, afinal, morávamos juntas a mais de 3 anos, mas agora elas já estavam acostumadas, apesar de sentirem tanta saudade quanto eu. Tudo permanecia na mesma, pelo menos era o que Stacie me dizia, ela e Jesse estavam mais felizes do que nunca, enquanto conversava com ela olhei para frente e notei Beca me observando, não sabia a quanto tempo ela estava ali, ela se aproximou e começou a me beijar, ela sabia o efeito que tinha sobre mim, e logo eu já não estava mais prestando atenção no que Stacie dizia, com a maior dificuldade do mundo dei tchau para ela, que só riu do outro lado da linha, provavelmente entendendo o que estava acontecendo. Quando eu menos percebi eu e a pequena já estávamos sem roupa em cima do sofá, nos beijávamos, acariciávamos, não tínhamos pressa alguma, eu sabia que Beca estava tensa, por mais que estivesse entregue algo estava errado, conhecia aquele corpo, centímetro por centímetro, decorei todas as imperfeições que o tornavam perfeito, então conseguia perceber facilmente se alguma coisa a estava incomodando. Peguei a sua mão e a puxei em direção ao banheiro, enchi a banheira e nós entramos, sentei-me atrás de Beca e comecei a massagear suas costas com a esponja, depositava beijos em seu corpo, percebi que seu corpo foi relaxando aos poucos.

— Meu amor você quer me falar o que está acontecendo? Perguntei ainda ensaboando seu corpo, olhei para a pequena que estava de olhos fechados parecia estar apreciando meu toque, eu esperei até ela responder.

— Chlo eu não queria falar sobre isso hoje, eu quero ficar assim com você. Ela falou e percebi que não era o momento de insistir.

— Seu desejo é uma ordem mademoiselle. Me aproximei de sua orelha e comecei a mordisca-la, senti Beca se arrepiar, aproveitei a deixa e coloquei a mão em sua intimidade, comecei a massageá-la lentamente, aquilo já havia se tornado algo natural, eu sabia onde a pequena sentia mais prazer, e o meu corpo ia de encontro ao dela sem que eu precisasse me esforçar, éramos de uma perfeita sincronia, percebi que Beca queria que eu aprofundasse o toque, eu o fiz, a penetrei e recebi um gemido em resposta, o que só fez o que eu aumentasse o ritmo, enquanto uma mão estava em sua intimidade, a outra mantinha Beca junto a mim independente dos espasmos que seu corpo fazia, ela não saia do meu abraço, então senti minha pequena chegar no seu ápice, um gemido um pouco mais alto escapou dos seus lábios, eu não sabia descrever a sensação que eu sentia toda vez que eu proporcionava prazer para ela, só tinha a certeza que nunca me cansaria disso. Tirei minha mão de sua intimidade, ela se virou para ficar de frente para mim e quando ia começar a passar a mão pelo meu corpo eu a segurei surpreendendo-a.

— Becs por mais que eu queira muito isso, muito mesmo. Falei rindo. – Já está tarde meu amor e você precisa descansar.

Olhei para a pequena e percebi que ela não havia gostado muito da minha atitude.

— Mas Chlo eu quero continuar. Falou fazendo bico. – Não é justo pararmos aqui.

— Eu também quero meu amor, acredita em mim. Peguei a mão dela e pus na minha intimidade, ficava evidente o quando eu estava úmida de excitação, ela riu ao constatar isso também. – Mas você não precisa de muito para se atrasar para o trabalho, então melhor descansar. Ela continuou com a cara amarrada. – Amanha te cobro com juros Mitchel. Falei depositando um beijo em seus lábios. Ela sorriu para mim, provavelmente aceitando meus termos. Nos levantamos e fomos para o quarto, nos secamos, e colocamos apenas a lingerie, Beca deitou e eu fui pegar um copo de agua quando eu cheguei ela já estava dormindo, fiquei com vontade de acorda-la apenas para falar que eu sabia que ela precisava descansar, mas não havia sentido fazer aquilo, não pude deixar de rir da minha atitude. Abracei a pequena bem forte.

— Eu te amo Beca, e essa está sendo a melhor época da minha vida. Terminei de falar e notei que a pequena estava com um sorriso no rosto, talvez eu tivesse sorte e o motivo daquela reação fosse eu, e com esses pensamentos me permiti descansar também.