Jessie

Acordei e estava na minha cama deitado, uma enorme dor de cabeça, me forcei a lembrar do que havia acontecido horas atrás e então me recordei de quase sendo atropelado e de como Chloe havia se jogado e salvo a minha vida. O meu deus o que eu tinha feito? Será que a ruiva estava bem? Levantei e desci as escadas, Benji estava na sala quando me olhou esboçou um sorriso fraco.

— Jesse como está? Você nos deu um baita de um susto. Como sempre Benji era um excelente amigo.

— Estou bem cara. Falei aflito. – Mas e quanto a Chloe? Como ela está?  Senti Benji hesitar por um momento.

— Ela está em coma. Senti como se alguém tivesse me dado um soco na boca do estomago, ela estava lá por minha causa, eu não havia feito por mal, mas a culpa era minha, ela havia me salvado mesmo sabendo que eu era concorrente direto em ter o coração de Beca, e como a pequena estaria com tudo aquilo, eu precisava vê-la e pedir desculpas, ser o amigo que ela precisava, a ruiva sairia daquela e enfim elas ficariam juntas.

— Benji me leva no hospital por favor. Benji assentiu, tudo que eu mais queria era reparas os erros estúpidos que haviam causado tudo aquilo.

 Cheguei no hospital e encontrei Beca sentado na cadeira que ficava ao lado da parede, me aproximei com cautela tinha medo da sua reação, mas quando ela me viu, me abraçou e começou a chorar.

— Como você está? Se machucou? Me perdoa por não ter ligado para saber como você estava, mas com tudo isso com a Chloe. Ela falava tudo de forma desesperada.

— Eu estou bem Becs, não estou machucado, pelo menos não fisicamente, eu sinto muito por tudo que eu causei, tinha que ser eu e não ela. Falei o que eu segurava desde a hora que eu havia acordado e percebido a besteira que tinha feito.

— Não diga uma coisa dessas. Beca falou me encarando. – Não tinha que ser nenhum dos dois.

— Há quanto tempo vocês estão aqui? Todas as Bardens estavam naquela sala de espera, eu sabia o quanto elas eram unidas, Benji consolava Emily, eu sabia que ele não estava lá antes apenas para não me deixar sozinho e que agora sua namorada precisava dele. – Comeram algo?

Ela fez sinal que não, claro que elas não pensariam em comida em uma hora daquelas.

— Vou buscar algo para vocês comerem. Disse aquelas palavras de forma decidida, parecia idiotice, mas precisava me sentir útil de alguma forma.

— Eu vou com você Jesse. Stacie falou se aproximando, eu sabia o quanto ela também estava abalada com tudo aquilo, afinal ela e Chloe dividiam o quarto e eram muito próximas, assenti e fomos juntos a lanchonete que ficava dentro do hospital.

—Stacie. A chamei e vi ela parar para me encarar. - Eu sinto por tudo que está acontecendo.

—Jesse a culpa não é sua, você não sabia que isso ia acontecer. Ela falava aquilo de forma amável.

— Mas Chloe precisou me salvar, se ela não tivesse feito isso não estaria aqui. Eu não conseguia me desligar do quanto tudo aquilo era minha culpa, Stacie se aproximou e segurou minhas mãos.

— Ela não precisava te salvar. Stacie falava aquilo me encarando séria. -Ela quis te salvar, por algum motivo Jesse a ruiva pensou que você valia a pena, pare de achar o contrário.

— Obrigado por me dizer isso. Falei um pouco sem jeito, ela estava mal por Chloe, mas fez questão de me fazer sentir bem.

— Não tem de que, fico feliz que esteja bem. Falou aquilo me dando um sorriso sincero, e confesso que aquilo me fez perder o ar por uns instantes. – Agora vamos pegar logo as comidas por que quando Amy ficar com fome nenhum de nós estaremos a salvo. E Stacie ainda segurando minha mão me arrastou dali, e pela primeira vez naquele dia eu havia me sentido realmente bem.

Beca

Apesar de tudo que havia acontecido, fiquei feliz em ver Jesse e saber que ele estava bem, claro que sentia-se culpado pelo que havia acontecido, mas eu sabia que a culpa não era dele, e Chloe não havia se machucado em vão, Jesse estava bem graças a ruiva. Ele se ofereceu para buscar comida, confesso que não sentia um pingo de fome, já estava amanhecendo e desde tarde eu não tinha comido nada, mas sabia que ele queria se sentir útil de alguma forma, então fiquei feliz quando Stacie se ofereceu para ir com ele, ela era uma das que mais sofria, além de mim é claro, com tudo que estava acontecendo, e saber que um estaria fazendo companhia para o outro era algo que me tranquilizava.

Fiquei sentada na mesma posição por um tempo considerável, mas podia afirmar que havia passado apenas alguns segundos, minha noção de tempo e espaço estavam alterados desde o acidente, cada segundo em que Chloe estava ali para mim era uma eternidade dentro de uma ampulheta, a qual fazia o tempo se tornar algo cíclico e continuo, a espera não tinha fim.

 Então vi o pai de Chloe aparecer, ele parecia ter envelhecido alguns anos desde que chegara ao hospital, provavelmente minha aparência também não era das melhores, o encarei apreensiva.

— Ela ainda está em coma. Ele falou sem rodeios, sabia que ele havia feito aquilo para que eu achasse que a conversa não iria nesse rumo, Chloe ainda estava em coma, a mulher que eu amava ainda estava ali. – Mas ela está bem Beca, ela vai ficar bem. Aquelas palavras soaram de sua boca de um modo tão confiante, que não pude fazer outra coisa a não ser concordar.

— E vocês já sabem quando ela vai para o quarto? Precisava perguntar aquilo, possuía uma necessidade incansável de vê-la.

— Ainda hoje só que mais tarde, então vocês todas vão poder ir para o quarto ficar com ela. É claro que preferiria escutar que a minha ruiva já estava bem, mas eu poderia vê-la e esse era último recurso que tínhamos. – E Beca? Me chamou sem jeito. – Aqui ela pode ter um acompanhante fixo além dos outros que podem visita-la, coloquei o seu nome junto com o meu. Eu o fitei surpresa e feliz, o abracei chorando e ele retribuiu também chorando, todas se aproximaram e nos abraçaram.

Depois de algum tempo Jesse e Stacie chegaram com as comidas, eles pareciam estar se dando bem, apresentei Jesse para o pai de Chloe, no começo senti receio que ele fosse culpar Jesse pelo que havia acontecido, e percebi que Jesse também partilhava desse medo, mas não era por acaso que ele era pai de Chloe, esse jeito de pensar nos outros era algo tão característicos deles, e de repente ele já estava abraçando Jesse, e pedindo para que ele não se culpasse.

Algumas horas se passaram e Chloe foi levada para o quarto, seu estado ainda era estável porém ela ainda permanecia em coma, fomos entrando no quarto, por sorte era um quarto grande. Fiquei encarando minha ruiva por muito tempo, até que uma voz me fez sair do transe.

— Cantem uma música para Chloe, o médico disse que ela pode escutar. O pai de Chloe falou aquilo e todos se olharam, eu não conseguiria cantar, mas como sempre as Bellas sempre davam um jeito de me salvar quando eu não estava em condições. Emily olhou para Benji e começou a cantar, Jesse, Stacie e Aubrey continuaram também, quando eu percebi todos ali estavam cantando exceto eu e o pai dela.

https://www.youtube.com/watch?v=1SGv1Mij850

Five hundred twenty-five thousand

Six hundred minutes

Five hundred twenty-five thousand

Moments so dear

Five hundred twenty-five thousand

Six hundred minutes

How do you measure

Measure a year?

In daylights - in sunsets

In midnights - in cups of coffee

In inches - in miles

In laughter - in strife

Quinhentos e vinte e cinco mil e

seiscentos minutos

Quinhentos e vinte e cinco mil e

momentos bons

Quinhentos e vinte e cinco mil e

seiscentos minutos

Como você mede

Mede um ano?

Em dias? Em Pores-do-sol?

Em meia-noites? Em copos de cafe?

Em centimetros? Em milhas?

Em risos? Em lutas?

In - five hundred twenty-five thousand

Six hundred minutes

How do you measure

A year in the life?

Em quinhentos e vinte e cinco mil e

seiscentos minutos

Como você mede

Um ano de vida?

How about love?

How about love?

How about love?

measure in love

Seasons of love

Seasons of love

Que tal em amor?

Que tal em amor?

Que tal em amor?

medir em amor

Tempos de amor

Tempos de amor

Five hundred twenty-five thousand

Six hundred minutes

Five hundred twenty-five thousand

Journeys to plan

Five hundred twenty-five thousand

Six hundred minutes

How do you measure the life

Of a woman or a man?

Quinhentos e vinte e cinco mil e

seiscentos minutos

Quinhentos e vinte e cinco mil e

Jornadas para planejar

Quinhentos e vinte e cinco mil e

seiscentos minutos

Como você mede a vida

de uma mulher ou de um homem?

In truths that she learned

Or in times that he cried

In bridges he burned

Or the way that she died

Em lições que se aprendeu

Ou nas vezes que chorou

Nas pontes que ergueu

ou na maneira que ela morreu

It's time now - to sing out

Tho' the story never ends

Let's celebrate

Remember a year

In the life of friends

Remember the love

Remember the love

Remember the love

Measure in love

A hora... é agora!

Essa história não tem fim

De celebrar

lembrar do ano

Na vida de amigos

Lembra com amor

Lembra com amor

Lembra com amor

Meça com amor

Todos cantaram para a ruiva, seu pai estava ao meu lado chorando, ele percebia com aquilo o quanto todos a amavam, e com certeza ele estava orgulhoso da filha que tinha. Fiquei extremamente emocionada escutando aquela música queria ter forças para me expressar por Chloe mas a minha voz estava em coma junto com ela.

A enfermeira entrou e pediu para que só o acompanhante ficasse, não queria sair, mas também não podia pedir para ficar, parece que o pai de Chloe percebeu isso, me olhou com carinho e falou:

—Beca que tal você ficar aqui com Chloe? Eu o olhei com uma cara feliz, se é que eu sabia o que era felicidade naqueles tempos difíceis. – Preciso ir em casa tomar um banho e dar notícias para a família, mais tarde eu volto e troco de lugar com você, pode ser? Concordei rápido com medo de que ele mudasse de ideia. – E todos vocês por favor vão descansar também, são bem vindos para virem aqui a hora que quiserem, mas por favor descansem um pouco. As meninas com um pouco de relutância foram embora me deixando lá, Jesse e Benji as acompanharam, quando todos haviam saído me sentei ao lado de Chloe e comecei a falar desde o dia em que eu tinha a conhecido tudo que eu considerava importante em relação a ela, talvez eu tivesse perdido a minha voz, mas o que eu sentia pela ruiva estava bem vivo em mim e se ela pudesse escutar talvez voltasse para mim.