Forever Bechloe escrita por Patricia Avelar


Capítulo 27
He was always there


Notas iniciais do capítulo

Gente venho recebendo várias mensagens para que eu faça uma outra temporada da fic, prometo que estou considerando.

Estou postando esse capitulo e ja to escrevendo outro pra postar amanhã, feriado e vou viajar mas não deixarei vocês sem capitulos. Muito obrigada por tudo de verdade.



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Beca

 

— Vamos doutor preciso saber o que aconteceu e como minha filha está? O pai de Chloe falava aquilo com a voz alta, dava para ver o desespero em cada palavra pronunciada, percebi o olhar solidário que o médico lhe deu antes de falar.

— Sua filha sofreu um acidente de carro, não sei exatamente os detalhes, ela chegou aqui e seus sinais vitais estavam muito baixos por um momento achamos que tínhamos a perdido. Senti meu coração falhar, eu havia chegado a perder a mulher que eu amava. – Mas ela é muito forte e resistiu bravamente, quebrou algumas costelas e bateu a cabeça com força, mas por sorte não houve fratura, o mais grave foi a hemorragia eterna que uma das costelas quebradas causou, ela perdeu muito sangue e afim de diminuirmos a perda de sangue nós a induzimos a um coma para que terminássemos a cirurgia sem que arriscássemos sua vida. Ninguém disse nada, eu não conseguia organizar os meus pensamentos direitos, e acho que todos ali estavam na mesma, o médico continuou falando: - O estado dela é estável e não corre mais risco de vida, pelo menos não a priore. Soltei o ar que estava prendendo a um tempo. – Mas não posso dizer quando ela irá acordar. Todos olhamos para o médico com cara de assustados.

— Como assim você não sabe quando ela vai acordar? Mas não foram vocês que induziram ela ao coma? Aubrey falou quebrando o silêncio que havíamos instalado desde que o médico tinha começado a falar.

— Sim nós a induzimos para o estado de coma, mas depende da reação do seu corpo e mente para que ela saia desse estado, já suspendemos a medicação que a colocava nesse patamar, mas agora precisamos esperar, mantê-la em observação, continuar fazendo os exames, existem pacientes que voltam nas próximas horas.

— Então todos acordam doutor? O pai de Chloe perguntou esperançoso.

— Senhor Beale sempre temos a possibilidade de que eles nunca mais acordem, mas precisamos acreditar que sim, seja forte, daqui a pouco volto com mais notícias, ela vai ficar na uti essa noite e depois será transferida para o quarto.

O médico saiu e senti o pai de Chloe despencar na cadeira ao lado, ele chorava com as mãos no rosto, respirei fundo, eu sabia como ele se sentia, é claro que ele era pai dela e eu não podia comparar nossas dores, mas eu amava ruiva, e lidar com tudo aquilo era extremamente difícil. Coloquei a mão em seu ombro e fiquei ao seu lado enquanto chorava, tenho certeza que derrubei as minhas lágrimas também, depois de um tempo que eu não faço ideia se eram minutos ou horas ele se virou para mim.

— Você é a Beca certo? Fiz que sim com a cabeça surpresa dele me conhecer. – Não se assuste, eu conheço todas vocês. Apontou para as meninas que se forçaram a dar um sorriso fraco para ele. – A muito tempo que eu não converso com minha filha, por culpa minha, mas eu nunca pude deixar de acompanha-la, eu fui em todas as competições que ela participou, mas me forçava a ficar escondido para que ela não me visse, tinha medo que ela não me perdoasse pelos erros que cometi, e agora minha filha não sabe que tudo queria era seu perdão. Ele começou a chorar novamente, e todas ali, principalmente eu, choramos juntas com ele, ao olhar para aquele homem ao meu lado conseguia notar a semelhança com Chloe, eles possuíam o mesmo olhar determinado que eu tanto amava, ele limpou as lágrimas que caiam em seu rosto antes de continuar. – É dai que conheço todas vocês.

—Me desculpa perguntar, mas como o senhor sabia que estávamos aqui? Amy perguntou se aproximando. – Por acaso você segue a ruiva com algum tipo de GPS ou chip maluco? Stacie deu um tapa no ombro de Amy pela pergunta inconveniente, mas percebi que o pai da ruiva achou graça naquilo.

— Não Amy, mas não seria uma má ideia. Ele falou com um sorriso tímido no rosto. – Na verdade o hospital me ligou, o meu número estava cadastrado como de emergência caso acontecesse algo com a minha filha, eu fiz isso sem que Chloe soubesse. Amy pareceu satisfeita com a resposta, pude perceber que mesmo longe os pais sempre estão em volta dos filhos olhando por eles, infelizmente Chloe achava que seu pai não a amava e na verdade ele não sabia como se reaproximar.

—Beca. Escutei ele me chamar e voltei a minha atenção em sua direção. – Você pode me contar o que realmente aconteceu?

Aquela pergunta havia me pegado de uma forma desprevenida, não sabia o que falar e o quanto eu podia expor a ruiva, ele percebeu a hesitação em meu olhar.

— Eu preferi saber de você Beca por que eu sei os sentimentos que minha filha possui em relação a sua pessoa.

Por Deus todo mundo sabia disso antes de mim, primeiro meu pai e agora o pai da Chloe, eu o encarei e provavelmente estava vermelha como um tomate.

— Não tem problema Beca, eu sempre soube que minha filha se sentia atraída por garotas e quando as vi cantando no mundial eu tive certeza que vocês se amavam. Eu sorri lembrando daquele dia que cantamos uma para outra e nem imaginávamos que seu pai estava nos assistindo.

— Ela ficaria muito feliz em saber que o senhor esteve sempre ali ao seu lado. E senti que ao dizer aquilo minhas palavras haviam o confortado de alguma forma.

Então comecei a contar sobre o início daquele dia, de como voltamos de viagem e que eu iria terminar com Jesse, mas quando chegamos em casa tudo havia se tornado uma confusão e que quando eu olhei Chloe não estava lá, contava tudo de uma vez tentando ser o mais coerente com o que aquele dia tinha sido, e que ao tentar ligar para ela seu telefone só dava ocupado, e por fim contei o ato heroico que a ruiva tinha feito se jogando na frente do carro e salvando a vida de Jesse, terminei de falar e pude ver que ele chorava muito.

— Eu sinto muito, sei que o senhor provavelmente me odeia, mas eu a amo muito, sei que a culpa é minha, mas se eu pudesse estaria no lugar dela. Então ele fez algo que eu não esperava, me abraçou forte.

— Não é sua culpa, eu sei o que é ter alguém que amamos nessa situação. Percebi que ele falava sobre sua esposa, mãe de Chloe que morreu no parto. – Eu me culpei, a culpei e por fim culpei nossa filha, e não adiantou nada Beca, só me afastou de quem eu amava, minha filha não ia querer que você se sentisse assim. Quem o abraçou dessa vez fui eu, queria que Chloe acordasse e descobrisse o pai maravilhoso que tinha, e que nunca havia conseguido se mostrar para a filha.

— Muito obrigada, de verdade. Falei com lagrimas nos olhos.

—  Não me agradeça, eu também me sinto culpado. O olhei surpresa, e ele sorriu. – Ela me ligou, provavelmente por isso você não conseguiu falar com ela, mas eu não atendi quando vi que era ela, tive medo, e então ela cantou com aquela voz que eu tanto amo, e que eu amava em sua mãe também. Então Chloe não havia desligado o celular, eu apenas tinha ligado em um momento ruim, ele colocou a mensagem e ela cantava if were a boy e como sempre tinha sido lindo.

— Foi ai que percebi que minha filha estava se soltando das amarras que eu havia colocado nela a muito tempo atrás, ela expressou o que eu nunca havia conseguido, resolvi que iria atrás dela, fui me arrumar para vê-la, e quando sai recebi a ligação que tanto temia, não fui rápido o suficiente. Falou de cabeça baixa. – Então não me agradeça, todos temos nossos próprios karmas e demônios para enfrentarmos.

—Seremos fortes por ela. Disse olhando para ele que concordou.

Então a enfermeira se aproximou chamando o pai de Chloe e dizendo que ele poderia ir na UTI agora, mas que nós não poderíamos ir por que lá era só família, apenas no quarto, o pai de Chloe tentou argumentar, mas foi em vão, fiz sinal que estava tudo bem e ele saiu de lá com a enfermeira. Me sentei de novo e esperei que ele voltasse com boas notícias, liguei para Jenny, eu sabia que ela estava em lua de mel, mas ela precisava saber, foi muito difícil ter que contar tudo pela segunda vez, aproveitei e contei sobre o pai de Chloe e Jenny ficou muito surpresa, percebia em sua voz o medo genuíno de perder Chloe, como a ruiva era querida, será que ela fazia ideia disso? Prometi para Jenny que qualquer informação eu ligaria para ela, e pedi para que avisasse Tom, ele também a amava e tinha o direito de saber, nos despedimos e voltei a me concentrar no tempo que o pai de Chloe demoraria para voltar com notícias, eu não sairia dali enquanto ela não acordasse, nunca mais deixaria a mulher que eu amava sozinha novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos ^^