Eternal Danger escrita por Dafny Augusta


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

E anos depois, finalmente história finalizada.

Desculpem novamente por essa demora e saibam que é sempre um prazer estar por aqui ♥



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"Até todas as minhas mangas estão manchadas de vermelho

 

De todas as verdades que eu disse

 

Venha, honestamente eu juro

 

Pensei que você tinha me visto por um instante, não, eu tenho andado à beira de um precipício, então

 

 

 

Diga-me o que quer ouvir

 

Algo que agradará os seus ouvidos

 

Cansado de toda esta insinceridade

 

Então abrirei mão de todos os meus segredos

 

Dessa vez

 

Não preciso de outra mentira perfeita

 

Não me preocupo se as críticas nunca aparecem de uma só vez

 

Eu estou me desfazendo de todos os meus segredos

 

(Secrets – One Replubic)

 

 

 

 

 

Tudo era abafado. Todos os sons eram abafados pelos gritos da menina. No momento em que o FBI chegou e a soltaram ela correu em direção ao corpo da amiga que ainda estava no chão. Ela não permitiu que a levassem, a abraçando enquanto a embalava em seus braços, ainda chorando com desespero. Os paramédicos tiveram que a tirar a força dos braços da mulher, mas não sem antes um deles levar um soco de Stiles quando apertou forte demais o braço de Malia, deixando ali uma marca avermelhada.

 

Quando Lydia chegou, correu em direção a mulher que vomitava no canto do recinto. A ruiva sabia que ela estava grávida, e agora mais do que nunca, estava disposta a fazer de tudo para garantir o bem da criança. Não permitiria mais uma perda.

 

 - Helena, vem comigo. Murmurou puxando a amiga do chão.

 

 - Esquece Lydia, eles já sabem. Ele já sabe. Sussurrou andou se equilibrando nos braços da amiga.

 

 - Não importa, vamos falar sobre isso depois. Em outro lugar e quando você estiver mais calma. Agora, entre. Disse abrindo a porta do carro.

 

Malia entrou e logo desabou novamente. Ela sabia que aquilo poderia acontecer, ela e Alisson já haviam conversado diversas vezes sobre o perigo que corriam e tinha concordado em agir de uma forma indiferente, mas era mais fácil na teoria. Mesmo lembrando a si mesma que aquilo não era o que a amiga queria, que ela odiava quando alguém chorava, ela não conseguia parar. Até porque com tudo aquilo – hormônios, Stiles, traição, morte – era impossível se manter passiva e calma.

 

 - Eu vou atrás dele. Não vai ficar assim. Alisson nunca mereceu aquilo, ela confiava no Theo, todas nós confiávamos, ele simplesmente a viu morrer sem piedade alguma, sem nem ao menos tentar fazer algo contra. Ele vai pagar por aquilo, todos os Alphas vão.

 

 - Você quis dizer nós vamos atrás deles. Não vou deixar você ir sozinha e aposto que a Kira também não. Sem contar que eu também tenho motivos para ir atrás deles, agora que tenho a mais absoluta certeza que a morte do Aiden foi culpa deles, não vou deixar eles saírem impunes.

 

 - Não quero por mais ninguém em risco, não quero que vocês veiam comigo.

 

 - Eu não vou deixar você enfrentar eles, pelo menos não sozinha e duvido você conseguir convencer Kira do contrário. Além do mais, também tenho minhas vinganças.

 

 

 

— Droga, já vai! Gritou Stiles quando a batida na porta se tornou irritante.

 

O homem abriu a porta abruptamente, sabendo que provavelmente era o seu pai preocupado, já que Stiles se recusava a atender o telefone desde o dia do sequestro.

 

  - Precisamos conversar.

 

O homem ficou paralisado quando a viu. Fazia três dias. Três dias desde que ele descobriu a verdadeira Helena.

 

 - Posso entrar? Perguntou Malia com as mãos enfiadas nos bolsos da calça por simplesmente ela não saber nenhuma outra função para eles no momento. Ou talvez fosse para impedir que ela se jogasse no abraço reconfortante do moreno.

 

Stiles apenas concordou, ainda sem conseguir dizer nada.

 

 - Eu só peço que me deixe falar e explicar as coisas desde o começo, depois você pode dizer o que quiser, mas por favor, me deixe explicar. Ela andou até a sala e tentou apagar da mente todos os filmes e noites que os dois tiveram no sofá que estava no canto, tentou se focar no presente, na realidade.

 

 - Eu sei que o modo como descobriu a verdade foi um choque e que quando eu comecei a criar sentimentos por você eu devia ter me afastado ou contado tudo, mas eu não consegui! Eu juro que eu tentei, mas não dava, eu tinha medo de te perder ou de te machucar. Começou a falar, deixando seu coração falar, dando lugar ao verdadeiro sentimento.

 

 - Quando eu me infiltrei no FBI meu objetivo era claro e simples: despistar vocês o máximo que eu conseguisse, mas então teve o caso especial, e todos aqueles joguinhos, tudo tão rápido. Aquilo confundiu a minha mente e meu coração. Era para eu ter apenas embaralhar as pistas que vocês tinham, mas você conseguiu embaralhar minhas ideias, meus sentimentos, e nada saiu como era previsto. Eu sei que nada vai desculpar o que eu fiz, mas eu não quero ter que.... Não quero ter que te perder também. Todos que eu amo se vão, meus pais, Alisson e agora você. Eu não quero isso. Eu quero pela primeira vez na vida, ficar em um lugar afastado sem me lembrar de nada. Antes de você, minha cabeça estava sempre tão cheia, ou de lembranças ou de vinganças, mas com você é diferente, com você consigo esvaziar tudo e relaxar. Não posso te perder também, não quero te deixar partir. Mas se você me disse que não quer mais me ver, eu saio. Se você me disser que não quer eu te procure mais, eu não vou. Então por favor, por nós, diga. As lagrimas escorriam de forma violenta pelo rosto da mulher, ela não fez questão de limpa-las. Se elas queriam escorrer naquele momento, que escorressem. Não seria ela que impediria.

 

 - Sabe o que é pior? Não é você ter atrapalhado o meu trabalho, não é você ter enganado a todos, até mesmo os que a consideravam amiga. Não, o pior é eu ter contado toda a verdade sobre mim, mas agora não poder acreditar em nada do que você disse. Será mesmo que no seu aniversário tinha o dia da Helena, ou melhor, da Malia? Será que o Triskele tem mesmo todo o significado para a sua família ou é só mais um símbolo idiota? Esse é o pior, você saber tudo sobre a minha história, sobre o meu interior, mas eu não poder dizer que eu sei ao menos seu nome verdadeiro. Só quero que você saiba que eu te amei. Eu te amei como eu não amava alguém havia tempo, mas você conseguiu acabar com isso. Você me quebrou por inteiro, não só meu coração. Você conseguiu acabar com cada célula, porque de alguma forma, eu estava totalmente ligado a você, e agora eu vou ser obrigado a me erguer de novo, forçar o meu organismo a acostumar com o vazio, como se eu tivesse perdido um órgão. Isso é o que mais me acaba, eu ter jurado que nunca te deixaria, mas só agora ter percebido que você não fez o mesmo. Então, mesmo depois de todas essas mentiras, você ainda me pede para obrigar a você a partir? Para obrigar você a me esquecer? Malia, eu quero que você vá e não me procure mais, mas não para o nosso bem, apenas para o seu, porque eu juro que se eu te ver novamente, irei te prender.

 

Malia tinha imaginado esse momento das mais diferentes formas, mas nenhuma teria doído tanto quanto a realidade.

 

 - Eu entendo. Prometo que não vou voltar a te importunar e peço desculpa por tudo que causei. Peço também que acredite que nos momentos que passamos juntos, foram raros os dos quais eu menti sobre a minha história. Aqui, isso é seu, eu sei o quanto ele significa para você. Malia tirou o colar e estendeu em direção ao homem, suas mãos estavam trêmulas e queria esconde-las para que ele não visse o quanto ele a afetava. Não queria se mostrar tanto, porque era assim que terminava, todos machucados de alguma forma.

 

 - Não, o que eu disse é verdade. Eu lhe prometi que nunca ficaria sozinha e isso é a prova da minha promessa, você vai ficar com ele.

 

 - Mas foi da sua mãe, eu não mereço ele.                                           

 

 - Minha mãe me ensinou que promessas feitas jamais devem ser quebradas.

 

 - Sua mãe era uma mulher de honra. Malia andou até a porta com Stiles em seu encalço, segurando a porta para ela passar.

 

 - Ela era. E fechou a porta.

 

 

 

 

 

Lydia tinha organizado tudo, pediu demissão e alugou a casa. Ela já tinha tudo planejado, e até localizarem os Alphas, iriam ficar escondidas.

 

Iria fazer bem para todas, ficarem distantes de tudo aquilo.

 

 - Vamos? Prometo que será rápido. Malia desligou o motor do carro e olhou para a ruiva.

 

 - Claro, quanto antes deixarmos tudo pronto, mais cedo iremos.

 

 - Lydia, você tem certeza? Antes você estava conseguindo conciliar o trabalho e a Wolfsbane, mas agora? Você está largando tudo, todo o futuro que criou, está jogando isso fora.

 

 - Largando tudo? O que eu tenho Malia? Um emprego que me faz lembrar do meu marido, um apartamento minúsculo, uma cidade cinza e sem graça. Eu não quero isso. Se eu for com vocês vou ter muito mais: uma família, um objetivo, motivos para querer continuar. Eu não estou largando, estou me libertando.

 

Malia encarou a ruiva e percebeu a sinceridade da mesma. Concordou e desceu do carro, andando em direção ao enorme prédio.

 

 - Deaton? Posso entrar?

 

 - Acho que você é a única chefe que pede permissão para entrar no próprio escritório, meu anjo.

 

 - Educação é algo que admiro. Mas então, como estão os preparativos para a viagem? Entrou no escritório e deu uma volta em torno de si mesma, observando a familiaridade do local onde vinha todas as quartas com o pai.

 

 - Estão indo bem. Kira tentou me explicar sobre como irá funcionar as coisas, mas aconteceu um imprevisto com o novo sistema de segurança da empresa e ela não pode terminar.

 

 - É simples, ela apagou todas as informações sobre você. Para o FBI você nunca nem colocou os pés nesta empresa, mas você irá continuar a coordenando, porém será como se eu ainda fosse a CEO. Eles nunca irão conseguir achar informações sobre mim ou sobre as meninas, mesmo se perguntarem ao último funcionário deste prédio.

 

 - Mas antes, precisamos saber se você está de acordo, já que isso vai envolver toda uma mudança na empresa. Continuou Lydia, pegando um biscoito na mesinha de centro do escritório.

 

 - Claro que sim! Malia, eu daria a minha vida a você se necessário. Deaton se aproximou da menina e beijou sua testa, lembrando da época em que segurava sua mão para atravessar a rua, quando ia leva-la para tomar soverte enquanto o pai estava em reunião. Ela não precisava mais desse tipo de ajuda.

 

 

 

 

 

— Mas pai, eu tenho medo. Repetiu a menina, apertando com força os freios da bicicleta, que agora estava sem suas rodinhas, impedindo a menina de ter a segurança do equilíbrio.

 

 - É bom ter medo. O medo afugenta os fracos, mas dá forças aos corajosos.

 

 - Mas eu não sou corajosa. Eu sinto medo, corajosos não devem ter medos.

 

 - Filha, corajosos são aqueles que assumem seus medos, e eu nunca encontrei alguém mais corajosa que você.

 

 - Mas como eu vou fazer isso sozinha se eu sei que você não vai estar me ajudando, me mantendo segura?

 

 - Querida, se você ama a pessoa você sempre pode mantê-la com você, e se ela realmente te ama, vai estar sempre lá para te manter a salvo, e caso vocês se percam pelo caminho, ela vai te encontrar onde quer que esteja, seja de proposito ou por acaso. Você nunca estará desacompanhada.

 

 - Nós ainda estamos falando sobre a bicicleta?

 

 - Mas é claro, querida.

 

 

 

— Mal, estamos chegando. Lydia colocou a mão no ombro da menina, a fazendo acordar daquela lembrança esquecida. Ela com certeza veio em boa hora.

 

Malia olhou pela janela e viu a casa onde iriam ficar, uma casa grande de verão de frente para o mar. Transmitia calma, tudo o que Malia mais queria naquele momento.

 

 - As crianças vão amar, elas viviam dizendo que queriam ir mais vezes ao mar. Afirmou Kira pegando uma garrafa d’agua em um pequeno balde com gelo.

 

 - Vão sim. A casa em que elas vão ficar é um pouco mais afastada que a nossa, mas é maior e mais confortável para elas. Elas mal podem esperar para vir semana que vem. Malia olhou uma última vez para a janela antes de se levantar e pegar sua bolsa.

 

 - Nós seremos felizes. Enquanto ficarmos uns com os outros poderemos ficar bem.

 

 - Tendo a família por perto, a felicidade sempre vai estar com a gente.     


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Notas finais do capítulo

E esse cheiro de segunda temporada? Hahaha

Realmente eu e a Duda iniciamos uma segunda temporada e eu pretendo em breve postar ela aqui também, então se vocês querem essa segunda temporada, me deixem saber ;) ♥



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