Eternal Danger escrita por Dafny Augusta


Capítulo 16
Capítulo 16




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"Eu nunca vou te decepcionar

 

Nunca vou te decepciona

 

Você já teve que ser a pessoa que navega pra bem longe?

 

Já teve seu coração dilacerado

 

Sentiu seu amor flutuar perdido

 

Você se lembra de todos os sons

 

Quando te encontrei no lago?

 

E como a água parecia chamar seu nome?"

 

(Never Let You Down -Woodkid ft. Lykke Li)

 

 

 

             -Stiles... você devia... atender. Sussurra Malia em meio ao beijo.

 

—Deixe tocar... não é importante. Contradisse, enquanto beijava o pescoço dela, causando arrepios na morena.

 

—Mas é o seu pai, deve ter acontecido algo na agência. Disse, olhando no identificador de chamadas, fazendo o homem suspirar derrotado e atender o telefone.

 

—Pai, o que houve?

 

—Venha para a agência, agora! E ligue para a agente Tate também. Seja rápido.

 

Stiles desligou telefone e se levantou rápido, puxando Malia junto.

 

—Tome um banho, vou buscar suas roupas na sua casa, mas seja rápida.

 

—Okay, mas o que aconteceu?

 

—Ainda não sei, mas com certeza não foi algo bom.

 

*Escritório do FBI- NY

 

—Finalmente você chegou Sty... O que ela está fazendo aqui? Perguntou Natasha, da qual estava com mais maquiagem do que o necessário para aquela hora da madrugada.

 

—Primeiro, nunca mais me chame assim; segundo, o que você está fazendo aqui? Respondeu, já iniciando uma discussão, algo que sempre acontecia quando falava com a mulher.

 

John esfregou a cabeça com impaciência, e bateu forte na mesa o que fez com que Scott, que estava com a cabeça apoiada na mesma, levasse um susto.

 

—Chega! Natasha, pelo amor de Deus, cale a boca. Stiles, precisamos de todos os agentes, e isso inclui ela. Agora, por favor sentem-se. Quanto antes começarmos, mais cedo terminaremos com isso.

 

—O que aconteceu dessa vez, John? Já havíamos ido embora do caso Ennis, aconteceu alguma coisa lá? Perguntou Lydia que estava com a cabeça encostada no ombro de seu marido.

 

—Isso não tem nada a ver com o Ennis. Isso tem a ver com Emily Gonzales.

 

—A secretaria que está presa? Ela deve ter chegado para interrogatório na agencia de Los Angeles agora, não? Disse Malia se inclinado com os braços sobre a mesa.

 

—Estaria, se não tivesse fugido.

 

—Fugido? Como? Quando aconteceu? Indagou Stiles, totalmente surpresa, reação não muito diferente dos outros companheiros.

 

—Aconteceu por volta das 1:30 p.m, quando ainda estávamos nos infiltrando na festa de Ennis e estava ocorrendo o verdadeiro ataque da Wolfsbane do outro lado da cidade. Atacaram o carro e mataram os três seguranças e a levaram.

 

—Espera, se estava ocorrendo o ataque da Wolfsbane em outro lugar, não pode ter sido eles que a sequestraram. Disse Scott finalmente despertando

 

—Se é que foi um sequestro, e não um resgaste. Completou Aiden.

 

—Então você quer que a encontremos. Disse Parrish que estava de pé junto com outros agentes.

 

—Sim, a partir de agora eu dou total liberdade a vocês.

 

—Então vamos encontrá-la. Prometeu Malia, se levantando.

 

                                                                     *******

 

Stiles estava passando e organizando a estratégia de busca a Emily, porém Malia conseguia ver o nervosismo e estresse estampados em seu rosto, mas isso estava nos rostos de todos ali. Até mesmo no de Malia, que estava em todos os lugares, menos naquela sala.

 

Ela foi despertada de seus pensamentos com o som da cadeira se arrastando e Stiles indo até a cafeteira.

 

—Você está bem? Perguntou Malia colocando a mão no ombro do garoto.

 

—Apenas... angustiado, eu acho. Sabe Hel, eu via meu pai salvando vidas e ganhando medalhas, e pensava que minha vida já estava escolhida e destinada no FBI, então veio a morte da minha mãe e esse desejo só aumentou, e agora, com tudo isso acontecendo, eu percebi que esse desejo e mais difícil do que eu imaginava. Talvez minha cabeça de 10 anos tivesse criado expectativas demais. Respondeu colocando sua caneca na mesa e olhando para a mulher na sua frente.

 

—Stilinski, entenda uma coisa: Eu estou aqui a poucos meses e já percebi o qual bom você no que faz. Você não pode desistir por causa de uma bobeira dessas. A gente vai conseguir encontrar a Emily e vamos fazer o possível para que tudo sai como você está planejando, tudo bem? E acredite, eu sei do que eu falo, sem contar que eu tive uma ideia.

 

—Que ideia? Pergunta Scott, chegando com Aiden perto dos dois.

 

—Se eu me recordo bem, John disse que nos dava total liberdade, e isso com certeza inclui chamar reforços, e eu tenho dois reforços perfeitos.

 

—Amor, prepara mais duas armas! Grita Aiden, já entendo a ideia da Hale.

 

                                                         ********

 

­-Malia, eu vou te matar! Nunca mais faça isso, entendeu?! Onde você estava com a cabeça? Sair dirigindo louca daquele jeito? Praticamente não devia enxergar por causa das lágrimas! Gritava Alisson, cada vez mais alto, pelo o telefone.

 

—Eu sei, eu sei! Calma, eu estou bem! Mas agora eu preciso de você.

 

—O que houve? Você se machucou? Fizeram algo com você? Perguntava, agora com um tom preocupado.

 

—Não, estou ótima. O problema é a secretaria, Emily Gonzales.

 

—A que você prendeu? Ela não está em Los Angeles?

 

—Devia, mas foi sequestrada ou resgatada.

 

—E por que você precisa de mim? Isso parece ser trabalho do FBI.

 

—Sim, mas Ali, pense, se ela foi mesmo resgatada, com certeza foi por alguém dos Alphas, e é nosso trabalho pega-los, mesmo que o FBI não saiba disso.

 

—Você tem razão. Irei ligar para Kira e Theo.

 

—Apenas para Kira, não quero chamar Theo. Não acho bom tê-lo, já que ele ficou protegendo ela daquele modo na Espanha.

 

—Se você tem tanta certeza, tudo bem. Daqui a pouco chegamos.

 

Malia estava ficando cada vez mais confusa com aquela situação. As coisas que aconteciam, todas ao mesmo tempo, giravam em sua cabeça e a fazia ficar quase tonta. Tudo aquilo, o FBI, Stiles, a Wolfsbane e os Alphas, eram coisa de mais para sua mente poder acompanhar.

 

 Ela entrou no prédio e esperou o elevador enquanto seus olhos pesavam pela noite agitada e não dormida, mas logo despertou com o barulho da caixa de metal parando no seu andar e o som de saltos ecoando pelo piso.

 

—Helena, conseguiu ligar para as meninas? Perguntou Lydia, saindo do elevador.

 

—Consegui, elas vão vir logo. Disse, dando um bocejo no final da frase. – Desculpe, mas o sono vem me perseguindo esta noite.

 

—Então vamos comigo comprar um café, o daqui não tem cafeína alguma. Sem contar que é péssimo. Conheço uma cafeteria 24 horas que não fica muito longe daqui.

 

Malia assentiu e a seguiu até o carro, colocando o cinto logo em seguida, ação repetida pela colega.

 

—Então Lydia, me conta como você e Aiden se conheceram. Perguntou a mulher, finalmente não conseguindo mais conter a curiosidade sobre o assunto. Sempre se perguntara, desde que os conhecera, como dois jovens se casam tão cedo.

 

A ruiva soltou um suspiro com pequeno sorriso e começou a falar, com muito orgulho, a história dela e daquele homem do qual ela teve que aprender controlar.

 

—Eu estava no ensino médio, estudava junto com Scott e Stiles. A escola ficou um pouco bagunçada com a chegada dele e do irmão gêmeo, afinal eles mais aprontavam do que estudavam, mas eu não porque eu vi algo nele, algo de bom que desse para se retirar, então a gente começou a namorar, principalmente na sala do treinador. Mas depois de um tempo eu não conseguia mais, já estava cansada de receber ligações dele dizendo que apreenderam a moto dele por causa de corridas ou que ele tinha ido preso por causa de uma briga, e mesmo que eu o amasse, e muito, eu devia tomar a decisão drástica que foi terminar com ele. Me lembro que quando eu disse isso ele se desabou em lágrimas no mesmo instante, dizendo que eu não podia abandonar ele e que por faria de tudo, até mesmo mudar. E nisso nós estávamos no 2° ano e no final do 3°, quando já estávamos entrando na escola policial, ele me pediu em casamento e eu aceitei. Eu sei que não é a história mais emocionante, mas é a minha história sabe? Eu me orgulho dela, principalmente por ele ser a maior parte dela.

 

Malia escutou tudo atentamente e pensou que o amor que ela sentia por ele, sua família, era o mesmo que ela sentia pela Alisson, Kira e Theo. Incondicional.

 

Com apenas mais alguns minutos ela chegaram na agencia já com os cafés e bolinhos, esses dos quais todos voaram em cima. Mas todos pararam de comer quando Kira e Alisson entraram com suas bolsas, e a curiosidade de Stiles despertou querendo saber o seu conteúdo.

 

—Boa noite, FBI. Cumprimentou Alisson, colocando seu arco e flecha sobre a mesa e colocando a mão na cintura.

 

—E aí, federais?

 

—Boa noite meninas! Cumprimenta Lydia e dá um beijo na bochecha de cada.

 

—Hey! Que bom que vocês puderam vir. Agradeceu Stiles, as abraçando.

 

—De nada. Então, vamos começar? Tate já nos contou tudo e tomamos a liberdade de dar uma pesquisada nas câmeras da cidade e registros de carros, com exceção de taxis e carros da polícia, e nossa lista de pessoas que se movimentaram nessa terça por Manhattan diminuiu bastante e conseguimos hackear os GPS’s dos carros mais suspeitos até chegar a esse carro aqui: Land Rover preto SUV sem placa, e ele está agora em um deposito abandonado de óleos de máquina da Hale’s Engineering. Disse Kira enquanto digitava rápido no seu notebook e mostrando os resultados ao resto da equipe.

 

Malia congelou afinal aquela era a sua empresa. Ela conhecia aquele deposito, era lá que eram colocados os óleos de tratores e outras maquinas que estavam vencidos, mas que depois ela vendia para outros usos, ou até mesmo como óleo queimado para barcos de médio porte. Mas ninguém, fora os da empresa sabia daquele galpão, e já que com certeza o resgate foi feito por alguém dos Alphas, tinha que ter um jeito deles terem descoberto sobre o deposito, como até mesmo um espião. Mas ela não tinha para isso agora, tinha que ir lá, pegar quem quer que fosse, e Emily. E dessa vez, ela não iria fugir.

 

                                                                       ************

 

*Deposito Hale’s Engineering

 

Os agentes chegaram no local discretamente e o estavam cercando. Aiden, que comandava o grupo da ala leste, estava a frente com o colete a prova de balas e segurava forte a arma na mão. Havia sido por isso que tinha entrado no FBI: para poder suprir a adrenalina sacrificada quando escolheu Lydia ao invés das motos e brigas de rua. Não que ele achasse que tivesse feito a escolha errada, pelo contrário, foi a melhor decisão que já tomou em sua vida e tentava deixar isso claro para ela todos os dias.

 

Os agentes se assustaram com o barulho alto vindo de dentro do galpão, e param no lugar esperando algum outro movimento ou ruído, porém não se ouve mais nada.

 

—Escutem, o som veio lá de trás e quero que vão lá conferir, eu vou continuar a frente e qualquer movimentação eu dou um alerta, entendido? Instrui o líder, com todo o plano já feito na cabeça.

 

—Não vou deixar ir sozinho, lá dentro pode ser uma armadilha. Disse Parrish em protesto.

 

—Apenas faça o que eu mando, tudo bem? Agora vão!

 

Os outros agentes foram para o fundo do galpão e Aiden adentrou no lugar, passando por uma pequena porta e se encontrou em uma sala de tamanho médio, essa do qual era totalmente fechada e tinha uma mesa, provavelmente para fazer o registro dos produtos.

 

Ele se assustou quando o som passos atrás dele ecoou pelo o local, e ao se virar não conteve a surpresa ao ver quem estava lá, e acompanhava Emily, segurando uma arma equipada com um silenciador.

 

—Você não devia estar aqui... O que está fazendo? Disse Aiden apontando a arma para o homem a sua frente.

 

—Eu não devia estar aqui? Vocês que não deviam! Estão atrapalhando tudo, e todo o meu plano. Eu odeio fazer isso, mas vocês não, me deixam escolha....

 

—Isso o que?!

 

—Isso.

 

E Aiden caiu no chão e sua arma foi longe. A dor em sua perna e sua cabeça latejando, tudo o que ele conseguia ver era Emily derramando óleo pela sala e acedendo o isqueiro, e o fogaréu logo começou e pelo visto pelo resto do deposito também, transformando toda a sua visão em tons de laranja e vermelho.

 

Não daria para sair dali, e nem daria tempo de um resgate. Não daria tempo de ver Lydia mais uma vez e nem Scott e Stiles, que viraram seus melhores amigos. Não daria tempo de dizer um último adeus a todos aqueles que entraram em sua vida tão de repente que não deu tempo nem de dizer obrigado pelas mínimas coisas, como uma dança, por confiar nele, por conseguir amolecer o coração do Stiles e alegrar ainda mais o Scott. Não deu tempo para quase nada.

 

Do lado de fora, Lydia via todos os agentes correndo depressa com os parceiros e Stiles saindo com um Scott com a braço queimado, e Parrish saindo com um outro colega também ferido. Todos apareciam entre as chamas menos Aiden. O desespero se apossou do coração da mulher que saia gritando o nome de seu marido até ouvir seu nome ser chamado no rádio de uma viatura. A voz do seu marido a chamando.

 

—Aiden! Aiden, cadê você?! Meu amor?!

 

—Lydia eu te amo.... Eu estou machucado e envolto em chamas que estão se aproximando cada vez mais, mas eu não me importo. Sabe por que eu não me importo? Porque eu pude ter você. Porque eu pude ter você antes das chamas chegarem, eu pude retribuir o amor que você deu para mim. E me desculpe se em algum momento você achou que eu não te amei, porque saiba, eu te amei toda a minha vida. Lydia, eu te amo. Agora, e sempre.

 

—Aiden?! Aiden?! eu te amo! Você está me ouvindo? Eu te amo!

 

—Essa é a melhor coisa que eu podia ouvir.

 

—Aiden?! Meu amor?! AIDEN?!

 

Lydia corria e gritava tentando ao máximo chegar ao lugar, mas um mar de braços a impediam de chegar lá, e vozes dizendo para não fazer aquilo, vozes dizendo para parar.

 

—ME SOLTA! PARRISH, ME SOLTA!

 

—Lydia, o lugar vai explodir!

 

—NÃO! EU TENHO QUE IR! ME DEIXA IR! Gritava a menina se debatendo inutilmente nos braços do homem, até ser jogada para trás pela explosão caído no chão com um baque surdo.

 

Ela caiu no chão, e a partir daquele momento seu coração não era mais o mesmo. Se é que lá ainda havia um coração.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a gente por essa morte. Posso garantir que sofremos escrevendo tanto quanto vocês sentiram lendo :(

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