Emília

Ela dirige até a um hospital, e liga para Bernardo.

— Alô, Bernardo. – ela tenta conter a emoção.

—  Emília onde você esta, estou enlouquecendo sem noticias suas.

— Estou bem, Bernardo não posso explicar muito, Mas encontrei Miguel.

—Verdade, mas como?, onde?.

— Vou te passar onde estamos – ela passa o endereço do hospital, queria ver se estava tudo certo com Miguel, e sem muitas explicações desliga o telefone.

Desce e entra, levam ele para ser examinado, ela recusa, dizendo estar tudo bem com ela.

Algum tempo depois Bernardo aparece, ela corre para seus braços, o beija desesperadamente, ele nada entende.

— O que foi Emília.

—Nada só me abraça. – Ela o abraça de novo.

—Cadê Miguel?

— Ele esta bem só pedi para verificar como ele esta, vai ficar com ele.

—Mas como você o achou?, e Lia cadê?, me explica essa situação, a policia também quer saber..

—Depois converso com você, depois converso com eles, vá ficar com ele,  vou em casa pegar umas roupas para ele, esta bem-  ela mais uma vez o abraça e diz no ouvido dele- eu te amo.

—Eu também te amo- ele a beija e sai para ver o filho enquanto ela vai conversar com os policiais.

Emília vai para o apartamento rápido, pois ela tem pouco tempo, chegando lá ela sobe para sua quarto, providência uma pequena mala, pega alguns documentos, e escreve uma carta para Bernardo e com lágrimas  nos olhos ela deixa esta  carta no quarto dele, e desce dando de cara com Beth.

—  Esta indo embora.

— Beth eu... sim – ela não tem porque mentir.

—Mas dona  seu Bernardo vai enlouquecer.

—É preciso Beth, eu não queria, mas eu preciso. – Ela pega a mala e vai até a porta, mas para quando ouve o que Beth diz.

— E o bebê? – Emília se vira

— Como você sabe?

— Dona Emília, a senhora a dias tem uns enjôos, pequenas tonturas, tenta disfarçar, mas eu percebi, e ouvi quando o médico disse no hospital.

— E Bernardo, ele sabe.

—Não, nem desconfia.

—Eu preciso por ele- ela coloca a mão na barriga e as lágrimas  que ela vinha segurando transbordam de seus olhos,  Beth a abraça. – Eu não sei como, mas Lia sabe, e ela prometeu  se vingar, eu preciso protegê-lo, sei que ela jamais fará alguma coisa contra Miguel ou Bernardo, mas a mim e ao bebê, eu já não sei, neste momento preciso cuidar de mim e dele.

—Mas não é mais fácil ficar e senhor Bernardo te ajudar.

— Aquela mulher esta louca, você não sabe os os horrores que passei, eu neste momento não posso ficar, não posso. - ela pega a mala de novo e vai até a porta – Beth cuida deles pra mim, por favor. – e sai. 

Bernardo

Ele esta muito assustado, Emília foi ver o pai e ainda não voltou,  um momento depois ela ligou e disse que já esta voltando, ele fica um pouco tranqüilo, mas algo na voz dela o incomoda, não as pistas sobre o paradeiro de Lia ou do filho, essas horas de angustia estão matando ele, ele mal dormiu, comer ele nem lembra qual foi  ultima vez, uma hora depois o pai de Emília liga para falar com a filha, e diz que a horas que ela saiu da casa dele, isso o deixa mais assustado, mais desesperando, achando que Lia  possa ter feito alguma coisa com ela também, ele esta indo falar com os policiais que estão em sua casa, quando novamente seu  telefone toca, era Emília dizendo que achou Miguel que esta no hospital, ele e os policiais vão para lá.

Quando chega ao hospital o que vê é uma Emília mais assustada que ele, que não diz nada com nada parece que ela esconde alguma coisa, ele vai ver o filho, enquanto ela vai falar com os policiais, quando volta ela já tinha ido para a casa, os policiais lhe informam que ela disse que Lia marcou um encontro com ela conversaram e ela a custo entregou o menino os deixando ir após Emília prometer que a deixaria ir sem represália, e que Emília ficou de ir a delegacia depois, e que agora ela tinha ido para a casa pegar roupas para o menino, mas para Bernardo alguma coisa estava estranha, esta pensando nisso, mas foi chamado pelo médico que diz que o filho tem febre e vai ficar em observação naquela noite , e depois é o filho que não parava de chamar por ele, e assim ele por algum tempo deixou de pensar em Emília, e quando Miguel dorme ele acaba pegando no sono também, acordando quando já amanheceu então ele vê que Emília não voltou e se preocupa, ele liga para ela que não atende,  ele se preocupa ainda mais, ele liga para casa Beth também não atende, ele não quer deixar Miguel sozinho, ele insiste nos dois telefones mas sem sucesso, quando vê Beth entrar no quarto do hospital trazendo a roupa para Miguel.

—Beth, cadê Emília?.

—Seu  Bernardo, ela.. eu não sei como dizer.. ela...

— Diga de uma vez Beth. - ele fica cada vez mais nervoso, e vê o pânico na cara dela- diga Beth, por favor.

— Ela foi embora.

— O que?

— Ela arrumou as coisas e foi embora.

—Beth fica com Miguel, não sai do lado dele eu já volto.

Ele não pode e não quer acreditar no que Beth falou. Emília  não pode ter ido embora, ele vai para a casa, chegando lá ele grita várias e várias vezes o nome dela e ouve o eco da sua voz de volta, ele sobe ao quarto dela e nada, alguns cabides pelo chão, algumas roupas faltando no guarda roupa, e assim como tinha entrado feito um furacão em sua vida, assim ela tinha ido embora, mas ele não desistiria tão fácil, talvez o pai dela soubesse de algo, precisava ir até lá, vai ao seu quarto trocar de roupa, ao entrar da encontra uma envelope em cima de sua cama com o seu nome escrito com a letra dela, devagar ele  pega a carta e começa a ler:

“Bernardo

Sei que você não vai entender, nem eu entendo tudo o que sei e que neste momento eu preciso ir, essa situação mexeu  muito comigo, preciso de um tempo para mim, para respirar, colocar a cabeça em ordem, preciso que você respeite isso, cuide de Miguel e se puder cuide de meu pai também, ele é turrão como a filha, mas tem bom coração, não adianta me procurar, neste momento você não vai me encontrar, sinto muito por ser dessa forma, mas é o máximo que posso fazer.

Com todo meu amor e carinho Emília.”