Emília
Ela dormiu o resto da madrugada, e quase o dia seguinte todo, estava cansada, com um pouco de dor, acordou comeu um pouco,  tomou remédio e voltou a dormir, quando estava quase pegando no sono se  perguntou se Bernardo tinha aparecido,  tentou esperar Beth voltar mas acabou dormindo, acordando só no outro dia, se sentindo melhor levanta toma um banho, quando esta saindo do banheiro Beth entra.
—Bom dia, vejo que esta bem melhor senhora.
—Obrigada pelos cuidados.
—Emília esta tomando o café  e Beth arrumando sua cama.
—Beth, e Bernardo onde está?
—Ele esta um pouco doente - Emília deixa a colher cair.
—Como assim?
—Ontem ele acordou com febre, nem levantou da cama, Lia foi cuidar dele.
—Capaz que não, mas ele esta melhor?
—Acho que não,  eu não o vi, só Lia entra lá.
—Mas o médico veio ver ele? - ela começa a se preocupar.
—Não ele viajou, e o outro médico só chega amanhã.
—Porque não levaram ao hospital
—Dona Lia não quer.
—Chega de dona Lia, deixa eu ir la vê-lo.
Emília levanta e vai ao quarto do marido bem na hora que Lia esta saindo de lá.
—Onde vai?- pergunta a empregada
—Não é da sua conta. - Lia tranca a passagem da porta- me da licença .
—A senhora não pode entrar.
—Porque não?
—A senhora estava de cama, esta se recuperando.
—Obrigada pela preocupação -diz Emília com ironia - mas quem decide sou eu agora saia da frente que vou ver meu marido.
—A contra gosto Lia sai da frente.
Emília entra no quarto e fecha a porta na cara da empregada, o quarto esta escuro ela vai ate uma janela e abre um pouco, e quando olha para a cama nem pode crê no que vê,  nem de longe parece o mesmo homem forte que a carregou nos braços a duas noites, ele estava pálido,  fraco, tossia muito, parece que a cada respiração ele fazia um esforço enorme, e mesmo sem querer lágrimas lhe vem aos olhos.
Ela chega bem perto dele, inesperadamente passa a mão pelo rosto dele.
—Bernardo. ..Bernardo você me ouve?

Ele abre os olhos, e parece não querer acreditar  que ela esta aqui, ergue a mão para ela, que a toma entre as suas, ele suspira e parece dormir novamente.
Passada essa primeira emoção ela sabe que tem que agir, sai do quarto e Lia esta ainda parada, passa por ela fingido não a ver, vai atrás de Beth.
—Beth,  há algum hospital aqui perto?
—Há um sim a meia hora daqui.
—Preciso de alguns homens que me ajudem a levar Bernardo para lá.
—Vou chamar Matias.
—Ok estou no quarto de Bernardo.
Ela sai vai a seu quarto prepara a sua bolsa, e vai para o quarto do marido, Lia esta sentada na cabeceira da cama segurando a mão de Bernardo, isso a irrita.
—Você sabe onde estão os documentos dele.
—Porque você os quer - Lia diz com uma arrogância.
—Vou levá-lo ao hospital - Emília pensa no quanto essa mulher a irritava.
—Não, ele não iria quer isso.
—Ele não esta em condições de decidir nada.- Emília não irá ceder.
—Então decido por ele - Emília arregala os olhos tamanha a audácia de Lia.
—Olha me desculpas, mas você não vai decidir nada por ele, por ninguém, e nem por esta casa, eu sou a esposa dele, eu decido por ele, então se coloque no seu lugar. - a esta altura ela já grita, Matias e Beth estão no quarto.
—Dona Emília esse é o Matias.
—Pois não senhora- diz ele todo tímido.
—Matias preciso levar meu marido ao hospital, o senhor sabe onde é?
—Sim  eu sei, vou chamar uns moços para ajudar, eu levo a senhora.
—Obrigada - ele sai- Beth preciso dos documentos de Bernardo sabe onde estão?
—Sei sim  - ela sai e volta alguns segundos depois com uma pasta.
—Obrigada  você também vai comigo.
—Não  ela não vai. - diz Lia, Emília parece nem ouvir.
Matias chega com mais uns homens e com esforço conseguem levar Bernardo, colocam ele no banco de trás do carro,Emília senta junto e apoia a cabeça dele em seus ombros, Beth vai na frente com Matias,  Lia ainda esta sem acreditar.
No hospital, com a ajuda de enfermeiros eles colocam Bernardo em uma maca e encaminham  ele pra sala de emergência, Emília explica o pouco que sabe para a enfermeira e fica aguardando com Beth.
Tempos depois ao que parece ser horas um médico aparece chamado.
—Srª Boldrin. - num primeiro momento ela nem acha que é com ela, pois não esta acostumada ao sobrenome do marido e Beth toca o braço dela a despertando.
—Pois não Dr. , sou eu- ela se aproxima.
—Senhora seu marido chegou com uma forte pneumonia,  ele estava muito debilitado.
—E agora? - ela está ansiosa.
—Ele esta bem, esta medicado,  esta recebendo ajuda de aparelhos para respirar, para ajudar os pulmões.
—Posso ver ele?
—Sim, a enfermeira vai levá-la.