Agentes da CIC - INTERATIVA escrita por OrigamiBR


Capítulo 13
Investigação Insólita


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei... Eu sumi por bastante tempo, e acho que nem adianta dizer que foi porque eu tô terminando o curso e fazendo monografia ^^'. Mandarei esse capítulo pra introduzir a segunda temporada da história, mas ainda vai demorar um bucado para aparecer mais, pelo menos por 1 mês. Espero que vocês ainda estejam acompanhando, e agradeço a paciência por quem conseguiu aguardar até agora. Agora, fiquem com o capítulo!



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Em dois dias depois da ligação, Karen chegou na sede da CIC. Deu um abraço bem apertado em Ricky, como havia prometido, mas também continuou com as provocações em Ethan e Helena, conquistando uma perseguição do rapaz com um rolo de jornal atrás dela.

Valentine estava organizando informações sobre os crimes que as equipes descobriram. A lista era até pequena, mas a dificuldade era grande. Não seria trabalho para uma equipe só. Pediu para seu secretário Roland lhe ajudar a organizar o itinerário de todas as equipes. Infelizmente o trabalho não estava sendo fácil: alguns times estavam com investigação progressiva, e não dava para escalá-los. Outras estavam com membros reduzidos, e ainda em trabalho de recrutamento.

Foi aí que tomou uma decisão complicada, mas que teria que dar certo. Para isso, chamou Ethan e Ricky.

— Chefe... – falaram os dois, em respeito. Valentine estava de costas, olhando para todos os cubículos das equipes, pensando distraidamente.

— Rapazes... – respondeu o homem, virando para os dois, com o semblante sombrio, mas determinado.

— Então, o que manda, chefe? – disse Ricky, se sentando despojado numa das cadeiras. Ethan sentou na outra, atento.

— Estou designando a vocês, equipe Silver, a investigação e eventual desmanche da máfia de Carlo DiMarco, da organização ELITE e da corporação ORBIS.

Ao ouvir aquilo, Ethan arregalou os olhos e se ergueu da cadeira tão rápido que derrubou a cadeira, mas não foi nada comparado à queda que Ricky levou tentando fazer a mesma coisa, diante da surpresa da afirmação.

— P-pera, pera, peraí! – disse Ricky, enquanto se levantava e mantinha a mão erguida – Você tá dando carta branca pra a gente pipocar eles todos?

— Na medida da justiça, sim. Sabe muito bem de nossa política – disse o homem levantando uma sobrancelha.

— Sim, sim, sei – tratou de responder rápido, agitado – Só uma perguntinha: porque deixou com a gente essa bomba toda? E as outras equipes?

— Como sabem, tivemos algumas perdas esses dias... E isso reduziu nosso poder manual. O governo também tem estado cada vez mais assoberbado de trabalho, pedindo também ações contra as organizações criminosas, já que a Polícia Civil, Militar e Federal estão com suas mãos cheias mantendo a ordem nas cidades e nas bordas. A investigação ficou por nossa conta.

— Certo, chefe – confirmou Ethan – Mas há alguma prioridade de alvo? Digo, ficamos com três organizações. E todas elas parecem ser peixe grande.

— Não há, no momento. Isso fica pela conta de vocês. Mas iniciem o trabalho o mais rápido possível: não saberei dizer quando irão atacar novamente. E cada segundo que eles estão em liberdade é perigoso...

— Beleza! ‘Xá com a gente, chefe! – respondeu Ricky.
Depois que saíram da sala, Ethan comunicou à equipe Silver sobre o que Valentine disse. As expressões deles foram do jeito que esperavam: receberam com um misto de cansaço e surpresa. Rachel dava alguns pulinhos na cadeira. Jed dava um sorriso e não conseguia tirá-lo. Karen bufou preguiçosa, esparramada na sua mesa. Helena estava com o rosto indiferente, mas ambos os rapazes sabiam que ela estava fervilhando por dentro.

— Aí, ele deixou pra a gente escolher qual que iremos investigar primeiro... – começou Ricky.

— DiMarco – disse Helena imediatamente – Aquele cara vai ser o primeiro, com certeza.

— A ORBIS deixou um estrago grande lá no Amazonas, então eu voto lá – disse Karen, levantando a cabeça e a mão.

— Hm, a ELITE me deu um trabalho grande em Recife. E considerando o modus operandi deles, é bem capaz que tenham conseguido já dominar a cidade – disse Rachel, enquanto encarava os dois.

— Eu sou a favor de irmos atrás da ELITE também: tenho algumas surpresinhas pra eles – disse Jed, com um sorriso malvado. Ele parecia muito um chefão de máfia que tinha acabado de mandar uma mensagem de aviso.

— Sobrou pra nós dois, parceiro – comentou Ricky, dando uma cutucada em Ethan.

— É... Bom, vamos começar analisando os pontos--

— Eu voto na ORBIS – levantou o forte rapaz, esticando o braço para cima e sorrindo.

— Enfim – continuou Ethan, dando uma olhada significativa para o parceiro – Temos a ELITE, que sabemos que continua o reinado de terror em Recife e sabe lá mais onde, mas sabemos que eles estão aumentando sua influência por todos os estados, e chegaram aqui em João Pessoa. Com eles, temos que saber onde estão estacionados aqui e atacar a base pra parar o avanço.

— Sabe que tem muita coisa que pode dar errado aí, né? – comentou Jed.

— Sim, sei: é só um resumo – tranquilizou Ethan – Com a máfia do DiMarco, temos nossa única fonte aqui na equipe, que nos avisou que o criminoso tá aqui intrinsecamente na cidade. Sabemos também que aumentou os números nos sequestros, sumindo um pouco na área de roubo de veículos, então ficou para nós ver o que é.

“E por fim, temos a ORBIS, que descobrimos há poucos dias. Era uma empresa americana que foi fechada por seus experimentos antiéticos. Sabemos que esse Damien reviveu ela e no momento está controlando, mas não sabemos qual o propósito de ele ter demolido a filial no Amazonas.”

— E daí – continuou Ethan, depois de uma pausa dramática – Que vamos começar. Dois votos para ORBIS e dois para a ELITE.
Helena deu uma encarada tão forte no rapaz que poderia queimar. Ethan tentou não se afetar por isso e pensou na situação. Sabia que Helena estaria obcecada por derrubar o Carlo DiMarco, mas se ficasse do lado dela, iriam ficar num impasse. Com a equipe desse tamanho, não conseguiriam dar conta de mais de uma por vez, além do perigo constante. Distraído, não notou uma mulher baixa e negra entrando no local deles.

— E aí, gente? – disse Darla, levantando o braço – Que é que tá pegando?

— Valentine deixou três organizações pra cuidarmos – comentou Rachel – E estamos tentando decidir... O problema é que todas têm alta prioridade, aí mesmo que tentemos investigar todas as três de uma vez, podemos acabar não desmantelando nenhuma.

— Saquei, saquei – respondeu a mulher, e se esparramou na cadeira de Ricky – Bem, conte meu voto pra DiMarco.

Quando ouviu a palavra final, Ethan parou e olhou para a mulher. Não só ele, mas todos os presentes. Ricky pareceu o mais afetado, tanto é que foi o que falou em seguida.

— Como assim, “seu voto”? Viesse aqui pra que?

— Vim aqui pra tumultuar: claro que vou entrar na equipe, ô doido! Vendo o que vocês tão fazendo aí e esse problemão que tão passando, nada mais justo que eu fique exclusiva pra vocês. Mas nem se empolguem que eu não sou de todo mundo – disse com ar superior, mas engraçado.

Ethan e Ricky deram uma risada. Com isso, agora restava a ele a grande decisão de escolher o alvo prioritário. Com a elevação de DiMarco para as outras duas, poderia escolher com mais certeza.

— Então a gente vai atrás do DiMarco, e antes que achem que é favoritismo, vou logo falar: pelo fato de estarem sequestrando pessoas faz ele se elevar. A ELITE tá querendo priorizar controle, e não simplesmente matar pessoas pelo bem querer, por mais extremos que os métodos pareçam. A ORBIS tá sem fábricas aqui no Brasil, e nesse tempo não vimos ataques terroristas pelo território. Isso deixa o DiMarco como nosso alvo. Eles tão sequestrando pessoas sem distinção nenhuma, e conhecendo a fama dele, não podemos deixar que venda-os como escravos ou até um “turismo sexual”.

Convencidos pelo argumento, todos confirmaram com a cabeça, mas a pessoa que pareceu mais satisfeita foi Helena. Pela primeira vez, ela olhou o rapaz sem nenhuma intenção secundária, parecendo sinceramente agradecida. Gesticulou um “obrigada” com os lábios antes de voltar à oficina, os cabelos castanhos acompanhando seu trajeto.

Imediatamente depois, Ethan se sentiu apreensivo. Apesar de estar nessa vida já há quase um ano, a ideia de enfrentar organizações criminosas grandes, arriscando a vida, acabou de cair na sua consciência. Mesmo com a confiança que tinha em suas habilidades e nas de seus companheiros, estava preocupado que iria perder alguém.
—--

Apesar de saírem para missões de alto risco e atirar em criminosos mundiais, os agentes da CIC também faziam patrulhas pela cidade, procurando sempre algum bandido que esteja atacando os cidadãos. Trafegando pelas ruas do centro da cidade, Ethan e Ricky estavam observando o movimento das pessoas como policiais à paisana. As ruas repletas de ladeiras, com estabelecimentos comerciais pululando a cada 3 metros, vendedores ambulantes, comerciantes de rua, lavadores de para-brisa e toda a gente que iria resolver problemas ou comprar estava por lá.

João Pessoa, por ser uma das três do Brasil que começou como “cidade”, possui na sua área inicial, próximo às margens do Rio Sanhauá, um grande acervo histórico de edifícios, praças e herança. Mesmo na parte mais moderna, essa herança ainda permanece, com uma mescla de antiguidade e modernidade. E foi por lá que os dois começaram a patrulha. Com os ônibus passando a toda potência e os carros tentando atravessar o tumultuado centro, a cacofonia era generalizada. Mesmo para os dois, com os sentidos bem desenvolvidos, era difícil de detectar algum problema, então resolveram se embrenhar pela parte mais alta, subindo as ladeiras que ligavam às outras áreas da cidade.

Caminharam bastante, atentos ao redor, quando avistaram uma das praças mais antigas, que costumava fazer, no final de semana, uma festa com todos os moradores e convidados das redondezas, se agrupando para tocar forró, fazer churrasco e dançar. Infelizmente, com o aumento da criminalidade, os moradores deixaram de aparecer e os que vinham para ver pararam de chegar, o que deixou a praça agora como um antro de drogas e prostituição ilegal. E foi nesse ponto que eles resolveram esperar um pouco mais.

Ficaram lá até o final da tarde, quando o trânsito começou a diminuir e as lojas foram fechando. Pouco a pouco o perfil das pessoas foi mudando de homens e mulheres correndo e andando de um lado para outro fazendo compras para os que andavam lentamente olhando para os lados, desconfiadas.

Foi aí que encontraram uma cena peculiar: uma menina, de no máximo 10 anos, andava e brincava na praça. Tinha cabelos castanhos, bem longos e pele clara. Parecia filha de algum magnata, pois estava acompanhada de dois homens largos e altos, com porte físico avantajado. Uma mulher acompanhava a criança, mas não parecia ser a mãe ou algum parente, pois não era parecida e estava muito preocupada, perseguindo-a a todo tempo.

Ethan deu uma leve risada, apreciando a cena. Pensou em como seria ter um filho, indo brincar com ele na praça, andar por aí observando os parques, viajando para praias, outras cidades. Era uma vida que muita gente sonhava, mas com o perigo, deixou de se aproveitar esses pequenos luxos. Vendo isso, ficou mais determinado ainda a acabar com esses problemas.

Seu pensamento foi interrompido quando Ricky o cutucou. Tudo aconteceu muito rápido: em um instante, eles estavam apenas olhando a criança brincar e correndo. No outro, os seguranças estavam se movendo e puxando armas de dentro da roupa enquanto outros disparavam para proteger a mulher e a criança, isso enquanto apareciam das ruelas vários homens encapuzados, vestidos de coletes. Estavam com equipamentos de classe militar, denunciado pelos calibres exagerados das armas. Se encostaram na parede e ativaram o geoposicionamento dos relógios. Ethan apertou alguns botões a mais e tentou manter a posição em vista dos sequestradores. Logo depois, saíram em perseguição furtiva, andando pelos cantos das ruelas enquanto mantinham a distância. A criança agonizava pelo aperto, mas não emitia nenhum som.

— Que droga! Um sequestro logo hoje! – reclamou o rapaz.

— Não tenho culpa se marcou algo com Helena – disse Ricky com um sorrisinho.

— Não é isso! – tratou de responder logo, quando pararam para se esconder – É porque a gente tava atrás de DiMarco, lembra?

— Ah, então lascou – dispensou Ricky com um olhar sarcástico – Isso daqui tem prioridade, compadre.

Ethan concordou com a cabeça. Seguiram os homens até perto da área mais antiga da cidade, de onde se dava para ver o rio. Lá, avistaram eles entrando em um galpão largo, aparentemente comum. Os seguranças da criança tentaram forçar entrada, mas foram alvejados assim que abriram a porta, morrendo instantaneamente. Murmurando um palavrão, Ethan falou no comunicador.

— King, dá pra fazer uma análise por satélite do edifício?

— King? Ah sim! Faço isso já! – tratou de responder Jed.
Cercaram a área enquanto esperavam Jed terminar, impedindo de civis invadirem o perímetro. Fizeram o mais silenciosamente que puderam, pois apesar de estarem armados com uma pistola .40 cada um, não seria adequado iniciar um tiroteio, ainda mais com uma refém.

— Não dá pra ver entrada fácil, apesar de ser um prédio velho. Vou ver se encontro alguma secretona.

— Certo – confirmou pelo rádio – Ricky? Vamos atrás das duas pra nos ajudar.

— Não sei se tá pensando no mesmo tipo de ajuda que eu tô pensando... – respondeu com um olhar safado. Ethan iria retrucar, mas Ricky lhe interrompeu, mostrando o relógio – Já chamei as duas. Estão a caminho.

— Certo... Vamos esperar e ficar de olho.

Em menos de dois minutos, Helena e Karen vieram numa moto silenciosa, desembarcando logo depois. A mais nova estava vestida com um macacão fosco e de cor preta, que ao mesmo tempo que lhe providenciava uma proteção (com um colete leve por baixo) e leve camuflagem, também realçava suas curvas, que Ethan dava olhadas furtivas. A mais alta estava vestida mais taticamente, com um colete mais pesado e calça militar. Ambas estavam armadas com uma submetralhadora de 9mm equipadas com silenciador e de cor preta.

— Aqui, encontrei! Esse galpão era usado como rota de fuga pra bandidos, então ainda tem um túnel que funciona. Ele fica aqui – e mostrou nos óculos de realidade aumentada delas. Ethan e Ricky ficaram esperando, observando as plantas pelas projeções dos relógios.

— Sight, Black, na escuta? – disse Helena – Tamos dentro de um túnel, mas não tem sinais que foi usado recentemente.

— Certo, então eles não saíram – comentou Ethan – Avisem se forem atacar.

A mulher confirmou. Engatinharam pela escuridão, iluminado apenas pelas fracas luzes dos óculos. Sendo de natureza eletrônica, eles tinham uma cobertura que se ativava a visão noturna, cobrindo com um filtro verde e melhorando a visada. Os dois acompanhavam a visão delas se esgueirando e emergindo num aposento escuro, mas com frestas de luz pela porta. Karen apertou um botão nos óculos, e o sonar vasculhou a sala, passando pelas frestas. Estranhamente não detectou nada.

— Que esquisito... – disse Ricky – Deviam estar aí. Não os vimos sair por canto nenhum.

— Vamos abrir – disse a mulher, apoiando a mão devagar na porta, com Helena armada logo atrás. Mas a porta não abriu, ficando parada no canto. – Err, caras? Vamos ter que invadir na grosseria.

— Bonitona, você não sabe o quanto eu tava querendo ouvir isso... – disse Ricky e junto com Ethan, bateram na porta principal com o pé. Ao mesmo tempo, no rádio, ouvia Karen e Helena destruindo a porta com tiros para baixo e chutando em seguida.

O galpão era alto e repleto de coisas velhas e empoeiradas. Havia sinal que gente estava lá, mas não havia ninguém. Tinha uma pequena cadeira tosca de madeira numa das paredes e algumas cordas por lá. Parecia que tinham saído às pressas. Os quatro pararam de mirar e começaram a procurar pelos lados alguém escondido. A mulher mais alta deu outro aperto no botão, mas novamente não detectou nada além deles ali. Deu alguns passos pesados até Ricky e falou:

— A gente invadiu o prédio errado?

— Nem a pau – retrucou o homem, na defensiva – Estávamos aqui o tempo todo. Se tivessem saído, com certeza a gente teria visto ou escutado. Até Jed colocou o satélite pra cá.

— Então por onde poderiam ter saído?

— Ah, porcaria! – reclamou Jed no rádio, batendo na mesa – Eu esqueci de ver essa rota... Foi mal galera. Eles saíram pela porta dos fundos e fugiram.

— Deixe pra lá. Vamos investigar, ver se descobrimos algo – disse Ethan, e todos apontaram os relógios para o local. Imediatamente, um scanner se projetou da lateral enquanto eles caminhavam por todo o galpão, analisando qualquer coisa fora do normal, como resíduos, cabelos e fluidos.

— Encontrei uma amostra de cabelo – disse Ethan, enquanto colocava uma luva de borracha e pegava um saquinho – Cor clara, liso: deve ser da criança – pegou a amostra com uma pinça e colocou dentro do saquinho – Há sinais de resistência, pelas marcas na corda, mas por ser criança, não fez muita coisa. Engraçado... As amarras não estavam fortes, veja.
Disse enquanto falava com Ricky, apontando para a falta de marcas na cadeira de madeira. Se tivessem amarrado com força, teriam marcas da madeira amassada, ou fibras despontando.

— Saquei, cara – disse o forte homem – Olhei as pegadas pelo local, e apesar de a gente ter pisado de todo jeito, descobri como aconteceu as coisas.

“Eles chegaram aqui e ficaram parados, esperando ordens ou comunicando o que aconteceu, não sei. Mas se moveram pouco. Depois, quando os seguranças da criança chegaram, dispararam se mexendo pela entrada lá, tá vendo? Quando a gente ficou procurando as rotas de saída do galpão, eles começaram a se mover organizados: tiraram a criança, taparam a boca ou desacordaram e saíram pela porta dos fundos, sem barulho algum. Agora como conseguiram sair da mira do radar? A menos que--”

— Achei algo aqui – comentou Karen, ao pegar num dispositivo eletrônico caído. Ele estava quebrado, com fios expostos saindo do compartimento interno. Uma antena estava suja de areia, marcada com uma faixa branca que tinha um LED apagado. Onde aparentava estar o botão estava retorcido e enegrecido, como se tivesse queimado – Nunca vi nada parecido.

— Eu já – disseram Ricky e Helena ao mesmo tempo, se encarando logo depois. A mulher deu a deixa para o homem, e ele continuou – Vi alguns criminosos lá no Mato Grosso usando isso. Mas como era uma tecnologia extremamente experimental, eles sempre denunciavam a posição e não adiantava de nada.

— Quando eu trabalhava com o DiMarco, ele mencionou sobre a Camuflagem Ativa – disse a mulher, apontando para o dispositivo – Cheguei a mexer num negócio desses, mas ele derreteu na minha mão.

— Por que isso acontece? – perguntou Ethan, enquanto tentava extrair informações com o scanner.

— Elementar, meu caro Watson: a Camuflagem Ativa foi um item produzido no exército americano, a fim de esconder linhas de soldados em operações de infiltração. Apesar de ser muito boa a ideia, ela não foi pra frente pelo alto calor produzido e baixa eficiência. Claro que não impediu de organizações criminosas irem atrás.

— Isso explica eles terem fugido de mim. Não tinha calibrado o satélite para assinaturas de calor – disse Jed, pelo rádio.

— Pelo menos com isso sabemos do que são capazes. Vamos seguir a trilha, ver se encontramos a garota.

O grupo procurou a direção das pegadas e tentou assimilar as assinaturas de calor das pisadas, para detectar as mais recentes. O relógio ficou exibindo a provável rota no visor.

— Logo aqui? – disse Ethan, e ia entrar em contato com Jed, mas Karen o interrompeu.

— O que tem aí? Parece apenas uma comunidade pobre.

— Esse é um de nossos problemas não resolvidos. Sabe: essa comunidade ribeirinha se formou quando não conseguiu terrenos em outras partes da cidade, mas acabou juntando toda sorte de gente ruim também. Aí a gente não pode agir porque tem uma espécie de “acordo” entre os moradores. Se tentarmos desmantelar toda a gangue, é possível que a comunidade não consiga sobreviver... Seja por bala, seja por falta de recursos, porque a prefeitura ainda não deu infra-estrutura.

— Que barra... – lamentou Karen.

— É, mas eventualmente a gente vai conseguir uma maneira de fazer o que deve. Sinto isso.

“Foi como Helena falou pra mim: Ethan é muito idealista. Mas isso não é nada mal. Nada mal mesmo.”, pensou Karen, olhando o rapaz com interesse. Ethan não prestava atenção, apenas focado no mapa e pensando no curso de ação antes de falar com a equipe.

— Darla? Prepara o equipamento de infiltração: a gente vai passar por umas bocadas...


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Notas finais do capítulo

E por enquanto é isso. Espero que tenham paciência até que o próximo apareça, que vai voltar mais com a ação e acrescentar a investigação no meio também!
Obrigado pela leitura!



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