—Eu simplesmente desisto!- Bateu com força na mesa, as xícaras com chá tremeram na mesa.- Eu desisto! Eu vou tirar zero! Esquece!

—Bem, então boa sorte com sua recuperação enquanto nós aproveitamos em um praia maravilhosa.- Iris aponta para Adrien com a caneta, o mesmo fecha a cara.

—Eu odeio química! Porque tem que existir essa... essa coisa?!- Adrien se joga no chão, os olhares foram direcionados para ele.

—Se você ao menos se acalmar, quem sabe possamos te ajudar com algo.- Lysandre diz bebendo um pouco do chá de camomila com hortelã, adoçado com uma colher de chá.- A propósito, muito bom esse chá, Ailina.- Sorrio como agradecimento pelo elogio.

Agora eram 15:30, estávamos na sala de casa, em volta da mesa de centro, com livros, estojos e xícaras de chá espalhados por ela, estávamos ali desde 12:00. Estávamos nos preparando para as provas de amanhã, química e física, no momento, tentávamos entender algo de química, embora a matéria não fosse tão difícil assim. As provas que fizemos hoje foram filosofia e sociologia, hoje foi o primeiro dia de provas dessa semana, no momento posso julgar esse dia como o mais fácil.

—Sinceramente, to precisando dar uma pausa com química!!- Alexy resmunga enquanto massageia o próprio pescoço.

—Falta só um pouco, vamos terminar de ver química que damos uma pausa, pode ser?- Pergunto-lhe, ele faz que sim.

—Tenho meesmo?- Adrien reclama.

—Tem, vamos, vamos! Só mais dez páginas, depois posso te ajudar a compreender o que você não entendeu.- Iris o puxa.- Não vai doer!

—Duvido!

Mais meia hora se passou, terminamos com química. Demos nossa merecida pausa...

—Bem, vou levar essas xícaras para a cozinha, vocês querem mais chá?- Pergunto me levantando.

—Eu quero!!- Alexy ergue a xícara com tudo.

—Por favor.- Lysandre me estende a xícara com um sorriso.

—Vocês?- Pergunto para Iris e Rosa.

—Claro!

—Vou precisar...- Adrien suspira, rio e pego sua xícara.

—Deixa eu te ajudar com isso.- Castiel levanta e pega duas xícaras de minha mão, somando com as que estavam com ele, ele possuía quatro e eu também.

—Obrigada.- Sorrio gentilmente.

Seguimos para cozinha, coloco as xícaras no balcão, Castiel faz o mesmo; ele me deixou sozinha logo após, pois Lysandre o chamou.

Coloco a água para esquentar num bule junto da hortelã e da camomila. Encosto-me no balcão ao lado do fogão, primeiramente em silêncio, até eu me enjoar dele e começar a cantarolar baixinho “Haunting – Halsey”.

Quando a água ferveu, desligo o fogo e, com o auxílio de um pano, pego o bule e começo a servir o chá nas oito xícaras. Ouço um barulho de porta ao meu lado, era Sebastian voltando do jardim...

—Ah!- Ele solta ao me ver ali.

—Oi, Sebastian.- Sorrio, mas olhava para o que eu estava fazendo.

—Está fazendo chá?

—Sim, servido?

—Seria... agradável.- Ele diz, pegando uma xícara no armário e colocando-a junto das outras que estavam no balcão, eu servi para ele e adocei com mel.- Obrigado.

—Disponha.

Depois de servir para todos, coloquei o bule no fogão novamente, e então comecei a adoçar os chás...

—Está bom- Pergunto para Sebastian.

—O que? A cantoria ou o chá?- Ele pergunta, eu coro; ele solta uma risada.

—E-Eu estava...?

—Estava.- Ouço-o rir.- E se não é talento eu não sei o que é.- Ele beberica o chá, eu mordo meu lábio inferior.- Por favor, não se reprima.

—...- Eu permaneço em silêncio e parada por uns segundos, então viro para ele.- E então? Está bom o chá?

—...- Ele abaixa a xícara e me encara.- Maravilhoso...

—Fico feliz em saber disso.- Sorrio para ele.- Castiel! Poderia me ajudar com isso?- Chamo de onde eu estava.

—Estou indo.- Não demorou muito para ele aparecer lá.- ...?- Ele olhou para Sebastian, que ergueu a xícara em cumprimento.- Não devia estar trabalhando, mordomo?- Castiel pegou quatro xícaras de uma vez.

—Uma pausa nunca matou ninguém, Castiel.- Sebastian responde com um sorriso.

—Está cada dia mais abusado, né?- Revirou os olhos e seguiu para a sala. Eu pego as outras quatro e sigo logo atrás dele, sou parada por Sebastian.

—Você já...?- Ele começa a perguntar, não precisei que terminasse para mim entender.

—...- Suspiro, ele entendeu exatamente a resposta.

—Você não pode esconder isso pra sempre... só queria que soubesse disso.

—Tudo bem, eu sei.- Dou um sorriso mínimo.- Mas não vou falar agora, quem sabe... daqui uma semana? Ou duas...?

—Ou nem vai?- Ele pergunta, eu desvio o olhar.- Vai ser pior do que você pensa.

—...- Eu abri a boca para responder, mas logo sou cortada.

—Ailina? Está tudo bem aí?- Castiel grita da sala.

—Está!- Respondo. Olho para Sebastian em seguida.- Penso em algo até lá.

—Desde que diga...- Ele beberica o chá, eu assinto e sigo para a sala.

—Desculpem a demora.- Sorrio e deposito as xícaras na mesa.- Bom, vamos continuar ou ainda precisam de uma pausa maior?

—Naah, vamos continuar.- Alexy diz.- Quanto mais cedo acabarmos melhor para minha sanidade.

—Pra de todos.- Rosa corrige.