—“Você vai para Boston, Massachusetts […] lá você vai poder passar o 3° ano se adaptando ao ritmo das coisas e, quando se formar, poderá ir para a “Berklee”!”- Essas palavras se repetiam constantemente em minha mente. Demorou para mim pegar no sono na noite anterior, pois eu pensava e repensava sobre o assunto, não fazia a mínima do que fazer. Quero dizer... perder o último ano do colegial com meus amigos, isso é...

—Hey! Ailina!!- Alexy passa a mão freneticamente em frente aos meus olhos, eu o olho.

—Oi! Oi!- Respondo, dando total atenção a ele.- O que foi?

—A aula já acabou.- Ele diz, olho em volta, só eu e ele estávamos na sala.- Vai ficar aí ou vai embora?

—Já...?

—Já!- Ficamos em silêncio por um tempo.- Vai ou não vai?!

—V-Vou! Vou sim.- Arrumo minhas coisas e coloco a mochila sobre o ombro.- Desculpe... ãhn... vamos indo.

—Já estava na hora.- Ele enrosca seu braço no meu e saímos juntos.

Alexy conversava comigo enquanto saíamos da escola, isso me distraiu um pouco pelo menos. Bem... até ele sair correndo na minha frente em direção à Rosa, sorrio levemente.

Sigo até a entrada da escola, os pensamentos voltaram. Ao passar chegar perto da entrada, vejo Kentin de costas, Rosa e Alexy estavam parados conversando não muito longe dele...

—...!- Corro até ele, ele me olha e sorri.

—Oi.- Seu sorriso desaparece aos poucos quando olho-o.- Oh-Oh.

—K-Kentin...- Choramingo, ele esfrega sua mão em meu braço direito.

—Vem cá.- Ele me puxou para um abraço, meus braços ficaram ao lado do meu corpo e minha testa no peitoral dele.

—...- Grunhi enquanto esfregava minha testa nele.

—O que aconteceu?- Ele sussurrou.- É Castiel?

—...- Neguei.

—...- Ele comenta e tenta me afastar, mas forço para mim continuar daquele jeito.- Okay... que tal um café?

—...- Afirmo em silêncio.

—Então vamos.- Ele me afasta um pouco para me abraçar de lado, eu permito.

~Pov's Alexy~

—...- Troco olhares com Rosa.

—... o que foi isso...?- Ela me pergunta, tão confusa quanto eu.

—Eu queria saber também...

—...

—...

—...

—...- De muitas maneiras, isso era preocupante. Muito preocupante.

—... espero que esteja tudo bem.

—... amiga, temo que essa é a última coisa que está num momento...

~Fim pov's Alexy~

Me encontrava com uma xícara de chocolate quente em mãos...

—... você realmente não me parece bem... vai dizer o que aconteceu?- Ele pergunta bebericando o café quente.

—Sim...- Respiro fundo e começo a contar tudo para ele, desde minhas suspeitas até o momento que sr. Louis e sra. Valérie entraram no meu quarto e me contaram.

—...- Ele estava boquiaberto e seus olhos arregalados.- Não pode... ser...

—Eu sei...- Encosto minha testa na mesa.

—Beija-flor!- Ele chama minha atenção, eu o olho, ele estava... feliz?!- Isso é... incrível! Você vai poder estudar canto em uma das melhores escolas de música do país! Imagina só que coisa incrível!

—...- Meu cenho franziu um pouco.

—Estou tão feliz por você! Isso é uma notícia ótim...!

—Kentin!!- Corto-o, ele me olha, meio surpreso.- Você também não! Como pode estar feliz com isso e...

—Eu acho que você devia ir.- Ele se apoia no encosto da cadeira.- Você tem potencial e, com certeza, um futuro.

—M-Mas...- Eu ia dizendo, porém ele fala antes de mim.

—Olha, beija-flor, sei que pode parecer ruim, mas olhe pelo lado bom! É uma oportunidade que muitos dariam a vida para ter! E você tem essa chance!- Ele segura minhas mãos por cima da mesa.- Você realmente não quer isso?

—... Kentin...

—Beija-flor, é uma coisa para se alegar...

—É fácil falar...- Respondo puxando levemente minhas mãos para meu colo.- Não é você quem vai ficar longe de casa, longe de seus amigos, vai fazer o último ano do ensino médio longe de todos... do meu namorado...- Sinto meus olhos marejarem.

—...- Ele levanta e vem até meu lado, se agacha e segura minha mão.- Hey, hey... calma, tudo bem...- Ele esfrega minhas costas.

—E-Eu vou ficar longe até mesmo de... de você...- Minha voz sai falha.- De novo...

—É, aí me parece bem ruim mesmo.- Ele comenta, eu o olho.- Minha companhia é realmente indispensável!

—...- Eu rio em meio a lágrimas.- Bobo...

—E é por isso que em todas as suas férias futuras você é obrigada a voltar pra cá.- Ele sorri fraco.

—... eu vou vir...- Abraço-o, ele retribui fotemente.

—Promete?- Pergunta num sussurro.

—Prometo...