Gerações - Interativa escrita por Litsemeriye, Haria Ana


Capítulo 3
II


Notas iniciais do capítulo

*sopra a poeira do lugar*



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Era primavera no hemisfério norte quando aconteceu.

Quando Minah chegou em casa naquele dia, os empregados estavam inquietos. Quer dizer, não era incomum empregados da Casa Kwon estarem inquietos, afinal, lidar com a excêntrica família de assassinos podia ser desconcertante. Todos pareciam fugir de si, então foi razoavelmente difícil achar seus irmãos mais novos numa das inúmeras salas da casa.

“Boa tarde, irmã.”, seu irmão imediatamente mais novo levantou os olhos do dever de casa, fazendo com que os outros dois seguissem o gesto. “Precisa de algo?”

“Ah, boa tarde. Onde está a minha mãe, Minki?”

Houve um pequeno período de silêncio e os três mais novos trocaram olhares.

“Ela está no escritório”, Dara, a mais nova, respondeu, encolhendo os ombros. “Com o senhor Tsunayoshi.”

No mesmo momento, Minah virou o rosto para o final do corredor, onde ficava o escritório do Chefe da Família – atualmente sua mãe –, e então voltou a olhar para seus irmãos, todos meio encolhidos esperando uma reação. Ela teve de respirar um par de vezes antes de sorrir para os menores.

“Esperem aqui, eu já volto.” Disse antes de fechar a porta, ainda vendo os contornos dos três pelo papel que servia de parede, e seguindo pelo corredor.

Quando se aproximou das portas de madeira – as únicas da casa efetivamente feitas daquele material – parou, encostando a lateral do rosto nela para tentar ouvir algo. Sua mãe estava gritando, e ela pôde perceber o porquê de toda a tensão na casa. Desde que se entendia por gente havia sempre sido ensinada a ser controlada e calma, pois num mundo onde não havia volta para decisões precipitadas, toda ação deveria ser pensada o máximo de vezes possível antes de executada – e, em geral, isso incluía gritar com o Chefe da maior Família do mundo.

Finalmente ergueu a mão, batendo três vezes para anunciar sua chegada. A voz cessou, e então ela considerou seguro finalmente abrir a porta e entrar no cômodo.

O escritório estava do mesmo jeito de sempre. A porta que levava à varanda aberta para providenciar luz e ventilação, a mesa principal virada de costas para a paisagem e Sarangine ocupando a almofada principal, fumando um cachimbo de ópio* que segurava com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Na mão livre, a palma estava marcada com quatro meia luas avermelhadas, resultantes das próprias unhas, e o rosto meio corado, como usualmente ficava quando ela se irritava. Tsunayoshi estava ajoelhado de frente para a anfitriã, a mesa entre eles, o terno muito arrumado e quase destoando de todo o tradicionalismo sul-coreano que vigorava na propriedade. Ele tinha olheiras leves e os olhos cansados, mas a postura seguia firme e ele sorriu quando lhe viu. Ajoelhado no tapete, Yamamoto Takeshi se encontrava bebendo chá, mas percebia-se que ele estava incomodado com a nota de ópio que dançava pelo cômodo, como se apenas para reforçar que os Vongola, embora aliados, não eram bem-vindos. Shigure Kitoki* estava do outro lado da sala como sinal de boa fé, mas ela sentia que os visitantes estavam apreensivos de que não conseguiriam se defender caso aquele encontro não seguisse como planejado.

“Com licença, minha mãe”, Minah manteve a voz firme enquanto se curvava, ainda sem entrar na sala. Sabia que se demonstrasse fraqueza na frente de visitas ela quem sairia prejudicada.

Sarangine acenou com a cabeça, indicando que entrasse, comando que obedeceu sem hesitar. Entrou na sala e fechou a porta para então seguir para o meio do cômodo, prestando uma última reverência antes de finalmente se ajoelhar na almofada livre ao lado do Chefe Vongola, permanecendo em silêncio.

“Como eu dizia, Vongola, está fora de cogitação”, a Chefe Kwon ditou, tragando mais uma vez de seu cachimbo.

“Com todo respeito, senhora, mas não é algo que tenhamos muita opção.” Ele olhou de soslaio para o lado, em direção da jovem Minah, que mantinha o olhar firme em si. “Eu não tenho descendentes, e só sucessores da família são aceitos pelo anel.”

“Que achem outro sucessor então, ora. Não correrei esse risco. Massimo* morreu por causa de toda essa besteira e meus filhos não vão pelo mesmo caminho.”

Com aquela sentença, o coração de Minah saltou uma batida e suas mãos suaram. O pai, primeiro marido de Sarangine, raramente era citado, justamente por sua morte prematura. Ela própria não saberia de sua aparência se não fosse a foto que estava no altar xintoísta, tão nova era quando ele morreu.

“Na verdade existe um outro sucessor, filho de Enrico*. Sequer sabíamos que ele estava vivo. Mas acho que entende minha preocupação em passar a Família para ele, já que aparentemente a Varia o descobriu antes.”

Pareceu muito lento o caminho do cachimbo até o chão quando Tsuna terminou a fala. Ele bateu no tapete e então virou, espalhando cinzas e pó castanho, meio no tapete, meio no tatame. As mãos da coreana mais velha se fecharam com força, alguns filetes finos de sangue escorrendo da palma para pingarem na mesa. Atrás de si, Minah sentiu os músculos do Guardião da Chuva se tencionarem, e ela própria tonteou com a realização do motivo dos Vongola estarem em sua casa.

“Xanxus está envolvido e você ainda assim quer que minha filha se arrisque?” Sarangine gritou, erguendo o tronco sobre a mesa. Se esticasse o braço, poderia facilmente socar o Sawada. “Caso esteja esquecido, ele matou dois dos próprios irmãos. E você quer que eu mande a única filha que Massimo me deu para ela enfrentar uma divisão que atacou a própria Vongola? Você enlouqueceu, Sawada?”

Minah segurou um dos pulsos da mãe, no impulso. A mais velha tremia, de raiva ou pavor ou uma mistura dos dois. Aos poucos a mãe pareceu se acalmar, voltando à posição original e passando as mãos pelo rosto, pondo uma mecha de cabelo rebelde por trás da orelha. Finalmente a garota virou para Tsunayoshi.

“O que você quer dizer com isso, tio*?”

“Você deve saber, Minah, que o Primeiro sofreu um ataque. Desde então, os descendentes de Ricardo, o Segundo, tem controlado a Família. Alguns anos atrás eu assumi, mas sou o último herdeiro da linhagem do Primeiro. Que conhecemos da linhagem do Segundo temos você e...”

“O filho do tio Enrico”, ela concluiu, confusa. “Mas ele morreu, não? Digo, eu nem sequer lembro direito de quando aconteceu, mas a mãe e o bebê sumiram do mundo. Lembro só que tio Enrico ficou arrasado.”

“Isso”, Tsunayoshi acenou com a cabeça. “Nenhum de nós conseguiu localizar os dois, então todos julgamos que eles realmente tivessem morrido. Mas surgiu, alguns meses atrás, um rumor dentro da Vongola de que essa criança estaria viva. E com a Varia. Podia não ser nada, e nem demos importância, até Enrico se matar.”

“E então as coisas começaram a ficar estranhas.” Yamamoto finalmente falou, os olhos fixos no tapete. “Ele deixou cartas muito... perturbadoras, pedindo perdão pelos pecados. Como se estivesse fazendo aquilo antes que outra pessoa o fizesse.”

Minah olhou para os dois como se esperasse algo, uma resposta que sabia que não iria aparecer. Olhou para a mãe, o pedido de desculpas impresso em seus olhos. Não que ela odiasse sua família. Amava a mãe, os irmãos, e ainda o falecido padrasto, que a criara como se fosse sua própria filha. Porém, crescer na Casa Kwon significava matar por dinheiro, e com essa ideia ela não compactuava. Talvez, assumir a Vongola fosse uma saída para tudo aquilo – a única que já havia aparecido, e poderia ser a única que iria aparecer em muito tempo.

“Precisamos de você, Minah. Ninguém sabe o que pode acontecer se os boatos forem verdadeiros, mesmo porque, como filha de Enrico, a criança tem direito de reclamar o posto de Chefe.” O Décimo fez um último apelo, desnecessário.

Em seu coração, Minah Kwon já tinha a decisão tomada.

“Mãe, me perdoe.”

A coreana, com apenas dezoito anos na época, decidiu que seguiria os passos do pai – e isso iria incluir a disputa pelo cargo de Chefe da Vongola.

X

A tarde estava calma e o clima ameno quando o turno de Mariele na confeitaria da família terminou. Ela já havia posto o último bolo que havia decorado naquele dia no mostruário e estava terminando de guardar as roupas de confeiteira em seu armário quando Laura, a melhor amiga, apareceu no vestiário, com seu vestido florido e jaqueta de couro.

“Como vai, Muro de Berlim?” Ela cumprimentou, sentando no banco que dividia o corredor. Mesmo não podendo ver, sabia que Mariele tinha torcido o nariz.

“Eu já pedi ‘pra não me chamar assim.” Respondeu, se olhando no espelho pregado na parte de dentro da porta do armário para arrumar o cabelo. “Além do mais, eu nem sou de Berlim. Rüdesheim am Rhein fica quase quinhentos quilômetros ao sudoeste.”

“Quinhentos quilômetros é tipo, de Curitiba a Campinas*. Nem é tanta coisa.” Laura replicou, parecendo muitíssimo interessada num dos cachos de seu cabelo pintado cor de opala*.

“O Brasil também é tipo, umas vinte vezes maior que a Alemanha. Sua comparação é inválida.” Completou, fechando o armário e pegando a bolsa. “Vai, levanta. ‘Tô pronta já.”

Laura sorriu, as covinhas marcando as bochechas, e se levantou, rodopiando para fazer a saia do vestido rodar. Elas riram, saindo do vestiário e seguindo pelo salão onde ficavam as mesas. A mãe de Mariele, sra. Schneider, estava atendendo um casal e acenou para as garotas antes que saíssem pela entrada principal, balançando o sininho da porta.

O vento marinho as pegou assim que deixaram o estabelecimento, e ambas passaram a caminhar pelo calçadão que margeava a Praia da Rosa. O destino era um estacionamento algumas ruas ao sul, onde o carro de Laura estava estacionado para que pudessem ter a curta caminhada.

As duas haviam se conhecido alguns anos atrás, na saída do colégio. Alguns garotos do terceiro ano resolveram fechar Mariele, na época ainda com apenas quatorze anos e novata tanto no país como no Ensino Médio, e sua liberdade só seria conquistada se aceitasse sair com um deles. A alemã estava prestes a aceitar, para poder sair dali, quando Laura apareceu; inicialmente pouca coisa, mas se revelando heroína.

Laura Campos já tinha seus vinte anos, mas, por ter repetido, ainda estava cursando o último ano do colégio. Não era muito alta, não era muito branca, não era muito magra, não exatamente seguia o modelo praiano daquela pequena cidade em Santa Catarina. Ela tinha a altura de alguém do segundo, talvez primeiro ano, alguns quilos a mais do que as pessoas dali costumavam considerar atraente, somado à pele escura e cabelos tingidos de rosa. Usava um vestido florido de fundo amarelo, jaqueta de couro e um pé de cada tênis – o vermelho foi ao meio das pernas do líder do grupo, o azul acertou a parte de trás do joelho do segundo e, quando os dois haviam caído, o cara restante já havia fugido.

E, mesmo a cena tendo acontecido quase quatro anos atrás, a alemã não conseguia não olhar para a melhor amiga, seis anos mais velha, e não vê-la como heroína ao seu próprio modo.

Quando chegaram no Opala azul da mais velha, Mariele saiu de sua própria cabeça. O carro tinha o cheiro ocre de cigarro e bancos de couro gasto, mas era uma espécie de ponto seguro ambulante para a jovem de dezessete anos.

“Me diga de novo, por que um Opala azul?”

“Não um simples Opala azul. Um Opala metálico azul. Assim, quando eu for ‘pra Brasília, serei o rei dos pegas da Asa Sul, baby*.” Fez graça, acendendo um cigarro antes de dar partida. “Para onde gostaria de ir, madame?”

“Que tal comprarmos umas cervejas, nos isolarmos do mundo e só existir por um tempo?”

“Se isso incluir nos pegar loucamente depois, não tenho nada contra.”

As duas riram, o som se misturando com o arranque do motor. Havia um quê de graça na frase, justamente porque não era algo exatamente difícil de acontecer, ou, no caso, voltar a acontecer.

E estava acontecendo quando Mariele sentiu o bolso de trás da calça vibrar. O nome que piscava no visor do celular lhe era conhecido e, mesmo que fosse tarde para si, em Kyoto deveria ser algo entre meio dia e uma da tarde.

A conversa durou algo como três minutos e isso foi suficiente para que Laura acendesse outro cigarro e voltasse a atenção para a garrafa de cerveja. Ela ouviu algo sobre alguma encomenda ou carta ou algo assim, apenas para ver sua amiga descer do capô onde estavam sentadas e rodear a lateral do carro, mexendo no banco traseiro e voltando com um envelope de aparência cara, um brasão que não lembrava onde já havia visto gravado no selo.

“O que é isso?” Perguntou, ajeitando sua posição.

“Lembra da Minah Kwon? Vinte e três anos, cabelo na altura do ombro tingido de castanho, olhos escuros?” Mariele perguntou, rompendo o selo. “Ela mandou essa carta.”

“Ah, a coreana baixinha em que você derrubou café, né?” Então lembrou, o símbolo que estava ali era o mesmo que a tal garota tinha numa pasta que ela vira de relance numa ocasião em que estavam na cafeteria da família Schneider.

“Isso. Só é estranho, não tem remetente. Meu nome tá escrito numa letra bem bonita, mas é isso. Parece um convite de casamento.” Ela brincou, finalmente parando para ler a carta.

A surpresa veio quando o nome de seu falecido irmão surgiu entre as linhas, o que fez a garganta travar e o ar se tornar pesado, difícil de respirar. Ela sabia que Laura tentava dizer algo, mas a voz não chegava até si, e o mundo parecia girar.

Foi quando a amiga a abraçou, se ocupando em acariciar seus cabelos castanho-acobreados e cantar uma cantiga brasileira. Aos poucos, Mariele se acalmou, a respiração se regulou e ela conseguiu focar os olhos cor de tempestade no interessante contraste que o braço muito escuro de Laura fazia com seu tom bronzeado de rata de praia.

“O que tinha na carta?”

“S-sobre meu... meu irmão...” Gaguejou, esfregando o nariz.

“Isso é ruim?” Perguntou, mantendo a voz baixa.

“Não exatamente...” A alemã se aconchegou no abraço, não por frio, mas por se sentir segura. “Pode me ajudar a... a saber o que aconteceu.”

“E o que você vai fazer, Muro de Berlim?”

Mariele deu uma risada baixa e um soco fraco no braço da amiga. Ali estava o lado heroína, fazendo-a rir com coisas bobas mesmo quando não tinha vontade. Se pudesse carregar aquela mulher num chaveiro, certamente o faria.

“Eu... eu acho que vou para Kyoto.”


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Notas finais do capítulo

Glossário
1 - O ópio é um narcótico extraído a partir de uma incisão feita na cápsula da papoula. Atualmente ilegal, por causar forte dependência, era comum ser vendido pela China na época das Grandes Navegações - o que causou as Guerras do Ópio e a entrega de Hong Kong para o Reino Unido. Para se fumar ópio se utiliza um cachimbo especial feito de haste de bambu e fornilho de barro.
2 - Shigure Kitoki é a espada que o pai do Yamamoto deu para ele, caso alguém não se lembre.
3 - Massimo Vongola é um dos três filhos legítimos do Nono e segundo favorito ao cargo de Décimo Chefe, ficando apenas atrás do irmão mais novo, Frederico. Assim como o irmão, foi encontrado morto. Massimo foi afogado, e não existem informações sobre como Frederico morreu, já que só nos é apresentada uma pilha de ossos. O principal suspeito dos assassinatos é Xanxus, mas nada foi confirmado.
4 - Enrico é o filho mais velho de Timóteo. Por motivos não esclarecidos pela autora, ele foi o único irmão que não morreu, o que leva a crer que ele não estava na disputa pelo cargo de Chefe da Vongola. Não se tem registros de sua morte até o final do mangá.
5 - Embora Tsunayoshi não seja filho do Nono, podemos ver durante o arco Shimon que ele o trata por avô, então me pareceu certo que ele se mantivesse próximo dos descendentes do Timóteo a ponto de terem essa familiaridade.
6 - Rüdesheim am Rhein e Berlim ficam a aproximadamente 475km de distância, mesmo tanto que Campinas e Curitiba.
7 - Opala aqui é a pedra, não o carro. Quem tiver interesse, pesquisa "cabelo opala" no google, é muito lindo.
Essa pedrinha aqui ó (http://www.meucrespo.com.br/lib/uploads/2015/12/opala-do-cabelo-22-12-2015-iStock-meu-crespo-7-620x500.jpg)
8 - Referência a Dezesseis, do Legião Urbana ("Ele tinha um Opala metálico azul/ Era o rei dos pegas da Asa Sul/ E de todo lugar"). Aqui sim é o carro Opala, essa delícia (http://farm4.static.flickr.com/3694/9419196858_5dfdab982c_o.jpg)

Os personagens apresentado nesse capítulo são de autoria respectiva de Dumb and Dumber e Cni

Muitas referências.
A demora desse capítulo se deu por dois motivos: eu, como sempre, e correção. Ele está, para terem ideia, há quase cinco dias indo e vindo do meu e-mail pro da Haria, pra ficar tudo gostosinho tesão.
E tem novidade!
Logo vai sair o dreamcast! Ele vai ser feito pelo Amianto, o mesmo cara que fez a capa, e quando estiver pronto eu vou disponibilizar os links nos capítulos onde cada personagem é apresentado, além de ficar nas Notas da História. Esse projeto do dreamcast roubou um tanto do meu tempo, e é por isso que eu pedi a alguns autores que mandassem pessoas reais, para deixar tudo lindinho.
Um aviso final: tem gente enviando nome na ficha em sentido oriental (sobrenome/nome). Está especificado que a ordem apresentada deve ser a ocidental. As fichas que chegarem erradas a partir de agora, se aceitas, ficarão com o nome errado mesmo.
Por fim, quero recomendar para vocês o quadrinho Rock and Riot. Está disponível no tumblr rockandriotcomic.tumblr.com, e conta sobre a vida de adolescentes na década de 50' nos EUA. É muito bom, inclusive, a personagem que inspirou a Laura é de lá
Bom, é isso cherry pies~
Até o próximo capítulo!