Zumbiwitch escrita por Paul


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Podemos acordar e perceber que tudo ao nosso redor morreu.



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Dor! Essa foi a primeira coisa que senti antes de abrir os olhos. Minha mente parecia vazia, literalmente. Como um quebra-cabeça cujas algumas peças haviam desaparecido em algum lugar da casa. E então vieram as  imagens, milhares, todas de uma só vez, provocando outra pontada de dor. Mas apenas uma das imagens me chamou a atenção. Era a do mundo, bem, não do mundo como todos devem conhecer, ele estava morrendo, plantas, clima, tudo. Mas as pessoas, elas eram horríveis, literalmente mortos vivos, com pedaços de pele faltando, olhares demoníacos e famintos, ossos expostos.

Abri os olhos e respirei fundo, o cheiro de mofo fez meu nariz arder. Eu estava em uma sala, as paredes eram de um verde vomito, mas boa parte da tinta já havia descascado, havia uma grande infiltração na parede a minha esquerda, o chão era de um cinza deprimente, e cheio de rachaduras, as luzes no teto eram brancas em forma de cilindro. Não tinha porta, apenas uma abertura que parecia dar para um corredor, a única janela estava fechada com varias tabuas, e por fim, não havia nenhum móvel, o que me fez presumir que aquilo não devia ser nenhum tipo de prisão. Pelo menos não que eu lembra-se de ter cometido algum crime para ser mandado para a prisão.

Apoiei uma das mãos no chão e me levantei. Descobri que não era apenas minha cabeça que doía, mas sim o meu corpo todo. Soltei um gemido de dor e manquei em direção a abertura, que devia ter sido a porta antigamente.

O corredor era mal iluminado, as luzes não paravam de piscar. As paredes eram do mesmo verde vomito, que a outra sala, tinha até o mesmo fedor de mofo.

Caminhei pelo corredor, eu não sabia quanto tempo já havia se passado, mas parecia um eternidade, como se o corredor não tivesse fim. Parei por um segundo e me encostei na parede. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos, tentando descobrir como eu havia ido parar ali, e por quê?

Bem, tudo o que eu lembro sobre mim? Meu nome é Marcos Williams, mas meus amigos me chamam de Marck. Amigos? Espero que eles estejam bem. Enfim, continuando. Eu sei que tenho dezessete anos e que nasci na cidade de Seattle, meus pais são Linda e John Williams. E é só isso que consigo me lembrar, o resto é tudo um grande borrão e esta voltando com o tempo. Bem, pelo menos foi isso que voltou com o tempo. O silencio é algo terrível e irritante, mas ajuda a pensar. Estava preste a sentar, quando algo quebrou o silencio do corredor, o barulho de passos, e eles pareciam cada vez mais pertos.

 Virei a cabeça, lentamente, na direção de onde estava vindo o barulho. Senti meu coração começar a bater mais forte, enquanto os passos ficavam cada vez mais perto.

Sabe aquela sensação de que tem algo roubando seu oxigênio? Eu me senti assim quando os vi. Eram cerca de seis pessoas, mas ao mesmo tempo, não eram pessoas. E sabe o por quê? Porque eles estavam literalmente em pedaços. A mulher que estava mais a frente, estava com metade da pele do rosto faltando, a outra metade estava cheia de hematomas e bolhas de pus. Seus olhos eram avermelhados, literalmente, todo avermelhado. Sua perna possuía um enorme corte, que ia do joelho até perto do calcanhar, deixando o osso completamente exposto. Ela olhou no fundo dos meus olhos e soltou uma risada lunática.

Não esperei para processar o que estava vendo, quando me dei conta, já estava correndo feito um louco. Meu coração batia tão forte dentro do peito, que era como se ele estivesse ecoando pelo corredor, junto com meus passos.

O corredor se abria em uma encruzilhada, o corredor da esquerda se estendia, até um ponto em que se torna escuro demais para se enxergar, o que continuava do que eu estava, era completamente escuro, sem nenhuma luz. O da direita se estendia por mais uns dois metros, antes de terminar em uma enorme porta de ferro, desgastada, com uma plaquinha luminosa, aonde se lia “Saída” em letras verdes.  Corri em direção a porta, me chocando contra ela. Usei todas minhas forças pra tentar abri-las, sem sucesso. Girei em torno de mim. Meus perseguidores estavam longe demais, dava para eu escolher outro corredor. Corri de volta, indo em direção do corredor da esquerda, que apesar da pouca luz, parecia mais confiável. Haviam mais portas, e salas, como a que eu havia acordado, mas todas estavam vazias.

Os passos pareciam ter ficado mais perto, me perguntei como isso tinha acontecido, já que eles não passavam de um bando de zumbis caindo aos pedaços. Meu coração parecia preste a sair pela boca, meus pulmões implorando para que eu parasse, e por um certo momento, eu pensei em desistir, deixar que eles me pegassem. Estava preste a seguir essa ideia, quando o corredor explodiu em uma luz branca.

Soltei um grito, enquanto cobria os olhos, sem deixar de correr. Senti meu rosto se chocando contra algo duro. Cambaleei para trás e tentei abrir os olhos, mas era impossível enxergar com toda aquela luz. Fechei os olhos, com força, e tentei me concentrar no som dos passos, mas não havia mais nada. Tudo estava quieto de novo. Talvez zumbis não gostem de luz, ou ficaram cegos e recuaram, tentando se afastar da luz.

Estava preste a sorrir, quando tudo caiu na mais completa escuridão. Sim eu sei, porque não tinha mais aquele calor intenso da luz, e nem o ponto vermelho, que fica quando fechamos os olhos, com algum tipo de luminosidade. E então veio aquela sirene, aguda e irritante, tão alta, que mesmo tampando os ouvidos, eu ainda era capaz de escuta-la. Cai de joelhos, torcendo para que meus olhos se acostumarem logo com a escuridão.

Um feixe de luz se projetou do lado esquerdo, conforme a sirene ia diminuindo. Me levantei, enquanto a luz e o som de chuva começavam a dominar o corredor. Corri para fora.

Os pingos de chuva me atingiam com força. Levantei a cabeça e encarei o céu, os raios dançando em meio a escuridão.

Eu estava em algum tipo de campo, com pessoas correndo pra todos os lados. As laterais, eram muradas, os muros pareciam ter mais de cinquenta metro de altura, e pareciam serem muito grossos. Havia torres, como aquelas de vigilância, com caras armados, nelas. Me perguntei se os muros e eles, existiam para nos proteger do que estava do lado de fora, ou para ameaçar os que estavam no lado de dentro. Haviam construções de concreto por todos os lados, algumas mais altas que as outras. Nunca fui bom em matemática, mas toda essa área, devia ter o tamanho de uns oito campos de futebol.

Girei e olhei para a direção de onde eu havia saído. A  enorme porta de ferro estava se fechando. Ela pertencia a algum tipo de prédio subterrâneo, já que o corredor parecia descer para dentro da terra.

Algumas pessoas que corriam, esbarraram em mim, e me lançaram olhares apreensivos. Antes de voltarem a correr, para dentro dos enormes prédios.

— Marcos Williams? A voz partiu de trás de mim, e apesar de eu ainda não sabe a quem ela pertencia, ela fez um arrepio subir por minha espinha.

Virei lentamente e encarei o sujeito a uns cinco passos a minha frente. Ele devia ter uns cinquenta anos, apesar de não parecer, já que não havia uma ruga se quer em seu rosto. Seu cabelo preto, começava a ganhar uns fios brancos, e estava grudado na testa, por conta da chuva, seus olhos eram cor de avelã. Ele usava uma roupa preta, tipo aquela de espiões, com um símbolo na altura do peito, no lado direito. O desenho parecia uma estrela, só que com pontas demais, o nome “ Arcade” estava escrito logo em baixo, em letras douradas,  e abaixo estava escrito “ Major Steven”. Ao seu lado, estavam um homem uma mulher, ambos usavam o mesmo tipo de roupa, com o nome “ Arcade” na altura do peito. Eles seguravam algo parecido com uma metralhadora.

—  So...sou eu. – minha voz era mais grave do que eu lembrava.

— Venha conosco. – disse Steven. Ele me olhou dos pés a cabeça e se virou.

Fiquei parado, sem saber ao certo o que fazer.

— Vamos pirralho. – disse o cara. Ele era musculoso demais, os olhos eram de um castanho escuro e seu cabelo estava cortado no estilo militar. Ele me encarou, mas não levantou a arma. – Nós não temos a noite toda.

Eu não tinha escolha, então apenas forcei minhas pernas a se moverem, e os segui, em direção a uma das enormes construções .


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Notas finais do capítulo

Oii gente. Bem, eu e meu amigo Marck, estamos trabalhando nessa fic a um tempão. Tipo a ideia original é toda dele, eu só ajudei com os acertos finais e escrevi. E só agora resolvemos postar.Esperamos que vcs gostem. Pq vamos dar nosso melhor nela.Comentem o que vocês acharam sobre esse primeiro capitulo. Vai nos ajudar muito mesmo.
Bjs pra vcs

PS: Quem comentar ganha chocolate qq
PS 2: Ainda vou por o Marck como Co-autor



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