Dias de chuva escrita por Sazi


Capítulo 4
Uma aproximação, não tão sutil.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Passei o meu dia pensando em Larissa, era domingo e eu geralmente estava com ela. Íamos ao cinema ou a praia, comíamos alguma coisa e eu sempre cozinhava para ela. Eu nunca fui e cozinhar, mas quando comecei a namorar com ela eu aprendi um pouco com a minha mãe. E achava impressionante a maneira como ela comia e não engordava. Ficava sempre linda e intocada. Eu amava e amo ainda aquela garota e me dói profundamente ver que ela esta com a pessoa em quem eu mais confiava.

O telefone toca e eu me assusto.

— Vamos sair Leonardo? -  era Daniel quem perguntava.

— Não estou com muita paciência não. Vamos deixar pra depois? – Eu disse desanimado. Eles eram meus amigos, claro que iriam querer que eu me animasse. Ainda mais sabendo que o pivô de tudo aquilo foi o Kevin.

— Ah vamos Leon, vai ser muito divertido e você sabe que Leonardo Walker não pode mostrar a ninguém que esta em uma situação ruim. Você é o cara. – ele começou a rir do outro lado da linha. Isso de fato não era bem verdade. Mas eu nunca gostei de mostrar a todos a minha fraqueza. Mas eu sabia que Laís estava muito triste.

Decidi que eu iria, mas que levaria a minha irmã.

Passei em seu quarto e como sempre ela estava deitada, mas não dormia. Apenas chorava e abraçava um presente que o Kevin um dia dera a ela. Um coração cor de rosa com a frase: ‘Você é especial’. Que canalha.

— Laís? – eu a chamei sem resposta.

Decidi adentrar o quarto e me sentei na cama junto a ela. A abracei e obtive resposta. Eu entendo que era por isso que ela não me assassinava quando eu fazia as coisas por ela. Eu a ajudava muito e ela sabia.

— Vamos sair? Eu você e os meninos. 

— Certo, mas deixa eu me arrumar e por uma maquiagem. – ela disse enxugando as lágrimas.

Meia hora depois estávamos indo pro Dickerson. Era o local de encontro e de lá iriamos a outro local. Laís se produziu muito, mas infelizmente o brilho do seu sorriso morreu quando ela avistou o casalzinho. Parecia que a nossa alegria era constantemente tomada por eles. Mas dessa vez Leonardo Walker não vai cair.

— Ei, Laís, vamos apostar algo perigoso. – se havia algo que pudesse anima-la era o espirito de competição.

Ela me olhou surpresa e depois olhou em volta. Deu um sorriso malicioso. Meu Deus, no que eu fui me meter.

Eu sabia que ela era vingativa. E creio que apesar da tristeza ela não iria esquecer do fato de que eu a joguei em uma fonte. Esperei atento. Meus amigos chagaram trazendo nossos milk shakes.

— O que a Laís esta tramando. Você sabe que não virá coisa boa dai, não é? – Renan me disse olhando a.

— Ele sabe que não, mas ela merece. – Daniel completou.

Matheus apenas tomava a bebida foleando um livro de Shakespeare. Ele sempre foi fã desse autor.

— Te desafio a beijar a Tayla. – ela disse se virando e nos fitando. O sorriso estava no rosto de orelha a orelha.

Eu quase me engasguei com o shake que tomava. Meus amigos olhara na com os olhos arregalados e até Matheus parou de ler.

— Calma lá. Isso é muito...

— Difícil? – ela me interrompeu. – Você não é o Walker poderoso? – ela fez uma gozação.

Eu não poderia deixar essa passar. Levantei me da minha mesa e caminhei até a garota que estava em uma mesa sozinha próximo a janela. Estava lendo um livro e tomando um café.

— Oi.

— Sim, em que posso ajudar. – ela nem olhou pra mim.

— Você poderia ficar de pé um momento. – eu pedi nervoso. Era agora ou nunca.

Todos nos olhavam. Não sei o porque.

Ela me olhou e deu um breve sorriso torto de deboche. Se levantou com um breve suspiro.

— O que você quer de mim? – ela perguntou colocando a mão na cintura. Hoje ela parecia menos uma garota do que nunca. A mesma corriqueira calça jeans preta. Mas essa  era rasgada no joelho. Uma regata branca com luvas de boxe. Tênis all strar. Se ela cortasse o cabelo eu diria que era um garoto.

Suspirei. Peguei em seus ombro e a puxei para mim, quando ia chegando perto dos seus lábios as coisas deram uma verdadeira reviravolta. Ela se livrou do meu enlace com maestria e eu fui atingido por um soco, muito bem aplicado no meu nariz. Nossa não posso colocar em palavras em como isso doeu. A garota era magrinha, mas tinha muita força. Com o impacto eu dei uns cinco passos para trás. Silencio total no local. As pessoas pararam de conversar para assistir ao meu vexame.

Ela apenas me olhou e voltou ao que estava fazendo. Ignorando o meu nariz inchado e quase sangrando. Depois dessa eu percebi que ela quem teve misericórdia de mim.

Daniel e Renan correram até mim.

— Ei cara, tudo bem ai? – Daniel perguntou segurando um riso frouxo.

Renan não teve a mesma sorte, começou a gargalhar. Isso mesmo, gargalhar na frente de todos. Alguns presentes no local riram também. Outros ficaram na sua. Senti uma vergonha enorme e quis ser um avestruz e poder enfiar a minha cabeça no solo.

Laís havia se vingado. Eu sabia disso. Eu quis banhar aquela garota com milk shake. Mas fiquei na minha. O que era dela estava guardado.

...

No dia seguinte todos comentavam o soco que a Tayla havia me dado. E nem foi obra da minha irmã não. E adivinhem quem veio ao meu encontro hoje?

Nada mais nada menos que o ganhador do Oscar de pior amigo do ano.

— Nossa, que soco eim? A Tayla se garantiu. Mas que idiotice você pensou que fosse fazer com ela? – ele se aproximou com um sorriso no rosto.

Meus amigos se entreolharam, menos o figurante da historia que não estava nem ai para nós dois.

— Pelo menos eu fiz algo que não fosse pelas costas dela. Fui homem o suficiente de estar frente a frente para agir.

Ele apenas riu do meu comentário.

— Pensei que você fosse meu amigo. – eu continuei.

— Sou tão seu amigo que tirei da sua vida algo que não presta. – ele por fim quebrou seu silencio.

Não aguentei e fui pra cima dele. O idiota se desviou do primeiro soco que eu tentei dar, foi o momento certo para os dois outros me segurarem.

— Você logo, logo vai entender tudo.

Ele ia indo embora, quando esbarra na minha irmã. Eles se olham nos olhos e eu vejo que ele ficou nervoso. Queria de alguma forma se justificar.

— Bom dia Lais. – ele gagueja. Fui solto pelos dois e fiquei assistindo o espetáculo.

— Bom dia Kevin. Então quer dizer que nem a Larissa que é sua namorada é mulher que sirva para você?- Nossa. Agora ele estava frito.

— Não é isso Laís eu não...não. – ele gaguejou. Não sabia o que dizer. Os olhos da minha irmã estavam firmes.

Ela baixou a cabeça e disse em baixo tom, mas que desse para todos ali próximo ouvir.

— Eu pensei que você gostasse de mim, mas vi que fui apenas uma idiota. – ela ergueu a cabeça agora com um sorriso no rosto. – Seja feliz.

Andou sem rumo deixando- o sozinho e sem ação. Nesse momento Larissa vinha toda linda ao encontro dele. Ela me olhou e não falou nada.

— Vamos amor?

Ele se virou e passou por nós. Parou bem ao meu lado e disse baixinho.

— Você esta me devendo uma.


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