Dias de chuva escrita por Sazi


Capítulo 2
Caindo


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por acompanhar.
Não sei fazer historias assim então espero que esteja pelo menos aceitável.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681416/chapter/2

Aconteceu de que eu fiquei parado, olhando ela indo embora. Na tive forças para caminhar, mas logo começou a chover. Só o que me faltava, chuva. E olha que eu amo chuva. Mas dessa vez parecia que as nuvens estavam chorando comigo. Apanhei as flores do chão e caminhei sem ligar se estava me molhando ou não em direção oposta a da minha, agora ex namorada, Larissa. Seu nome ficou ecoando na minha cabeça e eu estava sem noção do que fazer e para onde ir. Como ela podia fazer isso comigo?

Me lembrei que estava carregando as flores. Eu as juntei meio que por impulso, na devia ter feito isso, devia ter deixado elas lá naquele chão. Meu coração estava lá também.

A rua no qual eu caminhava era bem longa e dava em uma avenida muito movimentada. As pessoas iam e vinham apressadas correndo do tempo. E eu apenas queria sair dali, ir para casa e me esconder por um tempo, até colocar minha máscara de quem esta bem e encarar a situação com meu habitual fingimento. Sou idiota.

 Chegando na bendita avenida eu quase a atravessei sem olhar e ouvi a longe um buzina de carro. Ainda bem que ninguém percebia que eu estava chorando. Quando cheguei ao outro lado cruzei com um garoto que andava tranquilamente em meio ao temporal. Ele era bem mais baixo do que eu e não sei porque me lembrava alguém. Por impulso parei em frente a ele e o ser me encarou com tom assustado. Peguei as flores e o dei. Ele pegou as mesma como se estivesse tocando em fezes de gato. Se não estivesse triste eu riria. Mas até entendo, não é todo dia que um estranho lhe da flores no meio da rua.

Depois disso eu segui, sem olhar para trás. Sem saber se ele jogou elas no lixo ou não. Sem me importar com o cartão que eu tinha escrito a punho pra ela.

Eu estava um lixo. E tudo isso por causa dela.

...

No dia seguinte fui pra escola com cara de “ta tudo bem”. Tanto porque eu tinha de parecer que estava consolado e partindo pra outra, pois a primeira cena que eu vejo é ela de braços dados com o meu, agora ex melhor amigo. Maior fura olho.

Sou explosivo, confesso. Então meu intuito foi encher aquele cara de pancada, mas eu tinha amigos mesmo. E eles me conheciam. Matheus, Renan e Daniel chegaram meio que me segurando.

— Ei, ei ei. – Renan disse me puxando pela mochila. – Vamos nos acalmando ai.

— Você já já nos conta o que houve, por enquanto. Vamos sair daqui. Estão todos olhando, esperando que você parta pra bater no Kevin. – disse Daniel puxando meu braço.

Sim, esse era o nome do traira Kevin. Conhecia aquele babaca desde que eu entendo que existo. Nossas mães estudaram juntos e aquela coisa toda que eu acho que você já saiba que acontece quando mulheres são muito amigas.

Matheus nunca foi de falar muito, alias eu nem sei se ele sabe falar. Apenas no segue e ri quando algo o agrada. Meus amigos são pessoas legais e eu sou muito ligado a eles. Nunca me decepcionaram, com exceção do Kevin.

Eu devia relaxar e na ligar, mas todos me olhavam com cara de pena ou dó. Eu não era o popular do colégio, mas era bem conhecido. Já Larissa era a típica líder de torcidas, toda linda com seus cabelos loiros, sorriso de princesa, corpo de mulher.

E eu ainda babando por ela. Tenho de tira-la da minha mente.

O pior era que eu sabia exatamente quem havia espalhado essa podre da minha vida. Minha irmã mais nova, Lais, quinze anos de pura fofoca armazenada. E lá estava ela junto com suas comparsas de crime nos olhando ao longe. E eu tinha a vingança perfeita. Mesmo  sabendo que o fato do Kevin aparecer de mãos dadas com a Larissa para toda a escola ver já denunciava o que estava acontecendo.

O que eu ainda não entendi era como, onde e quando essa traição por parte deles havia começado.

Pois bem, tirei minha mochila e joguei ali no chão e então corri, isso mesmo eu corri até minha irmã e a peguei no colo.

— Me solta Leonardo, onde você esta me levando? – ela berrava e se esperneava.

 O que eu fiz? Haha, meus amigos eu simplesmente a joguei na fonte que ficava na entrada da escola. Vou tentar colocar em palavras a cara que ela fez.

Bem primeiro ela me olhou com aqueles olhos cor de mel que tínhamos igualmente com um ódio que eu tenho certeza, se ela pudesse, me mataria. Depois ela se levantou com vergonha, pois estava usando um vestido fino e esse grudou inteiro em seu corpo, e as sapatilhas então? Encharcadas.

— Idiooooootaaaa. Eu te mato. – ela berrou. Suas amiguinhas vieram correndo. Uma delas tinha ginástica na próxima aula e pegou uma toalha e socorreu minha irmãzinha. Eu apenas cruzei os braços e fiquei rindo. Junto com algumas pessoas que estavam passando. Lais ficou vermelha de raiva e vergonha e saiu dali as pressas junto com sua trupe.

— Cara você exagerou. – Daniel me disse chegando perto de mim. Os outros dois ficaram apenas me olhando e Renan balançava a cabeça em tom negativo.

— Desculpem, mas ela mereceu. – então voltei aonde estávamos, peguei minha mochila e rumei pra sala de aula. A primeira matéria do dia? Literatura. E era a semana do Romantismo. Nossa que agradável.

...

Tudo correu bem! Eu também queria pensar assim. Mas não, vários questionamentos me vieram. Alguns colegas me perguntaram como um namoro de um ano, pode acabar assim do nada. Serio eu não queria ter de responder tudo isso, não queria falar sobre como eu não entendo o que estava acontecendo.

— Vamos comer alguma coisa lá no Dickerson, você vem? – Dickerson era uma lanchonete que ficava a um quarteirão da escola, onde todos se encontram para conversar. Era um local agradável e por diversas vezes eu desfilei com Larissa lá. Péssimo local para ir, ainda mais hoje. Mas eu realmente iria para a minha vida apor ela? Sim eu iria. Isso é o que eu queria, mas na podia passar essa imagem pra ninguém. Leonardo Walker não seria chamado de garotinha por ninguém. Então aceitei.

—Claro. Deixa eu apenas ir amansar a fera. – dei a desculpa de ir ver como Lais estava.

Eles apenas riram disso.

— Vai lá, - Daniel disse por fim – diz para ela que mandei um abraço.

Por incrível que pareça Daniel gostava da Lais, mas ela era apaixonada desde sempre pelo traira do Kevin.

Meio que bateu uma peninha da minha irmã e eu fui ver ela em sua sala. Por sorte ela estava se aprontando para sair. O cabelo já estava seco, vestia uma roupa de educação física, que ela sempre odiava. Quando eu apareci na porta de sua sala ela me fuzilou com o olhar. Se houvesse alguma coisa que ela pudesse jogar em mim, com certeza ela jogaria.

Cheguei pertinho sem pressa com meu sorriso habitual no rosto. As amigas de sempre estavam esperando por ela em frente a sua carteira. Quando me viram se entreolharam e pegaram uma distancia.

— Tudo bem Lais? – eu perguntei inocentemente.

— Como você quer que eu esteja bem? Me responde, seu idiota, nojento... – e por ai vai a lista de xingamentos. Minha relação com ela era boa, mas eu sempre irritava ela. Coisa de irmão, vai entender.

Ela alterou a voz em seus xingamentos e pegou um estojo que estava em sua mochila e jogou em mim. Para seu azar eu era muito ágil e esquivei. O objeto acabou por passando direto  e eu dei uma gargalhada boa. Mas quando vi a expressa de surpresa em seu olhar, logo imaginei que o estojo atingira outra pessoa. E virei para ver o estrago que minha irmã fizera. Por sorte não tinha atingido a cabeça de ninguém, mas parou bem em cima da carteira de uma pessoa.

— Des, desculpa, eu não fiz por mal. – a voz dela saiu tremula, como se tivesse medo nela.

Quando fui reparar bem a pessoa que ela quase atingira era me familiar. Caminhei até a carteira que ficava a uns cinco passos da de Lais.

— Desculpe ela por favor, a garota não é boa das faculdades mentais. – eu disse em tom de comedia, mas a pessoa continuou com a cabeça baixa e nada disse. Vestia uma camisa cinza de manga e um jeans preto com, all star. Cabelo preso em um coque. Percebi que era uma garota.

Pois bem a pessoa se levantou e me encarou com o estojo na mão.

Foi ai que eu percebi, na era um menino naquele dia. Era..,

—Você? – ela disse em tom de surpresa. Acredite, na tão surpresa quanto eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?