Midnight Princess escrita por Anaiis


Capítulo 27
capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

roupa da Selene: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=200545384

Quarto: http://4.bp.blogspot.com/-K43v1fn_iE0/UTDHC-ZJaDI/AAAAAAAAbHk/Yo89QPzOzd0/s1600/quartos-luxo-decorados3.jpg



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A dor ainda estava ali comigo e o lugar onde o monstro havia me mordido ainda estava ardendo, porém não tanto quanto antes, eu sentia que estava sendo carregada por alguém, mas meus olhos estavam pesados demais para que eu visse quem era. Seja lá quem fosse se movimentava muito rápido, então julguei ser um vampiro, ouvi o barulho de um carro e vozes baixas ao fundo, o lugar onde eu estava agora era mais quente do que onde eu estava antes e isso era bom. O carro se movimentou e todos ficavam em silêncio. Eu queria dormir, sentia-me muito cansada, mas a dor não deixava que eu descansasse.

—Amor, ela vai ficar bem não é? –ouvi a voz chorosa de Samanta perguntar ao meu lado

—O coração dela está muito fraco, mas ainda está batendo. –Alexander respondeu

Acho que isso era para confortá-la, mas a verdade era que nem ele sabia se eu ficaria bem. Queria dizer alguma coisa, falar para ela que eu ficaria bem, que eu nunca a abandonaria, assim como ela nunca me abandonou, mas eu não sabia mais se isso era verdade. Lembrei-me sem querer das aulas sobre demônios e a voz de Jonathan pareceu ainda mais clara em minha cabeça. “Poucas coisas curam sangue de demônio algumas substancias apenas atrasam o inevitável. A morte de quem foi envenenada.”

Depois de algum tempo o movimento do carro parou e eu fui novamente carregada por alguém que eu julguei ser Alexander ou Stacy. Ouvi o barulho de uma porta abrindo e entramos em algum lugar, ouvi mais vozes ao fundo, agora pareciam preocupadas, de repente eu estava em algum lugar muito macio e alguém mexia em meus braços.

—Ela está com uma perfuração profunda na perna esquerda e no ombro. Provavelmente uma ou duas costelas quebradas. Por sorte a hemorragia foi contida, mas o machucado no pescoço ainda me preocupa. Vocês deram sangue a ela? –perguntou alguma voz feminina que eu não reconhecia.

—Sim, o meu. –disse Alexander

—Não foi o suficiente. Precisamos de um sangue mais forte que o seu. Onde está Dylan? –perguntou a mesma voz.

—A caminho. –disse Stacy

Uma forte dor me fez finalmente gritar e abrir meus olhos, como se eu despertasse com alguém me queimando. Uma distante parte do meu cérebro me dizia que eu estava no quarto da mansão, mas a outra se concentrava na enorme dor em meu corpo, tudo parecia queimar e se quebrar por dentro, como se eu fosse feita de vidro.

—Selene. Se acalme, me diga, onde dói? –disse uma mulher loira ao meu lado.

Eu não conseguia falar, a dor era forte demais. Levantei o braço sentindo ainda mais dor no meu ombro e tentei puxar a manga da camisa para baixo. A mulher entendeu o que eu tentei dizer e rasgou minha camisa, sua feição ficou assustada vendo o porquê doía tanto.

—O veneno voltou a fazer efeito e está se espalhando mais rápido que o normal. –ela disse baixo

—Quanto tempo terá? –perguntou Alexander parecendo assustado

—Até ele chegar ao coração? Menos de meia hora. Precisamos do Dylan agora ou ela não vai sobreviver! –disse a mulher desesperada enquanto segurava meus braços

Sem perceber meus braços e pernas se contorciam, tentando de alguma forma alcançar o machucado para tentar tirar a dor de mim. Minhas unhas pegaram uma parte da minha pele e a cortou, mas a mulher puxou meus braços para baixo com ainda mais força.

—Amarrem-na na cama. Agora! –ela gritou para alguém

Senti meus braços e pernas serem puxados e presos. Mas eu ainda me contorcia, a dor parecia fazer com que meu corpo se mexesse sem minha permissão. Um barulho muito alto tomou conta do quarto e alguns segundos depois eu percebi que eram meus gritos. Olhei para cima sentindo as lágrimas arderem em meus olhos como álcool. Fechei meus olhos novamente e então algo gelado tocou meu rosto. Abri-os e finalmente vi o par de olhos verdes que eu tanto procurei.

—Meu amor, o que fizeram com você? –ele perguntou baixo, ele parecia com medo.

—Dylan... –eu disse baixo com a voz fraca

—Fique quieta e beba. –ele disse colocando seu pulso em minha boca.

Abri minha boca com dificuldade e então um liquido atingiu minha língua, fechei meus olhos sentindo a dor diminuir aos poucos e ficar um pouco mais suportável. Não sei quanto tempo fiquei tomando seu sangue, talvez alguns segundos ou até mesmo minutos, mas quando abri os olhos, a dor estava consideravelmente menor e eu sentia-me tonta novamente. Dylan estava perto de mim, ele parecia cansado e machucado.

—Dylan, isso apenas irá desacelerar o processo. O veneno já está na corrente sanguínea dela, a única forma de salva-la é...

—A transformação, eu sei. Mas isso vai te dar tempo o suficiente para cuidar dos machucados dela e aplicar uma dose de adrenalina. Preciso do coração dela mais acelerado quando eu a mordê-la. Você tem dez minutos. –ele disse beijando minha testa

A mulher chegou perto de mim e começou a trabalhar. Ela mexeu em meu ombro até eu ouvir um estalo, gritei novamente com a dor e eu soube que meu ombro estava de volta ao lugar. Ela pegou um pano molhado e passou em cima do machucado, ardeu um pouco, mas dessa vez consegui ficar em silêncio. Ela demorou menos de cinco minutos para limpar e fazer curativo em cada um dos cortes em meu corpo logo depois uma agulha perfurou meu braço. E então a dor voltou, porém antes que eu pudesse gritar novamente eu senti os lábios de Dylan em minha boca.

—Eu te amo Selene. Perdoe-me. –ele disse em meu ouvido.

Eu sabia o que aquilo significava e então simplesmente fechei meus olhos sentindo suas presas perfurarem o outro lado de meu pescoço, a dor não foi tão grande quanto quando o demônio me mordeu, mas assim que ele retirou as presas de mim eu mudei de ideia sobre a dor. Eu sentia algo gelado percorrer minhas veias, elas ardiam e pareciam queimar a cada momento. Senti meu coração acelerar e pude até mesmo ouvi-lo bater. Ouvi minha voz ficar ainda mais alta e o grito sair mais agonizado do que tinha saído antes. Algo grosso escorria por meu pescoço, por onde o demônio havia me mordido.

—Por que o veneno do demônio está saindo pelo machucado? –perguntou Samanta.

—Porque o meu veneno é mais forte que o dele.  –disse Dylan

Senti meu corpo se impulsionar para cima e as cordas se arrebentaram fazendo um grande estalo. Minhas unhas perfuraram o lençol da cama e mais um grito saiu de minha garganta.

—Dylan, está na hora. Mate-a. – disse Alexander.

—Eu prometo que vai ficar tudo bem. Você vai voltar para mim meu amor. –disse Dylan perto do meu ouvido.

Abri os olhos e então ele colocou as mãos em meu pescoço, quebrando meu pescoço e me fazendo apagar.  

Olhei para a pequena garota loira na minha frente, ela estava com um vestido parecido com o meu, mas era rosa e não estava manchado de sangue. Ela me analisou por um tempo e então andou até mim me abraçando. Depois de me achar chorando abraçada no corpo de minha mãe, os caçadores me trouxeram para o Instituto, onde eu ficaria agora.

—Você vai ficar bem. –ela disse sorrindo

—Como sabe? –eu perguntei baixo, minha voz estava fraca e chorosa, eu odiava chorar.

—Eu vou cuidar de você. Seremos parceiras. Alias, sou Samanta. –ela disse sem soltar minha mão.

Uma pequena ardência tomou conta de minhas mãos, fazendo meus dedos se fecharem.

A música era muito bonita e eu tentava me concentrar apenas em acertar cada passo de dança, tinha que ser tudo perfeito, mas infelizmente eu caí. O som do piano continuava enquanto eu estava sentada olhando o machucado em meu joelho. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu nunca seria uma boa bailarina igual à mamãe se eu caísse a cada salto. Uma mão apareceu em minha frente me oferecendo ajuda e eu olhei para cima encarando o homem que estava em pé parecendo preocupado. Ele tinha os olhos mais verdes que eu já tinha visto.

—Ei, está tudo bem, foi só um arranhão. Quantos anos você tem pequena bailarina? –ele perguntou secando minhas lágrimas

—Cinco. –eu disse baixo

—Muito bem. Você dança muito bonito. –ele disse sorrindo

—Quem é você? –eu perguntei curiosa, nunca tinha o visto antes.

—Meu nome é Dylan. E você deve ser a Selene.

Abri os olhos e observei o lugar onde eu estava. O quarto era ainda maior do que o onde eu ficava. A cama onde eu estava era gigante e estava com um lençol dourado muito bonito, as paredes tinham um tom bem claro e enormes cortinas pesadas faziam com que a luz ficasse de fora do quarto, que estava iluminado apenas por alguns abajures. Levantei-me da cama e olhei para meu corpo, não parecia que eu tinha me machucado.

Eu estava usando um vestido vermelho e saltos cor de creme. Minhas mãos estavam perfeitamente feitas, até mesmo com anéis e pulseiras. Franzi o cenho, confusa e olhei para o lado, em uma das paredes tinha um enorme espelho com uma moldura dourada. Andei até ele e fitei meu reflexo. Eu estava totalmente diferente. Meus cabelos estavam mais compridos e em um penteado cheio de cachos, eu estava usando uma maquiagem leve. E em meu pescoço não tinha nenhuma cicatriz, apenas um colar simples. Meus olhos estavam diferentes também, parecia uma mistura de mel com verde no fundo. Abri a boca e enormes presas apareceram.

E então eu me lembrei de tudo. Dylan. Ele havia me transformado. Eu era uma vampira agora.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem ♥ Até o próximo!



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