Completo desespero. escrita por Motytan


Capítulo 2
O quarto, onde desespero acontece.


Notas iniciais do capítulo

Por acaso, a alguma pessoa lendo isso?



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Sentava na frente do computador, com as bordas descascadas, dedos trêmulos, hoje, trajava uma combinação estranha, trajava um de seus vestidos favoritos sem a etiqueta, que agora estava em cima da escrivaninha, ao lado do computador, guardava, na esperança que quando consertasse sua maquina de costura, iria costurar a etiqueta de volta no lugar, junto do vestido usava uma blusa azul grande com estampa de um gato de um anime, fazia frio, havia chovido a noite toda, os cabelos presos para trás, estava tornando um vicio ter que escrever todos os dias,  diferente de rabiscar, não desenhava nada nesses últimos dias, vinham idéias mas logo descartava, pensando “ que Mané idéia ruim, eu ein, La consigo desenhar isso?” pensava como poderia retornar a desenhar, se esticava na cadeira de madeira em frente a escrivaninha onde o computador ficava, esticava com cuidado para não bater o pé machucado nas duas bolsas cheias de tinta que ficavam no aguardo de serem abertas para que as tintas fossem usadas, ilusão, não as usaria tão cedo, observava as cosias que tinham na mesa, na esperança que algo ali chamasse a atenção para que pudesse desenhar, um pincel, um prendedor de cabelo, uma tinta branca, giz de cera, tesoura para cortar linha,  um frasco de calmante quase vazio, um pente, remédio para dor de cabeça, e a bendita etiqueta, ah, sem contar a régua que estava ali, quase caindo entre o vão da mesa e da parede. Olhava para o lado e via dois livros sobre a cama, tinha pegado eles em uma de suas escapadas para a biblioteca da escola, a fim de acalmar o seu desespero, um deles já havia lido, sugestão da moça que vivia na sala de livros, a revolução dos bichos, esse era o livro, já tinha lido ele, o outro era que mexia consigo, não conseguia gravar as frases dele na cabeça, não conseguia prender a atenção, focar, por mais que lhe interessasse não conseguia ler mais que 2 paginas por hora, ao que já dava para perceber, era um romance, mostrando a vida de algumas meninas, rodando os olhos pelo quarto, encontrava todo quanto é tipo de coisa, uma delas era seu grande acervo de cadernos antigos, um diário antigo que tinha feito quando tinha 11 anos, no qual tinha ate mesmo vergonha de se lembrar daquilo, mas não podia jogar fora, ler as paginas que agora, rasgadas, traziam memórias de como era antigamente, de como ia a aula sem problemas, trazia a sensação de que se pudesse voltar, faria tudo diferente, pensando em coisas do tipo, ela sabia que não era interessante ler sobre a vida alheia da pessoa, ainda mais quando ela não faz nada, mas precisava fazer algo, se lembrava de quando escrevia o diário quando mais nova, escrevia tudo em enigmas, para que, na esperança de alguém, algum dia, chegasse a ler, parava pra pensar nas coisas que fazia antigamente, no desenho da parede que tinha glitter colado, na vez que por simples e mera vontade de tocar em tinta, passou varias e varias cores nas mãos e esparramou pela parede, lembra-se que naquele dia não pode dormir em seu quarto, o cheiro e a visão da tinta espalhada pela parede em vários tons lhe causava náuseas, olhando pelo quarto novamente, se deparava com o seu armário, suas roupas para serem guardadas La era o de menos, usava o armário mesmo para guardar suas coisas, na parte do lado esquerdo, dividido em 4 estações, a de cima, livros e cadernos, a 2°, remédios, desenhos e coisas aleatórias, a 3° roupas e a ultima guardava sapatos, que nunca usava, pois seus sapatos do cotidiano ficavam jogados na frente da porta, quando a visão lhe incomodava, não guardava, empurrava para de baixo da cama, essas ações se viravam contra si quando tinha que sair e colocar os sapatos, ficava minutos tentando alcançar os ditos e baixo da cama, com poeira em cima, em cima dos devaneios sobre o quarto, voltava a expedição, olhava para os lados, olhava para o cesto de roupas que tinha desde quando completou 9 anos, olhou para o chaveiro da porta, da torre Eiffel, trazido pela mãe, olhava para os rabiscos antigos e já meio apagados ao lado da porta, depois, direcionou os olhos de volta para o computador, já era duas e quarenta e sete da madrugada, ainda tinha muito tempo para pensar.


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Notas finais do capítulo

por favor, comentem.



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