No capítulo anterior... 

— Okay - fala lentamente - bom, eu só vim aqui dizer que eu gostei do que você fez com o Mellark lá na sala. Talvez podemos andar juntas, quero dizer, eu não tenho nenhuma amiga verdadeira e as meninas da torcida são muito chatas.

Bem, talvez ela não seja tão chata e fútil como aparenta ser, talvez ela seja só mais uma garota solitária que para preencher esse espaço faça compras e mais compras, mas mesmo assim não a satisfaça.
Suspiro.

— Tudo bem, vai ser legal ter pelo menos uma pessoa que eu conheça nesse colégio e possa falar que não era alone para os meus netos quando perguntarem onde estão os meus amigos de infância - falo séria.
Ela sorri e eu acabo rindo junto, talvez pelo o que eu acabei de falar inconscientemente ou talvez seja só de felicidade, felicidade de ter alguém para conversar.

                                          x-x-x-x
            30 hora depois...

Eu retiro o que disse sobre a Madge não ser fútil, estamos indo de ônibus e nesses exato trinta minutos de viajem ela não parava de falar, nesse pequeno tempo eu aprendi todos os nomes de marcas e estilistas, desde os mais conhecidos até os mais sem graça, desde os melhores até os mais porcarias.

Sei que não deveria estar falando dela assim, aliás eu nunca tinha falado com ela até algumas horas atrás.

Quando chegou no meu ponto eu quase me matei, o porque? Ela morava no mesmo bairro que eu então ela decidiu que poderíamos ir todos os dias juntas para o colégio.

Nada contra, mas eu não quero ouvir todos os dias sobre como o cabelo de fulana precisa ser hidratado ou aprender todos os nomes de perfume de cor e de trás pra frente.

— Mãe cheguei - grito e vou direto pro meu quarto.

Pelo visto esse ano será bem diferente.

                                          x-x-x-x

— Você viu a nova linha de bolsas da Louis Vitton? Uma mais linda que a outra...

Estou no carro dos pais de Madge á caminho da escola. Sim, agora não precisarei ir de ônibus pro colégio, mas eu prefiro ir apé do que ficar escutando uma matraca tagarelando - sem ofensas. Não que eu seja chata a esse ponto, mas eu gosto de sossego, escutar minhas músicas e não pensar em nada, esvaziar a minha mente sem nenhuma preocupação.

— Hey Kat, você tá me escutando? - me pergunta quando percebe que estou boiando.

— Claro que estou.

— Ok, como eu estava dizendo... - continua fingindo não perceber o meu desinteresse.

Talvez ela só queira uma companhia pra escutar.

Chegamos na escola, 30 minutos apé e 15 minutos de carro, fazendo assim com que eu possa acordar mais tarde. O corredor já está lotado com pessoa esperando o sinal tocar para ir à suas respectivas salas.

Como o escaninho de Madge é praticamento do outro lado e nossas aulas não são as mesmas, então resolvemos nos encontrar no refeitório quando der o horário do almoço.

Agora é aula de química então terei aula com o professor Crane e da última vez que nos vimos a sua despedida não foi muito legal...

Flashback on

— Katniss Everdeen... - escuto alguém me chamando, mas nem me esforço pra escutar - Katniss Everdeen - mas que saco, não posso nem mais dormir que algum ser insignificante me chama.

— KATNISS EVERDEEN - por fim o ser insignificante grita e dou um pulo. E esse ser insignificante é o meu professor que está bem na minha frente.
Ele praticamente me fuzila com o olhar, como ainda estou meio grogue por causa do sono tudo parece em câmera lenta e só vejo os seus lábios se movimentando um "diretoria".

Flashback off

É... hoje será um grande, grande dia...

O sinal acaba de tocar indicando o intervalo. Espero todos saírem da sala para não ser atropelada.

Chego no refeitório e nenhum sinal de Madge, percorro todo o local com os meus olhos mas não a acho. Sento em uma mesa perto da porta e um pouco longe de todos, pego o meu lanche e começa a comer.

Depois de um tempo avisto Madge, mas ela não está sozinha, está acompanhada de suas "amiguinhas" da torcida, olho em seus olhos e lá estão pedido mudo de desculpas, levanto da mesa e saio do refeitório.

Sabia, são todos iguais. Habitantes do mesmo planeta, tendo o mesmo pensamento e ideia de sobrevivência, são todos os mesmos hipócritas, a primeira vista você acha que cada um tem a sua própria personalidade, o seu próprio pensamento de sobrevivência a sociedade de merda que temos que aguentar é como se o colégio clamasse por uma nova pessoa, um novo pensamento, uma nova guia de sobrevivência nessa selva que foi denominado colégio e talvez esse dia chegue ou seja hoje...

— Bom dia alunos - fala a professora de matemática Wiress - temos uma nova colega, pode entrar Senhorita Cresta - uma menina com cabelos ruivos até a cintura e um pouco mais alta que eu entra na sala - deem as boas vindas à Senhorita Annie Cresta.

A garota olha pra sala toda e dá um sorrisinho, mas esse sorriso não é o mesmo que eu vejo nas pessoas da escola, é o seu próprio com a sua marca registrada.