Coisas Que Só O Amor Pode Fazer escrita por Nameless


Capítulo 3
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Lembre-se, quando as aspas surgirem é porque são pensamentos próprios de Eliza (Não os meus).
Procurem escutar as música que aparecem na história para dar um pouquinho mais de imaginação .
Desculpem os erros!
Boa leitura à todos :)



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Eu não sabia o que vestir, além do mais ele não me contou aonde íamos. "Ai que droga..." Vestido? Calça? Shorts?
— Catarina!
Meu berro ecoou do quarto para todos os outros cômodos. Ela apareceu na porta do quarto com os cabelos ruivos bagunçados.
— O que foi?!
— Me ajuda com a roupa! Por favor!
— Ok louca, uma coisa é certa, vai usar salto, no mínimo o de 10 centímetros.
— Nossa, nem sei para onde vou, e se for, sei lá, em um lugar com mato, vou andar feito pata choca.
— Eliza o James tem 2 metros e alguma coisa de altura, você tem 1,65. Como você vai beijar ele?
— Cala a boca garota! Conheci ele ontem, presta atenção.
— Ta bom - Ela estava vermelha de tanto rir - Que tal, uma calça jeans clara rasgada e essa blusinha preta aqui de manga média e ombros caídos?
— Adorei, agora pego sua bota de cano curto!
Ela me fuzilou com os olhos.
— Só hoje sua vaquinha, paguei muito caro naquela porra.
Pronto. Arrumada, perfumada e com cabelos em um coque. Fui para a sala, Brian olhou bem para mim e disse:
— Você está linda! Mas porque amarrou o cabelo?
— Ué, porque eu quis.
— Ta feio. Deixa eu arrumar isso daí.
Ele veio em minha direção, arrancou meu lacinho e, simplesmente, fez uma trança pequena que partia de cima da cabeça até a parte de trás, tornando um penteado maravilhoso.
— Uau! - Olhei no espelho sorridente. - Onde você aprendeu isso?
— Tenho uma irmã mais nova, tive que arrumá-la algumas vezes antes dela ir para a escola.
— Nossa Brian, surpreendente. Você sabe outros penteados?
— Sei sim, porque quer mudar?
— Faz um no cabelo da Cat para ver se mudo. - Nossa, ela ficou vermelha na hora.
— Eliza assim ta ótimo, não precisa Brian.
Ela disse tentando agir naturalmente. "Você também não facilita hein Catarina!"
— Não Cat, sabe como é, eu adoro ter variedades para tirar minhas dúvidas.
Ela estava me xingando com o olhar. Sorriu falsamente.
— Tudo bem Eliza, pode fazer Brian.
"Yes!"
A campainha tocou. Era ele. Calça jeans escura, camisa quadriculada azul escuro e confortáveis All Stars. Estava lindo.
— Oi Jim, entre, quero que conheça meus amigos.
Ele entrou com as mãos nas costas me escondendo algo.
— Você está linda! Trouxe uma coisa para você.
Me estendeu a mão com uma flor que parece uma rosa, só que roxa. "Ai que lindo!".
— Que fofo Jim! Adorei. - Abri um sorriso enorme olhando para ele. - Obrigada.
— E então, aqueles são seus amigos?
Eles estavam assistindo tudo sorrindo. Levantaram e foram em nossa direção.
— Sim, esses são Brian Costa e Catarina Vieira.
Jim se apresentou, e eles já começaram falando 'Nós somos seus fans, pode autografar esse CD para mim', eu ria tanto.
— E então Jim, vai me dizer aonde vamos?
— Hum... Acho melhor te mostrar do que contar.
Bufei revirando os olhos.
— Pelo menos me diz se estou vestida adequadamente.
— Já disse, está linda! - Ele estava se divertindo com minha curiosidade.
— Afz... Cat e Brian, acabaram a sessão autógrafos?
— Já sim amiga. Pode ir para seu passeio misterioso. - Cat só queria me dar o troco, tenho que sair logo antes que ela consiga.
James veio de carro dessa vez, entramos e ele ligou o som baixinho. Estava numa estação de rádio rock local. Começa o bom e velho The Wizard do Black Sabbath.
— Se quiser trocar de musica sinta-se à vontade.
— Claro que não. Adoro Sabbath.
— Agradeço por isso.
Nós cantamos a música toda juntos. E, nos riffs de guitarra ele apreciava cada nota.
Vinte minutos depois estávamos no lugar. E logo me apaixonei! Era um lugar cheio de jogos, tinha boliche, fliperama, carrinho de bate-bate etc. Era enorme.
— E ai, o que achou? Porque se você não gostou vamos para outro lugar e...
— Para Jim! Eu amei, como você sabe que adoro jogos? - Perguntei como uma detetive.
— Eu não sabia - Ele sorriu satisfeito. - O que você quer jogar primeiro?
— Hum... boliche! - Eu parecia criança.
— Ok, mas eu quero lhe propor uma coisa. - Meu coração gelou. - Percebi que canta bem ali no carro, se eu ganhar quero que você cante ali naquele karaokê.
WTF?! Ele queria que eu pagasse um mico?! Ahhh é, minha vez.
— Isso foi bem... Inesperado. Pois então, se eu ganhar você vai tocar e cantar uma música de minha escolha.
— E posso saber que música seria?
— Like A Virgin da Madonna.
Ele olhou indignado para mim, mas riu descontroladamente depois.
— Você é louca! Nunca vou fazer isso.
— Ahh vai sim. Vamos jogar logo para ver quem ganha.
Jogamos e bebemos ao mesmo tempo, no final estávamos levemente alterados. E eu ganhei por sorte no boliche.
— Agora você tem que pagar pela sua perda. - Falei, dramaticamente, enquanto tirávamos aqueles sapatos especiais para jogar boliche.
— Vamos fazer diferente? Se eu fizer isso vou ficar manchado por aqui.
— E você acha que eu ligo? Fizemos um trato, você tem que cumprir.
— E se eu não cumprir, o que você vai fazer comigo?
Isso soou muito provocativo, e como já estava pré bêbada resolvi ir adiante com a brincadeira.
— Você diz que gostou de mim cantando, e eu adoro ver você tocando... Que tal nós fazermos uma apresentação?
— Música?
— Fruitcake do Stone Sour.
— Hum... - Ele me olhou desconfiado, sabe muito bem que essa música tem aquela pegada dançante, apesar da letra não se tratar exatamente disso. - Tudo bem, aceito sua proposta.
Subimos no pequeno palco, ele pegou a guitarra e afinou. Esperamos o homem dar sinal para começar. Começou. Eu entrava no ritmo e fui me soltando. Ele, bem... Precisa falar? Poxa, ele ajudou à criar essa música.
'Got a pit in so tight - wish I never had a blast that night,'
Entre troca de olhares e dancinhas provocativas chegou na minha parte favorita, o solo de guitarra. Me aproximei de frente para ele, ele tocava e a energia fluía pelas veias, a cada nota meu movimento era diferente, e nós estávamos contagiantes, em uma sintonia maravilhosa. Acabamos em meio à aplausos.
— O que você achou?
— Que você além de cantar, dança magicamente bem...
— Que bom que gostou.
— Vamos tomar um ar? Aqui está muito quente.
— Vamos.
Estava deserto do lado de fora. Acho que ele sabia disso.
— Gosta de chocolate não é? Ali atrás vende com morangos, que tal?
— Eu sou praticamente uma chocólatra. Tem certeza que quer me levar? Vou sair de lá muito louca de açúcar.
— Então vai ficar acordada a noite toda?
Sorri surpresa com a pergunta.
— Dependendo das circunstâncias...
Enquanto andávamos avistei um pequeno muro, eu queria acabar com esses flertes, sentada ali eu ficaria da altura dele.
— Olha Jim, meus sapatos estão me matando, vou sentar ali para descansar ok?
— Acho que você não consegue subir ali, eu te ajudo.
Pegou na minha cintura e me ajudou à subir, e o que eu não esperava ser da parte dele, aconteceu. Colocou um braço de cada lado do meu corpo, como se não quisesse que eu fugisse, olhei para seus braços que estavam com as mangas da camisa dobradas, isso mostrava às tatuagens... Me derreti, ele me encarou e se aproximou de meu rosto.
— Estou adorando passar essa noite com você.
Disse, quase em um sussurro, com a boca à milímetros da minha. Por alguns segundos olhei profundamente naqueles olhos, fechei os meus em seguida e demos um beijo suave, tão leve como o hálito de menta que ele estava. Aos poucos, o beijo foi se aprofundando, deixando a temperatura subir, fazendo com que as mãos dele não quisessem ter controle, uma delas foi até minha nuca, a outra até a coxa. Ele começou à apertar quando já estávamos no ápice do beijo. Eu estava ficando sem ar, tive que finalizar o beijo para poder respirar. Suspirei e disse:
— Eu é que estou adorando estar aqui com você.
Ele sorriu um pouco tímido.
Um grupo de pessoas que saiam do estabelecimento cheio de jogos veio em nossa direção. Resolvemos sair dali e ir comer o tal chocolate. À essa altura eu já nem sabia se queria chocolate ou mais beijo, peguei o chocolate um pouco mole do espetinho de morando, sujei o canto da minha boca e na maior cara de pau disse:
— Jim, tá sujo aqui?
Ele sorriu se divertindo.
— Você tem certeza que quer me provocar? Acho que se eu te beijo de novo não te solto mais...
— Então você acha?
— Quer ir para minha casa para ver se eu acho ou não?
Eu não esperava por essa, querer eu até queria, e não era pouco, mas eu conheci ele ontem, não estava me sentindo segura para uma transa.
— Olha, querer sim, mas poder eu não posso. Você pode apenas limpar minha boca?
Ele não insistiu, só fez o que pedi, com um beijo, lógico, ele também não ia perder a oportunidade. Adorei a forma que ele agiu com minha recusa, não se mostrou decepcionado com em nenhuma hora e nem tocou mais no assunto, até tomava cuidado para os beijos não passarem do ponto.
O resto da noite aproveitamos comendo e conversando, às vezes se beijando também. Estava tão divertido que eu nem queria olhar para o relógio. Será que tinha como ficar melhor? É claro que sim!
Na volta para casa a trilha sonora foram as músicas do último álbum do Slipknot, o Vol.3 The Subliminal Verses, eu insisti para Jim colocar o CD, e lá estava eu, cantando faixa por faixa. Chegou em Duality, e eu disse:
— Número quatro... Você manda muito bem!
Ele ficou todo vermelho e sorriu sem graça.
— Você gosta mesmo de Slipknot, já foi em um show?
— Infelizmente não, vocês não foram para o Brasil... Ainda.
— Que tal você ir e assistir bem de pertinho?
CA-RA-LHO.
— É claro que quero! Porra vai ser demais!
— Seus amigos também podem ir, nós temos permissão para levar amigos, familiares... Namorada.
Namorada? Olhei com uma sobrancelha arqueada para ele, mas não perguntei nada.
— Mas e ai, quando vai ser?
— Sábado que vem, só que em outro estado, lá na Califórnia, tudo bem para você? Eu vou ter que ir antes, na sexta-feira, para poder arrumar o som e coisa e tal, sei que vai trabalhar, mas acho que dá para ir comigo. Que horas você vai sair do trabalho?
— É estágio, então saio ás 14 horas.
— Se vocês estiverem prontos às 15 horas busco vocês ok?
— Certo, mas vamos dormir aonde? No mesmo hotel que vocês?
Ele pensou um pouco com um sorriso malicioso no rosto. Sabia que ia pensar besteira.
— Sim, eles vão adoram que são jornalistas brasileiros, Shawn quer "espalhar nosso vírus pelo mundo". - Falou, acredito que tentando imitá-lo.
— Acho que ele está conseguindo, o clipe de Duality esta fazendo o maior sucesso por lá. Quem gosta de Rock certamente já ouviu falar de vocês.
— Ótimo, então está feito. Só resta saber se seus amigos concordam.
— Mas é claro, me ameaçaram para te conhecer, vão pular de alegria quando souberem que vão em um show, no maior estilo vip.
Logo chegamos, às luzes de fora estavam acessas.
— Ainda bem que deixaram a luz acessa. - Ele comentou e eu não entendi.
— Por que?
— Porque posso ver seu rosto mais um pouquinho.
— Você é uma caixinha de surpresas sabia?
— Você gosta de surpresas?
— Por enquanto, vindo de você, estou gostando sim.
Sorrimos e demos um beijo com mais ternura do que os outros.
— Será que amanhã vejo você? - Perguntei para ele parecendo uma criança pidona.
— Almoça na minha casa amanhã, chama seus amigos também, quero conhecê-los melhor. Às 13 horas busco vocês ok?
— Ok!
Nos despedimos, àquele último beijo ficou marcado em meus lábios como um carimbo em uma folha. Dormi com o coração leve, acabou que até nos meus sonhos Jim estava.


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Notas finais do capítulo

Huuum, será que gostaram? : Comentem pessoal ;)
Logo mais vem o próximo.
Bjos :)



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