O dia seguinte passou tão lentamente que, no fim dele, estava prestes a gritar o quão entediante era ficar sentada em uma cadeira ouvindo os professores falando, quando se tem um milhão de coisas para resolver fora da escola. Tirando o sono. Tirando o fato de que Lydia e Scott não saiam do meu pé. Minha melhor amiga insistiu, durante o dia inteirinho, de que tínhamos que ir ao shopping fazer coisas que mães fazem. Disse à ela que eu seria a mãe, e não a mesma. Serei madrinha, é tão importante quanto. Argumentou ela, mesmo sabendo que era uma tremenda mentira. Depois de muito, muito tempo, consegui convencê-la de pelo menos saber o sexo da criança antes de fazer coisas que mães fazem. Ela concordou, totalmente contrariada, lembrando-me de que ainda hoje tínhamos de encontrar Melissa.

Ainda hoje tinha de encontrar Derek, pensei comigo mesma, sem contar nada a qualquer outra pessoa da turma, mesmo sabendo que se Malia estivesse em casa, em menos de uma hora todos saberiam, incluindo Lydia. Isso significada um tamanho xingo que ganharia dela por não contar.

Mandei uma mensagem a Melissa antes de sair da aula, com o celular escondido entre os materiais, dizendo que teria um outro compromisso hoje, então teríamos de deixar para outro dia. Ela respondeu em seguida, dizendo que estava tudo bem, mas pediu para que nos encontrássemos logo, pois tínhamos muita coisa para descobrir. Não deixei de agradece-la por tudo o que estava fazendo, e depois disso encerramos o assunto.

— Não vamos ao hospital hoje – falei, juntando o material em quanto Lydia se pôs de pé ao meu lado. – Combinei de jantar com meu pai.

— Temos de ir ao hospital, marcamos com Melissa!

— Já falei com ela – a ruiva rolou os olhos. – Nos vemos amanhã.

Por um grande milagre, que eu não questionaria, ela não veio atrás de mim gritando ou insistindo, apenas ficou na sala observando o lugar que eu estava à alguns segundos. Esbarrei no mínimo em três pessoas no enorme corredor, que parecia minúsculo apôs o sinal. O loft dos Hale não ficava tão longe da escola, minha casa tinha uma distancia maior da mesma, porem tive que desviar do caminho para que Malia não percebesse que eu estava logo atrás de si, o que não adiantaria muito, pois me veria em sua casa.

Depois de, mais ou menos, trinta minutos estava estacionado o carro em frente ao loft. Respirei fundo saindo do automóvel e seguindo em direção a porta, depois de subir a imensidão de escadas. Ouvi ruídos que tornaram-se vozes conforme eu me aproximava, mas ainda.

Sempre soube que ouvir atrás da porta era errado, mas não foi algo possível de controlar, eles estavam praticamente gritando, ou então a minha audição tornou-se aguçada demais de uma hora para outra.

— Você tem certeza disso, Malia? – a voz de Derek perguntou. Podia imaginar sua carranca apenas pelo peso contido em sua voz. Era um assunto sério.

— Ela já disse que sim, Derek, e se você não acredita pergunte ao seu queridinho Scott, aposto que ele também viu. – quem disse foi o Hale mais velho, Peter.

— Ele não me disse nada, deveria ter dito!

— Ele não sabe que você é o pai. – Malia disse, e só então eu percebi que estavam falando algo sobre o bebê.

A porta foi aberta em um rompante, por Peter, que tinha um sorriso irônico nos lábios. Franzi o cenho e encarei Malia.

— O que está acontecendo? – perguntei para a garota.

— Temos visita – Peter disse, fazendo uma falsa comemoração. – Não ensinaram o quão feio é ouvir atrás da porta?

O ignorei.

— O que está acontecendo? – voltei a perguntar.

— Vi Kate hoje, na escola. – disse a coiote.

— Kate? – questionei. – Está morta!

— Não, ela não está. Não fazemos ideia de como isso aconteceu, mas ela está viva, e bem perto. Não é a primeira vez que a vi.

— Scott viu? – perguntei e ela assentiu. – Onde foi da outra vez?

— Na floresta.

— Lembra exatamente onde? – perguntei.

— Allison, o que você ... – cortei Derek.

— Você lembra, Malia? – ela assentiu. – Me leve. Me leve até Kate!