O amor é cego escrita por British


Capítulo 67
De mãos dadas




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Esconderijo – Sandy – para ouvir

"Nesse quarto escuro
Existe um menino assustado
Ele é sozinho
E teme que o mundo encontre o seu cantinho

Entrega ele pra cuidar
Eu sei guardar segredo
Eu sei amar

Não conto pra ninguém
Que esse menino é alguém
De barba e gravata e que esse quarto escuro é sua alma" 

Konan passou a noite inteira ao lado de Nagato no hospital. Velou seu sono profundo, enquanto seu coração ficava apertado só de imaginar que algo de mais grave teria acontecido com ele se não recebesse cuidados. Sentia-se culpada pelo que acontecera a ele. Ela o viu abrir os olhos devagar e então segurou sua mão feliz por vê-lo despertar.

— Ta tudo bem? – perguntou com uma voz doce
— Onde eu to? – Nagato perguntou ainda tonto. Havia sido sedado na noite anterior.
— No hospital. – Konan respondeu praticamente num sussurro
— Por que eu vim para aqui?
— O que você se lembra de ontem? – Konan respondeu com uma pergunta e Nagato ficou quieto. – Pode falar – ela insistiu e ele ainda relutante disse
— Lembro de pouca coisa. Lembro de ir até o seu prédio. Lembro de te ver com Deidara. Lembro da bebida e da droga. Mas não me lembro de me trazerem pra cá.
— Normal, você não estava consciente quando chegou aqui. Você deixou a gente muito preocupado.
— Quando você fala a gente está se referindo a Sasori?
— Sim, ele também passou a noite aqui, mas agora foi comer alguma coisa.
— Eu agi errado. Não devia ter ido pro bar, não devia ter usado a droga que tava guardada comigo.
— Por que você carregava a droga?
— Porque era mais fácil de lidar com as situações, sabendo que se desse tudo errado eu tinha como aliviar a dor.
— E aliviou? – Konan perguntou com lágrimas nos olhos
— Por um momento, mas ta doendo muito mais agora que você está chorando por minha causa. Você tem pena de mim?
— Não! – Konan respondeu e limpou a lágrima – Eu só estou preocupada.
— Não se preocupe, eu vou me recuperar.
— Mas vai voltar a se drogar?
— Eu não quero! Me ajuda?
— Ajudo. Tudo que eu puder fazer, eu farei! – Konan beijou a mão dele e molhou-a com mais lágrimas
— Você é boa Konan.
— Não, não sou. Porém eu gosto de você e quero te ver bem. Não só hoje como sempre.
— Eu amo você. – Nagato confessou num sorriso fraco
— Eu sei. – Konan então beijou sua testa e sorriu

[...]

— Posso me sentar com você? – perguntou a doutora a Sasori
— Claro – disse se ajeitando na cadeira
— Muitas pessoas vêm comer essa hora, então a cantina está sempre cheia. Desculpe por incomodá-lo. 
— Não tem problema Shizune – Sasori disse num sorriso fofo após ler o nome da médica no crachá.
— Você é o irmão do paciente que deu entrada no hospital ontem à tarde? Sasori certo?
— Sim, sou eu mesmo. E você é a gentil doutora que cuidou do meu irmão correto?
— Correto. Seu irmão deu bastante trabalho, mas os exames dele mostraram que a recuperação só depende dele, o que é algo bom.
— Eu sei, ele já ficou internado numa clinica antes por alguns meses. Você me sugeriu ontem que eu o internasse de novo.
— É, eu sugeri porque você sabe que a combinação de álcool e drogas não é algo bom, pode levá-lo a uma autodestruição. 
— Eu sei e vou conversar com ele sobre isso. Mas não acho que ele queira ficar internado de novo.
— Vai o deixar correr riscos?
— Meu irmão foi fraco, mas o problema de ontem não foi as drogas ou o álcool, foi muito mais emocional. Ele é apaixonado pela minha sócia e ela não é por ele. Ontem ele a viu com meu outro sócio e isso desencadeou nele algo ruim que o levou a isso. 
— E como você sabe que é exatamente isso? – perguntou interessada
— Eu conheço meu irmão. Sei para onde ele estava indo ontem antes de ir pro bar, sei o que aconteceu quando ele chegou lá, então a reação dele foi prevista. 
— Você podia ser psicólogo. Avalia muito bem as pessoas.
— Eu sou observador e sentimental. Acho que isso me leva a ler as pessoas facilmente. 
— Trabalha com o que? – disse enquanto bebia o café
— Sou artista plástico.
—Acho que já deveria saber. – sorriu
— Por quê? – Sasori perguntou sem entender muito bem a médica
— Artistas são encantadores, assim como você é. 
— Obrigado. Posso dizer que você também é encantadora?
— Pode. – sorriu e eles continuaram a conversar e comer alguma coisa. 

[...]

— Eu liguei para a Konan exatamente 20 vezes hoje e ela não atendeu nenhuma vez. – reclamou Deidara para Temari
— Você está me assustando. – ela disse enquanto tomava conhaque
— Por quê? – ele perguntou sem entender
— Você sufoca as pessoas. Ela te deu um beijo e você já está controlando-a.
— Eu trabalho com ela e estou preocupado, pois nem ela nem o Sasori dão as caras.
— E você já ligou pro Sasori?
— Já, cinco vezes.
— Então por que pra ela foram vinte?
— Por que eu estou mais preocupado com ela do que com o Sasori? – ironizou.
— Dá um tempo Deidara. Você está uma pilha. Ta chato. Nem eu estou se suportando.
— Desculpa. – disse o louro murchando
— Tudo bem. Relaxa ok? – Temari então se levantou e beijou Deidara que retribuiu o beijo que por sinal foi longo e cheio de caricias.
— O que seria de mim sem você? – Deidara perguntou ainda olhando nos olhos dela
— Um cara estressado certamente – sorriu e deu um selinho nele
— O que eu faço agora?
— Esquece a Konan! Já que ninguém veio trabalhar você também não precisa ficar aqui. Vamos almoçar e depois você se preocupa com eles ok?
— Tudo bem. – sorriu e então saíram de lá de mãos dadas. Deidara enquanto andava olhava de lado pra Temari e não a entendia. Ela ficava com ele sem pedir explicações, não fazia cenas de ciúmes e ainda ouvia pacientemente ele falar da Konan. Ele simplesmente não sabia como ela conseguia. Ele mesmo sendo namorado dela de mentirinha não aceitaria que ela fizesse isso com ele.

[...]

— Alô? – Sakura dizia do outro lado da linha e o coração de Sasuke já acelerava
— Amor, tudo bem? – finalmente falou e surpreendeu à amada
— Oh, Sasuke! Estou bem amor... morrendo de saudade e você?
— Se eu dissesse que a sua falta está me matando você acreditaria?
— Sim, mas espero que você continue vivo. Quero te ver. Quando vai ser possível?
— Logo vai ter um feriado e aí você vem pra cá, o que acha?
— Acho bom, mas queria te pedir uma coisa.
— O que?
— Eu estou fazendo aulas de teatro, o professor é muito bom e ele fez testes para uma pequena encenação daqui a um mês, vai ser na véspera do feriado e eu quero que você venha me ver.
— Claro! Aproveito para levá-la de volta para casa. Já sabe qual papel vai interpretar?
— Ainda não. O resultado sai nos próximos dias. Estou nervosa. 
— Vai dar tudo certo e eu ainda vou estar aí para te aplaudir.
— Eu sei e isso vai me deixar mais confiante. Como está a Hinata?
— Ela está no quarto mês e descobriu que vai ter uma menina. Ótima noticia não?
— Excelente e o Naruto?
— Muito feliz em ser pai, ele até está fazendo uma pequena produção filmando o dia a dia da Hinata para mostrar para o bebê quando crescer. Fora as fotos que são milhares. Ele está bem exagerado. - risos
— Mas é algo bom, ele está vivendo um momento lindo.
— Ah e nós fomos convidados para padrinhos.
— Jura? Estou muito feliz com isso, vou ter uma afilhada!
— Akamaru está sentindo sua falta, ele está latindo aqui. Ouviu?
— Ouvi, também estou com saudades do meu amigão. Cuide dele Sasuke!
— Estou cuidando, não se preocupe. Bem, não posso demorar mais na ligação, tenho uma reunião dentro de dez minutos, mas se eu pudesse ficaria ouvindo a sua voz o dia inteiro.
— Eu sei. Eu também. Vou te escrever um e-mail todo dia com as novidades, mesmo que você não me responda.
— Eu vou deixar de ser tão ocupado e arrumar um tempo a mais para você. Sei que tenho andado afastado.
— Eu sei que é por causa do seu trabalho. Eu entendo.
— Mesmo entendendo é difícil. Não precisa negar. Eu te amo Sakura!
— Eu também te amo Sasuke!
— Não se apaixone por ninguém aí viu? – brincou Sasuke
— Isso jamais seria possível, pois eu já estou apaixonada pelo homem mais incrível do mundo e acredite ele é você!
— Você é maravilhosa. Tenho que desligar. Eu te amo.
— Eu te amo mais – então Sasuke desligou e Sakura desligou em seguida. Ouvir a voz de seu amado era algo reconfortante, teria que continuar sendo forte para agüentar os próximos meses e anos. 

[...]

— Eu vou levar o Nagato todos os dias a clinica para ele frequentar o grupo de ajuda, ouvir e dar depoimentos. Isso vai fazer bem a ele – disse Konan
— Você prefere isso a se internar de novo? – perguntou Sasori de braços cruzados
— Prefiro irmão. Eu iria ficar doido se ficasse internado.
— Eu sei. Concordo que a Konan leve você para o grupo de ajuda. Sei que com ela ao seu lado você consegue vencer isso.
— Obrigado pelo voto de confiança.
— Você vai sair dessa! – Konan sorriu e apertou a mão de Nagato
— E quando eu vou ter alta? – Nagato perguntou
— Amanhã de manhã. – Sasori disse com um sorriso
— Mais uma noite aqui?
— Só mais uma – Sasori respondeu
— Eu fico aqui com você! – Konan falou e beijou Nagato na testa
— Acho que você vai ficar bem acompanhado e não vai precisar de mim, certo?
— Certo. Com a Konan eu estou em boas mãos. – sorriu
— Estou indo. Juízo Nagato e Konan não deixe ele aprontar.
— Claro que não! – riram e Sasori se foi
— Agora somos só nós dois – sorriu e conversaram muito até Nagato adormecer


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