Sábado, 19 de Dezembro, 01h00min. da madrugada.

Ele estava chegando perto e mais perto e eu estava mais do que pronta para recebê-lo em minha boca quando fechei meus olhos. No entanto, em vez de me beijar intensamente, Ian Somerhalder começou a cantar a música Radioactive do Imagine Dragons e logo minha mente foi puxada e voltou à realidade, quando acordei do melhor sonho que já tive, com o toque do meu celular. Ainda grogue de sono, lentamente tirei meu braço do lençol e peguei meu celular em cima do criado mudo. Quando olhei no identificador de chamada vi o nome de Cassie e achei estranho visto que ela nunca me liga quando está badalando, mas, mesmo assim, atendi.

— Espero que seja importante porque eu estava prestes a beijar o Ian Somerhalder no meu sonho antes de você ligar. - Eu disse com a voz tonta de sono.

Escuto um riso de fundo e algumas pessoas gritando.

— Desculpe atrapalhar seus sonhos. - Uma voz que eu desconhecia respondeu e eu imediatamente arregalei meus olhos.

— Quem é você e o que está fazendo com o celular da minha irmã? - Eu perguntei, com a voz ríspida, logo me sentando na cama.

— Calma, calma. Sou o Chad e sua irmã está bem aqui do meu lado desmaiada.

Mas que merda!

— O que você fez com ela? - Eu perguntei elevando meu tom de voz - Olha só, se você encostou um dedo...

— Não, não. Se acalme gatinha. Não fiz nada com sua irmã, na verdade, ela fez consigo mesma. Ela bebeu demais aqui na festa e ficou grogue a ponto de não saber onde era sua casa. - Ele explicou - A ultima coisa que ela disse antes de desmaiar foi para ligar para a Caty.

— Sou eu. Cassie esta... Bem? - Eu perguntei com um nó na garganta ao imaginar que algo pior poderia ter acontecido

Ele deu uma risadinha.

— Sim, ela está bem, mas você precisa vir até aqui buscá-la.

Eu solto um suspiro cansado e olho no despertador ao lado da cama e vejo que já passa da uma da madrugada.

Droga, Cassie!

— Tudo bem. Eu vou ir até ai. Qual é o endereço? - Eu perguntei e ele me passou o local da festa, que não era tão longe daqui, graças a Deus.

Assim que desliguei o celular, fiz o meu melhor para trocar de roupa o mais rápido possível sem fazer barulho. Meus pais não podiam saber que eu saí de madrugada para resgatar minha irmã mais velha que deveria ser o EXEMPLO, bêbada e desmaiada em uma festa e com um completo estranho cuidando dela. Soltei um suspiro frustrado enquanto passava a bolsa pelo ombro.

Só Cassie para fazer essas coisas!

Assim que pronta, eu saí na sacada para observando a queda que me aguardava.

— Tudo bem. Você consegue Caty. - Eu dizia tentando convencer a mim mesma, enquanto respirava fundo e tentava me acalmar. - É só fazer como a Cassie. Você consegue.

Com esse pensamento em mente, eu pulei a grade da sacada e comecei a descer pela lateral, mas, como a minha experiência em pular sacadas é zero, seria lógico concluir que eu caí. Tive que me controlar para não soltar um grito, mas, por sorte, eu estava perto do chão então a queda não foi tão grande, mas, mesmo assim, ralei meu braço na parede.

Olha o que eu tenho que fazer por você, Cassie!

Aos poucos me levantei com o braço dolorido e fui caminhando pelo quintal. Antes de sair, verifiquei minha casa para ver se alguém havia me visto e inconscientemente meu olhar foi para a casa do Alec, mas logo o desviei e saí do quintal.

Desde quando me importo com isso?

Enquanto caminhava pelas ruas silenciosas e escuras, um medo estranho começou a percorrer pela minha espinha, de alguém aparecer com uma arma em mãos e me sequestrar, então, comecei a me lembrar dos motivos de eu estar fazendo isso e só consegui pensar em um:

Eu amo a minha irmã. Muito.

Só por isso.

Com isso mente, continuei a caminhar até que por fim cheguei numa rua onde podia ouvir o som de música e dei graças a Deus por encontrar essa tal festa. No entanto, assim que plantei os pés no quintal da casa, me deparei com uma multidão de jovens que eu diria ter entre 17 e 24 anos de idade, bebendo e dançando ao som de uma música agitada do Calvin Harris e imediatamente hesitei.

1° Nunca estive em um lugar com tanta gente.

2° Nunca estive em uma festa.

Tomando um pouco de coragem, eu forcei minhas pernas a entrar naquele mar de gente se esfregando, enquanto eu procurava pelo rosto de Cassie, mas eu não a encontrei em lugar nenhum. Caminhei mais pelo quintal, aguentando as encaradas de cima em baixo que sofria de homens e mulheres e mesmo assim não a achei, por isso resolvi entrar na casa.

Pior ideia de todas.

Dentro da casa parecia haver mais gente do que fora e assim que adentrei me assustei quando uma mão puxou meu braço e encurralou-me na parede.

— Olá, gatinha. - Um garoto de cabelos escuros disse com um sorriso malicioso.

— Sai. Fora! - Eu disse ríspida e o garoto começou a rir, colocando as mãos em cada lado do meu corpo e abaixando a cabeça para ficar no nível do meu pescoço.

— Por quê? A gente nem começou a brincar. - Ele sussurrou no meu ouvido com a voz escorrendo sensualidade.

— Se você não sair eu vou te bater. - Eu ameacei e o garoto riu e, ignorando-me completamente, começou a distribuir beijos em meu pescoço.

Ele. Beijou. O. Meu. Pescoço.

Odeio quando me subestimam.

Ergui o meu joelho imediatamente, acertando em cheio e dolorosamente as bolas dele. O garoto gritou grosso e dobrou-se de dor, então, aproveitei a oportunidade e o empurrei da minha frente, libertando-me.

— Sua cadela! - Ele gritou e vi um grupo de jovens ao seu lado rindo ao vê-lo curvado de dor no chão. Deviam ser os amigos dele.

Babaca.

— Eu disse para me soltar, idiota! - Falei com a voz fria e mostrei o dedo do meio para ele antes de sair.

A primeira festa que venho (mesmo que por acaso) e já agredi alguém.

Maravilha!