Paraíso de verão escrita por Tefy


Capítulo 19
Sábado, 19 de Dezembro, 15h45min.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, pessoal
Eu não sabia se ia conseguir terminar esse capitulo, então, eu resolvi dividi-lo em dois e ainda assim ele ficou enorme. Só pq eu sou uma ficwriter muito maldosa, vou deixa-los curiosos para o próximo capitulo. Eu espero que gostem do que preparei.
Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680963/chapter/19

Sábado, 19 de Dezembro, 15h45min.

Quando concordei em ter um bom tempo aqui com a ajuda de Alec, não esperava gostar tanto do sorriso satisfeito que surgiu em seus lábios com minha resposta positiva e, muito menos, ser praticamente arrastada para dentro da trilha. Alec segurava minha mão firmemente enquanto me puxava para dentro do mato. Seus dedos enroscados perfeitamente nos meus, deixavam-me confortável, por mais que jamais tivera esse tipo de contato com qualquer outra pessoa pertencente ao sexo masculino, que não fosse meu pai. Contudo, quanto mais denso o mato ao nosso redor se tornava e o fato de Alec arrastar-me para um lugar desconhecido e não revelar qual, era motivo suficiente para erguer a minha guarda.

— Alec. - Eu chamei o seu nome pela décima vez, mas ele nem ao menos moveu a cabeça em minha direção, apenas continuou a caminhar apressadamente.

— O que foi Caty?

— Alec, nós não deveríamos estar aqui. - Eu informo apreensiva temendo o mato alto ao meu lado e os possíveis animais selvagens presente nele - Você não viu as bandeirinhas amarelas? Esse lugar não é seguro.

Ouço a risada de Alec e isso me irrita. Como ele pode rir de algo como isso? Ele deliberadamente está nos levando para o perigo e rindo em sua cara e eu não me lembro de ter concordado com isso.

— Alec!

Alec para abruptamente e eu acabo batendo o rosto em suas costas largas com a parada repentina. Com um longo suspiro, ele se vira para me encarar e liberta minha mão de seu aperto.

— Caty, eu sei para onde estamos indo. Não precisa se preocupar.

— Não é o que me parece. Você, por um acaso, prestou atenção no que o guarda falou? - Pergunto arqueando as sobrancelhas e Alec só faz encolher os ombros. Eu reviro os olhos. - Ele disse que não deveríamos entrar na área com bandeiras amarelas porque é sinal de perigo. Nós já passamos por uma dezena delas, então, eu acho que daqui a alguns minutos, se continuarmos nesse ritmo, devemos estar mortos.

Alec revira os olhos.

— Você é muito dramática.

— E você é muito teimoso.

— Ótimo. - Alec sorri e descruza meus braços, enganchando sua mão na minha. Eu permito sem relutar, encarando brevemente os nossos dedos juntos - Agora que já apresentamos nossos defeitos, podemos continuar.

E antes que eu possa replicar alguma coisa, Alec torna a me puxar novamente pela mão, guiando-me para dentro da floresta. Eu reviro os olhos enquanto ele desvia de árvores e arbustos no meio do caminho, ignorando totalmente o que eu disse sobre o perigo desse local, segundo o guarda. Porém, quando noto mais uma bandeira amarela amarrada em uma árvore, isso é suficiente para aquecer meus nervos.

— Alec, se você não parar agora eu vou pegar um galho de árvore e acertá-lo com ele. - Eu ameaço e ao notar a seriedade em minha voz Alec para de caminhar. Ele sabe mais do que qualquer outra pessoa que eu provavelmente seria capaz de acerta-lo na cabeça com um galho e não dúvida disso. Ele é inteligente.

— O que foi agora? - Alec pergunta impaciente assim que vira o corpo para me encarar.

Eu cruzo os braços embaixo do peito, adquirindo uma pose defensiva e Alec imita meu movimento.

— Se você está pensando que vai me rastejar para a morte sem, pelo menos, me dizer onde será a minha cova, está muito enganado. - Digo e Alec revira os olhos, mas noto um pequeno sorriso querendo se formar no canto de seus lábios - Me diga a onde você está me levando, se não eu não vou sair daqui. - Eu bato o pé no chão, determinação esticando em meu peito e Alec arqueia as sobrancelhas.

— É uma surpresa, Caty.

— Essa surpresa inclui meu corpo inconsciente em algum buraco no chão? - Pergunto sarcástica, por mais que eu saiba que Alec não seria capaz de fazer isso - Eu não concordei com isso quando você disse que ia me mostrar como fazer um bom tempo aqui.

— Na verdade, você apenas concordou. - Ele refuta - Então, isso é uma frase ampla para qualquer lugar ou qualquer coisa.

Alec sorri de maneira inteligente e eu reviro os olhos. Ele aproxima seu corpo do meu, quase me pressionando contra a árvore velha atrás de mim e meu coração dá um salto quando suas mãos dão a volta pela minha cintura.

— Confie em mim Caty. - Ele pede com sua voz séria enquanto me encara fixamente.

Por mais que eu queira depositar minha confiança nele, isso não é tão fácil quanto parece principalmente pelo fato de eu conhecê-lo a pouco mais de um dia. Confiança é algo que se conquista com o tempo e Alec e eu não tivemos tempo de adquiri-la um com o outro. E não sei se teremos.

— Eu quero, mas eu não sou de confiar nas pessoas, Alec. – Respondo e a sinceridade transborda em minhas palavras enquanto encaro seu penetrante olhar azul. - Isso não é tão fácil para mim.

Alec fica em silêncio, absorvendo minhas palavras. Sua expressão é ilegível nesse momento, então, não sei dizer o que está passando em sua cabeça ao me ouvir dizer que não confio nele. Não é por escolha, é claro. Gostaria de poder confiar nas pessoas tão rapidamente, mas as coisas nunca são tão simples para mim. Eu estou apenas me protegendo.

— Eu entendo. - Alec finalmente diz e abre um sorriso amigável antes de se afastar alguns passos e, imediatamente, sinto falta do calor de seu corpo - Basta apenas... Seguir-me.

Alec estende o braço para mim e eu encaro sua mão por um longo tempo. Seus dedos são mais um convite para mim. Um convite que mais uma vez minha mente pensa em recusar, mas, ao mesmo tempo, me faz querer derrubar todas as barreiras que construí ao meu redor ao longo dos anos e isso tanto me fascina quanto me assombra. Contudo, antes que eu possa tomar qualquer decisão, solto um grito sufocado quando dois braços agarram minha cintura e estou sendo erguida do chão por Alec e jogada em cima de seu ombro.

— Alec! Quer parar de graça e me soltar! - Eu reclamo socando suas costas o mais forte que consigo, mas ele não parece se afetar com nenhum dos meus golpes e continua a subir a trilha comigo em suas costas.

— Você estava demorando demais para pegar minha mão. - Ele diz por cima do ombro e consigo ver um sorriso divertido em seu rosto. Um sorriso que estou doida para tirar com meus punhos.

— Você disse para eu seguir você e não para me levar nas costas!

Ouço a gargalhada de Alec por cima do ombro e irritação sobe ao longo do meu corpo.

— Eu mudei de ideia. Prefiro muito mais assim. - Ele diz e sinto sua mão subir em minha coxa, próximo a minha bunda.

Eu bato com mais força ainda em suas costas e grito tão alto quanto meus pulmões conseguem. Alec mais uma vez ri das minhas tentativas de atingi-lo e sinto meu sangue ferver. Ele dá dois leves tapinhas em minhas nádegas e eu só faço deixar minha boca cair aberta com seu contado atrevido. Ele, provavelmente, não tem medo da morte.

— Continuei gritando, Caty. - Ele incentiva notoriamente divertido com toda a situação e eu bufo - É mais fácil para os animais selvagens nos encontrarem.

Assim que essas palavras saem de sua boca, eu penso duas vezes antes de soltar o grito estridente preso em minha garganta. Por mais que minha vontade primitiva seja gritar e soca-lo para sempre, não vale o esforço se eu for morta por algum animal selvagem e cruel que habita essa região.

— Muito bem, Caty. - Alec zomba assim que nota o meu silêncio - Você é uma boa garota.

Eu bufo e tento chuta-lo, mas, para minha infelicidade, não consigo causar nenhum estrago em seu belo corpo. Estar de cabeça para baixo não ajuda nem um pouco, porém.

Alec caminhou pelo que pareceram uns dez minutos e não revelou nenhum sinal de exaustão ao carregar-me durante esse tempo, por mais que eu tornasse isso especialmente difícil ameaçando chuta-lo em todas as partes de seu corpo, chamar a policia e, até mesmo, gritar para que os animais selvagens viessem devorá-lo, fora os muitos xingamentos que pronunciei durante todo o caminho. Se ele demostrou qualquer tipo de cansaço, não o deixou transparecer. Eu não o culparia, em tudo. Com certeza levar 55 quilos de uma Caty reclamona nas costas, não deve ser a mais fácil das tarefas, admito. Eu já havia desistido de lutar a essa altura e meu corpo estava dolorido por causa da posição em que me encontrava.

— Pode me soltar agora, fortão? - Eu peço entediada e escuto a risada suave de Alec.

— Você me acha fortão, é? - Ele pergunta maliciosamente e eu reviro os olhos, mas não respondo. Não aumentaria o seu ego já elevado respondendo sim a essa pergunta. Por mais que fosse a verdade.

Alec passa a caminhar mais lentamente agora e observo que o solo abaixo de nós se tornou um pouco mais íngreme, o mato ao nosso redor menos denso e a folhagem mais verde e aberta. Assim que ele para de andar escuto o leve barulho de água correndo. Por mais que esteja de ponta a cabeça, a curiosidade me vence e eu apoio as mãos ao redor de sua cintura fina e consigo virar meu corpo para o lado apenas o suficiente para enxergar parte de uma queda de cachoeira e um rio praticamente cristalino. Ele me trouxe para uma cachoeira. Eu nunca fui a uma cachoeira.

— Chegamos. - Alec comenta, com um olhar admirado estampado em seu rosto ao observar o lugar.

No entanto, eu noto o momento em que seu sorriso é substituído por uma careta de desgosto assim que ele aguça os olhos em algum ponto ao longo da cachoeira.

— Oh-oh. Filho da mãe! - Ele murmura com a mandíbula cerrada - Não era bem essa a visão que eu tinha planejado para você ver.

— O que foi? - Pergunto curiosa tentando me virar para enxergar, mas nada conseguindo ver - Alec me coloca no chão.

Alec nega com a cabeça.

— Acho que você não vai querer...

— Me põe no chão. Agora.

Alec suspira e lentamente me desce de suas costas para o chão, fazendo questão de esfregar meu corpo em seu forte abdômen no processo. Assim que meus pés tocam o solo, as mãos dele continuam firmes ao redor da minha cintura e meu peito colado em seu corpo construído. Ergo meu olhar e vejo um sorriso malicioso tomar conta de sua expressão com a nossa posição sugestiva e eu apenas reviro os olhos. Alec pode ser um pervertido às vezes. Não contendo uma risada de escapar dos meus lábios, deslizo minhas mãos em seu peitoral de maneira bem sedutora e vejo seu olhar brilhar em um intenso azul. Aprecio a sensação de ter minhas mãos pressionadas em seus músculos bem construídos antes de, com algum esforço, empurra-lo para longe de mim. Escuto a risada divertida de Alec atrás de mim quando me viro para observar a cachoeira.

É linda.

Com uma pequena queda d’água e um belo rio ao seu redor, a cachoeira beira a simplicidade, mas não deixa de demostrar sua beleza impressionante. A luz do sol ultrapassa as enormes árvores e faz seu caminho para a água que cai das pedras de maneira a tornar o lugar repleto de magia.

Realmente, belo.

Porém, sua magia logo acaba quando vejo dois pontinhos em cima de uma pedra. Um potinho rosa em cima de um pontinho preto e os dois pontinhos se beijando. Eu semicerro os olhos para enxergar melhor e meu estômago revira com a cena que presencio.

— Ai. Meu. Deus! - Eu exclamo pausadamente e levo a mão até boca. O choque é evidente em meu rosto e, agora, eu realmente entendo porque Alec não queria que eu visse.

— Eu disse que você não iria querer ver isso. - Alec faz uma careta assim que move seu olhar para o casal mais uma vez.

Eu acho que deveria tê-lo ouvido, pois, agora, provavelmente terei que lavar meus olhos com água sanitária para conseguir limpar tal cena exorbitante. Seria melhor viver na curiosidade do que observar minha irmã Cassie sentada no colo de Chad e ele com o peito dela em sua boca, enquanto uma expressão de puro prazer invade seu rosto e ela vagueia suas mãos pelos cabelos escuros de seu companheiro.

Deus, aonde eu vim parar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, meus lindos, é isso ^^
Eu espero que tenham gostado e ficado curiosos para o que vai rolar no próximo capitulo. Quem aí imaginava encontrar Cassie nessa cachoeira? E ainda mais se pegando loucamente com o Chad?
Me contem o que acharam e não esqueçam de favoritar e comentar aí em baixo. Um beijo meus lindos.
Tefy :)