O fantasma esquecido. escrita por Sazi


Capítulo 4
Uma vida com você.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando essa trama. Espero que o enredo esteja agradando.



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Os dias que se seguiram foram um tanto tortuosos para Guzol, o pequeno garoto não tinha o que comer. E continha-se em beber bastante água. Mas estava fraco, apesar de plantar as suas sementes sabia que uma árvore não crescia assim tão rápido. A boneca agora estava sendo cuidada pela criança. Os dois andaram pela cidade abandonada e Guzol pegava entre  as casas os objetos que foram abandonados e que hoje muito lhe serviam.

Escolheu uma casa a esmo e decidiu que lá ele residiria com a boneca.

— Seu cabelo é tão bonito Lala. – ele disse enquanto a penteava.

— Lala? – ela questionou surpresa.

— Sim, não gostou desse nome? – ele parou o que estava fazendo e a fitou.

— Não, eu gostei muito. Estou feliz. Lala é  um lindo nome. – o pequeno sorriu e continuou o que estava fazendo.

O rosto da boneca estava desconfigurado, então ele arrumou um improvisado tapa olho para ela, como também tratou de pegar roupas novas. Não tão novas, mas que ele soubesse que podiam lhe servir.

Um dia a esmo Guzol andava pela cidade enquanto Lala fazia algo incomum, caçava. Tudo começou quando ela por acidente acertou uma ave que passava rasteira com uma pedra. Os dois estavam brincando de joga-las o mais longe que pudessem, como ela não media sua força acabou por acertar o animal. Isso muito ajudou o menino que pela primeira vez em uma semana comia carne, já que ele se virava com pequenos cogumelos. Como ela havia visto a felicidade espantada no rosto do seu novo amigo decidiu ir atrás de mais animais. Sabia que algumas aves passavam por ali, sempre as observava. E assim Lala acabo por virar uma caçadora.

Guzol andava sem destino, até encontrar a uma casa que ele ainda não havia visto, adentrando-a ele fitou os cadáver de homens adultos. Não sabia o que pensar e ficou assustado. Quem poderia ter feito aquilo? Lembrou-se do ferimento de Lala e ligou as coisas. Mas diferente da reação esperada ele não temeu. Apenas sentou-se perto dos restos mortais daquelas pessoas e começou a fazer uma pequena oração. O que ele não percebeu foi que a boneca estava de volta.

— Guzol eu consegui três hoje. – ela dizia animada adentrando o local.

Quando viu que ele estava sentado perto do que um dia foram as pessoas que lhe agrediram ela tremeu. Teve medo de que e se assustasse e fosse embora como os outros.

— Lala. – ele disse olhando-a.

— Eu posso te explicar. – ela baixou a cabeça sem saber o que dizer.

— Temos de enterrar essas pessoas. – o pequeno disse já se levantando.

Ela o olhou de súbito sem saber o porque. Mas concordou. Então a tarde daquele dia se seguiu na operação de enterrar aquelas pessoas. O local de seus túmulos ficava no extremo da cidade a caminho de Marco.

Depois que todos tinham seu lugar o garoto ajoelhou-se novamente e pôs se a orar, porém pediu que Lala cantasse a sua canção.

...

Os dois agora tinham um lar, uma vida juntos. As coisas que Lala não entendia eram explicadas pelo menino que fazia o que podia para que ela aprendesse. Situações divertidas aconteciam as vezes e ela aprendeu sentimentos novos com seu coração. Agora ela sabia sorrir, sabia perdoar, entender. Aprendeu o que era sono, o que era preguiça. Todas as novas coisas eram passadas agora por um rapaz. A boneca estava encantada, como ele crescia. E não notava que os anos passavam já ela era sempre a mesma. Todas as noites eles subiam a casa mais alta de Matel e contemplavam as estrelas. Mas em uma noite, aquilo foi especial.

Guzol tomou um atitude que até então era desconhecida por ela. Ele tocou seus lábios com os dele, gentilmente.

— Como se chama isso? – ela quis saber. Também estranhou o fato de o rapaz estar corado, não havia sol para tal coisa, então o que significava aquilo.

— Isso se chama beijo. Os adultos dão isso as pessoas que eles amam. Amor, Lala é uma gostar mais do que especial. É um gostar para toda vida.

Ela o olhou carinhosamente e dessa vez ela quem deu o beijo a ele. Os dois se abraçaram e ficaram a contemplar o lindo céu que assistia a tudo.

Assim um lindo romance se iniciava entre a boneca e o garoto esquecido.

Os anos se passaram e agora Guzol tinha vinte e cinco anos. Muitas coisas aconteceram nesse tempo, uma delas foi o fato de ele adoecer. Lala não conhecia as enfermidades humanas. Não teve convívio com isso até então. Guzol havia pecado uma gripe, em um dia chuvoso. Aquela enfermidade não se curava sem remédios e ele sabia que precisava deles. Mas a febre era alta ele não podia ir por sí só. Teve medo de tentarem fazer algum mal com sua amada, além de não possuir dinheiro necessário para tal.

As coisas estavam piorando a cada dia, mas por coincidência um finger da Ordem Negra estava passando pela cidade esquecida. Seu trabalho ali era investigar a cidade, pois todos diziam que havia um fantasma que tragava as pessoas para o subsolo da cidade e lá elas tinham seu fim.

Sua surpresa foi imensa quando ele avistou a boneca viva, chorando. Aquilo seria o fantasma? Ele pensou consigo mesmo.

— Por favor, ajudem, ajudem Guzol. – ela bradava abalada.

O viajante foi com ela até uma casa no subterrâneo e lá encontrou o rapaz em sua convalescência. Rapidamente soube o que ele tinha. Preparado como sempre eram, o finger ajudou o homem. Administrando medicamentos e pedindo sempre a ajuda da boneca para fazer pequenos afazeres. O homem ficou com eles durante quatro dias. Guzol havia melhorado, mas temia que tivesse contraído algo mais difícil de cuidar. Temendo preocupar Lala e ainda desconfiado sobre o viajante que o ajudara ele manteve isso em segredo.

— Muito obrigada por nos ajudar. – ele dizia polidamente ao finger.

— Disponha. Porem gostaria de ser pago por isso. – Guzol e Lala fitaram o homem em tom surpreso. – Gostaria de informações.

— Quais? – dessa vez foi Lala quem perguntou. Ela estava imensamente agradecida.

— Quero saber tudo sobre o fantasma de Matel. – disse viajante.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima.



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