Não Me Deixe, Maninho escrita por Katmew


Capítulo 14
O festival (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Hey Kittys! Mais um capítulo para vocês! Eu ia postar semana passada,mas acabei me enrolando com esse capítulo :(. Espero que gostem, beijos.



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Micaela Pov’on

 

— Eu posso ajudar?

Katherine me segurava no colo enquanto conversava com maninho sobre o festival quando os interrompi com minha pergunta. Ambos olharam para mim com aquele sorriso bobo que todo mundo faz quando ver algo fofo. Kathy cutucou meu nariz e disse:

— Claro que pode, mas agora você precisa ir para o grêmio porque eu e o Cast precisamos ir pra sala, ok?

Eu assenti e eles me deixaram no grêmio antes de irem para sala. Peguei algumas folhas brancas e meus lápis de cor para desenhar já que tinha que esperar duas horas até o sinal tocar. Durante esse tempo, pensava em como ajudar Kathy com o festival e acabei tendo a ideia de fazer um cartaz. Peguei uma folha branca, fiz alguns desenhos e escrevi “batenista” com letras coloridas, uma palavra que ouvi tia Kathy mencionar. Eu estava tão concentrada que nem percebi a campa bater. Tio Nathaniel foi o primeiro a aparecer no grêmio, ele acenou, dando um sorriso.

— Oi Micaela – disse ele vindo até mim e abaixando-se na minha frente – Como você está?

— Bem. Eu estou desenhando, olha! – eu respondi, mostrando-o meu cartaz.

Ele o observou com uma expressão confusa, franzindo a testa.

— Os desenhos são fofos, mas... O que é isso que você escreveu?

— “Batenista” – eu respondi – Eu quero ajudar a tia Katherine e o Maninho com o festival.

— Ah, entendi. Então você quis dizer baterista e não “batenista”.

— “Batenista”.

— Não, Micaela, é baterista. Repete, ba-te-ris-ta – ele soletrou.

Tentei repetir silaba por silaba.

— Ba... Te... Nista!

Nath balançou a cabeça e suspirou, com um riso abafado.

— Você sabe o que é um baterista?

— Não.

— Então você fez um cartaz com uma palavra que nem conhece apenas para ajudar seu irmão e Katherine?

Eu assenti e ele riu, bagunçando minha franja.

— Só você mesmo para ser tão fofa e gentil assim, Micaela. O Castiel tem sorte – disse ele, levantando-se e pegando sua prancheta da mesa.

Sentando-se em uma das cadeiras, ele começou a organizar alguns papeis enquanto fazia anotações em sua prancheta. Observando-o de longe, apoiei a cabeça na mesa com meus braços e perguntei:

— Você conhece um “batenista”?

Levantando a cabeça para me encarar, ele respondeu:

— Desculpa, mas não conheço.

Ele voltou a organizar suas folhas logo em seguida, porém, sua resposta não me satisfez, então sem pensar muito, perguntei:

— O que é um “batenista”?

Sem desviar sua atenção, respondeu:

— Um baterista é quem toca bateria, um instrumento de música – explicou ele – Eu toco um pouquinho de bateria, mas é quase nada.

— Então você é um “batenista”! – eu exclamei quase pulando da minha cadeira.

Mais uma vez, Nath levantou a cabeça rapidamente.

— O quê? Não, não, eu não sou...

— Você precisa ajudar o Maninho no festival – eu disse, me levantando de onde estava, indo até ele.

— Mas eu...

Antes que ele pudesse continuar, eu o interrompi, agarrando sua mão.

— Por favor, por favor, por favor!

Eu fiz bico e ele me observou por alguns segundos, pensando em o que fazer, antes de ceder com um suspiro.

— Tudo bem, posso tentar.

— Isso! – eu comemorei com um soco no ar – Então vamos – eu segurei sua mão e fiquei o puxando até ele se levantar da cadeira.

— Espera, agora?

— Sim, sim, agora!

Saindo do grêmio, demos de cara com a multidão. Observando as pessoas que passavam, não consegui ver Castiel, mas avistei tia Rosalya conversando com uma garota negra dos olhos verdes que usava um chapéu e cachecol.

— Tia Rosa!

Ela virou-se na minha direção e sorriu.

— Oi querida.

— Você sabe onde o maninho está?

— No porão – respondeu ela.

Eu assenti e acenei antes de seguir Nathaniel até a sala.

— Quem é ela? – ouvi a garota pergunta a Rosalya, mas não ouvi sua resposta.

Chegando no porão, bati na porta algumas vezes antes de abri-la e logo de cara vimos Castiel, Lysandre e Katherine. Eu gritei:

— Kathy, eu achei, eu achei!

Eles deram risadas e Kathy perguntou:

— Achou o que, amor?

Nesse momento, todos notaram Nathaniel do meu lado, segurando minha mão.

— Eu achei um “batenista”!

Kathy franziu a testa e arqueou uma sobrancelha, sem entender o que eu estava falando.

— Um o quê?

Nath suspirou e colocou a mão na testa.

— É baterista, Micaela.

— Ba-te-nista!

— Eu desisto – tio Nath declarou, jogando as mãos no ar.

Pulei os degraus da escada e corri Castiel, pulando em seus braços.

— Eu achei um “batenista”, Maninho – eu disse quando ele me pegou no colo.

— É baterista, Mica – disse ele com uma risada.

— Eu não sabia que você toca bateria, Nath – ouvi Kathy dizer.

— Eu toco, mas é pouco. A Micaela me convenceu a vim aqui.

— Você está melhor que o Armin, que só sabe tocar bateria no guitar hero – disse ela, revirando os olhos – Aposto que a Mica fez a carinha de cachorro pidão.

— Então... – começou Lysandre – você acha que consegue se apresentar conosco?

Nathaniel deu ombros.

— Eu posso tentar.

— É melhor do que nada – disse Castiel.

Sentei no sofá com Kathy enquanto maninho conversava com Lysandre e Nathaniel.

— A Íris vai conseguir uma bateria com um amigo, e então, vamos poder ensaiar juntos – disse Castiel e Nath assentiu.

Sorri ao vê-los se dando bem, me fazia feliz.

 

O dia do festival se aproximava e Castiel ensaiava todos os dias com tio Lysandre, tio Nath e um amigo de Lysandre chamado Jake, que tocava baixo. De vez em quando, eles tiravam alguns segundos minutos para me deixar cantar no microfone.

Praticamente todo mundo da escola estava ajudando com o festival: Rosalya, Violette e Alexy estavam produzindo as roupas dos integrantes da banda e eu e Kathy ganhamos vestidos. Íris, Armin e garota dos verdes, cuja o nome descobri ser Kim, estavam ajudando com o backstage. Peggy espalhou para cidade inteira sobre o festival em menos de dois dias e logo os ingressos esgotaram. O tempo era pouco, mas com ajuda de todo mundo, tudo estava pronto quando sexta-feira chegou.

Eu, maninho e Kathy chegamos duas horas antes das seis, porém, já havia algumas pessoas na área da plateia. Íris, Armin e Kim trabalhavam com as luzes e auxiliavam membros de bandas com seus instrumentos. O palco era enorme e bem feito, nem parecia ter sido montado por alunos da Sweet Amoris. Havia várias cadeiras organizadas em fileiras, pórem, a maioria das pessoas ficariam em pé já que o festival seria no pátio. Castiel entrou na escola, a procura Rosalya e eu fiquei com Kathy ajudando Armin.

Em menos de duas horas, o pátio estava lotado e a primeira banda estava pronta para se apresentar. Gritos ecoaram quando os integrantes foram anunciados por Kathy, que brilhava em vestido vinho decotado. Com cada banda que se apresentava, a plateia gritava e aplaudia, pedindo mais.

Quando o vigésimo quarto grupo subiu no palco, Castiel e os outros apareceram já prontos para se apresentar.

— Eu não acredito que estou usando isso – disse maninho, segurando a ponta da sua blusa preta, que tinha uma aparência rasgada.

— Para de reclamar, Castiel, você está altamente gostoso. Não é, Katherine? – perguntou Rosalya a Kathy, mas ela estava ocupada demais olhando para o abdome exposto dele para responder.

— É... Eu... – ela gaguejou.

— Viu? Funcionou – disse Rosalya com um sorriso vitorioso e Castiel deu uma risada envergonhada com a reação de Kathy.

Lysandre, Nathaniel e Jake também usavam roupas descoladas e rasgadas, chamando a atenção de algumas garotas que estavam por perto. Logo, ouvimos aplausos misturados assobios, sinalizando que a penúltima banda tinha terminado. Kathy subiu no palco mais uma vez e anunciou:

— E agora, temos nossa última banda da noite, com alunos da nossa querida escola, Sweet Amoris! – a plateia aplaudia e gritava com animação – Subam agora, Four Skulls!

E com isso, Kathy desceu do palco e Lysandre, Nathaniel e Jake subiram. Antes de subir, maninho olhou para mim e piscou.

— Me deseje boa sorte.

Eu mandei um beijo antes dele seguir os outros. Posicionando-se em seus lugares, eles começaram a tocar a música que tanto ensaiaram e o resultado foi perfeito. Eu assistia tudo nos ombros de Armin, com Kathy do meu lado, aplaudindo e cantando. Na última parte da música, a plateia começou a cantar junto e aplaudiram de pé quando acabou.

De repente, Castiel estava com o microfone na mão.

— Antes terminar nosso festival de música, teremos uma participação especial! – ele anunciou e a plateia aplaudiu.

Sua ação pegou todos de surpresa, pois aquilo não era planejado e eles eram a última banda para se apresentar. Eu não soube reagir quando ele gritou:

— Micaela! – e Lysandre veio até mim, pegando-me no colo.

Fomos até Castiel e quando eu estava próxima suficiente, ouvi ele sussurrar:

— Cante sua música.

Ele se afastou, piscou e pegou sua guitarra. Meu coração batia forte, mas eu queria muito cantar e não podia deixar a vergonha atrapalhar essa oportunidade.

Fechei os olhos e comecei a cantar. Castiel seguia minha melodia com seus acordes, logo, os outros imitaram e pegaram seu ritmo. Com isso, criamos uma música curta, mas suave, doce e lenta. Quando terminei de cantar, abri os olhos e me deparei com o público inteiro batendo palmas, eu agradeci e acenei quando Kathy entrou em cena com seu microfone.

— E com isso, encerramos nosso festival de música. Boa noite, galera!

Assim que as cortinas vermelhas se fecharam, fui rodeada por pessoas que me elogiavam.

— Você foi maravilhosa, meu amor! – disse Kathy me dando um forte abraço.

— Melhor cantora que já ouvi – elogiou Lysandre.

— Só podia ser minha irmã – disse Castiel, orgulhoso – Você foi incrível – disse ele ao me dar um beijo na testa.

— A cada dia você nos surpreende mais e mais – disse Nath, bagunçando meu cabelo.

Eu agradecia timidamente a medida que me elogiavam e logo, a multidão que me rodeava foi se dissipando. Estava tarde e quase todo mundo já tinha ido embora, Castiel me segurava no colo enquanto nos preparávamos para ir embora.

— Vocês foram extraordinários hoje – comentou Kathy – Sua voz é linda, Lys.

— Obrigado – agradeceu ele, com um sorriso tímido.

— Nós temos que fazer isso próximo ano – disse Kathy.

— Com certeza – disse maninho.

— Esse festival foi demais! – gritou íris, fazendo o sinal do rock com as duas mãos.

— Você está bem animada, o que aconteceu? – perguntou Nath.

— Ela tirou foto com uma banda que gosta – respondeu Armin de braços cruzados.

Ela deu grito de comemoração e apontou os indicadores no ar fazendo todos rirem. Enquanto todos conversavam alegres, eu vi de longe uma figura nos observando, parecia ser uma garota com um capuz, mechas loiras moviam-se com o vento e olhos azuis que nos observava com tristeza, podia jurar que vi uma lágrima solitária escorria pela sua bochecha. Antes que eu pudesse nota mais algum detalhe em sua aparência, ela desapareceu na noite.

— Kathy, posso falar com você no jardim? É importante – ouvi Lysandre perguntar.

— Tudo bem – ela respondeu e os dois saíram em direção ao jardim.

Quase ninguém do grupo notou quando dois se afastaram, com a exceção de Castiel, que manteve um olhar vazio neles até desaparecerem na escuridão do pátio. Percebi sua expressão incomodada claramente quando me pegou no colo.

Nathaniel exclamou quando nos viu deixando o grupo:

— Aonde vocês estão indo?

Castiel não parou de andar para respondê-lo e apenas disse:

— Pra casa.

Com isso, Nathaniel olhou em direção a escuridão e suspirou, entendendo a situação.

“O que está acontecendo...?”

 

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Desculpa se tiver muitos erros gramaticais, não queria que esse capítulo demorasse demais. Obrigada por acompanharem e até o próximo capítulo. Beijos de kitkat e abraços de urso.



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