Não Me Deixe, Maninho escrita por Katmew


Capítulo 13
O festival (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá my kittens, adivinha quem está de volta? Eu! Depois de um ano, finalmente estou de volta com um novo capítulo de NMDM (e já vou começar a trabalhar no próximo!) Bem, se você é uma leitora veterana, provavelmente não deu uma olhada nos capítulos anteriores. Eu dei uma atualizada em todos eles, com novos textos e novos desenhos. O capítulo 13 não depende dos outros, mas se quiser dá uma lida para também se atualizar vai valer a pena.
Bem, boa leitura e até o próximo capítulo (vou postar próxima semana).



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— Um festival de música?

Eu estava na sala de aula com Lysandre e Katherine enquanto esta explicava os detalhes do projeto escolar que íamos participar. Eu queria fazer algo por ela, já que ela tinha perdoado meu ataque de ciúmes tão facilmente. Sentada a minha frente, apoiando-se na minha carteira, ela continuou sua explicação.

— Exatamente – disse Katherine, respondendo à pergunta – A corrida não arrecadou fundos suficiente, então, a diretora decidiu fazer um festival de música, dando oportunidade de várias bandas dessa cidade de se apresentar, mas ela quer que uma delas seja composto de alunos do colégio. Por isso pensei em vocês.

— E é por isso que eu te adoro – eu disse, dando uma piscadela.

Katherine deu uma risada envergonhada e Lysandre virou a cara, rabiscando no seu bloco de notas.

— Bem... eu estou dentro, e você, Lysandre?

Ele virou na nossa direção, mas seu olhar passou por mim e parou em Katherine, que o olhava com esperança dele dizer “sim”. Com um longo suspiro e um sorriso, ele respondeu:

— Claro. Qualquer coisa por você, Kathy.

Mais uma vez, senti uma pontada de ciúmes. Primeiro foi Nathaniel, agora o Lysandre estava a chamando de Kathy. Não sabia se era impressão minha, mas tinha jurado ver ele dar um sorriso debochado quando percebeu meu ciúmes notável.

— Mas tem um problema – ele disse, de repente.

— O que é? – perguntou Kathy, já meio desapontada.

— Na verdade, são dois – disse ele, levantando os dedos – Primeiro, somos apenas vocalista e guitarrista, precisamos de um baterista e um baixista, e segundo, Castiel não tem um amplificador, que vai ser preciso na apresentação.

Dessa vez foi Katherine que suspirou, aliviada.

— Acho que posso revolver tudo isso numa boa – disse ela, mostrando o polegar - Custe o que custa, vou fazer esse show acontecer.

Nesse momento, o professor Faraize entrou na sala, batendo o apagador no quadro, pedindo silêncio para começar a aula.

— Depois nós conversamos mais – disse Kathy, virando-se para frente.

A aula começou, mas não consegui presta atenção, estava animado demais para isso. Fiquei pensando em músicas que poderíamos tocar no festival até terminar as aulas. Não fui nada produtivo naquele dia.

Quando cheguei em casa com a Micaela, Dragon nos recebeu, como sempre e eu fui preparar o almoço.

Depois de comer, Micaela foi brincar com Dragon no quintal e eu aproveitei essa oportunidade para me preparar para o festival. Eu estava no meu quarto, sentado na cama, guitarra em mão, relembrando algumas músicas que sabia tocar. Estava concentrado em tocar as notas certas, mas eu acabava errando algumas, o que me fazia xingar. Ouvi a porta abrir e vi Micaela pela pequena brecha.

— Maninho?

— Pode entrar, Mica.

Mica entrou e junto com ela, Dragon, que deitou em cima dos meus pés.

— O que está fazendo? – perguntou ela, sentando na minha cama.

— Estou praticando – respondi, ainda prestando atenção nos acordes que estava fazendo – Eu vou me apresentar daqui a uma semana.

— Sério? Eu quero ir – ela exclamou.

— Claro que vai.

Com isso, comecei a tocar uma música e Micaela parou para ouvir. Balançando a cabeça de um lado para outro, ela parecia gostar da melodia.

De repente, Micaela disse:

— Eu só sei cantar uma música. A Star me ensinou ela.

No começo, eu ficava muito mal toda vez que ela mencionava a Star, mas depois de meses juntos, eu acabei me acostumando e não doía tanto quanto antes. Então, respondi:

— Sério? Que legal. Você devia cantar ela pra mim.

Eu soltei essa frase sem pensar e não esperava ouvir o que veio a seguir.

 

“Close your eyes

(Feche seus olhos)

Close your heart

(Feche seu coração)

To the words

(Para as palavras)

That can hurt your soul”

(Que podem machucar sua alma)

 

Eu não sabia como reagir. Eu conhecia essa música.

“É a melodia da caixa de música” pensei.

A Star já tinha cantado essa música antes, e agora, com a Micaela cantando-a mais uma vez, eu estava voltando no tempo. Sua voz fina, doce e afinada era perfeita, que nem da sua irmã.

 

“Listen to my song

(Ouça a minha canção)

That I wrote

(Que eu escrevi)

Just for you

(Só para você)

 

And even if the stars don’t shine as bright

As they used to shine

(E mesmo que as estrelas não brilhem tanto

Quanto elas brilhavam antes)

And even if the sun doesn’t seem as warm

As it used to be

(E mesmo que sol não esteja tão quente

Como costumava ser)

And even if the moon doesn’t show the way

Through the darkness

(E mesmo que a lua não mostre o caminho

Pela escuridão)

I’ll be there, I’ll be there, I’ll be there

(Eu vou estar lá, eu vou estar lá, eu vou estar lá)

To hold your hand”

(Para segurar sua mão)

 

De repente, ela parou. Eu estava em transe, mas logo voltei para realidade.

— Por que parou?

Micaela ficou vermelha.

— Eu não lembro mais da letra.

— Sua voz é muito bonita, Mica – eu disse e ela escondeu seu rosto com as mãos.

— Verdade?

— Sim, você devia se apresentar no festival comigo e o Lysandre.

Mica lentamente baixou as mãos e sorriu.

— Você deixa?

— Claro.

Ela pulou da cama e me deu abraço apertado.

— Obrigada, obrigada, obrigada Maninho!

— De nada, Bebê – eu disse beijando sua testa.

 

Eu trouxe Micaela para escola no dia seguinte e encontramos Katherine conversando com algumas pessoas no corredor principal. Antes de nos aproximar, percebi que ela tinha perguntado algo e balançaram a cabeça, negando.

— Tudo bem, obrigada mesmo assim – ela disse, acenando para eles enquanto se afastavam dela.

Ela não tinha nos notado ainda. Micaela veio silenciosamente por trás, agarrando sua perna.

— Boo! – Mica gritou e Kathy quase caiu para trás.

Eu nem tentei segura minha risada vendo essa cena.

— Ei, você quase me derrubou! – ela disse rindo, pegando Micaela no colo.

— Desculpinha.

— Tudo bem – disse ela, lhe dando um beijo na bochecha.

— Oi Kathy – eu disse chegando mais perto das duas.

— Oi Sr. Eu-Só-Ensino-O-Que-Não-Presta-Pra-Minha-Irmã.

— Claro que não – eu disse com uma risada meio nervosa - Eu ensino coisa que presta, não é, Micaela?

Nós dois olhamos pra Mica. Ela assentiu com um grande sorriso de criança que apronta muito.

— Ok, vou fingir que acredito – ela disse com uma risada - Bem, meu trabalho de encontrar um baixista e um baterista está falhando miseravelmente. Não estou encontrando ninguém e já perguntei pra mais da metade da escola.

Katherine parecia bastante preocupada, então eu tentei confortá-la

— Tenho certeza que tudo vai dar certo – eu disse, colocando uma mão no seu ombro.

— Eu espero. Quero muito ver você e o Lysandre se apresentarem.

Micaela, prestando bastante atenção na nossa conversa, perguntou:

— Eu posso ajudar?

Sua fofura era tão grande que dava vontade de apertá-la em um abraço. Katherine riu e cutucou seu nariz de um jeito carinhoso.

— Claro que pode, mas agora você precisa ir para o grêmio porque eu e o Cast precisamos ir pra sala, ok?

Mica assentiu mais uma vez. Deixamos ela no grêmio e fomos para sala, onde encontramos Lysandre. Enquanto a aula não começava, discutíamos sobre o que íamos apresentar e como.

Eu percebi que eu só conversava com Lysandre quando Katherine estava por perto. Nós tínhamos se afastado bastante nos últimos meses e não sabia o exato motivo. Ás vezes, eu sentia bastante falta dele, nós éramos melhores amigos.

Quando a campa bateu, nós três fomos para o sótão praticar a música escolhida. A sala, que era usada pra guarda caixas com matérias, agora era nossa sala de música, com um sofá e todo o equipamento que precisávamos, tirando o amplificador. Nós íamos apresentar uma música do original do Lysandre que eu já tinha aprendido.

Eu estava pronto para tocar, mas ele parecia nervoso. Nós tínhamos tocado juntos antes, então eu sabia que o nervosismo era por causa da Kathy. A mão que segurava o bloco de notas com a letra da música tremia de leve, porém, não deixei de notar.

Katherine também notou e perguntou:

— Lysandre, você está bem?

— Sim, sim. Estou bem – ele disse de repente, mas ainda parecia apreensivo.

— Não se preocupe, você consegue Lys – ela deu um sorriso caloroso, dando um polegar para cima.

Ele corou quando ouviu ela o chamar pelo apelido. Eu sabia que ele não era acostumado com pessoas o assistindo, então tentei ajuda-lo como o bom amigo que eu queria voltar a ser. Segurei seu ombro, fazendo-o olhar para mim.

— Você consegue Lysandre, é só respirar, se acalmar e cantar – eu disse lhe dando um sorriso similar ao da Kathy.

Por um segundo, ele pareceu surpreso, mas então sorriu e assentiu. Não tinha o visto sorrir em um bom tempo, mas senti que no fundo ainda éramos melhores amigos.

Finalmente, Lysandre tinha se acalmado o suficiente e conseguimos tocar a música inteira sem falhas. Katherine levantou-se do sofá batendo palmas.

— Vocês foram ótimos! Essa música é perfeita, Lysandre, vocês vão arrebentar no festival.

— Obrigado – ele disse com um sorriso tímido.

— Estou conseguindo arrecadar bastante dinheiro com o pessoal da escola e falta muito pouco para conseguir o amplificador.

— Quanto falta? – eu perguntei.

— Apenas quinze reais.

Rapidamente, eu e Lysandre falamos ao mesmo tempo.

— Eu ajudo!

Nós nos olhamos por alguns segundos antes de começar a rir juntamente com Kathy.

— Cada um pode dar sete e cinquenta, assim os dois podem ajudar – disse Katherine.

Eu estava prestes a enfiar a mão no bolso quando ouvi algumas batidas na porta. Todos nós ficamos em silêncio, esperando alguém entrar.

A maçaneta começou a mexer e a porta se abriu. Micaela entrou saltitando com um aceno.

— Kathy eu achei, eu achei! – ela exclamou.

Nós começamos a rir da felicidade explosiva dela antes de Katherine perguntar:

— Achou o que, Amor?

Foi então que eu percebi que ela segurava a mão de alguém.

“Nathaniel...”

— Eu achei um “batenista”!

 

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo! Beijos de KitKat e abraços de urso.
P.s.: A música utilizada é original com a letra escrita por mim.



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