O Suicídio Pendente de Rose Weasley escrita por Atlas


Capítulo 1
Capítulo 1




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isso não é um diário / esse é um atestado de óbito / marcado por experiência / e talvez seja 18 ou 80 / mas eu espero que aconteça / tem coisas piores que a morte

[r.j.w.]

Albert Einstein morreu por uma ruptura em um aneurisma de sua aorta; Charlie Chaplin teve um AVC, Bowie quase sobreviveu um câncer avançado e perdemos a princesa para a porra de um acidente de carro. Marie Curie teve anemia por causa do trabalho de sua vida, seu corpo só murchou até que a radiação a tomasse por completo.

A morte chega para todos nós. E você tem essas grandes mentes imortais que foram atingidas pelo nada e ainda não alcança minha mente (permanece apenas no fundo meu estômago) como eles podem ter ido (como podem ter ido apesar de tudo) de forma tão medíocre.

(Sylvia Plath só ficou muito louca e enfiou a cabeça dentro de um forno.)

Esse não é o jeito de ir embora. Não é assim que o mundo termina. Mas História e tempo e Harry Potter — de todas as pessoas — me ensinaram que quando você morre, é sem uma explosão; meramente um suspiro e talvez nem seja o seu.

Em todos os seis mil de meus dias não teve um único em que eu não me perguntei se a minha seria assim também. Mas pelas últimas oito horas minha única pergunta — minha última resposta, é essa: enquanto eu vou, é ele que vai viver pra sempre.

 

 

Não é justo.

Você olha para Ron Weasley e você só consegue ver que ele é a parte trabalhadora de um relacionamento se olhar de perto, e é através de seus sacríficos que o casamento dos meus pais durou por tanto tempo. Eu amo minha mãe, mas o encanto da vida dela é o conhecimento, ela foi feita para família como ela foi feita para Adivinhação. Por todos os dias eu poderia estar lá e trabalhar ainda seria o amor da vida dela.

Então quando tia Gina me olha eu só quero gritar que meu pai nunca deixou de tentar; que ele amou Hermione somente o quanto ela deixou.

— Entendemos que está passando por um bocado — meu tio Harry contava — então estaria tudo bem se passasse uns dias lá em casa, é realmente uma decisão difícil para se fazer.

— Rosie — tia Gina me falava encarecidamente — não teve nada a ver com você, então você pode fazer a decisão certa, o que é melhor para você.

O sorriso dela nunca foi falso como foi presunçoso, em que tinha uma resposta esperada e estava tudo feito e coordenado na cabeça dela.

— Minha mãe e a senhora tem isso em comum, sobre pensar no que “é melhor pra você e tudo mais” — falei, e ela sorriu em retribuição.

Porque o casal mais perfeito do mundo estava me dando a conversa do divórcio?

 

 

— Sua mãe — Lilian Luna soluçava, passando uma garrafa entre nosso círculo fechado — totalmente merecia melhor. Tio Ron é conservado e tudo mais, mas tem que ser alguém do nível dela.

Hugo a socaria se ouvisse-a falando disso e tudo mais, mas ele estava longe sendo desligado emocionalmente em algum lugar. Victoire descansava contra às paredes da cabine como esperasse sua vez de falar. — Yeah, com todo o mal jeito de se comunicar e tudo mais, eu ouvi dizer que ela o jogou para fora, é verdade?

— Você via o jeito que se abraçavam? — Gargalhavam — Todos mecânicos e pelos cotovelos e tudo mais, era a coisa mais engraçada.... Me pergunto quem é que ela vai escolher.

— Ei, Rosie — fechei os olhos pela voz de qual-o-seu-nome — você sabe se ele vai mostrar a cara n’Toca? Com ela estando lá e tudo mais.

— Ela está dormindo, cara, shhhhhhhhh — Lilian Luna bêbada sussurrou alto demais, e que os risos cresceram e meus primos se acabaram em fofoca familiar.

Eu só paro de ouvi-los quando em deixo ser arrastada do vagão por Teddy, e até aquelas mãos largas não são o bastante para parar as lágrimas.

 

 

Meu pai tem todos os genes bons. Minha mãe tem o cabelo palha e os olhos escuros e as doenças hereditárias, além de palavras feias cravadas em seu antebraço. Meu pai assim como ela tem marcas em seu antebraço, e elas doem como as da minha mãe.

Mas ele tem olhos azuis joviais e os fios ferrugem como Hugo. Rugas se estendem por sua testa e ele é só completamente endurecido por experiência. Está no fim de seus quarenta e não faz a menor ideia do que quer fazer com a vida. Eu amo minha mãe, mas eu amo mais ele. Papai me deu os olhos dele e sempre fez meu café da manhã e a vassoura que eu tenho? É a dele.

De Hermione eu ganho pensão e artigos científicos pela correspondência, folhetos de programas de pré-graduação e nepotismo. Eu nunca segurei nenhuma dessas coisas em minhas mãos e elas nunca vão me ajudar a passar o dia.

O melhor prato dele são panquecas, por mais medíocres que sejam.

Dela eu ganho a surpresa que sua única filha não foi aquela que a escolheu.

 

 

— Você não deveria estar tentando escolher quem é melhor, pense nisso.

— Mas eu escolhi ele.

— Eu sei, eu sei, mas pense nisso. É realmente o quer que fazer?

— Sim.

— Não se deixe ser levada pelas diferenças entre você e seus pais, pense no seu futuro e oportunidades, não escolha um lado.

Eles ambos ficaram quietos ao meu redor. Minha mãe tinha um colar de pérolas e um coque imaculado quando chegou aqui, mas ela tinha aberto dois botões do terninho e soltado o cabelo quando viu meu pai. Ele veio de moletom e eu tenho quase certeza que isso é molho de tomate no fim da manga dele.

Papai parece completamente satisfeito com a própria situação.  Mamãe parece vestida para matar. Quem a pobre e indecisa Rose irá escolher agora?

A conselheira recomeçou, e do meu lado do divã eu pude ver uma amizade entre ela e minha mãe florescendo: — Rose, isso é uma decisão séria. Você ao menos pensou nisso?

— Por quanto tempo você vai continuar insistindo até que eu grite “HERMIONE” e nos todos podemos ir para casa?

— Me desculpe eu...

— Não, tudo bem — eu pude ouvir meu pai sorrir — é que eu tô na casa da família por um tempo já e eu só queria voltar pra casa.

Dra. Collins enrubesceu. Minha mãe me olhou severa. Meu pai finalmente notou o suéter encardido.

— Onde é casa?

— Onde quer que ele estiver.

Eu não olhei pra minha mãe (talvez) porque eu sou um pouco covarde, mas eu não podia ver lágrimas e lábio inferior tremendo e um coração se partindo em um (1) milhão de pedaços.

Talvez tenha sido o meu.

— E porque é isso — perguntou — que você o associa com casa, conforto?

— Ele é meu pai. Ele sempre esteve lado, minha mãe sempre esteve enfurnada em um escritório. Não é uma decisão difícil, nunca foi, nem no comecinho — e eu comecei a chorar; venho a admitir que era somente de tédio.

Isso é vindo de uma pessoa que nunca foi a melhor com as palavras: eu não podia fazer divórcio. Eles podiam.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem! é só o primeiro capítulo e vai ter mais enquanto eu descubro um jeito de fazer funcionar. até mais