Para Vivian Alison Williams Rogers, os animais mais bonitos do mundo eram os animais mais delicados, doceis e pacíficos como pavões e borboletas. Animais que toda a gente gosta de apreciar e admirar a beleza mas que não gostam se preocupar muito com a segurança e saúde deles, Mas Vivian gostava deles e preocupava-se com eles ao ponto de estar a acabar a faculdade de veterinária, para poder cuidar deles. E, para ela aquelas pessoas que sentem aquele fascínio inexplicável por animais selvagens e perigosos eram doidas varridas da cabeça, a arriscarem-se daquela forma por umas feras quaisquer.

Além de eles serem obviamente perigosos e completamente imprevisíveis, os animais selvagens poderiam atacar o ser humano a qualquer momento e feri-lo gravemente e até mata-lo. Então, para que correr o risco de chegarem ao pé deles? Só por serem indomáveis e brutos? E para surpresa de muitos, até as crias desses animais mais perigosos poderiam ferir gravemente. Então qual o motivo dessa fascinação ou até mesmo obsessão por essas feras, esses animais selvagens? Ela não fazia a mínima ideia.

A família de Vivian Rogers geria um retiro de animais. Um lugar pacífico e idílico, onde certos animais poderiam viver em cativeiro e protegidos do perigo de extinção eminente. Um lugar onde eles poderiam ser vistos e apreciados pelos amantes de animais que até, inclusive, poderiam dar donativos para que estes tivessem melhores condições. Além disso tinham atividades didáticas, como concursos de desenhos para os animais e deixarem os miúdos pequenos fazerem festas nos animais e uma vez até chegaram a organizar uma competição de corrida pelo retiro, onde quem ganhava conseguia tirar foto com o seu animal preferido. Em resumo, todas as pessoas se divertiam ali, não dependendo das idades. Eram atividades para toda a família.

Retiro Selvagem. Esse era o nome, nada original na opinião de Vivian, que Chris Alexander Andersen Rogers e Susan Vichy Doors Williams Rogers tinham escolhido para trabalhar e viver, tendo construído uma casa para eles durante a sua lua-de-mel para a sua família viverem tendo até trago os seus pais para trabalharem no zoo, mesmo que atualmente só a mãe de Susan estivesse viva. Ela tomava conta das diferentes espécies de pássaros que existiam no retiro e mais algumas tarefas leves. Susan e Chris eram ambos biólogos que amavam animais em perigo de extinção e muitos outros, e que resolveram abrir este retiro na costa oeste dos Estados unidos da América. E daí resolveram que iriam tê-lo para o resto das suas vidas, passando de geração em geração como prova do amor deles por animais, aquela prenda da natureza que torna a vida mais interessante e que é um motivo para alegar o nosso dia-a-dia.

Mas a nossa história começa com Vivian, não com os seus pais, por isso iremos de imediato centrar-nos nela. Ela adorava viver numa casa ao lado do retiro. Sentia-se mais próxima da natureza e da janela do seu quarto tinha uma vista absolutamente linda e soberba para um campo de árvores e erva verde e fresca. Mas para ela tinha algo nessa paisagem de mau: a visão das feras que ela mais odiava, os tigres.

Ela não percebia o porque da fascinação dos seus pais ou até mesmo do resto da sua família por tigres. Ela própria achava-os bonitinhos até, com o padrão de riscas pretas bonito no fundo laranja e achava piada á sua adoração por água, ao contrário dos seus parentes mais afastados os gatos. Resumindo eram apenas curiosos e interessantes, mas sem mais nada de especial. Mas ela achava-os demasiado perigosos para estarem num retiro daqueles e ainda por cima um pouco próximo da janela do seu quarto. E se eles um dia se rebelassem contra os humanos e quisessem comer carne humana? A primeira pessoa que iria ser comida era ela, devido a ela estar mais próxima deles do que todas as outras pessoas da casa.

Mas naquele momento isso não importava. Ela tinha escola, tinha de realizar os seus exames naquele dia, para se tornar numa veterinária. E o porque disso? Ela adorava ajudar os animais a curarem-se das suas feridas e por vezes ajudar no parto dos filhotes das diversas espécies que habitavam naquele retiro. Ela sentia um prazer especial com isso.

E as espécies eram bastante variadas. Pavões, Tigres, Ursos, Leões, macacos, cobras, lagartos e alguns papa-formigas. E ninguém se conseguia esquecer do velho gorila que era o animal mais velho do zoo. E Para se juntar ao clube havia uns quantos ouriços-cacheiros e zebras.

E para felicidade da avó de Vivian existiam algumas espécies de pássaros exóticas como alguns papagaios e araras e uns quantos pássaros mais comuns como pombos e cisnes. E espalhadas pelo retiro, existia diversas fontes com peixes de cores multicoloridas e tão vivas que os visitantes ficavam encantados com o brilho deles. Ou seja o retiro era prático, divertido e belo. Além disso ultimamente andavam a plantar sebes para formar um mini labirinto para mais tarde realizarem atividades didáticas la dentro, como se fosse uma carta do tesouro e que o premio seria um dia passado no retiro completamente de borla, ou algo desse género.

Vivian, com os seus 21 anos, estava tão animada com o facto de estar quase a exercer funções a sério no retiro. Ela até já se imaginava a si mesma a ser tratada como doutora Rogers no retiro pelos visitantes. Claro que ela já ajudava bastante, principalmente nas limpezas quando ficava de castigo por qualquer coisa que ela tivesse feito como discutir com a sua irmã, mas assim que obtivesse a nota do exame ela poderia começar a trabalhar oficialmente lá e assim receber algum dinheiro. E ajudaria o mais possível para bem dos seus pais, e assim faria o que gostasse mais no mundo inteiro, que era trabalhar com a sua família e com os seus animais preferidos, ou seja os mais doceis.

Mas para sua infelicidade ela também teria de se sujeitas às infelicidades e desvantagens do seu trabalho. Como por exemplo ter de continuar a cumprir algumas tarefas consideraras nojentas e asquerosas para ela, como verificar os excrementos dos animais e confirmar se eles estavam todos bem do aparelho digestivo, certificar-se se eles comiam a comida toda e se lhes administrava, bem a comida. Mas a maior desvantagem de todas era mesmo lidar com as feras. Aqueles seres imprevisíveis demais que a sua irmã tanto fascinava e amava e ela abominava e odiava.

Mas ela naquele momento não estava a pensar em nada disso, ela estava deitada na sua cama, enquanto estudava através dos seus apontamentos para o exame, que ela tinha feito durante o semestre com muito esforço e dedicação. Ela tinha de tirar uma super boa nota nesse exame e assim graduar-se com excelência e talvez conseguir a prenda desejada dos pais, uma moto de 4 rodas, com o tamanho e feitio ideal para ela divertir-se a passear com os seus amigos e mostrar-lhes o retiro visto de cima, visto que este se localizava num vale de uma grande cadeia de montanhas. Os seus amigos adoravam o facto de ela viver num retiro de animais e de ir trabalhar num, e ela estava disposta a mostrar-lhes tudo do retiro e talvez fazer com que Matt, a sua paixoneta desde que ela era apenas uma caloura na faculdade, conseguisse um emprego part time no retiro e assim ela poderia passar mais tempo com ele e talvez ele começasse a sentir os mesmos sentimentos que ela.

Ela estava cada vez a rever os apontamentos com mais afinco mas de súbito ela voltou a coloca-los em cima da mesinha de cabeceira e a deitar-se na cama, mas desta vez apenas com intuito de descansar.   

Os seus pais não estavam na casa, mas sim espalhados pelo retiro. Sua mãe provavelmente no escritório a ver as contas da contabilidade e o seu pai a dar os seus passeios matinais pelo retiro a verificar se tudo estava em devida ordem. E sempre havia a peste do seu irmão mais novo, que estava a fazer as suas partidas ou então a tentar fazer com que os macacos atirassem algo aos visitantes. E a sua irmã gémea deveria estar de volta dos leões ou dos tigres ou outro animal mais perigoso.