A Joia dos Crevan-em Hiatus escrita por Draco Michaelis


Capítulo 3
Segundo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

~capitulo dedicado a WtheQueenReaper, Mari Mitarashi, MissSutcliffSpears, amo vocês, obrigado por estarem sempre ao meu lado ♥ ~

Olá cara pessoa que está lendo este capitulo desta fanfic, seja muito bem vinda (o) de volta. Agradeço a todos por lerem o capitulo anterior e terem paciência comigo (vocês são uns abores). As coisas estiveram um pouco complicadas, entretanto "ces't la vie" e temos que seguir em frente.

~ Esse projeto ainda está em desenvolvimento, portanto as datas das postagens dos capítulos não são garantidas com 100% de certeza. ~

Espero não desapontá-los e, por fim, boa leitura.



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Undertaker... já faz algum tempo desde que nos forneceu uma informação — cumprimentou o de cabelos ardósia com um tom sarcástico.  O sorriso nos lábios do ex-funerário murchou minimamente por um instante, porém logo em seguida retornou a se alargar.

— Nee~ senhor mordomo, bem vindo, bem vindo — afirmou Adrian com tom divertido, ignorando a provocação do jovem a sua frente, dirigindo o olhar a figura de olhos carmesim. O Conde revirou os olhos nas orbitas suavemente, descontente por ser ignorado.

***

Eis aqui mais um momento no qual detalho algo.

O Conde tratava-se de um rapazote de postura imponente, com seus recém-completos 17 anos, tez clara como a lua, cabelos de tom ardósia, traços finos de um nobre (apesar de que sejam eles um tanto quanto afeminados), um corpo trabalhado pela esgrima e equitação, embora continuasse sendo um tanto esguio e pequeno para a idade. Vivia em sua mansão com seus quatro empregados, uma empregada, um cozinheiro, um jardineiro e por ultimo, entretanto o mais importante, seu mordomo.

***

Grell e Ronald riram baixo da reação do jovem conde, porém, assim que seus olhos se encontraram entre si, se calaram e trocaram breves olhares cheios de incertezas. A grande pergunta sobre o que ocorrera horas antes era incômoda ao ponto de tornar o ambiente pesado entre aqueles irmãos tão próximos.

Adrian manteve seus olhos presos ao mordomo e seus lábios curvados em um sorriso divertido, afinal, para ele sempre seria cômico ver aquele homem curvar-se diante de si.

— Lorde Crevan — cumprimentou o mordomo realizando uma mensura em demonstração de respeito ao cavalheiro a sua frente. O grisalho soltou uma baixa risada que não conseguiu conter e no segundo seguinte apresentou uma expressão neutra, embora o sorriso de lábios pressionados permanecesse para a distração alheia.

***

O mordomo do Conde chamava-se Sebastian Michaelis. De boa altura, musculoso sem se tornar vulgar, pele clara como as folhas de um livro, dono de fios extremamente lisos e negros como o ébano, olhos carmesins penetrantes e inesquecíveis.

Como manda a etiqueta, trajava um fino fraque negro, “feito do melhor tecido”, como o mesmo sempre dizia (ou se gabava) embora sempre usasse um tom modesto ao referir-se a si mesmo.

O mordomo perfeito, alguns poderiam dizer, porém, os mais atentos (que eram mais que raros dentro do circulo restrito de contatos recorrentes do conde) conseguiam notar os olhares, os sorrisos e até mesmo toques, nada castos que eram trocados entre mestre e serviçal, principalmente após o rompimento do noivado entre o conde e sua prima, Lady Elizabeth.

***

O ambiente se tornou silencioso como um túmulo durante o momento em que olhares eram trocados pelos presentes, porém aquilo logo foi quebrado com o som de batidas na porta do escritório, que fizeram com que o lorde mais velho cambaleasse os olhos até o jovem conde.

— hã... jovem Phantomhive... a que devo a visita? — questionou calmamente, ignorando a intervenção da presença externa ao escritório — Está cedo para o chá e... tarde para a informação sobre o caso da sua estimada rainha... — o sorriso zombeteiro de Adrian ao referir-se a sua majestade foi mais que incomodo ao conde, que era totalmente devoto a mesma.

Porém, invés de responder ao nobre, os olhos do jovem buscaram os do mordomo, como se lhe questionasse algo mentalmente. O estreitamento dos orbes rubros e o leve curvar dos lábios belos do serviçal parecia demonstrar que tal mensagem telepática havia sido recebida e estava sendo interpretada.

— Sebastian! — o dito cujo levou a destra em direção ao peito, com os dedos unidos e esticados verticalmente. Com os olhos presos ao do mestre, mesmo de cabeça baixa, disse em bom som.

— Yes, my lord. — Dito isso, o Michaelis movimentou-se até ficar em frente ao Lorde Crevan e, com um sorriso simpático, murmurou — gostaria de ajudar o senhor Timber com a preparação do chá, com a vossa permissão Lord Crevan. — a gargalhada estridente que saiu por entre os lábios de Adrian fez com que até mesmo seus filhos se espantassem com sua reação ao pedido do mordomo.

— Eu hein... esse mordomo tem até cara de palhaço pra fazer o pai rir assim... — sussurrou Ronald a irmã, que o repreendeu com um olhar severo, tanto pela falta de necessidade de seu comentário quanto pela linguagem inapropriada utilizada no mesmo.

— Perdão, mas minha aparência lhe é incomoda senhor Knox? — questionou com expressão amena e “inocente” o mordomo em negro. A jovem Crevan sobressaltou-se em sua poltrona, adquirindo um tom róseo nas maçãs do rosto, envergonhada pelo irmão.

— E se for? — disse o aloirado desviando os olhos ao encontro das íris rubras. O Michaelis apresentou uma expressão confusa e, logo em seguida, outra com o detalhe de que esta, embora continuasse suave, aparentava ofendida.

— Ronald! — repreendeu Grell ao irmão mais novo. Os olhos arregalados e bochechas rubras indicavam que ela estava verdadeiramente irritada pela petulância que o mais jovem estava tendo ao dizer tais grosserias ao serviçal que conheciam desde jovens.

— Ora, ora... — disse Adrian entre os sons abafados de seu riso contido — pois se vá então... hihihi... senhor mordomo... hihihi... — os olhos verdes cravados nos rubros do serviçal, teriam, sem o menor espaço para duvidas, estremecido qualquer ser humano, porém aquele mordomo sequer desviou o olhar antes de receber permissão para que o fizesse.

— entendido — murmurou antes de se dirigir a porta.

Ao abrir a porta, Sebastian Michaelis teve a visão de Timber, o qual carregava consigo uma carta, uma carta endereçada ao Lord Crevan, mas impediu que o mesmo adentrasse no escritório e o carregou consigo até a cozinha, apenas cumprindo as ordens de seu mestre.

***

— bem... sua filha é muito inteligente Undertaker, tenho que admitir este fato, portanto creio que seja apropriado que ela esteja presente — disse finalmente o conde, voltando seu orbe visível para a jovem e lhe expressando algo suave, quase como um sorriso. A ruiva lhe sorriu fracamente, pois ainda permanecia um tanto atordoada com o comportamento do irmão. Adrian teve a mesma reação que a jovem e manteve seus olhos observando o jovem conde. — Infelizmente, não posso afirmar com convicção o mesmo a respeito de seu filho... — comentou.

— Perdoe-nos Conde, pelo deplorável comportamento e linguajar de meu irmão, porém, por ser meu parente, ele está envolvido nesta situação e eu terei que insistir que ele esteja presente. — argumentou a jovem, recebendo um aceno afirmativo do Conde em rendição. (Para que fique claro, não é como se o conde tivesse simplesmente desistido de seu argumento, porém ele sabia que a mais velha estava correta e não arranjaria uma discussão sem fundamento na qual não tivesse razão.)

Ronald fechou os olhos e se espreguiçou na poltrona, largando seu corpo confortavelmente sobre a mesma. Aquilo lhe era cansativo, afinal ele só estava sendo sincero. Talvez fosse esta característica herdada do pai — dita como extrema sinceridade — que mais envergonhava a única dama daquela casa, tanto ela vinda do genitor quanto do fraterno.

— Pois bem conde... — se pronunciou a ruiva — o que ainda me intriga, é vossa proposta de intervenção em relação a minha, vulgo nossa, situação. O que haveria o senhor de ganhar com isso se não mais que... — ela fez uma pausa, raciocinando com calma, semicerrando os olhos, expirando o gás carbônico. O Phantomhive sorriu minimamente, apreciando a vista da jovem que passava a compreender o raciocínio que o fez ir ao auxilio dos Crevan. Ronald permanecia alheio a tudo, pois de nada sabia e Adrian se concentrava apenas observar, assim como Ciel, a jovem chegar ao raciocínio do nobre.

— Acredito que seja mais apropriado que tratemos de assuntos como esse na companhia de scones e chá — murmurou o Conde erguendo-se da cadeira luxuosa que estava sentado e se dirigindo a uma das grandes janelas do escritório. — por agora... vamos apenas conjecturar sobre tais assuntos. — propôs, e assim foi feito.

***

— Entrem logo! — Exclamou Ronald após sua paciência se extinguir por causa das ruidosas batidas na porta do cômodo que eram ignoradas pelos demais ali presentes que estavam por de mais emersos em seus pensamentos e conjecturas.

O ruído mudo da porta trouxe consigo dois mordomos e um carrinho de chá.

No carrinho, um belo bule de louça trabalhada artisticamente em tons escuros, quatro xícaras, também extremamente trabalhadas, se dispunham sobre quatro pires. Junto ao conjunto, havia os aperitivos e os demais “temperos” para a bebida.

— Hoje, com o auxilio de estrema importância do senhor Timber, eu preparei um Fortum e Manson’s darjeeling com duas lavagens¹. — anunciou o Michaelis servindo, com ajuda do mordomo dos Crevan, a todos os mestres com o sofisticado chá. — Para o lanche eu tenho petit fours¹ e brownies — encerrou oferecendo os anteriores aos presentes.

— Mestre... — disse Timber em sua voz rouca, atraindo o olhar de Adrian para si.

O rapaz calado de cabelos violáceos aproximou-se do nobre buscando em meio aos bolsos a carta que lhe foi impedida de ser entregue anteriormente. Seus olhos encontraram com os esverdeados do mais velho quando a carta foi exposta. O silêncio foi mantido, o criado apenas lhe entregou o item e prostrou-se ao lado do mestre, sem ousar sequer olhar para o escrito analisado pelo grisalho.

 

***

 

Irei transcrever aqui o que naquela carta estava redigido, pois tal informação é deveras importante para a construção de nossa história.

Ao meu caríssimo amigo Lorde Adrian Crevan,

É com grandessíssimo pesar que redijo essa carta a vós, eu não esperava que este dia chegasse, porém como foi inevitável o destino, ele chegou e vejo que não há outra forma de manter intacta a imagem e honra de vossa família.

Nesta fatídica manhã me foi informado que vossa filha, senhorita Grellyanne Crevan, teve seu compromisso desfeito pela parte de seu ex-fiancé, Edgar Redmond, por motivos os quais variam de acordo com a fonte, entretanto creio que pelo que me é sabido a explicação deve-se ao “fato”, que deve ter sido revelado ao senhor Redmond em algum momento e o mesmo não foi capaz de lidar com tal fato.

Preocupado com o bem estar, tanto vosso quanto de vosso filho e filha, mantive-me pensando em alguma forma de ajudar-lhe, infelizmente não me veio a mente outra possibilidade que a evidente.

Meu filho, William, estará retornando da America dentre de um mês e o que vos proponho através desta carta é a união de nossos filhos em matrimonio. Ambos possuem a mesma idade e, acredito eu, interesses em comum, pois mesmo após nossa volta a Alemanha eles mantiveram contacto até vossa nomeação.

Peço para que não me interpretes mal meu amigo, porém o fato de vossa filha estar solteira não ficará por muito tempo apenas entre nomes amigos como o meu e o Phantomhive, a sociedade por ver isto com maus olhos e sei que de forma alguma desejais tal trauma para vossa joia preciosa.

Enviarei um recado ao Conde Phantomhive e ele poderá negociar convosco a respeito de nossa possível união, pois meus negócios me prendem a Alemanha pelo próximo mês.

Independentemente de qual seja vossa decisão final, sabia que estarei ao vosso lado como amigo. Espero que a menina esteja bem, assim como tu e o jovem Ronald.

Esperarei por tua resposta,

Até breve

De seu parceiro comercial e amigo, Marquês Spears”

 

***

 

Adrian encerrou sua leitura e automaticamente moveu os olhos em direção ao Conde, podendo ver então qual o raciocínio a que sua filha chegou mesmo sem a informação da carta.

— Eu não sabia se ainda viveria para ver o dia em que o grande Undertaker ficar sem palavras ou risadas diante de uma situação. — zombou o Phantomhive, embora que com tom sério, levando a xícara aos lábios enquanto sorvia mais um gole de seu conteúdo. Adrian ignorou o comentário do nobre e se manteve conjecturando, sobre a proposta na carta, sobre como sua filha reagiria se concordasse como reagiria se não concordasse o que seu filho pensaria a respeito se estivesse informado de toda a situação e até mesmo sobre o que se passava na mente de seu fiel mordomo calado.

— Certo... — disse Ronald quebrando o silêncio que reinava no escritório devido ao fato de todos estarem observando ao patriarca dos Crevan. Olhares se voltaram para o aloirado que apenas ignorou-os e prosseguiu — será que dá para me explicarem o que está acontecendo aqui? — indagou nervoso. Grell suspirou e sorriu minimamente, tomando as mãos do irmão entre as suas, tentando daquela forma amenizar a informação que haveria de contar.

— Meu noivado com Redmond foi encerrado. — disse simples enquanto sentia as mãos do mais jovem escorregarem por entre as suas devido ao choque. Ela segurou mais firmemente as mãos dele entre as suas e com o olhar baixo continuou — irei me casar com o filho do Marquês Spears. — sua voz ecoou como um sussurro, porém foi ouvido em alto e bom tom por todos os outros presentes na sala, que imediatamente a olharam.

Seu pai estava surpreso. O Conde exibiu um mínimo sorriso, sentindo-se de certo modo vitorioso. Timber manteve seu silêncio, embora internamente agradecesse por sua senhora não demonstrar resistência ao que lhe era melhor destino. O Mordomo Michaelis analisava friamente a postura da jovem, intrigado pela sabedoria demonstrada pela mesma ao aceitar o que seria de maior beneficio para sua família.

Entretanto, Ronald empalideceu. Seus olhos esverdeados se esbugalharam e repetidas vezes ele acenou a cabeça em negação. Aquilo não poderia estar acontecendo, pensava. Lágrimas grossas rolaram pelo semblante inocente, mesmo que debochado, do mais novo entre os Crevan. A coisa que menos desejava estava acontecendo e seu coração se partia em diversos pedaços diante do que lhe era reservado à sua querida e preciosa irmã.

Diante de tal reação, a senhorita não conseguiu se manter fria, ela envolveu o mais jovem com seu abraço carinhoso e lhe acarinhou os cabelos pedindo silenciosamente que ele parasse de chorar antes de que suas próprias lágrimas voltassem a vir.

Adrian se manteve estático. Ainda surpreso pela reação da filha ao dizer firmemente que se casaria com alguém que não se comunicava a mais de dez anos e, principalmente, por ela saber que aquilo era o dito como correto a se fazer.

— Bem, senhor Crevan, agora que já sabe sobre nossos negócios e que vossa filha está de acordo com o proposto, devemos prosseguir? — questionou o Conde ignorando a comoção dos jovens a seu lado, sem demonstrar sentimento outro que não fosse a sua própria falta de sentimentos. Undertaker novamente o ignorou, erguendo-se de sua escrivaninha em direção aos filhos, um nó formado na garganta, disfarçado por um pequeno riso engasgado.

— minha joia... sempre surpreendendo-me — murmurou Adrian tocando os cabelos da filha, rindo logo em seguida novamente, embora desta vez sem propriamente disfarçar sua incerteza. — Se assim desejas, quem hei de ser eu para mudar vossa escolha? — os orbes esmeraldinos da moça fitaram os do pai e com um suspiro breve ela se afastou do irmão, que parecia um pouco mais recomposto.

— Acredito que seja melhor deixar os senhores com vossas negociações, agora que já lhes expus meu parecer, deixo a vós, a burocracia — disse de forma delicada embora firme, prosseguindo com o seguinte:

— Com vossa licença cavalheiros, preciso me retirar...


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Notas finais do capítulo

¹ referencia a fala do próprio mordomo de preto (vulgo Se-ba-su-chan) no décimo primeiro (11º) volume de Kuroshitsuji, capitulo 48, pagina 8.

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* Erros? Por favor, conte nos comentários para que sejam concertados.

* Espero que tenha gostado e espero revê-la(o) no próximo capitulo (queria por um coraçãozinho aqui, mas dá erro nas minha notas, então vai ficar na vontade)

Muito obrigad por ler S2

さようなら、心にキス
Michaelis



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