1001 Motivos Para Amar Você escrita por WonderQueen


Capítulo 6
Capítulo 6: Reconciliação entre dois gêmeos desconsolados


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo em especial é mais curto e gira em torno somente de Hikaru e Kaoru.
Portanto, a Haruhi só vai aparecer novamente no próximo capítulo. Me desculpem a demora para postar algo novo, eu não tenho tido muito tempo ultimamente, mas, com o fim das minhas provas na escola, eu garanto que eu terei mais tempo para postar novos capítulos pra vocês!



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 Hikaru apenas ficou parado de boca aberta, em total estado de choque. Suas mãos tremeram levemente.

— Kaoru. . . — Começou, porém foi interrompido por seu irmão.

— Hikaru, escuta! Eu tentei. Eu realmente tentei esconder o que eu sinto por muito tempo. . . Eu amo a Haruhi também, e posso até mesmo tentar negar pra você, mas não posso mentir para mim mesmo. Sei que você está com raiva de mim, e tem todo o direito de estar. Tudo bem, vá em frente, pode gritar comigo. Eu realmente mereço. Eu só. . . 

Tentou insistir em continuar a frase, no entanto, começou a soluçar, e logo as lágrimas escorreram de seus olhos, sua voz ficou embargada.

— Eu só não queria que você me odiasse, só queria manter a paz entre a gente!

O gêmeo baixou a cabeça, escondendo seus olhos por de baixo da franja para que seu irmão não visse sua expressão.

 Para a surpresa de ambos, a raiva desvanesceu - se completamente de Hikaru. Ele não sentia mais tanto rancor, apenas um grande vazio dentro de si. Quando falou, sua voz permaneceu neutra:

— Kaoru, você se lembra do nosso juramento?

  Seu semelhante levantou a cabeça e olhou para ele.

— Que nós nunca nos separaríamos ou deixaríamos alguém intervir em nosso mundo. . .  

— Exatamente. — Concordou Hikaru.

 O gêmeo mais novo olhou com certo estranhamento para seu irmão.

— O quê tem ele?

— Nenhuma pessoa iria intervir, no entanto, foi você que se aproximou e a trouxe para perto de nós. Foi você quem deixou ela entrar em nosso mundo, para fazer parte do que nós temos. Eu acho que, afinal, um de nós deve merecê - la, e essa pessoa é ninguém mais, ninguém menos do que você, Kaoru.

Kaoru o fitou surpreso. Ele mal podia acreditar em suas palavras. Em um momento, seu irmão explodia de raiva, no outro, ficava calmo e compreensivo. Seria Hikaru um garoto bipolar?

 A verdade era que o irmão tentava sentir uma enorme raiva por ele, no entanto, não estava conseguindo. Tinha parado de chorar, as lágrimas secaram em seu rosto. Queria gritar, se revoltar contra seu gêmeo e lutar por Haruhi, no entanto, ele não sentia mais tanta necessidade, porque tinha chegado a uma verdadeira conclusão: talvez, o que ele sentia fosse apenas uma paixonite platônica, mas não necessariamente uma paixão. Ele era obcecado pela única anfitriã do clube, porém Kaoru a amava, sendo forte e verdadeiramente apaixonado por ela. Ele conseguia enxergar isso com total clareza agora, porém sem deixar de sentir uma pontada de mágoa ou decepção consigo mesmo por não ter sentimentos tão intensos em relação a Haruhi, apenas ciúme. Ciúme. . . como a uma irmã.

 O Hitachiin se abaixou ao lado do irmão, sentando - se também contra a parede, abraçando suas pernas em direção a seu  peito e enterrando sua cabeça entre elas, tentando pensar, raciocinar para encontrar uma solução. Apenas sua conclusão fazia sentido, mas ele podia estar enganando a si mesmo. Talvez ele a amasse mais que seu irmão, tendo um amor único e verdadeiro pela garota. . . Continuou com a cabeça escondida sem dizer uma palavra, e  Kaoru fez o mesmo. Ficaram um longo tempo sem conversar, com um dos gêmeos com a cabeça escondida e o outro a encarar o teto distraídamente.

Até que Hikaru finalmente resolveu dizer alguma coisa.

— Kaoru. . . 

 O garoto se virou para ele. 

— Sim?

— Não vou interferir. Estou desistindo dela. 

 Kaoru ficou ainda mais surpreso do que antes.

— Você está. . . desistindo. . . da Haruhi? — Indagou ele pausadamente.

— Sim. Eu quero te dar uma chance. Faça - a feliz. Você precisa dela mais do que eu, Kaoru. Só agora percebo isso. Me desculpe por ter ficado com raiva.

O garoto deu um sorriso brilhante e enxugou as lágrimas, abraçando seu irmão em seguida.

— Muito obrigado, Hikaru! Eu amo você. — Ele disse enquanto o abraçava, sorrindo. Hikaru sorriu também e encarou seu irmão, que estava imensamente grato.

 Ambos os gêmeos ainda estavam com lágrimas nos olhos, sorrisos no rosto completamente calmos, no entanto, por que Hikaru sentia tanto aperto no coração? Mesmo tendo perdoado Kaoru, ainda doía, e ele não queria mais sentir isso. Porém, muitas vezes, seus próprios sentimentos eram difíceis de controlar. Permaneceram ainda sentados no chão, olhando para o jardim do outro lado da grande janela do quarto, para o sol que se punha lentamente no horizonte, anunciando o final da tarde. . .

. . .

 Durante o jantar, os dois irmãos se sentaram em uma mesa ridiculamente grande e comprida, jantando como sempre sozinhos, pois seus pais estavam viajando. A mãe, Yuzuha Hitachiin, tinha ido á França para organizar um desfile com sua nova coleção de roupas na Paris Fashion Week, e o pai, Hayato Hitachiin, tinha ido á Londres em uma viagem extremamente importante de negócios.

 Kaoru sentia falta de sua mãe. Ela era alegre, simpática e gentil, e ele sempre fora mais próximo dela do que seu irmão, que era mais chegado ao pai. Desde crianças, nunca puderam conviver um dia sequer como uma família normal unida sem que um dos pais saíssem para algum lugar e os deixassem sozinhos, apenas por conta das empregadas. Elas cuidavam muito bem deles, mas, obviamente, não era a mesma coisa. Muitas vezes, eles saíam em viagens que duravam várias semanas. Por isso, desde cedo foram acostumados a viver solitariamente. Era um fato triste, e era justamente por causa dele que agora sentavam apenas os dois a mesa, porém os dois lugares ao lado que geralmente eram ocupados por seus pais estavam vazios. 

 Os gêmeos permaneceram conversando descontraidamente até o cair da noite, quando se deitaram lado a lado na enorme cama de casal do quarto que compartilhavam. Podia parecer um tanto estranho, mas esse era mais um hábito que mantinham desde criança : eram acostumados a dormirem juntos para se sentirem mais seguros, unindo e fortalecendo seus laços e vínculos desde sempre. Era ao lado de Hikaru que o gêmeo mais novo sempre recorrera quando estava se sentindo triste, com medo ou simplesmente solitário. Seu irmão era quem o fazia feliz, quem o fazia falar dele sempre sorrindo, e esse sorriso se mantinha toda vez que estava ao seu lado. Tinham uma grande amizade e confidência entre si, unidos desde a infância, nunca separados, quando descobriram que aprontar alguma travessura por diversão era sempre mais divertido do que apenas se " comportar direitinho", como a mãe e as empregadas pediam á eles.

 Mas agora. . . existia algo, ou melhor, uma pessoa, que era tão especial para ele quanto Hikaru. Só de pensar na garota, seu coração batia três vezes mais rápido, prendia a respiração só de olhar para ela e corava quando esta vinha falar com ele, ficando feliz tanto por dentro quanto por fora. . . A única diferença era a paixão que mantinha vivo dentro de si como uma vela acesa, que, mesmo se Haruhi o magoasse, ela jamais apagaria. Virado do lado oposto de Hikaru, ele tentava pensar em um modo de restabelecer sua relação com ela para que ela ainda existisse. Talvez a morena estivesse brava com ele, ou ela pensasse que ele fosse um pevertido ou algo do gênero depois de seu ato de ousadia e coragem na biblioteca.

O rapaz tocou os lábios com o dedo: não estavam mais inchados, mas era como se ele pudesse sentir o gosto da boca dela na sua naquele exato momento. Corou de vergonha ao pensar nisso, se aninhando mais nos cobertores e tentando dormir e esfriar a cabeça.  

Não tinha certeza do que a anfitriã sentia em relação a ele, no entanto, podia afirmar apenas uma coisa:

" Eu te amo, Haruhi " Ele sussurrou para si mesmo, como se estivesse ensaiando o que ele mais queria dizer à ela. O rosto dela lhe veio á mente uma última vez, e então fechou os olhos para adormecer em um sono repleto de sonhos e fantasias. . .

 


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Notas finais do capítulo

Não seja um leitor(a) fantasma, deixe seu comentário!Um comentário, mesmo que seja apenas um pequeno elogio ou uma crítica construtiva podem ter muito significado para os escritores, já que é o que nos motiva bastante a continuar escrevendo!Bjs, e espero que gostem e continuem lendo e acompanhando a fic,
Atenciosamente, a autora.



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