O Apócrifa dos Pesadelos escrita por Kentaro Miyazaki


Capítulo 1
O início de tudo




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"Naquele momento.. Eu jurei que eu poderia fazer diferente..."

Sonhos e pesadelos, mundos que encontramos apenas dentro de nosso inconsciente, com certeza sempre me perguntei quão imenso eram esses mundos, nós somos deuses ou somos convidados dentro dos mesmos? Somos nós mesmos que os criamos, então, essa era uma questão que eu sempre me perguntava, bom, talvez essa dúvida fosse motivada por eu não me sentir normal como os outros, sempre achei que fosse normal observá-los, mas só eu podia, não entendia o porquê, sempre ao olhar superfícies que refletiam como vidros e espelhos, eles estavam lá, interagindo entre si e nos observando, talvez estivessem zombando de nós, eles sempre olhavam fixamente para mim.

Desde criança sempre fui excluído, nunca tive amigos não importava o quanto eu tentasse, sempre me isolavam, talvez por isso quando eu olhava para eles eu não me sentia mais solitário, e acabava me encontrando a brincar com os mesmos através dos reflexos, o que eles mostravam chegava a parecer que estavam ao meu lado, e como meu sonho era não estar sozinho eles o faziam ser real, ou pelo menos uma ilusão.

Apesar de eu ter um sonho consciente, não passava o mesmo no meu inconsciente, nunca fui capaz de sonhar, todas as noites eu vivia um terror, nele sempre eram mostrados os meus medos mais profundos, mas com o passar do tempo me acostumei com estes pesadelos, e na vida real eles eram os meus amigos, sempre que os olhava em meu reflexo, escuros como sombras, seus olhos e dentes brilhavam tão intensamente que parecia cegar, apesar de suas aparências amedrontarem, eu não tinha medo, eles me faziam companhia, porém, com o tempo passaram a se comportar de maneira violenta, mutilavam-se e se devoravam, começava a parecer que queriam sair dali, eles sempre corriam em minha direção porém nunca chegavam, bom, talvez uma vida presa não seja uma vida, de fato.

Na minha realidade agora, numa tarde de verão, o sol estava se pondo, e eu, sozinho em uma ferrovia, que apesar de que eu estivesse na plataforma, não estava esperando um trem, eu não sei o que esperava, talvez um sentido. Eu permanecendo sentado, tiro meu celular do bolso e vejo aquela mensagem "Eu adorei passar o dia com você, iremos nos ver de novo?", olhei fixamente para a foto do remetente e por algum estranho motivo ainda me sentia mais sozinho, e então uma luz se aproxima, observo enquanto chega cada vez mais perto, quando chega certa distância consigo identificar sendo um trem, estava vazio, não aparentava nem haver alguém o pilotando e suas luzes estavam apagadas, por algum motivo ele nem aparentava pretender reduzir sua velocidade, ao olhar pelos seus vidros, nos reflexos por algum motivo aqueles não estavam mais lá, havia um garoto, possuía uma franja que quase chegava a cobrir seus olhos, porém ainda assim conseguia vê-los, eram azuis, cintilantes, éramos muito semelhantes, porém não tinha reparado em suas asas, angelicais, reluziam mais que os olhos daqueles, porém era um esplendor negro, eu o via tão claramente que não parecia um simples reflexo, nosso contato visual durou menos de três segundos e logo que fosse perdê-lo de vista acabei notando algo peculiar, aquele anjo, chorando se ajoelha e desaparece do reflexo, após uma fração de segundos, os vidros do trem se despedaçam e algo passa por mim tão rapidamente que nem consigo ao menos enxergar.

Logo após esse evento, por algum motivo o céu se torna a escurecer, porém era uma escuridão diferente, se assemelhava a um eclipse, foi nesse momento que então nasceu o nosso pesadelo em comum.

Todas as pessoas haviam parado suas atividades para observar este evento aos céus, essa escuridão que aparentava se unir em um fixo ponto, este que possuía um brilho negro, naquela hora todos viram o que parecia ser um anjo, eu o reconheci como sendo o menino que eu havia visto no reflexo do trem, apesar da distância enorme entre nós, reparo que o mesmo me observa enquanto chora, lentamente encolhe suas asas e fecha seus olhos, neste momento não escutava mais, apesar da enorme ventania que me rodeava e ruídos de outras pessoas, nesse momento qualquer som havia se escondido, então o anjo inclina sua cabeça e olha fixamente para o céu, e então solta um grito, tão alto e amedrontador que todos que eu podia ver no momento e incluindo eu se assustaram todas as superfícies que refletiam se despedaçavam enquanto o grito ecoava pelas redondezas, vidros de carros e casas se despedaçavam, poças de água se espalhavam para todos os lados, todos cobriram os ouvidos e se abaixaram amedrontados, eu tremia de medo, porém por algum motivo não conseguia parar de olhar para aquele ser alado, logo que o grito se calou, o anjo então estende suas asas e voa em direção ao infinito celeste desaparecendo, então os céus se escureciam cada vez mais, e dos céus eles vieram, eles estavam conosco agora, a humanidade conheceria seu predador e pior pesadelo então...


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