—Como você pode dizer uma coisa dessas Dominnick? O nosso pai sempre quis o melhor pra todos nós! – eu pergunto e o meu pai faz um joinha, já é um começo.

Dominnick riu, os outros estavam apenas observando, nem tocando na lasanha que devia estar esfriando.

— O melhor pra nós? Eu acho que você esqueceu o que ele fez comigo.

Joan foi isso que ele fez pra você nada de mais

—Nunca pensei que você fosse ficar tão sentimental por causa de uma garota. - Falo sarcástica. Mas meu pai faz uma careta e diz algo como bola fora!

— E eu nunca pensei que você fosse defender o Vladmir. - Ele se levanta- Perdi a fome

— Ah minha santa Alexandra...- Steve fala e depois coloca um enorme pedaço de lasanha na boca.

Dominnick já estava na metade dos degraus da escada enorme escada de madeira quando ouviu Steve. Ele deu meia volta e desceu tudo de novo.

Já disse que nessa casa, quase tudo é de madeira? O chão é uma madeira cintilante, cerejeira, Domi explicou, ele ama madeiras, (estranho isso? Sim. Mas Dominnick é estranho) As janelas são grandes, os quartos também, todos com alguma coisa em madeira. Tem umas pilastras lindas na sacada. Elas não sei de madeira, ainda bem, eu gosto delas.

Enfim, continuando....

— Eu ouvi direito? – Domi indaga indignado.- Você é Ortodoxo? VC SE BANDEOU PRO LADO DAQUELES PECADORES MENTIROSOS?

— Ai meu Deus, DIANA, FAZ ALGUMA COISA! –Papai grita.

 Dominnick é Anglicano, assim como boa parte da família. Papai era católico da igreja ortodoxa russa, ele e nossa mãe sempre disseram que iriamos escolher no que acreditar. Mas que eu poderia fazer? Eu não tenho religião, pra dizer qual a certa qual a errada!

Steve não pareceu muito ofendido com as palavras do irmão.

— Olha Dominnick, eu não tenho nada contra as suas opiniões. E embora eu saiba que o que você disse não é verdade, eu quero que você preste bem atenção no que eu vou falar:  Quem batizou foi eu, quem reza sou eu, quem acredita na santa sou eu. Então eu creio que você não deve ser meter.

— OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU! – Carter e Débora gritaram. Steve deu uma bela resposta.

—Diana, faz alguma coisa, isso vai sair do controle!

Eu estava sentada do sofá agora, observando, quietinha, não sirvo pra ser diplomata.

Eu sei que Dominnick não tem uma boa relação com Steve pelo fato do mais novo ter tido atenção completa do nosso pai, enquanto Dominncik implorava por atenção. Mas Domi sempre foi uma pessoa difícil, acho que o velho Vlamir merece um desconto.

— Você se acha incrível não é? –Dominnick está irritado, seus olhos esverdeados parecem estar vermelhos-  O PIANISTA, O INTELECTUAL, O REFINADO. Você se acha melhor que todo mundo, não nos considera como irmãos. Steve Alekseev! Nem usa o sobrenome da mamãe, seu ingrato.

— Por favor rapazes. Parem com isso agora! - Eu mando, mas isso não surge efeito nenhum.

— Você sabe que eu uso o sobrenome do papai por quê isso me deu status na Rússia! - Steve se justifica, ele está aparentemente irritado, ele sempre ouviu de todo mundo que não dava valor ao lado Mackenzie da família.

Domi ri tanto, se curva, bate no peito de Steve ainda rindo e quando recupera o ar, diz algo que dói em mim.

— Sabem eu entendo por que você não usa o sobrenome da nossa mãe. Nem se lembra dela mesmo. Tudo que você sabe, vê em fotos, vídeos, qualquer outra coisa. Não deve ser o suficiente não é?

— PELO AMOR DE DEUS, DIANA, PORQUE VOCÊ NÃO IMPEDIU ISSO?

Isso deve ter sido um baque muito forte pra ele. Não tinha mais ninguém na sala de jantar a não ser os dois e eu, mas acho que ninguém me via.

Aos poucos, todos foram saindo da sala de jantar. Um por um, Jimy e Clara foram os primeiros, Irina percebeu que Dominnick não a ouvia se saiu também. Só ficou eu e meu pai, que estava apavorado.

— Ah meu Deus! O QUE A GENTE FEZ AGORA?

— Eu não posso fazer nada pai, eu tentei eu juro.

— Dominnick, cale essa boca! –Irina grita.

— SEU DESGRAÇADO! – Steve pechou o punho e deferiu um soco na cara do irmão.

— PAREM COM ISSO AGORA POR FAVOR! –Eu imploro mas eles não ouvem.  E como meu irmão não é de ser enfrentado, ele revidou o soco com outro ainda mais forte. Steve cambaleia para trás percebendo seu nariz sangrando.

Dominnick tenta o acertar novamente, e Steve revivida dando um soco em sua barriga.

Eu  finalmente tomo coragem e me jogo na frente de Steve:

— SE QUISER BATER NELE TERÁ DE BATER EM MIM PRIMEIRO!

— DIANA, SAIA DA FRENTE SE NÃO  RESPONDO POR MIM

— OUSE ME BATER

Tudo que eu pude ver foi Dominnick levantando a mão e depois tudo escureceu.

***********2014*************

P.O.V Paul

HOJE É SÁBADO! OBRIGADA DEUS!

É realmente difícil meus dias de folga cair no sábado, as vezes cai em dia de semana o que não é tão ruim, mas quando cai no final de semana, mas quando é muito melhor em no final de semana. Eu a Cris e Rick vamos a uma pizzaria ou fazer qualquer outra coisa pra relaxar, hoje a Cris pediu para ir ao Shopping. E é claro que nós vamos, eu faço tudo pela minha filha.

Desde que a minha esposa morreu, eu cuido da Cris sozinho, é difícil, admito, as vezes eu não sei se eu consigo passar para ela o quanto eu a amo. Além do meu trabalho que me toma muito tempo, o Rick me ajuda as vezes, as vezes mesmo, o meu irmão caçula é outra criança que eu tenho que cuidar, acho que ele me dá mais trabalho do que Cris, uma adolescente de dezessete anos....

Depois de me levantar, vou ao quarto de Rick, a porta estava encostada, empurro, pensei que ele não estava lá, porém me engano, lá estava ele, com trinta e oitos anos, de ressaca, com a cara enfiado no travesseiro e quando acordar, vai estar com uma dor de cabeça infernal. É bom ele melhorar logo, hoje é meu dia de folga e ninguém vai estragar a minha animação, nem o Rick de ressaca. Porque uma coisa extremamente irritante é o sr. Richard de ressaca, normalmente, ele fica de três maneiras:

1-Depressão: Ele fica repetindo por horas a fio que não serve pra nada, e que todo mundo o odeia, que é um desastre ambulante. Isso é estranhamente irritante, uma vez eu tampei a boca dele com fita adesiva pra ver se ele calava a boca e bem, ele começou a chorar.

2-Mau humor: Aconteceu a coisa mais engraçada do mundo, o Rick vai olhar e dizer ‘’ blé’’ e enfiar a cabeça entre os braços, fica extremamente sarcástico (Incorpora o Declan, credo) e com cara amarrada.

3-Reclamação: Parece um pouco o estado de depressão, porém com mais reclamação sobre a ressaca do que da vida. "Ai minha cabeça’’, "Por que eu fui beber tanto?’’, "Ai minhas pernas’’ " Ai, ai, aaaai’’ é mais ou menos isso que ele fala o dia inteiro quando está de ressaca.

É algo totalmente desconfortável sair com uma pessoa depressiva, mau humorada ou reclamona. Hoje eu não vou admitir ele estragar o meu dia, se ele estiver muito irritante, eu deixo ele em casa.

 Abro a porta do quarto dele. Ele estava com a cara enfiada no travesseiro. O cheiro de álcool está insuportável. Não queria entrar, as o chamei diversas vezes e não obtive resposta:

— Acorda Rick! –grito e balanço seu ombro, ele começa a se mexer, gemendo de dor.

— Ah caro, por favor me deixa aqui. Eu sei que eu mora na sua casa e atrapalho a sua vida, que hoje é sábado e você e a Cris querem sair, mas me deixa em casa sofrendo por favor... – a voz dele está rouca.

Argh, fase depressiva, vou tentar dar um jeito dessa fase passar, não posso deixar ele sozinho em casa desse jeito, é perigoso Rick cometer suicídio.

— Anda, levanta e toma um banho frio. – Pego a toalha que estava pendurada atrás da porta e jogo pra ele

— Me dá um abraço? –Ele pergunta choroso

— Não, você está fedendo.

—Tudo bem.... E por que eu vou no Shopping, se eu não tenho dinheiro? AI QUE DOR DE CABEÇA! haviam olheiras enormes em baixos dos olhos dele, mas ele ia dar um jeito.

—Tente vomitar dentro do vaso! – Ordeno antes dele fechar a porta.

 Vou para a cozinha, para a minha surpresa, Cris já está acordada, está arrumando mesa do café, torrada, leite, geleia.

— Bom dia papai! Tudo bem? Como o tio Rick está? Faço chá ou café?

Dou um beijo na minha pequena e encho minha xícara de café.

— Faz aquele chá que alivia dor de cabeça, mas coloca bastante canela.

Fui ver se havia correspondência. Contas, contas, folheto de lojas, nada de anormal.

Uma carta vinda de Pequim.... Certo, pode ter sido engano

De Declan Mackenzie. E daí? Não existe só um Declan Mackenzie no mundo.

Só lendo pra saber, abro a carta:

Olá Honeys! Quanto tempo meu odiamados irmãos e amada sobrinha.

Faz um bom tempo que eu não vejo vocês Paul, Rick e Cris, aliás, quantos anos ela tem mesmo? 13?

Não tenho tempo pra perder perolando nessa carta o assunto é o seguinte: Estou voltando pra casa! (Quando eu diga casa, digo meu país de origem, jamais voltaria a morar naquele lugar horrível)

Minhas empresas em Londres estão com alguns problemas que eu mesmo tenho que resolver, então eu acho que nós veremos muito! Isso é tão e incrível, não sinto saudades. Porém as vezes eu sinto saudades de algumas das nossas loucuras...

Venham me receber no aeroporto perto do metrô no sábado ás 10 ou cabeças irão rolar...

                                                                   Do seu irmão mais inteligente, bonito e rico, Declan.

Olho para o relógio, 9:00, temos meia hora pra buscar Declan no aeroporto.

DECLAN.VAI.VOLTAR !!!!!!!!