— Quem pode ter feito isso – sussurrou Derek, caminhando de um lado para o outro, enquanto a Banshee ajudava Malia a limpar o ferimento de Stiles, já que todos os outros haviam se curado dos pequenos arranhões e a ruiva já havia cuidado dos seus – Pelo menos se a sua lista de inimigos fosse um pouco menor, saberíamos quem foi.

Peter encarou o sobrinho, revirando os olhos em seguida. Não estava com cabeça para uma briga em família naquele momento. Nem se quer estava tentando procurar um culpado por aquilo. O lobisomem pensava com seus próprios botões, formas de proteger sua Banshee, sua filha e o outro pedaço de si que chegaria em alguns meses. Enquanto isso, ele apenas tinha os olhos presos nas três pessoas, sentadas no sofá da sala. Lydia percebeu que Derek não obteve nenhuma resposta de seu tio, então seus olhos automaticamente seguiram para o homem, de braços cruzados. Peter focou o olhar na garota, que andou em sua direção, enquanto sua filha permaneceu ao lado do namorado. A ruiva acariciou o rosto do homem a sua frente, lhe mostrando que estava tudo bem.

O corte no supercilio esquerdo, a boca inchada e o braço direito arranhado provava o contrario.

— Peter – ela chamou, com uma voz carinhosa, não tão típica da mesma – Não me olha com essa cara.

Ele engoliu seco, afastando o rosto para que a mão dela se afastasse.

— Não sei o que posso fazer pra te deixar longe disso – assumiu.

— Eu sei – disse – E nem tudo é culpa sua.

O homem soltou uma risada sombria.

— Não? Por favor, Lydia – a fuzilou com o olhar – Sejamos realistas.

— Não! – rebateu – Querem o extermínio das Banshees, Peter. Eu sou a ultima, lembra? Não querem só matar o nosso filho pra afetar você. Tem algum maluco querendo acabar com a minha espécie e, disso você não tem culpa.

Aos poucos o homem se acalmou, deixando nítido em sua expressão, o quanto ainda estava furioso com a situação.

— Se eu pedir para que fique longe de tudo isso, vai adiantar de alguma coisa? – a ruiva negou, confirmando os pensamentos do parceiro – Não sei porquê ainda pergunto.

— Não vou deixar minha vida de lado porque estão tentando me matar – deu de ombros.

Ele riu, friamente.

— Percebe o que está falando? – segurou o rosto da mesma em suas mãos – Estão tentando mata-la!

A Banshee cobriu a mão de Peter, com as suas, entrelaçando os dedos.

— Percebo que isso está me afastando de você – renegou – O que faz quando alguém tenta te matar? Você enfrenta, não é mesmo?

— Lydia, a situação é diferente! – rebateu, chamando a atenção dos outros presentes – Você está carregando o meu filho.  O nosso filho! A minha esperança de ser o que eu neguei durante toda a minha vida. Essa criança, é a minha esperança de concertar todos os meus erros com você, com Malia. Pode não ser tão importante pra você, ruiva. Mas isso pode ser a minha salvação e eu não vou deixar que nada aconteça a essa criança!

Ninguém mais do que Peter sentia pavor ao ver aquela situação, mesmo que interpretasse de outra forma. Todos com quem se importava estavam se arriscando, na mira de assassinos que matariam sem piedade. Não que se importasse consigo, mas quando se tratava das duas mulheres que o deixavam louco – em vários sentidos – era bem diferente. Lydia e Malia trouxeram a Peter coisas que Derek nunca conseguiu, mesmo que durante toda a sua vida. Mas, de qualquer forma, ele ainda não era completo. Seria apenas depois que tivesse seu pequeno lobo nos braços. Oportunidade que nunca teve com Malia.

— Nós também não – Stiles jurou, com convicção, ganhando alguns pontos com sogrinho que lhe lançou um sorriso discreto.