Temos Coxinha escrita por Sebastian Benkor


Capítulo 1
Se for cobrança você vai sozinho


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, antes de começar, caso você não tenha reparado pela capa, ou pela sinopse ou pelo gênero comedia. Essa fic é 100% zueira, não a leve a sério, eu surtei legal aqui... :v Boa Sorte!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679720/chapter/1

— Estamos aqui com Alexandre Gomes e Rafaela Falda. Os escritores do Romance Saligia que está batendo recordes de vendas. - Diz Jô Soares em seu programa se referindo a um homem e uma mulher que se encontravam em seu sofá. - Primeiramente eu gostaria de parabenizá-los, eu li esse livro em um dia e meu primeiro pensamento ao acabar foi que eu deveria entrevistar vocês.

— Obrigado Jô. - Diz Alexandre.

— É um prazer estar aqui. - Rafaela completa.

— Eu posso chamar vocês de Ale e Rafa não é? – Indaga Jô rindo.

Claro. – Dizem os dois em coro rindo também.

— Então, vamos começar pela ideia, como surgiu? Um teve a ideia e chamou o outro para ajudar? - Indaga Jô folheando as páginas do livro.

— Na verdade não. - Responde Alexandre. - Gostamos de dizer que somos irmãos, pela conexão que temos. Ela me ligou um dia dizendo que estava com uma ideia e queria escrever comigo. Então quando me explicou o que havia pensado, eu disse-lhe que batia com umas coisas que tinha em mente a algum tempo, mas faltava algo, então casamos as ideias e deu muito certo. - Ele completou bebendo um pouco de água da famosa caneca do Jô.

— Deu muito certo mesmo. E vocês não são irmãos?

— Não, como da para ver, somos bem diferentes. - Responde Rafa rindo.

— Você é do Rio de Janeiro e ela de São Paulo?

— Isso. - Ale consentiu.

— E como vocês se conheceram?

— Foi pela internet. - Respondeu Rafa. - Ele criou um grupo sobre uma série que assistíamos na época, desde então viramos melhores amigos.

— Interessante. E o que vocês faziam antes de escreverem juntos?

— Eu já escrevia, mas só como hobby. Na época eu trabalhava na Marinha. - Respondeu Alexandre.

— E eu escrevia também mas com menos frequência que ele. Meu foco maior era design, eu fazia alguns trabalhos de freelancer. Responde Rafa.

— Bacana. E quais os planos agora? Saligia terá continuação?

— Na verdade não. - Responde Alexandre.

— Saligia foi pensado em um livro fechado, não teria como ter continuação. - Diz Rafa.

— Aaaah! - Suspira a plateia em negação.

— Acho que não sou o único a pensar que essa história merecia uma continuação. Mas vocês pretendem fazer o que agora?

— Eu ainda tenho alguns trabalhos como design.

— E eu contínuo escrevendo, mas ainda não tenho nada para publicar. Estamos curtindo o ápice de Saligia.

— Esperamos que consigam e caso mudem de ideia sobre Saligia, quero uma cópia o quanto antes. - Diz Jô rindo. - Eu conversei aqui com Alexandre Gomes e Rafaela Falda.

— Aaaah! Resmunga a platéia em coro.

— Eu sei, também gostei muito. Mas para quem quiser autógrafos eles estarão...

O som da TV começa a ficar mais baixo conforme vamos vendo o interior do apartamento onde o programa era assistido. Um homem moreno, rechonchudo e de barba se encontra deitado no sofá com o controle em mãos. Nesse momento, uma mulher de pele branca e cabelos negros passa pela sala carregando uma sacola de compras.

— Quantas vezes você vai ficar assistindo essas entrevistas Alexandre.

— Você não pode me criticar por sentir saudades Rafa. - Diz ele desligando a TV.

— Não estou te criticando. Mas você precisa parar de viver no passado. Já tem 10 anos essa entrevista, essa fase já passou. - Diz ela colocando as compras na bancada da cozinha.

— Quero entender como passamos dos Escritores favoritos do Jô Soares para dois Zés ninguém que ninguém se lembra.

— Bom, foi você que queria curtir o ápice de Saligia. Agora para de sofrer aí e vem me ajudar a guardar as compras.

— Pensei que esse ápice iria durar mais. - Ele se levanta e vai até a cozinha.

— Você achou que seríamos os próximas JK Rowling? - Rafa ri.

— Não idiota. Mas pensei que as coisas seriam um pouco mais fáceis. Pensei que pelo menos não teríamos problemas para pagar o aluguel por exemplo. - Diz ele pegando cartas de cima do balcão e jogando uma a uma na lixeira.

— Não faça isso cara. - Rafa corre para pegar algumas contas do lixo enquanto Alexandre segura fixamente a última correspondência.

— Olha isso aqui! - Diz ele abrindo a carta. - É da Editora X. Eles querem falar conosco. - Alexandre sorri.

— Se for cobrança você vai sozinho.

— Não! Eles querem um livro novo!

— Lá vem, você sabe que esses contratos com Escritoras são furadas.

— Não seja pessimista Rafaela. Essa é nossa chance de sair do buraco. - Diz entusiasmado correndo para abraçá-la. Rafa apenas lhe empurra a cabeça.

— Nem vem. Vou te socar de novo. - Diz ela. - Eu até ajudo, porém se der algo errado, você vai arcar com os prejuízos.

— Prejuízo nenhum. Vamos sair do buraco. Venha! Temos que mudar de cenário.

Os dois descem de um táxi, Rafa com a mesma calça jeans e blusa branca e Ale usando um terno azul que parecia estar sendo usado pela primeira vez. Os dois entram na porta de um prédio alto com as laterais arredondadas e seguem para o vigésimo andar onde são recebidos por uma secretária que os encaminham até uma sala.

— Onde conseguiu esse terno. – Pergunta Rafa reparando o quanto ele está arrumado em comparação a ela.

— Departamento de figurino. Enfim, temos que causar boa impressão, somos escritores famosos.

— Éramos escritores famosos. – Enfatiza ela, quando um homem abre a porta para entrarmos em sua sala.

— Como estão meus escritores favoritos? - Diz o homem sentando-se atrás de sua enorme mesa.

Corta essa Ronald. Você nos chamou aqui por um motivo, vá direto ao ponto. – Diz Rafa enquanto sentava-se em uma das cadeiras.

— Como sempre apressada. Então, vamos aos negócios. Saligia flopou, vocês gastaram mais dinheiro com viagens e curtindo o ápice do livro, do que no marketing.

— Isso não é verdade. – Corta Ale com a boca cheia de doces que está pegando de uma mesa próxima.

— Já sabemos que deveríamos ter investido mais no livro e em uma continuação. Os nossos erros nós sabemos, mas onde você entra nessa história.

— Bom, o mundo ainda se lembra de vocês: “Os novatos escritores de fanfic que ganharam o mundo”. – Ronald se levanta enquanto fala. – Sendo assim, nós queremos financiar um novo livro de vocês. – Ele senta-se na mesa.

— Isso é interessante. – Alexandre engole rápido os doces e continua a falar fingindo desdém.

— E de quanto será nosso lucro? – Indaga Rafa. Ronald pega um pedaço de papel na mesa e o rabisca antes de entregar para Rafaela.

— Acho que estamos conversando. – Diz Rafa.

— Então, o que acham de voltar a escrever? – Diz ele estendendo a mão para Alexandre.

— Nem precisamos, já temos algo pronto. – Responde Ale enquanto aperta sua mão.

— Temos!? – Rafa se surpreende.

— Ótimo! Eu tenho uma reunião agora na Inglaterra. Volto em 9 dias. Podem me trazer um manuscrito e então fechamos negócio.

— Perfeito! – Diz Alexandre enquanto Ronald os conduz ao elevador. Ao fechar a porta Rafa da um soco no braço de Ale.

— Você ficou louco?

— Ai! Você poderia experimentar bater como uma menina.

— Você vai ver o quanto sou menina, quando eu arrebentar a sua cara!

— Isso não fez muito sentido. Relaxa, eu tenho tudo sobre controle, juntos conseguiremos escrever um novo livro em poucos minutos.

Cinco Horas depois, na casa de Alexandre e Rafaela...

— Que merda que eu fiz. Eu não consigo escrever nada! – Grita Alexandre sentado em frente a seu notebook com uma página em branco.

— Eu te avisei. – Diz Rafa na cozinha, quando repara Alexandre batendo com a cabeça na mesa.

— Burro! Burro! Burro! – Repete ele sem parar.

— Ei! – Rafa chega correndo e segura sua cabeça. – Não estrague seu cérebro, me deixe rica primeiro.

— Estamos perdidos!

— Estamos?

— O que vamos fazer se eu não consigo escrever nada!? – Diz ele baixando a cabeça.

— Por que você continua falando no plural? – Indaga ela rindo.

— Você não está ajudando! – Ele levanta a cabeça e a encara.

— Quem disse que eu queria ajudar? – Diz ela rindo enquanto ele baixa a cabeça novamente. Ok, vamos ver o que você tem até agora. – Ela olha a tela e só está escrito a palavra “tubarões”. – Você só pensou nisso?

— Sim. – Diz ele levantando a cabeça.

— Não pensou em mais nada?

— Pensei neles se matando afogados. – Diz ele rindo e então Rafa lhe da outro soco no braço. – Ai! Você precisa parar de me bater.

— Isso que você ganha por ser um idiota. Agora vamos tentar de novo. Pensou em um romance?

— Hum... – Diz ele pensativo. – E se uma menina tímida do colégio conhecer um cara popular e...

— Clichê. – Rafa o corta.

— Ok. E um de ação? Sobre feiticeiras e clarividência! – Diz ele empolgado.

— Você já escreveu isso. – Ela o corta novamente.

— E se for em um sonho lúcido?

— Você também já escreveu sobre isso. Pensa um pouco, nada lhe passa pela cabeça?

— Já sei! – Ele grita e então começa a digitar:

— Estamos aqui com Alexandre Gomes e Rafaela Falda. Os escritores do Romance Saligia que está batendo recordes de vendas. - Diz Jô Soares em seu programa se referindo a um homem e uma mulher que se encontravam em seu sofá. - Primeiramente eu gostaria de parabenizá-los, eu li esse livro em um dia e meu primeiro pensamento ao acabar foi que eu deveria entrevistar vocês.

— Não idiota. Foi assim que essa história aqui começou. – Diz Rafa ao apagar todo o texto que ele escrevia tão empolgado.

— Eu sou um inútil! - Grita ele chorando. – Vamos morrer de fome assim, e viver para sempre sozinhos nesse apartamento idiota.

— Eu tenho namorada. – Diz Rafaela baixo. Então ela segura-o pelos ombros e olha firme nos seus olhos. – Olha, você é a pessoa com mais imaginação que eu conheço, você vai conseguir. Então para de frescura e começa a escrever. – Nesse momento, um homem fardado e armado arrebenta a porta do apartamento.

— Parados, o prédio está cercado. – Diz ele entrando no apartamento com outros homens armados.

— Mas o quê...? – Diz Alexandre sem entender.

— FBI! Vocês estão presos por violação de direitos autorais.

— E desde quando o FBI cuida de violação de direitos autorais? – Diz Rafaela se levantando.

— Na verdade, nem precisava disso tudo. O autor dessa história que queria fazer uma grande cena. Vocês só precisam assinar esta intimação e comparecer amanhã ao fórum para responder algumas perguntas. – Diz o homem que agora estava usando um terno marrom barato e entregando um papel na mão de Rafaela que assina e devolve para ele. – Então é isso, amanhã às oito da manhã no fórum.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Mereço um beijo né? Depois te passo meu whats se você comentar... ♥