POV Katniss Everdeen

—Deus, ele é inteligente, e divertido, e super fofo, vocês tinham que ver o jeito que ele falava sobre as irmãs.—terminei de contar como havia sido o resto da manhã para as meninas, que eu acabei por passar com Peeta.

Bom, depois da aula, Peeta se ofereceu pra me deixar em casa, já que a avoada da Annie me esqueceu na escola, de novo, e suas irmãs mandaram ele ir caminhando, já que elas passariam em alguma loja ates de ir pra casa.

A caminhada com ele até em casa foi incrível, era como se nos conhecêssemos a anos, só percebi o quando conversamos quando vi que havia passado de casa e já estava no final da rua, Peeta riu e caminhou comigo de volta, me deixando na porta de casa, como um perfeito cavalheiro, fora que além de educado, o garoto é um gato.

Katniss você conhece o garoto a menos de um dia, se aquiete.

Aquiete-se você consciência, eu hein.

—A gente já entendeu Kat, você gostou do gêmeo macho.—Clove falou se jogando em minha cama, por cima de Annie que soltou apenas um gemido de dor, seguido de uma risadinha.

—E vocês não gostaram?—as encarei com uma sobrancelha arqueada.

—Jesus, aquele garoto chora de tão lindo.—Clove se abanava com um livro de matemática, o que causou uma crise de risos geral.

—Que menino Catito não escute isso.—ri.

—Primeiro, Cato e eu não temos nada além de uma amizade colorida maravilhosa.—a gnoma começou—Segundo, Cato sabe que é meu loiro preferido.

—Depois de mim, obviamente.—Glimmer jogou os cabelos para trás e fez uma careta convencida.

—Depois de você, obviamente Gimm.

—Então, vocês já sabem o que vão usar hoje a noite?—Johanna invadiu o quarto, quase derrubando minha porta.

Joh se jogou em uma poltrona vermelha ao lado de minha cama, cruzando as pernas e esperando que falássemos alguma coisa, mas tudo o que eu podia ver, era aquela marca vermelha, ENORME, no pescoço, que ela tentava inutilmente, esconder com o cabelo.

—Johanna Mason, quem foi o coitado da vez?—Annie gritou batendo palminhas, chamando a atenção de todas as outras, que até então não haviam notado a marca no pescoço dela.

—Sorte sua que eu gosto de você, Cresta.—Johanna revirou os olhos e deu de ombros.—Lembram aquele cara, que era a fim de mim no primeiro ano?

—Alex?

—John?

—Albert?

—Julian?

—Não, Julian, foi no segundo ano, Kat.—Glimmer me corrigiu.

—Peter?

—Harry?

—Não, desistam, Brutus, gente, Brutos.

—Ahhh....espera, Brutus da lojinha do posto, ou Brutus filho do diretor?—perguntei.

—Filho do diretor. Bem, digamos, que eu não estava a fim de ir pra aula, ele muito menos, e achamos coisas muito melhores para se fazer no armário do zelador.—ela deu de ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo...se bem que, estamos falando de Johanna Mason, e isso é natural pra ela.—Enfim, estou esperando minha resposta, já sabem o que vão usar hoje a noite?

—Não, mas vocês podiam vir se arrumar aqui em casa, que tal?—perguntei e todas assentiram.—Podíamos chamar Delly e Hanna.

—Já esta querendo ficar amiga das futuras cunhadas, Kat?—Clove brincou.

—Calada anã. Estou falando sério.

—Por mim tudo bem, gostei daquelas duas.—Annie deu de ombros e sorriu.

—Eu também, Hanna já chegou implicando com o Gale, eu adorei aquela menina.—Johanna riu.

Johanna e Gale tem alguns probleminhas de convivência, desde que Gale e eu terminamos, digamos que ela sempre tenha achado que ele é um idiota e acha que eu sou mais idiota ainda por continuar a amiga dele.

A verdade é que é pura implicância, Gale e eu terminamos em consenso, éramos melhores sendo amigos do que sendo um casal, então decidimos terminar, e continuamos nossa amizade como se o namoro nunca tivesse acontecido.

—Ok então, eu vou ligar pro Peeta e pedir o número das meninas.—falei revirando minha bolsa, atrás do meu celular.

Quando me virei, Glimm, Annie, Clove e Johanna me encaravam com sobrancelhas arqueadas e sorrisos maliciosos estampados no rosto.

—Que foi?

—Você tem o número do Mellark?—Glimmer perguntou caindo na gargalhada junto com as outras.

Meu Deus, essas garotas não perdoam uma. Em minha defesa, quem pediu meu número foi ele, então eu dei meu número e ai ele me passou o dele, eu não sou tão desesperada assim, mesmo que ele seja ridiculamente lindo, tenha olhos azuis maravilhosos, tenha um sorriso encantador e seja super fofa, e....Katniss cala a boca.

—Calem a boca.—falei apertando no nome de Peeta e colocando o telefone no ouvido, chamou umas três vezes, quando finalmente, Peeta atendeu.—Peeta?

—Coloca essa porcaria no viva voz Katlênia.—Johanna sussurrou.

E eu como uma boa, boa não. Como uma amiga maravilhosa, coloquei no viva voz e esperei Peeta dizer alguma coisa, se é que eu tinha pego o número certo, né!

—Eu?

—Hey, é a Katniss.

—Ah, Hey.—pude sentir o sorriso em sua voz, e acabei sorrindo também, ai merda as meninas vão me zoar muito.—Tudo bem?

—Tudo sim, eu liguei pra pedir o número das suas irmãs.

—Pra que você quer o número das destrambelhadas?—podia sentir que ele estava um pouco confuso.

—É que eu e as meninas vamos nos arrumar pra festa juntas, e queríamos saber se elas querem vir.

—Ah, e porque eu queria muito, muito, muito, ter uma desculpa pra te ligar.—Clove sussurrou me imitando, coloquei o dedo do meio pra ela, que revirou os olhos e riu baixinho.

—Ah...Ei, Delly, devolve, argh.

—A gente vai, pode deixar.—acho eu que quem falou isso foi a Delly, não sei, ainda não aprendi a reconhecer as vozes.

—Tudo bem, a festa vai ser as oito, então venham pra minha casa as seis, Peeta sabe aonde fica.—falei e logo me arrependi.

—Ou, ou, ou, para o mundo dois segundos...sabe é?—ouvi outra voz no telefone, provavelmente era Hanna.—Hmmm Cupcake é rápido, piscou, pegou.

E foi o que bastou para que as meninas começassem a gargalhar aqui do meu lado. E eu provavelmente estava virada em um pimentão de tão vermelha, e olha que ele nem estava me vendo, era apenas uma conversa ao telefone, o que está acontecendo comigo? Eu conheci esse garoto hoje de manhã e já estou corando?

—Cupcake?—perguntei tentando mudar de assunto. Mas admito, estava curiosa com o motivo do apelido que Hanna deu a ele.

—Ah, Hanna me chama assim desde que somos crianças, nossos pais tem uma rede de padarias e eu sempre estava comendo Cupcakes, o apelido pegou.—Peeta parecia sem graça e consegui ouvi-lo murmurando um “Está me fazendo passar vergonha.” Para a irmã, que apenas ouvia-se as risadas junto com a das meninas e Delly.

—Cupcake...gostei. Hanna, posso adotar o apelido?—perguntei rindo.

Eu gosto de passar vergonha, porque não é possível, eu estou dando motivos para Johanna e Clove me zoarem pelo resto da vida. Isso claro, porque isso não foi parar nos ouvidos de Finnick, Cato e Marvel, ai sim, eu estaria completamente ferrada.

—Gostei de você, então, pode sim.—a garota conseguiu me responder em meio a gargalhadas do outro lado da linha.

—Vou desligar antes que essas duas morram por falta de ar, te vejo na festa Katniss.—Percebi que ele sorria novamente, e de novo, sorri com isso, Katniss aquiete-se garota.—Tchau meninas.—ele se despediu das outras malucas aqui do quarto.

—Tchau Peeta!—respondemos juntas.—Tchau meninas!

—Tchauzinho.—Delly e Hanna responderam entre as gargalhadas.

—Vocês não cansam mesmo hein.—ouvi Peeta falar antes de desligar o celular.

—Cada minuto que passa, eu gosto mais dessas duas.—Clove fala ainda rolando na minha cada, dando gargalhadas.

Detalhe, Annie ainda estava em baixo dela. Pobre Annie...

O dia passou consideravelmente rápido, as meninas haviam ido pra casa, para buscar suas roupas, e daqui a pouco estariam de volta para nos arrumarmos todas juntas. Ano passado conseguimos ir todas juntas no carro do pai de Clove, mas como dessa vez teremos a companhia das Mellarks, iremos nos dividir entre o meu carro, e o carro de Annie.

Eu estava animada pra festa de hoje, ainda não entendi bem o porque de tanta animação, se bem que as festas de Cato, Finnick e Marvel, ou, trio sensação, como eles mesmo se chamam, são sempre incríveis.

Joguei meu vestido em cima da cama, e logo sai a procura dos meus sapatos, que insistem em sumir sempre que eu preciso deles, eles combinam, tenho certeza que existe uma sociedade secretas de sapatos contra a Katniss.

—Chegamos Katlênia.—e mais uma vez, minha querida porta foi quase posta a baixo, pela força brutal de Johanna Mason, aquela garota deve ter algum problema pessoal com a minha porta.

—Percebi.—sorri e me enfiei em baixo da cama, tentando achar a porcaria do meu sapato, e adivinha...não achei.

—Arrumado uma nova casinha pra você ai Kat?—ouvi a voz de Clove, e logo as meninas estavam rindo.

—Vai pro inferno Sevina.

—Chegamos.—ouvi minha porta sendo arrombada mais uma vez.—Porque a Katniss está em baixo da cama?

—Ela nunca consegue achar os sapatos, é bem normal, entrem e finjam que o quarto é de vocês. É o que eu faço.—isso veio de ninguém menos que Glimmer.

—Eu desisto, vou descalça.—bufei.

Sai de baixo da cama, dando de cara com Annie, já ligando meu modelador de cachos, Glimmer, abrindo sua mala enorme de maquiagem, sério, é enorme mesmo, cabe dois elefantes naquela coisa.

Clove já havia se enfiado no meu closet junto com Johanna. Delly e Hanna, estavam me encarando de forma divertida, as duas se entreolharam e riram.

—Vai usar esse vestido em cima da cama?—Hanna perguntou, analisando o vestido em cima da cama. Eu apenas acenei com a cabeça, irritada, por não ter achado a porcaria do meu sapato.—Hmm, usa esse aqui.—ela tirou um par de sapatos, MARAVILHOSOS, da bolsa e deixou em cima da cama.—Eu trouxe dois porque estava indecisa, mas ele fica muito melhor com o seu vestido, então...

—Hanna Mellark, você acabou de salvar uma vida.—sorri.

Corri na direção da Mellark morena e a abracei. Pude sentir que a mesma quase perdeu o equilíbrio e caiu, mas Delly a apoiou por trás antes que a mesma tivesse a chance de cair. Hanna então me abraçou de volta, me soltando logo em seguida, e me lançado um sorriso de lado e uma piscadela.

—Ouu, Hanna emprestando sapatos...essa é nova.—Delly riu e foi ajudar Glimmer com a maquiagem.

—Ok, vamos nos arrumar então.—dei de ombros.

E quase duas horas depois, acho eu, que estávamos todas prontas para ir, Delly, Glimmer e Clove, foram com Annie, e eu estou no meu carro com Delly, esperando Johanna e Hanna, que teriam sido mais rápidas, se Hanna não tivesse tropeçado no meio fio e parado de cara no chão.

—Cheguei, e viva, aplausos.—Hanna abriu a porta de trás e entrou ofegando um pouco, por conta de ter corrido.

Delly e eu começamos a rir, mas mesmo assim, aplaudimos, como ela pediu, logo nós quatro estávamos ligando o rádio e cantando, até chegar na frente da casa dos Ludwig, aonde seria a festa.

A casa já estava cheia de gente, alguns já bêbados, haviam várias luzinhas coloridas penduradas pelo pátio da frente, a decoração era toda em azul e prata. Algumas pessoas estavam sentadas no pátio, rindo, outras bebendo, tinham pessoas dançando como retardados. Dentro, a casa não estava muito diferente, e foi na sala de estar, que agora não tinha mais os costumeiros sofás brancos, e sim uma enorme pista de dança, que encontramos os meninos.

Marvel e Cato dançavam juntos, fingindo que eram um casal, e olha que se eu não conhecesse os dois, e eles não fosse irmãos, eu acreditaria. Finnick estava em um canto menos iluminado, com a peguete da semana. Olhei de relance para Annie, que tem uma queda quase derrapada por ele desde a sexta série, ela apenas de deu ombros.

Gale estava dançando com uma garota ruiva, que eu não me lembro conhecer, mas não importa, e por fim Peeta, que estava mais afastado, assim como Finnick, com uma vadia qualquer da escola sussurrando alguma coisa no ouvido dele, não que eu me importe, claro.

Glimmer e Clove, logo puxaram seus respectivos pares pra algum canto, Finnick e a garota foram em direção as escadas, Johanna achou Brutus e sumiu com ele, Gloss sumiu por ai com Cashmere, a irmã dele. Hanna e Delly me puxaram pra pista, me fazendo dançar um pouco, e logo, Gale deu um fora na ruiva e se juntou a gente.

—Oi Catnip, Delly, louca do corredor...—ele cumprimentou Delly e eu com um beijo na bochecha, mas quando chegou em Hanna, apenas revirou os olhos, e ela sorriu irônica pra ele.

—Olá Gay...le.—ela deu um sorriso falso e foi a vez de Gale revirar os olhos.

Os dois logo travaram os olhares e começaram e se encarar, eu juro que estava vendo raios saindo dos olhos daqueles dois, yep, até o final da festa, Hanna ou Gale estariam mortos ou gravemente feridos, e eu não sei porque, mas acho que o ferido da história será o Gale...

Puxei Delly de perto dos dois, sei lá, vai que um daqueles raios imaginários que eles estão lançando um no outro, acabem acertando a coitada, nunca se sabe, né. Arrastei a loira até a cozinha, eu precisava urgente de uma cerveja, e conhecendo Finnick, Cato e Marvel, eu sei que a geladeira está abarrotada delas e de sorvete de chocolate, o que é muito útil em festas, acreditem.

—Quer alguma coisa?—perguntei já abrindo a geladeira. Qual é, eu já sou de casa.

Literalmente, Cato e Marvel são meus primos, pois é, toda família tem seu lado negro, o lado negro da minha, são esses dois idiotas. Mas eles são boas pessoas, eu juro.

—Uhum.

—Algo especifico?

—Me surpreenda Everdeen.—ouvi o tom de desafio em sua voz e sorri, tirando uma garrafa de vodca que estava mais no fundo da geladeira, Deus, as vezes eu amo aqueles tapados.

—Vodca com soda, ou pura?—sorri.

—Pura, e se ver meu irmão chegando, você que me obrigou.—ela deu de ombros, tomando a garrafa da minha mão e virando um gole enorme, detalhe, ela engoliu sem fazer cara feia, o que significa que Delly já é acostumada com isso.

—Seu irmão está ocupado engolindo a cara da Fox Face.—revirei os olhos e puxei a garrafa da mão dela, dando um gole logo em seguida.

—Fox Face?

—Ah, é o apelido que o Marvel deu pra garota quando a gente estava na terceira série, mas se você prestar atenção, ela realmente tem uma cara de raposa.—dei de ombros, e me escorei na bancada da cozinha.

—E qual o nome dessa cara de raposa?—Delly perguntou, empurrando uma bonequinha de porcelana da minha tia pro lado, e tomando impulso, sentando-se logo em seguida ao meu lado, na bancada.

—Não me lembro, mas acho que Finch.—ri.

—Vamos manter Fox Face mesmo.—ela roubou a garrafa da minha mão e riu.

Alguns minutos depois, e uma garrafa inteira vazia, Delly e eu já estávamos abrindo uma lata de cerveja e gargalhando, enquanto ela me contava algumas histórias sobre ela e seus exs namorados. Eu já não tinha mais controle algum sobre mim mesma, e estava rindo de qualquer coisa que ela falava, mesmo que não fosse tão engraçado assim.

—Meu Deus, achei vocês duas.—olhei pra porta, e vi um borrão de cabelos longos e castanhos se aproximando, ela era baixinha, eu tinha certeza.

O borrão se aproximou, e logo percebi ser Clove, logo atrás dela estavam Cato, Marvel e Glimmer.

—Porque tem duas de você?—perguntei confusa, enquanto as duas Cloves me encaravam.

As duas reviraram os olhos.

—Você está bêbada.—as duas Cloves falaram juntas, enquanto os Marvels, Catos e Glimmers apenas riam de mim.

—Eu não estou bêbada, né Delly?—olhei pro lado, e a loira que antes me acompanhava na bebida estava deitada sobre a bancada, totalmente apagada.

—Meu irmão vai ter um ataque atrás do outro.—me virei para a porta novamente, ao ouvir a voz de Hanna, eu acho. E logo ver duas dela entrando na cozinha rindo.—Ele acha que a Delly não bebe.—Hanna continuou rindo.

—Achei que você estava na sala se agarrando com o loirinho da bunda bonita ainda.—escutei as Cloves falando com Hanna.

—Eu sou legal de mais pra ele.—as Hannas deram de ombros e voltaram a atenção a mim e Delly.—Sério, o Peeta vai surtar!

—Faz assim, eu já estou indo embora, minha mãe vai ter que viajar de ultima hora e eu preciso tomar conta da minha irmãzinha, leva sua irmã pro quarto de hospedes, e diz que ela foi dormir na minha casa.—Glmmer fala.—Marvel e Cato não vão se importar, certo meninos?

—Claro, certo.—ouvi os dois responderem juntos.

Não demorou muito para Hanna, com a ajuda de Marvel, levar Delly da cozinha, me deixando sozinha com Clove e Cato, já que Glimmer havia saído com os dois.

—Vem priminha, vou te levar lá pra cima também.

—Nããão, eu quero ficar aqui.—fiz beicinho e Clove riu.

—Nada disso, vem Katniss.—Pela primeira vez na vida eu vi os Catos sérios...existem dois Catos? Estranho...

—Nãããããão, já falei que eu vou ficar aqui Catito.—falei me jogando para trás e deitando na bancada.—E você não vai me tirar.—e depois disso, eu vi tudo preto, e apaguei.

Acordei com a freada que o carro deu. Espera, carro? Como eu vim parar em um carro? A última coisa que eu me lembro era de ver dois Catos, e de apagar na bancada da cozinha da casa dos meus primos, depois disso eu sei de mais nada. Não me lembro de ter acordado, e muito menos de ter ido pra um carro.

Olhei pro lado, com um pouco de dificuldades, por conta da dor de cabeça horrorosa que eu estou sentindo, e pude ver que o motorista era ninguém menos do que Peeta Mellark.

—O que eu estou fazendo aqui?—perguntei, me ajeitando no banco e o encarando.

—Encontrei você apagada na bancada da cozinha, Gale estava de carona com Finnick, que estava sumido desde o começo da festa, então ele me pediu pra te levar pra casa.—ele explicou sem tirar os olhos da estrada.

—Cadê as suas irmãs?

—Delly foi dormir na Glimmer e Hanna ficou na festa, provavelmente vá dormir na casa da Annie.—ele deu de ombros.

—Hum...E a garota que você estava na festa? Não ficou brava por ficar plantada lá, enquanto você me leva pra casa?

—Na verdade ela teve um pequeno surto, no qual ela me jogou um copo de cerveja na cara, mas fora isso, ela aceitou muito bem.—Peeta respondeu rindo o que me fez sorrir, mas logo me arrepender porque minha cabeça estava quase explodindo.

Alguns segundo depois, seu carro parou na frente da minha casa, murmurei um obrigada meio envergonhada, a final, eu conheço o garoto a um dia e ele já me viu bêbada e apagada em uma festa, maravilhoso não?

Assim que sai do carro e fui tentar caminhar, me arrependi amargamente de toda a vodca que eu bebi, minha cabeça estava parecendo o clipe da Katy Perry, cheia de fogos de artifício, fechei a porta do carro, me escorando na mesma, a dor era muito grande.

Ouvi um outro batido de portas e em passos rápidos, Peeta já estava ao meu lado, me ajudando a me equilibrar.

—Tudo bem?—ele me olhou preocupado.

—Não, minha cabeça está explodindo e eu não consigo nem andar direito. Me lembre de nunca mais beber na minha vida.—falei, tentando sorrir ao final da frase, mas acho que apenas fiz uma careta de dor, pois ele me olhou mais preocupado ainda.

—Vem, eu te ajudo.

Peeta passou seu braço direito ao redor da minha cintura, coloquei meu braço esquerdo ao redor do pescoço dele, jogando quase todo meu peso pra cima dele.

As coisas ao meu redor estavam girando um pouco, por isso tropecei algumas vezes, mesmo sendo apoiada por ele, até chegar na porta de casa. Peeta me ajudou a achar as chaves, e abrir a porta, já que eu não conseguiria fazer isso sozinha, nem que eu tentasse muito.

Abri a porta, e ele me ajudou a entrar, fazendo eu me lembrar logo em seguida que eu precisaria subir uma escada enorme, até chegar no meu quarto, há, sem chances.

—Peeta me deixa no so...—uma tontura enorme me atingiu, me fazendo jogar literalmente todo o meu peso sobre Peeta.

Tudo ao meu redor parecia embaralhado e Peeta não tardou a me pegar no colo, e subir as escadas comigo, procurando em todas as portas, até chegar no meu quarto.

Meus pais não estavam, graças a Deus. Meu pai, minha mãe e minha irmãzinha estão na Rússia, resolvendo alguma coisa da empresa do meu pai.

Peeta me colocou delicadamente na cama, e me cobriu. Meus olhos estavam pesando, e tudo o que eu queria fazer era fecha-los, e torcer para acordar melhor amanhã de manhã. Então o vi indo em direção a porta, lembrando que eu ficaria sozinha assim que ele saísse dessa casa, e eu odeio ficar sozinha, eu passei praticamente a minha vida inteira sozinha, já que meu pai vivia com suas saídas misteriosas o tempo inteiro e minha mãe, pra suprir a ausência dele, viajava o mundo com minha irmã de dez anos, Prim.

O desespero tomou conta de mim, ou talvez o álcool no meu sangue tenha tomado, eu não sei direito o que aconteceu, mas antes mesmo que eu pudesse pensar sobre isso, as palavras apenas pularam da minha boca, como se fossem naturais.

—Fica comigo? Eu odeio ficar sozinha.—levantei um pouco a cabeça dos travesseiros para encara-lo, apontando minha cama.

Peeta ponderou por alguns segundos, mas para minha surpresa,  ele apenas deu de ombros, com um sorriso quase imperceptível no canto dos lábios.

—Ok.

Ele tirou os sapatos, puxando as cobertas, se deitando ao meu lado, e novamente, o desespero ou o álcool tomaram conta de mim, pois me lembro perfeitamente de ter deitado a cabeça sob seu peito e segundos depois, o senti me abraçando, e então eu simplesmente apaguei.