Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 22
Broken Strings


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas, tudo bom?
Obrigada mesmo pelos comentários do último capítulo! ;)
Beijos ♥



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Oh it tears me up
I try to hold on but it hurts too much
I try to forgive but it's not enough
To make it all okay

 

 

Acordo na manhã seguinte com a cabeça doendo. Eu não queria pensar no que tinha acontecido, mas isso não saia da minha cabeça. Mexo nas minhas bolsas até achar um maço de cigarro. Eu estava me sentindo destruída, tanto por dentro quanto por fora.

Saio do meu quarto e desço as escadas. Não encontro ninguém no caminho. Acho um bilhete da minha mãe, dizendo que eles foram almoçar na casa da minha tia e que não quiseram me acordar. Ela também deixa escrito que eu devia ligar em algum lugar e pedir comida. Largo o bilhete no mesmo lugar que o encontrei e ignoro a parte de ligar pedindo comida. Eu não queria comer nada. Eu nem estava com fome.

Vou para o lado de fora da casa e me jogo em um das espreguiçadeiras. Acendo um dos cigarros e me limito a encarar a água da piscina. Eu estava sentindo um vazio muito grande por dentro, como se alguém tivesse arrancado um pedaço do meu coração. Cada vez que eu imaginava que Tobias provavelmente tinha ficado na festa, aproveitando com a piranha, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu tremia, mas não por frio. Um misto de ciúmes, tristeza e irritação me deixava transtornada. Eu estava me odiando, nesse exato momento, por ter me deixado ficar tão dependente dele. Por ter me apaixonado tão descontroladamente. Eu só queria apagá-lo da minha vida e fechar esse buraco dentro de mim. Eu só queria que essa dor sumisse.

Ouço meu celular tocar. Ele ainda estava jogado onde eu o havia largado ontem. Não ligo e não faço a mínima menção de ir até lá buscá-lo. Eu não queria falar com ninguém. Acendo mais um cigarro e tento me concentrar no vento frio que batia contra o meu corpo. Não pensar era a melhor forma que eu encontrava de não sofrer muito. Não que eu estivesse conseguindo não pensar nele e no que tinha acontecido.

Termino de fumar volta para dentro do meu quarto. Tomo um banho e coloco uma roupa mais confortável. Volto para a espreguiçadeira, passando para pegar uma garrafa de uísque no caminho. Volto a fumar, procurando algum conforto na minha existência. Eu sabia que não devia me sentir assim, mas eu não conseguia evitar. Eu estava arrasada e com o coração partido. Tudo o que eu queria era uma maneira de fazer isso parar. Cigarros e bebidas aliviavam um pouco, embora eu ainda estivesse me sentindo totalmente devastada.

Meus pais e Caleb chegam um tempo depois. Eles se limitam a me cumprimentar e não forçam a barra querendo conversar. Meu pai faz uma breve observação sobre os cigarros e a bebida, mas minha mãe manda que ele se cale e me deixe em paz. Eu peço para Caleb levar o carro de Christina até a casa dela e ele concorda, sem ficar irritado comigo nem nada assim.

Passo o resto do dia encarando a chuva que caía e absorvendo a dor. Eu nunca mais me apaixonaria novamente. Eu nunca mais deixaria ninguém se aproximar tanto a ponto de me destruir por dentro. As palavras de Quatro ainda ecoavam na minha cabeça, fazendo com que as lágrimas continuassem a escorrer. Eu faria qualquer coisa para isso parar. Nesse momento, eu daria qualquer coisa para esquecer.

É tarde quando eu finalmente vou para o meu quarto. Caleb e meus pais já estão dormindo. Chego até a minha cama cambaleando e meio tonta, por conta da bebida. Me jogo na cama sem nem mesmo colocar meu pijama. Pensando que talvez eu conseguisse dormir sem sonhar. Talvez ele não habitasse os meus sonhos nessa noite e eu poderia, enfim, ter um pouco de paz no coração. Eu não poderia estar mais enganada. Durmo muito mal, e acordo várias vezes durante a noite. Tobias insiste em entrar e sair dos meus sonhos. As palavras duras dele se misturam com a primeira vez que ele me tocou e eu fico presa em uma espécie de estado alucinógeno. Sei que eu chamo por ele várias vezes durante a noite, mas não tenho consciência se foi real ou não.

Acordo definitivamente com minha mãe entrando no quarto e dizendo que eu estava atrasada para ir pro colégio. Eu me recusava a ir para a escola hoje. Eu ainda não estava preparada para vê-lo e nem para encarar a realidade. Eu não sabia se eu superaria isso. O corte era fundo demais.

— Eu não vou hoje. — Eu digo, jogando o edredom por cima da minha cabeça e fechando os olhos. Mentalizo a cor branca na minha mente. Era um truque que eu costumava usar para relaxar. Nem isso funciona. Minha cabeça doía por conta da ressaca, da noite mal dormida e da falta de comida.

— Você não pode ficar sem ir para a escola para sempre. — Ela teima, puxando o edredom e depois puxando um dos meus pés.

— Não é pra sempre, é hoje. — Eu digo, irritada. — E eu não tenho problemas com faltas. Faltar hoje não vai me prejudicar. Posso repor a matéria depois, lendo as anotações de Caleb. — Eu suspiro, rezando para que ela me deixasse em paz. A escola tinha me dado um desconto nas faltas depois do sequestro, por considerar um tempo de recuperação pós-trauma e eu era uma boa aluna, com boas notas. Eu podia me dar ao luxo de faltar sem me preocupar. A minha vontade nesse momento não era só não comparecer, era desistir de tudo e esperar o fim. — Não vou para a escola hoje. — Eu digo, com firmeza.

— Tudo bem, Tris. — Ela diz, desistindo de me fazer ir. — Você pode ir quando estiver preparada para encarar a vida de frente e parar de se esconder atrás de bebidas e cigarros — Ela faz uma pausa. — Uma hora você vai ter que sair dessa casa e continuar a sua vida.

Eu finjo que não escutei a crítica e volto a puxar meu edredom para cima do meu rosto. Eu não sabia se ela estava falando de quem eu havia me tornado depois do sequestro ou se ela estava se referindo ao estado em que eu meu encontrava desde sábado a noite.O problema é que eu não queria encarar a vida. Eu não sabia como fazer isso. E eu sabia que não teria forças para encarar Tobias de frente e sem ter um acesso de choro no meio da escola. Eu ainda estava com o coração partido. Estilhaçado.

— E o seu celular tá tocando sem parar, desde ontem. — Ela diz, jogando alguma coisa - provavelmente meu telefone - em cima da cama. — Você devia atender.

Eu pego o telefone e o desligo, sem nem mesmo olhar de quem eram as chamadas. Provavelmente Christina ou alguma das meninas, querendo saber o que havia acontecido. Eu não estava preparada para falar. Eu mal conseguia pensar claramente sobre o assunto. Verbalizar só tornaria tudo mais real e mais triste.

Um tempo depois a casa fica silenciosa e eu sei que eles haviam saído. Hoje era dia de folga dos empregados e eu agradeço por poder ficar sozinha em casa. Não consigo dormir novamente e então me limito a ficar sentada no quarto, no escuro, fumando. Eu supostamente não devia fumar dentro do quarto, mas eu não ligava. Eu havia fumado mais entre ontem e hoje do que durante a minha vida toda.

Desço até a cozinha um tempo depois e preparo café pra mim. Faço uma garrafa cheia e depois a carrego para o quarto comigo. Eu estava decidida a não dormir por um bom tempo. Eu não conseguia controlar meus sonhos. Pelo menos, enquanto estivesse acordada, eu podia tentar controlar meus pensamentos. Ligo o som do meu quarto e coloco heavy metal pra tocar, em um volume bem alto. Eu tentava preencher espaços vazios com barulho.

Passo o resto do dia lá, fumando e escutando o mesmo CD, no mesmo volume, no mesmo quarto escuro. As únicas exceções do meu dia são ir ao banheiro fazer xixi e tomar banho, e ir a cozinha buscar café e qualquer bebida com álcool que eu encontrasse. Ninguém me enche o saco, e eu agradeço por isso. A única pessoa que eu queria era a única que eu tinha certeza que não falaria comigo. O que nós tínhamos tido havia sido tão real e tão verdadeiro que só de lembrar do que tinha acontecido na festa abria um buraco gigante dentro de mim.

Era fim da tarde de terça feira quando ouço a campainha tocar.  Eu vou até a porta atender, já que eu estava relativamente próxima. Eu estava indo para o meu quarto, mas não custaria nada ver quem era. Era até um modo de a pessoa não ter que tocar mais vezes e aquele barulho ensurdecedor me embaralhar o cérebro. Eu estava meio tonta, por conta do tanto de bebida alcoólica, café e horas sem dormir. Eu havia me recusado a dormir na última noite, e tinha passado todo o tempo encarando a janela do meu quarto.

Era Susan quem estava na porta e ela carregava uma mochila que me parecia prestes a explodir de tanta coisa dentro. Eu a convido a entrar e ela me dá um abraço desajeitado. Eu provavelmente estava horrível e cheia de olheiras, sem contar os olhos inchados e vermelhos. Eu usava um shorts confortável e moletom.

— Marquei de estudar com Caleb. — Ela me informa. — Ele está, certo? — Ela pergunta e eu respondo com um provavelmente. Eu não tinha ouvido Caleb chegar e nem fazer barulho nenhum, mas se ele tinha marcado com Susan ele provavelmente estava em casa. Ele devia estar estudando.

Eu pego o telefone fixo de casa e ligo no celular dele. Eu continuava mantendo o meu telefone desligado. Eu não queria nenhum tipo de relação social. Com ninguém.

— Caleb, onde você está? — Eu pergunto, ao mesmo tempo que ele resmunga por eu ter preferido ligar ao invés de ir até o quarto dele. — Susan está aqui. — Eu digo e ele encerra a chamada. Eu informo Susan que ele já está vindo.

— Não te vi na escola hoje, Tris. — Ela diz, se sentando no sofá — Nem hoje, nem ontem. — Ela completa, sendo delicada ao não dizer que mal tinha me visto na escola no último mês, já que eu mal ia e quando ia às vezes tinha umas crises de ansiedade e ia embora mais cedo. — Você tá bem?

— Ótima. — Eu respondo. — Só decidi tirar umas férias da escola. — Eu dou de ombros e ela sorri. — Decidi tirar umas férias da vida.

— Queria eu poder faltar e conseguir manter as matérias em dia. — Ela diz e eu sorrio, meio alheia ao assunto. Eu não estava muito capaz de formar frases coerentes. Minha cabeça estava rodando por conta do sono e o efeito do álcool não estava ajudando.

— As anotações de Caleb são bem completas. — Eu digo. — Basta dar uma lida e é como se eu tivesse passado todas aquelas horas infernais naquele colégio. — Eu dou de ombros enquanto escuto Caleb descendo as escadas. Noto que ele está com o cabelo arrumado e cheiroso. Dou um sorriso. Pelo menos um de nós tinha que ter sorte. — Bem, vou deixar vocês estudarem. — Eu digo, me dirigindo ao lado de fora da casa. Se eu voltasse para o meu quarto, como era o plano inicial, eu provavelmente acabaria dormindo. E eu tinha medo dos meus sonhos.

Miro a espreguiçadeira e o edredom que eu havia deixado em cima dela e me jogo lá, parando em uma posição extremamente desconfortável de propósito. A porta de acesso entre o fundo e a sala se abre e eu suspiro. Eu provavelmente não a havia batido com força. Estou quase me levantando para fechá-la quando escuto que Caleb e Susan estão falando de mim.

— Caleb a sua irmã está bem? — Ela pergunta.

— É a Tris. — Caleb responde. — Ela vai ficar. Uma hora ou outra.

— Eu não sabia que ela fumava. — Susan volta a falar. — Descobri agora, quando a abracei. E vê-la meio desleixada e cheia de olheiras não é muito comum. Digo, eu nunca tinha a visto assim.

— Ela não fumava desde que começou a sair com Quatro, mas desde domingo tudo que ela faz é sobreviver de álcool, café e cigarros. E lágrimas. — Caleb responde. — Ela tá machucada, Susan. E ela não sabe lidar com o que ela não consegue controlar. Ela tá sofrendo pra caramba.

— É por causa do Quatro, não é? Robert me disse que ele no treino de ontem estava péssimo e mal humorado. — Susan conta. — Meu irmão chegou em casa contando que o cara não tava acertando nem passe pro lado, discutiu com o treinador, aos gritos, e ainda deixou o treino antes do fim, mandando todo mundo ir à merda. — Ela faz uma pequena pausa. — Uriah contou para eles que Quatro estava meio esquisito desde sábado, numa festa qualquer, quando o cara surtou e foi embora cedo e extremamente irritado e chateado com alguma coisa.

— Ela não me falou nada, mas a minha mãe contou que Tris chegou muito abalada em casa, no sábado, e que depois quase morreu de chorar. Tris é assim. Ela prefere sofrer sozinha do que desabafar com alguém. — Meu irmão diz. — Não sei o que aconteceu, mas parece que nenhum dos dois está muito bem. Quatro, hoje, simplesmente surtou e saiu no meio da aula de Arte Contemporânea. Ele também me parece alguém que não dorme nem come direito a alguns dias já.

— O problema deles é orgulho. — Susan opina. — Um não vai atrás do outro. Eles vão ficar nesse sofrimento eternamente. — Ela acrescenta. — Mas eles não podem se evitar pra sempre. Eles também não deviam ignorar a história deles. Eles passaram por muita coisa juntos.

— Você bem sabe que eu não sou muito fã dos atletas da escola e tudo mais, mas eu tô rezando para os dois se acertarem novamente. — Caleb diz. — Eu nunca vi a minha irmã gostar de alguém como gosta dele. Nunca mesmo. E é bom vê-la se preocupando com alguém que não seja ela mesma, só para variar. Estar com ele a deixa um pouco mais humana, se é que você me entende. Sem contar que me dói vê-la dessa forma e não poder fazer nada.

— É só uma fase. — Susan diz. — Talvez eles acabem se acertando novamente ou eles vão acabar superando. — Ela faz uma pequena pausa. — Mas Tris não pode viver de bebidas e cigarros.

— Se você quiser dizer isso a ela, fique a vontade. — Caleb diz, quase rindo.

— Seus pais deviam falar alguma coisa a ela. — Susan fala.

— Minha mãe desistiu. Meu pai nem tentou. Tris consegue ser mais teimosa do que duas pessoas muito teimosas juntas. — Caleb fala. — Ela às vezes parece que está em estado vegetativo. Você fala com ela e ela nem se move. É como falar com uma planta. Ela está estranha desde o sequestro, o que eu entendo totalmente. Não deve ser fácil superar algo assim. Mas acho que essa briga com Quatro foi a pior coisa que aconteceu com ela. Ele era o único que, de alguma forma, conseguia fazer com que ela voltasse ao normal.

— É estranho ver uma pessoa nova desse jeito sofrendo por amor dessa forma. — Susan diz, me soando pensativa. — É intenso demais. Forte demais.

— Tris nunca deixou as coisas chegarem nesse ponto. — Caleb diz. — Ela sempre teve o dom de afastar as pessoas. De brincar com elas e depois jogar fora, como se fossem descartáveis. Fora nós, que somos família, as pessoas que ela provavelmente gosta são os amigos. Ela deixou Quatro chegar muito mais perto do que o nível amizade. Ela se envolveu muito.

— Eles formam um casal tão bonito. — Susan fala. — Sempre os observo e eles sempre pareceram se dar muito bem. É uma surpresa pra mim, descobrir que eles discutiram de tal forma que as coisas chegaram a esse ponto.

Caleb ia falar alguma coisa, mas a porta da frente da casa se abre e meus pais passam por ela, trazendo pizza, rindo e conversando. Eles cumprimentam Susan, que responde alegremente.

Caleb e Susan se propõem a arrumar a mesa para o jantar. Eles dizem que não haviam começado a estudar ainda e que podem começar depois. Meu pai corre para a sala para ligar a TV antes de algum jogo estúpido começar. Eu acendo um cigarro e me embrulho nas cobertas.

— Vem comer, querida. — Minha mãe diz, aparecendo na varanda dos fundos. — Nós trouxemos pizza.

— Não tô afim. — Eu respondo, dando de ombros.

— Tris, você não pode ficar sem comer pra sempre. — Ela rebate, se sentando ao meu lado. — Eu sei que não tá sendo fácil pra você, mas não dá pra continuar dessa forma.

— Tá doendo, mãe. — Eu digo, com o olhos enchendo de lágrimas novamente. — É como se tivesse um buraco dentro de mim.

— O nome disso é coração partido, querida. — Ela diz, suavemente. A chuva está cessando, mas dentro de mim é como se tudo estivesse se transformando em tempestade. — Uma hora vai passar.

— Parece que é o fim do mundo. — Eu resmungo e ela dá um sorriso. Eu consigo ver as semelhanças físicas entre nós. Nosso sorriso era idêntico.

— Eu sei. — Ela diz. Caleb grita que eles já terminaram de arrumar a mesa e o meu pai aumenta o volume da TV. Ele nunca perdia nenhum jogo. Minha mãe tira o cigarro da minha mão e depois o apaga. Ela se levanta em seguida e me puxa pela mão, me fazendo ir para a sala de jantar. — Se você não quiser comer, tudo bem, mas fica na mesa com a gente.

Eu me jogo na cadeira, me sentindo extremamente esgotada física e mentalmente. Era como se eu tivesse ido a uma guerra. E estivesse perdendo a batalha.

Meu pai faz um comentário sobre a escalação do time de basquete e Caleb rebate, discordando. Eles travam uma discussão que eu acho chata e sem nexo, mas que faz todo mundo rir. Aqui em casa, todo mundo era torcedor do Cleveland Cavaliers, menos eu, que era torcedora fanática do Chicago Bulls. Talvez porque desde criança eu gostava de dar do contra e fazer o que ninguém mais fazia. Era até engraçado quando os time se enfrentavam e eu sempre era a minoria na torcida. Tobias também era torcedor dos Bulls e nós costumávamos assistir aos jogos juntos.

Tobias. Sempre ele. Eu tinha a impressão que ele ia me atormentar pelo resto da vida. A lembrança dele sempre estaria ali. Eu precisava entender como as coisas tinham chegado a esse ponto. Eu precisava falar com ele, uma última vez, e tentar tirar essa tristeza toda de dentro de mim. Tentar achar uma forma de fechar esse buraco, juntar os pedaços e seguir em frente.

Eu dou um pulo da cadeira, assustando as pessoas. Corro em direção a porta da frente de casa. Eu ia falar com ele e tinha que ser agora, antes que eu voltasse a raciocinar direito e meu orgulho voltasse a falar mais alto.

Saio de casa e sou recebida pelo vento, que estava extremamente forte. Eu me lembro que não peguei a chave de nenhum dos carros. Ele não morava tão longe assim da minha casa e eu podia ir de pé. Eu não tinha a mínima condição de dirigir mesmo, então não importava.

Dou mais alguns passos, decidida, e é aí que eu esbarro em alguém. O meu cabelo entra momentaneamente na frente dos meus olhos, por causa da ventania, mas eu reconheceria aquela silhueta até sob o mais feroz fogo do inferno.


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Notas finais do capítulo

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