Mind Games escrita por CandyMandy


Capítulo 18
Vasos Ruins


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem não está morta? Pois é, euzinha. Sem explicações bobas. Apenas uma boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679472/chapter/18

Mégara parou em frente a uma grande porta do palácio de Wissenheim. Fazia muito tempo que ela não adentrava o local.  Ela se perguntou por que Myrna fez questão de pedir para que ela a encontrasse ali.

Ela passou os olhos pelo cômodo tudo estava exatamente igual. Como se o tempo nunca tivesse passado. A cama com o dossel no centro do cômodo. Uma lareira no canto esquerdo e as cadeiras de veludo. Meg se aproximou do grande espelho e a penteadeira que havia perto da janela. Ela sorriu levemente com uma lembrança que a apanhou. Ela e Myrna costumavam brincar muito ali com as coisas de sua mãe.

Para maioria das pessoas é triste ter lembranças nostálgicas, mas Meg sentia que para elas as coisas eram bem piores, devido a sua tentativa de apagar sua memória. Qualquer lembrança que ela recuperava era uma sensação dolorosa, como abrir novamente uma ferida cicatrizada. Pior que tudo isso, era o sentimento de culpa que a atingia. Mégara sentia que podia ouvir uma vozinha em sua cabeça lhe dizendo o quanto ela foi egoísta.

Além de que ela não conseguia esquecer as palavras que Loki disse. Tudo isso estava a consumindo, porque no final das contas ele tinha razão. Ela só estava fingindo ser a "boa garota". Meg só entrou nessa confusão toda envolvendo o Núcleo, pois havia uma dívida com Wissenheim.  Porque ela abandonou todos que amava quando eles mais precisaram. Devolver o Núcleo era só uma forma de se sentir menos incriminada por isso. Como ele mesmo disse uma vez:

“A diferença entre nós dois é que eu não finjo ser alguém que não sou. Você se esconde atrás de uma máscara de boa princesa. Está falando sobre mortes e vidas como se realmente ligasse para algo além dos limites do seu reino.”

— Asgardiano irritante..- ela murmurou para si.

— Falando sozinha?

Mégara viu Myrna se aproximar pela imagem do espelho. Sua irmã riu enquanto entrava no quarto.

— Você acha que eu agi corretamente? - Ela perguntou séria.

Myrna franziu as sobrancelhas em dúvida sobre o que ela queria dizer. Meg se virou para ela e encarou o chão.

— Você sabe... Sobre Loki.

—  Ah sim - Myrna assentiu ponderando o que poderia dizer.

—  Bem, eu acho que é o que tinha de ser feito, Meg. Em tempos como estes, fica difícil dizer o que é certo ou errado. 

—  Eu pedi que você tomasse uma decisão, já que o conhecia melhor  e você o fez. Além do mais, Vovô aprovou sua escolha. Então, não fique se torturando por isso.

Mégara suspirou.

— Você tem razão. Obrigada por agir como a mamãe de vez em quando - Ela disse e abraçou Myrna.

A garota loira riu e retribuiu o abraço.

—  Você errou uma vez, Meg. Não significa que vai errar sempre. Não tem que ser forte o tempo todo. Ser rainha não é sobre ser perfeita o tempo todo.

—  Eu sei. - Mégara assentiu, mas logo mudou de assunto. Odiava chegar ao ponto de se sentir vulnerável.

Ela olhou em volta do cômodo e perguntou.

— Como você aguenta vir aqui?

— Alguém tinha que cuidar do local. Você sabe, temos boas lembranças dos nossos pais aqui. - Myrna respondeu

— Você consegue lembrar? - Ela perguntou em dúvida.

— Sim. É claro. As coisas são um pouco embaçadas, mas eu sinto que eu fui feliz aqui. - Meg admitiu.

— A parte mais engraçada e cruel da minha tentativa de esquecer as coisas é que eu prejudiquei tudo da minha memória. Menos as coisas ruins. Eu não pude apaga-las.

Myrna se sentou na cama.

— Eu não vou te julgar, sabe. Eu não tenho os seus poderes e eu não posso imaginar o quão tentador foi fazer isso diante de tanta dor que nós passamos. Se todos pudéssemos apagar coisas ruins da nossa mente, quem não tentaria? Mesmo conhecendo dos riscos.... - A irmã mais nova disse pensativa.

Meg se sentou ao lado dela e contemplou o  quarto que pertenceu aos seus pais.

— Ainda assim, eu não consigo deixar de pensar que fui egoísta e tola por isso. - admitiu.

Myrna virou-se para ela e disse séria.

— Realmente, você foi.

Mégara se espantou com tamanha sinceridade de Myrna. Ela não era do tipo que acusava as pessoas ou dissesse algo dessa forma tão direta.

— Só que se sentir culpada não vai mudar as coisas. Você quer fazer algo por Wissenheim? Então, comece por isso. - ela perguntou e a entregou um diário para Meg.

Era um diário grosso com folhas amareladas e uma capa de couro marrom.  Ela o abriu e na primeira página estava escrito com uma caligrafia familiar.

"Anotações de Sigbert e Hília"

Ela passou para segunda folha e a página estava repleta com informações sobre a utilização do Núcleo.

"Desenvolvimento do projeto Núcleo I"

— Como e onde você conseguiu isso?! - Mégara disse surpresa. Ela lembrava que Myrna havia comentado sobre o diário, mas não sabia que teria informações tão precisas.

— Eu achava que qualquer coisa sobre o Núcleo havia sido destruído para evitar que caísse nas mãos de Asgard durante a guerra. - Meg completou.

— É, eu também. Só que você conhecia nossos pais, eles eram muito engenhosos. Acabei encontrando um fundo falso no armário. Estava trancado. Eu passei semanas tentando abrir quando finalmente notei uma espécie de codificação em algumas páginas do primeiro livro sobre técnicas de cura que a mamãe me deu. - Myrna disse.

— Eu demorei algum tempo para juntar tudo e decifrar, depois disso foi simples abrir a fechadura. Você não é a única espertinha da família- Ela concluiu.

— Sem dúvidas, isso vai ser muito útil! Obrigada. - Mégara disse empolgada.

A porta se abriu e Athos adentrou no recinto.

— O que vocês estão fazendo aqui? Pela cara de vocês, é algo bem suspeito. - Ele disse aproximando.

— Ah. Olá, vovô.  Eu sou ferida em batalha e você não se dá o trabalho de ver como está sua neta?  - Mégara disse com ironia.

— Eu sei que está bem, já que está aqui sendo petulante como sempre. Vaso ruim não quebra fácil - Ele respondeu.

Myrna riu.

— Muito engraçado, vovô. - Meg disse sem humor.

— Além de que eu estava ocupado, acalmando o resto da população depois da comoção que você causou ao chegar.

— Não foi fácil convencer a todos que estava tudo bem, depois de termos um asgardiano aqui e a discussão nada discreta dele com Seth.- Athos completou.

Meg revirou os olhos. Ela ainda não acreditava que Seth fora capaz disso. Ela conhecia a personalidade dele, mas mediante aquela situação ela esperava mais racionalidade.

— Eu não quero nem falar disso. - Ela se levantou e foi em direção à janela.

— O importante é que Loki já deve estar longe daqui e não teremos que ficar respondendo perguntas de ninguém. Os wissens têm seus motivos para não simpatizarem com asgardianos. - Meg disse por fim com o olhar distante.

—Mas, Meg, você não...?- Myrna começou a falar contrariada. Pois até onde ela sabia, Mégara havia permitido que Loki ficasse. Porém antes que ela pudesse completar a frase, Myrna foi interrompida por Athos.

— Sim, não falaremos sobre isso. - ele disse enfático

Myrna o olhou confusa. Ela se perguntou se Athos estava ficando louco. Seu avô só fez uma careta e pronunciou discretamente "Depois" com os lábios.

Mégara não pôde ver nada disso, já que encarava a vista da janela.

Myrna suspirou indignada e disse

— Eu não estou entendendo mais nada.

— O que disse? - Mégara se virou prontamente.

Myrna olhou para o avô e depois para Meg de volta. Ela sabia que se falasse alguma coisa estaria encrencada com o avô. Athos parecia não querer que Meg soubesse que Loki ainda estava em Wissenheim.

— É...eu quis dizer que...eu não estou entendendo, porque...- Myrna olhou o avô novamente. Ele estava negando com os olhos. Athos sabia que Myrna era péssima mentindo. Meg olhou os dois desconfiada.

— Eu não entendo, porque Seth agiu dessa forma. - Ela disse por fim. Myrna ficou aliviada por pensar em alguma coisa. Mégara ainda estava estranhando a atitude.

— Quer dizer, eu entendo que ele odeie Loki, mas ele estava te ajudando, né? Eu fiquei furiosa - Myrna completou ainda mais a mentira.

Meg deu de ombros e falou

— Seth é capaz de ser bem irritante ás vezes, mas Loki também não é tudo isso que você está pensando, My.

Athos decidiu finalizar o assunto.

— Bem, esse reino não se governa sozinho. Temos outras coisas com que nós preocuparmos do que com as péssimas escolhas de envolvimento amoroso da Mégara.

Myrna olhou para Mégara querendo respostas.

— Envolvimento amoroso? O que você quer dizer isso, vovô?! - Mégara disse irritada.

— Eu não quis dizer nada! - O rei disse rapidamente

— Vamos, vocês duas! Cadê aquele relatório sobre a nossas defesas que eu te pedi, Myrna? - Athos disparou a falar para encobrir qualquer questão.

— Eu tenho que terminar, então vou indo. - Ela saiu apressada.

— E você, Mégara,  se está insatisfeita com a segurança do Núcleo vá cuidar disso você mesma. - Athos ordenou.

— Eu estou ferida e você já vai me passando tarefas? - Meg dramatizou.

— É, claro! Só vem pra Wissenheim pra passar férias, garota? - Ele disse em tom de brincadeira.

— Você é um velho chato - Meg disse ao sair.

— Também te amo, Meg - Athos riu e respondeu.

Ainda com sorriso no rosto pelo momento de descontração, Meg foi em direção até onde o Núcleo estava sendo protegido. Ela decidiu cortar caminho, então atravessaria a sala do trono para chegar até lá.

Ao passar pela entrada grandiosa se deparou com o trono no fundo do salão. Era um lugar bonito com o teto abobado e vitrais nas janelas, gerando uma iluminação natural. Meg se aproximou do trono revestido em prata e seus dedos tocaram os detalhes de pedras preciosas. Ela não resistiu à tentação de se sentar nele.

Mégara achou engraçado como somente sentar ali a fez se sentir poderosa. A megalomania de Loki fazia sentido naquele momento. A princesa admitia que era muito bom se sentir importante.

Daquele assento, ela tinha uma visão ampla de toda a sala. De frente para o trono, havia uma coleção de pinturas de todos governantes de Wissenheim.

Seu avô ainda jovem. Seu pai e sua mãe. Além de seus outros antepassados.

Ela estava concentrada em seus devaneios até ser surpreendida.

— Que bela vista, não? Eu devo dizer que você fica muito bem como rainha -

Meg reconhecia aquela voz com uma pitada de ironia constante e ainda assim levemente sedutora. Difícil mesmo seria não identificar a quem pertencia.

Ela se levantou e o encarou furiosa. Loki abriu um sorriso sarcástico.

— Feliz em me ver? - Ele disse indo em direção a ela.

— Você sabe que não. - Meg disse firme.

— Depois de tudo o que fez, do que me disse! Por que ainda está aqui?! - Ela perguntou se levantando do trono.

— Bem, vamos dizer que tudo isso só foi possível graças à alma caridosa de seu avô.

— Meu avô? Loki, você teve coragem de corromper o meu avô?! - Meg questionou alterada e não acreditando que isso fosse possível.

— Por que sempre pensa o pior de mim, Mégara? - Loki riu.

— Na verdade, eu não precisei disso. Ele sabia de Surtur e como ele queria minha cabeça. Wissenheim era o único lugar seguro para mim.

— Está me dizendo que meu avô poupou sua vida? Desde quando ele se importa com a vida de um asgardiano? E se tratando ainda de você! - Era inacreditável para Meg que Athos ignorou uma ordem dela para poupar a vida de alguém como ele, que de acordo com a visão dela, não se importava com nada!

— De certa forma, sim. Diferente de você, Meg, que adora fazer um discurso de bondade e não é tão misericordiosa quanto Athos. - O asgardiano provocou.

— Eu juro que eu esperava nunca mais olhar pra você! - Ela falou irritada.

Meg viu um sorriso começar a surgir no canto dos lábios dele. Loki a olhou por completo, como se estivesse analisando-a.

— É uma pena, porque eu estou muito contente em ver você. Principalmente vendo como fica afetada pela minha presença no seu pequeno reino. - Ele estava claramente se divertindo muito com isso.

Mégara passou por ele revoltada. Ela iria tirar satisfações com Athos e Myrna. Por que eles estavam passando por cima das ordens dela?

— Espere - Loki disse segurando firmemente o braço dela, antes que ela pudesse partir.

— O que você quer? - Meg disse pausadamente e se virou para ele.

— Precisamos conversar - Ele disse sério.

Meg riu cínica.

— Não temos, não.

— Acredite. Você quer ouvir o que eu tenho a dizer. - Loki afirmou com convicção.

Mégara continuou irredutível.

— Quem você pensa que é, Loki? Está se abrigando no meu reino e quer me dar ordens? - Ela riu com leve deboche.

— Eu já não quero ouvir nada vindo de você. Suas mentiras estão começando a me entediar.  - Meg finalizou enfática.

Loki levantou a sobrancelhas reconhecendo como ela fora tenaz em suas palavras e soltou delicadamente o braço dela.

Mégara se pôs a continuar seu caminho em direção ao avô, mas antes que pudesse se afastar mais que três passos do deus da mentira, ela o ouviu dizer.

— Tudo bem, então. - Ele colocou as mãos atrás do corpo e observou o trono de Wissenheim.

— Eu não posso te obrigar a me ouvir, Meg. No entanto, se deseja mesmo ter aquele trono um dia e continuar chamando esse reino de seu deveria se interessar minimamente pelo assunto. - Acrescentou.

Mégara parou e voltou-se a ele. Loki continuava de costas, impassível como se não dependesse da resposta dela para o prosseguimento dos seus planos.

O deus da trapaça já tinha entendido como lidar com Mégara. Ela era extremamente teimosa e ele sabia que não conseguiria obriga-la a nada, porém ele sabia que a princesa de Wissenheim era curiosa e essa era a brecha para persuadi-la.

— O que você está insinuando? - Ela disse vagarosamente, como se soubesse que era perigoso perguntar.

Loki deixou de encarar o trono e visualizou Mégara, completamente interessada no que ele dizia, mas ainda assim muito desconfiada. Era um começo, ele pensou.

— Sabe, Meg, eu não tenho culpa se ás vezes as confusões me perseguem. - Ele disse com sarcasmo.

Mégara revirou os olhos.

— Eu não tentei me envolver nas intrigas do seu reino, só que elas vieram até mim. Talvez, você deva ser informada sobre elas. Mesmo que seja por mim, alguém por quem você não nutre confiança alguma. - Loki disse e Meg já estava transtornada.

Ele não precisava nem olha-la para saber que a impaciência dela já a devia estar matando-a por dentro.

— Diga logo o que é tão "importante" ou eu posso acabar dormindo com esse seu monólogo. - Meg disse tentando fazer pouco caso da situação.

Loki riu da encenação dela. Ele sabia que ela estava interessada.

— Você entende dessas coisas, Meg. Sabe que esse não é o tipo de assunto que pode ser discutido em um lugar como esse. - Ele respondeu olhando em volta.

Meg se aproximou dele com uma expressão que ele achou perigosa, mas ainda assim caia muito bem a ela.

— Às vezes eu me pergunto, você subestima demais os outros ou só se valoriza mais do que deveria? - Ela disse o encarando.

— O que quer dizer com isso, princesa? - Ele disse ainda mantendo o tom irônico e confiante.

— Eu quero dizer é o quão tola você acha que eu sou para dar ouvidos a você novamente? - Ela perguntou e Loki sorriu.

— Eu não te acho tola, Meg. Longe disso. Tanto que estou aqui tentando reconquistar sua confiança, porque acho que você é uma aliada interessante de se ter.

Mégara não pareceu nem um pouco impressionada com as palavras dele.

— E essa é uma daquelas raras ocasiões em que eu estou tentando ser honesto. - Ele completou.

Mégara odiava aquela expressão confiante e sorridente dele. Ela se perguntava por que até a honestidade dele parecia sarcasmo.

— A questão é que eu não posso me aliar a pessoas que eu não conheço as intenções. - Meg respondeu.

— Me ouça e saberá a importância do que eu tenho a dizer. Dessa vez, sem truques, sem jogos, sem armações. - Loki disse sério.

Mégara hesitou.

— Sem truques? Não será você, então. - Ela falou com um sorriso de lado.

— Eu estou no seu reino, Mégara. Você não tem nada a perder. E não seria você sem essa desconfiança toda.

Mégara ainda achava surpreendente como ele podia dizer aquilo de cara limpa. Como se não tivesse tentado causar a destruição dos noves reinos ao lado de Surtur.

Era muita experiência tentando enrolar os outros, ela pensou.

— Que seja - Meg pagaria para ver o que Loki descobriu de tão relevante.

— Me encontre aqui duas horas após o jantar. Assim que o palácio estiver vazio. - Ela disse baixo e próximo a ele.

Ela pode ver o olhar de satisfação dele ao conseguir o que queria.

— Sabe que está fazendo a escolha certa - Loki disse.

— Não me decepcione outra vez.  -Meg retrucou prontamente.

Ela fez menção de se afastar quando foi surpreendida pelo toque dos dedos dele na corrente em seu pescoço. Loki segurou o pingente e percebeu a rachadura. Ficou curioso com aquilo.

— Essa joia valia o ferimento que você ganhou em batalha por ela? - Questionou.

— É importante pra mim de um jeito que eu não sei se você vai entender. - Ela olhou para o pingente.

Loki sentiu uma energia misteriosa vinda do colar, mas não demonstrou seu estranhamento.

— Espero que esteja bem agora. - Ele disse rapidamente como se esperasse que a sua frase se perdesse em meio à conversa.

Mégara o encarou estranhando a atitude, no entanto lembrou que ele podia tê-la abandonado, mas mesmo assim se preocupou em trazê-la em Wissenheim ainda que Seth tivesse dificultado as coisas.

— Eu estou. - Meg disse sucintamente, sem saber se deveria agradecê-lo. Ela reconhecia a atitude, mas ainda estava irritada por ter descoberto a aliança dele com Surtur e a tentativa de usa-la como isca para Malekith. Mégara levou sua mão ao colar que se encontrou com a mão dele que ainda o segurava. Ela sempre se surpreendia com a frieza de suas mãos, mas era sempre um choque o toque de sua pele contra a dele. Passos foram ouvidos adentrando a sala e um barulho de tosse forçada por alguém que esperava ser notado.

Loki soltou o colar e Mégara virou seu olhar para a entrada. Seth estava lá parado com cara de poucos amigos.

— Não estou esperando agradecimentos seus, Mégara. Não quero a glória de um herói. O que eu faço é geralmente porque acho que devo fazer, porque quero fazer-Loki falou de forma displicente.

— Só não perca tempo tentando achar alguma lógica. Eu não tenho bússola moral. - Ele completou e se afastou.

Deixando Meg com aquelas palavras em sua mente.

Mégara estava tentando fugir de problemas, mas ela sabia que isso era quase impossível. Durante a vida toda, as confusões estavam atreladas a sua sina. Ela sabia onde encontrar a pessoa mais problemática que ela conhecia. No reflexo do espelho. Até ela conhecer ele. A personificação do problema tinha um sorriso tentador e era dono de uma persuasão inacreditável.

Logo, Loki saiu pela entrada oposta a que Seth entrou. Ele ignorou completamente a presença do wissen.

Meg ficou parada onde estava. A vontade que ela tinha no momento era a de fugir. Simplesmente, não desejava conversar com Seth de modo algum. Ainda mais agora que já tinha recuperado as lembranças mais amargas que tinha dele.

— Meg - Seth a chamou e ela soube que não teria como escapar.

Ela o encarou com um olhar gélido. Sem expressão alguma.

— Eu acredito que te devo desculpas - Ele disse se aproximando.

—___________________________________________________________

Loki deixou a sala do trono e estava realmente satisfeito com o resultado de sua conversa com Mégara. Foi mais produtiva do que ele imaginou que seria. Afinal, além de conseguir que a princesa o desse chance para ouvir o que ele tinha a dizer, Loki ainda teve oportunidade de ver a expressão de raiva de Seth ao adentrar a sala do trono e provocar alguém como Seth, tão aparentemente bom e correto, era impagável vê-lo sucumbir aos seus sentimentos ruins. Mégara era um assunto delicado para o soldado.

 Tudo se tornaria ainda mais divertido depois que Meg descobrisse sobre as intenções do seu velho, mas não tão amigo, Seth. Ele não entendia como algumas pessoas não viam graça em ver o "circo pegar fogo". As coisas só ficavam mais interessantes na visão de Loki.

 No entanto, se ele queria realmente a confiança de Meg ele teria que ceder um pouco. O trapaceiro teve de admitir. Sacrificar algumas coisas serão necessárias, mas ele realmente precisava da aliança com Mégara.

Ele estava indo em direção aos seus aposentos quando foi interrompido por aquele rei ancião suspeitamente amigável. Loki tinha planos de terminar de decifrar o funcionamento daquela bússola que ele pegara emprestado por tempo ilimitado de Meg.

— A minha neta já te viu? Ou serei eu o responsável por contar a grande novidade?- Athos perguntou se aproximando.

— Sim, felizmente sobrevivi à fúria da sua herdeira. Não sei se o mesmo acontecerá com quem permitiu que eu ficasse. Tenho certeza que após aquele soldado entediante parar de gastar o tempo dela, Meg ira atrás de satisfações.

Athos riu.

— Deixe que ela me procure

— Sinceramente, eu acho que você não fez um grande trabalho na educação dela. - Loki disse com sarcasmo.

— Sinceramente, eu acho que você fala demais asgardiano, mas não fala o que me interessa.

— E o que interessa o rei de wissenheim? Acho que tenho uma dívida com ele.

— Ora, o que me interessa? - Athos riu de forma espirituosa e como se fosse obvio.

Loki franziu a sobrancelha.

— Vamos até a minha sala. - o rei disse o guiando.

— Eu quero ouvir todos os podres de Odin durante os últimos anos. Não me esconda nada! 

O "asgardiano" esperava tudo menos essa atitude que chegava a ser cômica.

Percebendo o estranhamento, Athos complementou.

— Não vai negar esse divertimento a um velho como eu? Ainda mais depois de salvar sua vida.

— É claro que não. Praguejar sobre Odin é um dos meus hobbies


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada por quem leu até aqui ♥
Perdão pela demora e o capítulo paradinho, mas necessário.
Tentarei voltar o mais breve, pois paro de postar mas não de escrever e tenho muitas anotações soltas.
Então, até.
Comentem, digam o que acham e até me xinguem pela demora haha



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mind Games" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.