Viver a vida escrita por Deh


Capítulo 36
Emily


Notas iniciais do capítulo

Bem, dei o meu melhor para escrever as cenas de tortura, foi minha primeira vez. Gostaria que no final vocês me contassem o que acharam.

Espero que gostem *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679110/chapter/36

Confronto com o passado

 

Abri meus olhos lentamente, minha boca estava com um gosto amargo. Não demorei a perceber que estava sentada e amarrada em uma cadeira, o lugar estava com pouca luz. Ouvi um gemido. Me virei em direção ao som e reconheci o homem “Walker?” eu sussurrei. Ele estava com o nariz sangrando, “O que aconteceu com você?” “Não se preocupe” uma voz masculina disse em inglês, embora o sotaque fosse bastante acentuado. Quando ele se aproximou eu o reconheci, não o havia visto pessoalmente, apenas em fotografias de vigilância.

“O que você quer?” eu perguntei, não deixando o medo que eu estava começando a sentir transparecer. “Eu quero muitos coisas agente, mas no momento apenas resolver esse problema” ele disse e então eu notei, em sua mão havia uma seringa bem cheia com um liquido incolor. Tentei em vão escapar, mas não foi o suficiente, logo ele estava enfiando aquela agulha no meu braço, rangi os dentes para não gritar, nunca gostei de agulhas.

“O FBI vai nos encontrar” eu o ameacei “Eles vão descobrir que são vocês” ele riu, alto. “Assim como descobriram sobre o incidente de Collins?” “Não senhora, vocês dois vão morrer e essa caça às bruxas de vocês vai junto”. Eu estava com um mal pressentimento, mas meu temperamento pode ter levado o melhor “Por que você já não nos matou ainda? O que você quer?” Ele sorriu satisfeito “Viu Walker? Sua colega é bem mais fácil de convencer do que você?” Convencer? O que ele queria? “O que eu quero agente Prentiss? Acesso a sua operação” então um homem mais jovem, na casa dos vinte, entrou segurando um notebook. “Este computador está conectado ao servidor da CIA, vocês dois vão digitar suas malditas senhas e acessar e deletar todas as informações a respeito de minha organização”, “Nunca” eu disse. "Tsc, tsc, tsc. Resposta errada"

A essa altura sabe Deus o que ele injetou em mim estava fazendo efeito. Ele se abaixou ficando a minha altura “Entendo por que você quer tanto protege-la Walker, ela é uma mulher determinada” ele disse erguendo meu queixo para encara-lo. “Fique longe dela” Ouvi o grito furioso de Walker. Nosso captor riu, “Eu tentei, mas vocês dois não poderiam seguir em frente” minha mente então vagou para a decisão que nos trouxe aqui.

Estava em Paris a seis semanas, falar que eu estava entediada era um eufemismo, tudo o que eu queria era entrar em um avião e ir direto para Washington, mas não havia um terrorista vingativo escondido lá. Estava jogando online com Cheetobreath, vulgo Jennifer Jareau, quando ouvi alguém bater na porta do meu minúsculo apartamento, algo estava errado. Peguei a arma não rastreavel que guardava na gaveta da escrivaninha e fui até a porta ver quem era meu visitante. Espionei pelo olho mágico e o indivíduo que eu vi me fez suspirar. Ponderei por alguns segundos, quem sabe se eu o ignorasse ele não iria embora? Mas ele bateu na porta mais uma vez, talvez me arrependesse disso no futuro, mas abri a porta e dei espaço para ele entrar.

“Como você me achou?” a curiosidade fez com que eu iniciasse a conversa, ele riu “Não vou negar que foi difícil Prentiss, mas você deveria parar de consumir esses sorvetes de chocolate” Ainda o olhava perplexa “Estava rastreando você as semanas, então me veio à mente rastrear as pessoas ao seu redor. Seus filhos estão em Milão, o que me deu a ideia de que você estivesse na Europa. Seu marido esteve em Paris há quatro semanas e por último, mas não menos importante aquela sua amiga loira este em Paris há quase seis semanas e o trabalho dela não abrange a Europa. Então cheguei a dedução mais lógica. Depois disse só fiz uso do reconhecimento fácil das vias públicas e há cinco dias registrei uma possível compatibilidade em um mercado local, verifiquei as câmeras do local, para seu crédito você se escondeu bem, seus quinze potes de sorvete é que me chamaram a atenção” “Você está muito desesperada em me encontrar e não era para ter certeza se eu estava morta” “Fui ao seu funeral” ele disse, “Estou tocada” “Deveria” “Você não ia ter esse trabalho todo para apenas ter certeza do meu estado Collins” “Não Prentiss, mas eu sabia que você não estava morta no momento em que não vi sua família no enterro. Eles estavam sepultando agente Prentiss e não Emily” “O que você quer?” “Que bom que perguntou” ele sorriu “Seus amigos não encontrarão Doyle por pelo menos seis meses, você vai ficar louca até lá” eu o encarei “Mas isso pode entreter você” ele me entregou a maleta que estava segurando. “Estamos executando uma operação em Paris, preciso de alguém para coordenar” “Você está louco Collins? Eu estou morta o que vão pensar?” “A julgar pela peruca em cima da mesa você vai se sair bem” “Claro uma peruca e quanto as minhas credenciais?” ele deu de ombros “Você vai ficar nos bastidores Emily e além do mais eu não disse que seria Prentiss no comando” isso foi o bastante para que eu franzisse o cenho “Isso não é uma operação do FBI é?” ele sorriu levemente, penso se algum dia alguém poderá compreender esse homem “Tudo o que você precisa está dentro dessa maleta” ele disse e se retirou. “Quanto ele estava prestes a abrir a porta ele se virou e disse “Você começa amanhã”.

Após ele sair eu abri a maleta. Lá havia um passaporte e credencias que eu não usava a muito tempo. Pertenciam a outra época, outra vida. Havia papeis e fotografias de vigilância, além do dossiê da minha equipe. Aparentemente era uma operação da CIA para pegar uma rede internacional de terroristas que se mantia graças ao tráfico. Cheguei então ao último nome da lista: J. Walker.

“Hora de acordar” sinto um tapa em meu rosto. Abro os olhos e encaro o homem, se olhares pudessem matar ele estaria morto nesse instante. “Seu amigo não quer me ajudar, isso é uma pena” “Você não é do tipo que sente pena” eu desafiei. “Não sou, mas não queria danificar você” “Veja” ele apontou para Walker “Ele já está com o nariz quebrado e eu gosto do seu nariz, lhe favorece, dá um ar mais elegante a você” ergui a sobrancelha “O que foi? Sei apreciar algo belo quando vejo” ele diz correndo o dedo pelo meu rosto. “Você é um monstro” “Eu? Um monstro? Não é o meu país que mata inocentes” Ele disse indignado, “Se eu fosse um monstro sua filha não estaria viva” Rangi os dentes “O que foi? Você acha que a ideia de não matá-la foi de Abdul-Wahid? No instante em que ele entrou em sua casa e ela o viu ele quis dar um tiro no meio dos olhos dela. Então tivemos que mudar os planos, mandei ele a levar para algum lugar na floresta e larga-la, vocês a encontrariam, eventualmente. Mas ele era teimoso demais, ele achou que usaria ela para chegar até você e te matar, mas a menina foi mais esperta que aquele idiota e veja onde estamos? Ele preso, sua filha traumatizada e seu destino a sua escolha” “Você vai me matar” eu disse “Talvez, se você não fosse tão difícil até que eu poderia leva-la comigo?” eu ri, sim eu ri dele “Você acha que eu iria com você? Me poupe” ele se manteve calmo e disse apenas “Você seria um belo souvenir”.

Foi então que dois homens chegaram com uma grande bacia de água. Acho que já conheço meu destino. “Soltem-a” ele disse em árabe, eles fizeram. Dei uma cotovelada no mais jovem, mas o outro que era mais velho me imobilizou e usou algemas para prender minhas mãos atrás das costas. Ele então se aproximou de mim e me deu um golpe fazendo com que eu caísse ajoelhada, “Bela e selvagem” foram as únicas palavras que eu ouvi antes de ter a cabeça mergulhada em água e gelo.

Eu estava me afogando e o gelo queimava o meu rosto. Não há indícios de que a salvação esteja próxima, portanto o que me resta a fazer é levar meus pensamentos para outros tempos.

“É bom saber que você não está morta” Walker diz quando ficamos sozinhos, dou de ombros “É bom não estar morta” nós dois sorrimos. Semanas se passaram, e eu me adapatei a minha nova vida. Era mais fácil viver como uma agente em missão, do que uma mulher quebrada atormentada em pesadelos. Durante o tempo em que estivemos trabalho juntos, deixei de lado toda a vida de Emily e assumi Elizabeth, era mais fácil. No entanto, as vésperas de nossa grande operação, da cartada final, eis que eu recebo a ligação de Aaron. Ele precisava de mim em Washington, era seguro voltar para casa, eu deveria assegurar que Declan ficaria bem e sem pensar duas vezes arrumei a única mala que tinha. Liguei para Walker e disse que ele precisaria assumir o comando da operação, pois precisavam de mim em DC. Ele tentou remediar, mas eu deixei bem claro que eu tinha que voltar e ele me ouviu.

Inalo o oxigênio devagar, após tossir tanto o oxigênio finalmente preenche meus pulmões. “Emily! Emily? Você está bem?” Ouço Walker perguntar aflito, volto meu olhar para ele e assinto com a cabeça, percebo que nossa situação não é muito diferente: ele está sendo eletrocutado. Embora os métodos de tortura sejam diferentes, eles possuem um mesmo objetivo nos fazer digitar nossas malditas senhas. “Vocês vão me dar as senhas?” Ele perguntou após os choques em Walker cessarem “Não” nós dois dissemos. E antes que eu pudesse ver Walker sendo eletrocutado novamente, eu estava imergindo novamente.

Meu voo de volta a DC foi estranho no mínimo, não foi pelo fato de usar um passaporte falso e estar sozinha em um jato particular, mas sim pelo fato de que a cada minuto eu estava mais perto de casa e da minha família do coração, uma família que acreditava que eu estava morta. A expressão que todos eles exibiram ao me ver não era feliz, eu vi choque no rosto de Garcia, decepção no rosto de Morgan será que ele pensa que eu não confiava nele com meu segredo? e Reid tinha algo entre culpa e dúvida se aquilo realmente estava acontecendo. Rossi foi o único que se manteve inexpressível, até mesmo Aaron tinha um olhar mais cuidadoso sobre mim.

Emergi novamente, tentando alternar entre tossir e respirar novamente. Ele me fez encara-lo puxando meu cabelo, eu o olhei nos olhos. Podia sentir o cheiro de queimado, se Jonh estivesse em melhores condições tenho certeza que ele faria alguma piada. “Você vai nos ajudar Emily?” eu o olhei com o máximo de ódio que podia e cuspi “Vai pro inferno”. Antes que eu pudesse fechar a boca eu estava submersa novamente.

“Um homem saudável não tortura os outros. Em geral, é o torturado que se torna torturador.” Carl Jung


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então???

Bjss e até breve :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Viver a vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.