Viver a vida escrita por Deh


Capítulo 25
Emily


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-*



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Passado e presente

“A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.” Soren Kierkegaard.

Por volta das oito e meia acordei e senti que faltava alguma coisa, ou melhor alguém, Aaron não estava ao meu lado. Chequei meu celular e nenhuma mensagem ou ligação, sendo assim, desci ainda de pijama para preparar o café da manhã. De pijama comecei a preparar panquecas, uma das vantagens de se trabalhar na academia é a folga no sábado. Quando me aproximei da geladeira percebi então uma nota assinada por Aaron: Não sei a que horas volto. Amo vocês. Não me preocupei com isso, as vezes isso acontecia. Um pouco depois das nove as panquecas já estavam prontas para serem servidas e como um sensor de panquecas, as crianças já estavam se acomodando a mesa.

“Papai está trabalhando?” Ethan perguntou “Sim” eu respondi, enquanto comíamos Anne perguntou algo “Já estamos de férias há três semanas. Vamos viajar esse ano?” De fato essa foi uma boa pergunta, “Ainda não conversei sobre isso com seu pai” “Poderíamos visitar vovó na Itália” Ethan sugeriu “Ou tio Elijah na Rússia” “Rússia não. Espera um minuto, Elijah vai para a Rússia?” Isso me surpreendeu, no jantar há duas semanas ele disse que ficaria parado por um tempo, até mesmo tinha me pedido o telefone de Singer. “Ele disse que em breve iria para lá e poderíamos visita-lo, e não era para contar para ninguém ainda Ethan linguarudo” Anne disse e eu lhe lancei um olhar repreendedor. Por volta das dez Ethan me lembrou “Mãe, está lembrando que tio Will vai buscar eu e Tony para jogarmos com Henry hoje certo?” Fiz que sim com a cabeça, mas na verdade não me lembrava. “Então vão logo se arrumar” eu disse me levantando e recolhendo os pratos “E vocês dois algum plano, para depois que passearem com Wolf?” Anne bufou “Odeio recolher cocô” “Vou a casa de Garret para jogarmos vídeo game” “Festa do pijama na casa da Meg, okay?” “Então parece que todos estamos com nosso dia programado”.

Will tinha acabado de levar os gêmeos e Anne e Alex chegaram a não muito tempo com Wolf, estava arrumando umas coisas e me lembrando da minha conversa com Sean há três dias:

Ele estava na cidade, como ele queria conversar comigo marcamos de nos encontrar em um stand de tiro, logo que cheguei ele brincou “Meu irmão aprovou isso?” rolei os olhos “Sou uma mulher adulta Sean”. “Então vim aqui só para ver você atirar ou o que?” “Emily, o que você está pensando em fazer comigo?” mais uma vez rolei os olhos, ele sempre fazia piadinhas quando Aaron estava perto, sempre com o intuito de irrita-lo e sim, praticamente cem por cento das vezes ele consegue, mas quando não é para irritar Aaron, ele age como um adulto e temos uma amizade saudável. “Acho que minha mãe está escondendo algo e você acobertando” ele disse e esperou pela minha reação, agora posso ver que os elogios que ele vem recebendo em Nova York não são mentira, ele realmente se tornou um bom detetive, no entanto devo lembrar que eu já trabalhei para a CIA? “Se sua mãe está escondendo algo, eu seria a última pessoa no mundo que ela pediria ajuda” “Exatamente” rolei os olhos, estava prestes a responder, quando meu celular tocou, salva pelo gongo, a ligação me obrigou a retornar para a academia, fazendo assim com que eu tivesse que pôr fim ao interrogatório de Sean. Fiquei um pouco incomodada por mentir para ele, mas eu havia prometido a Sara e eu não quebro promessas. Ah, e um fato um tanto quanto interessante, ao sair do stand, encontro Reid e Seaver entrando, conversando bem animadamente, cumprimentei os dois e sai dali.

Volto ao presente, com o toque do meu celular, “Prentiss” “Beleza dos cabelos negros, poderia me ajudar a encontrar nosso líder destemido?” “Ele não está em casa” “Em, preciso dele para uma reunião fiz inúmeras ligações e ele não atende” quando ela diz isso, sei também que ela já tentou rastrear o celular dele e provavelmente falhou “Vou ver o que consigo fazer Pen” “Por isso que te amo” sorri e encerrei a ligação, foi quando notei a data de hoje. Sei exatamente onde encontra-lo.

Ele sente minha presença, antes que eu diga algo, sendo assim eu apenas me sento ao seu lado em silêncio. “Imaginei que estivesse aqui” foi o que eu disse, ele não respondeu, permanecemos assim até que ele indagou “Você já pensou como seria se você tivesse feito outras escolhas?” Eu suspirei, ainda olhando a lapide respondo “Algumas vezes” Sim, em alguns dias eu me pergunto o que teria acontecido se eu tivesse contado aos meus pais que estava grávida, como teria sido levar aquela gravidez adiante e como teria sido meu filho. “Provavelmente nunca iriamos nos conhecer” ele disse preenchendo o silêncio e eu completei “Provavelmente não”. “Sabe do que me arrependo Emily?” foi quando finalmente virei para olhar em seus olhos “Eu e Haley já não íamos bem há dois anos. Eu poderia ter libertado ela” Coloquei a mão em seu ombro em sinal de apoio “Não podemos mudar o passado” eu disse a ele, e assim mais uma vez o silencio reinou por alguns minutos, pelo menos até eu lembrar de lhe dar o recado “Garcia está te procurando. Algo a ver com chefes de equipe e sua presença indispensável”. Ele suspirou “Ela foi minha primeira paixão” ele disse, “Eu sei” confessei. Então ele se levantou, mas continuou olhando para mim “Mas você, é o amor da minha vida” ele se aproximou e beijou minha testa e assim ele saiu.     

Me aproximei do túmulo de Hayley “Sabe gostaria de ter conhecido você. Sean, Aaron e até mesmo Sara falam coisas ótimas sobre você. Não deveria ter sido desse jeito, sinto muito” coloquei uma rosa branca, ao lado da que suponho que Aaron deixou. Não tenho inveja ou ciúmes dela, respeito sua relação com Aaron e embora Sara tenha dito há muitos anos atrás eu não queria tomar o lugar dela, sei que Aaron a respeitava bastante e assim eu faço.

Volto a atenção para o tumulo ao lado: Jack Hotchner “Gosto de pensar que você se daria bem com seus irmãos, sabe, um dia espero que seu pai conte a eles sobre você” deixei então uma rosa para ele. Sim, Aaron nunca contou as crianças sobre Jack, o motivo não sei bem qual é, creio eu que é para que eles não cresçam a sombra de um irmão que não viveu ou que pensem que estão apenas tampando um espaço.

Caminhando pelo cemitério, penso no passado de Aaron, evitando pensar no meu próprio, no entanto, quando chego ao próximo tumulo é como se em segundos um filme da minha adolescência passasse diante de meus olhos “Parabéns Matt, hoje você estaria completando quarenta e sete. Sabe gostaria de não ter te metido em tanta encrenca, talvez então você estivesse vivo e quem sabe com uma família?” Deixo a rosa branca em sua lapide “Me desculpe Matt”.

Enquanto caminhava em direção ao meu carro, permitir lamentar o passado, quando chegasse em casa eu seria a Emily que todos conhecem, assim como à noite quando Aaron chegar em casa, ele será o Hotch que todos conhecem. Enquanto isso, hoje é o dia do ano em que olhamos para o passado.     


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam???

Bjss e até breve :*



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