Não é apenas Uma Aposta é Amor escrita por Lany


Capítulo 18
Minha vida não passa de uma grande mentira


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo e esse vai dedicado a duas leitoras fieis que sempre acompanharam e comentaram a fic:
Juffss e beautiful girls Obrigado.

Boa leitura



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*Alice*

 

-Pai? -O chamei surpresa, do alto das escadas.

 

-Garota! –Tirou o jornal da frente de seus olhos, com um pequeno sorriso nos lábios. Aproximei-me rápido demais. Recebendo um curto abraço.

 

-Estava com saudades! –Murmurei em um Silvio.

 

-Eu também! Mas você fala como se fizesse meses que não nos vemos. –Voltou a sentar com o jornal entre as pernas.

 

-Exatamente um mês. –Desdenhei. Demonstrando não me importar com sua falta de atenção.

 

-Você sabe que estava ocupado, estão tendo reuniões frenquentemente! Estamos negociando uma nova filial... –O cortei.

 

-Tudo bem! Já entendi. Já que está em casa poderia me levar para a escola, faz tanto tempo que você não vai lá! –Pedi esperançosa. Juntando as mãos.

 

-Por que? Paul está doente? Aconteceu alguma coisa? –Olhou brevemente por cima do jornal, com a expressão preocupada. Abaixei as mãos derrotada.

 

-Não! Ele está bem. Eu só pensei que você...-Voltou a encarar atentamente o papel. –Deixa pra lá.

 

 Segui com passos largos querendo atravessar a porta o mais rápido possível! Eu já deveria ter aprendido, mas a idiota aqui sempre toca na mesma tecla quebrada.

 

-Não vai comer? –Antes de sair Elizabeth perguntou tentando esconder a frustração que sentia. Provavelmente ela havia presenciado a cena ridícula que acabará de passar.

 

-Como alguma coisa na escola! –Respondi recebendo um beijo carinhoso dela.

 

 Paul esperava-me do lado de fora do automóvel.

 

-Não precisa ficar assim! Ele é um homem muito ocupado. –Paul tentou defender o patrão e amigo enquanto ligava o carro.

 

-Ele deveria conseguir um tempo nem que seja para levar a filha na escola! –Sem querer fui grossa com uma das poucas pessoas que sempre animavam o meu dia.

 

-O motorista aqui não é mais uma opção? –Fingiu indignação.

 

-Você é bem mais que um motorista...-Encarou-me pelo espelho retrovisor. -Você é um grande e velho amigo! –Apertei seu ombro de uma forma cúmplice e amigável um toque verdadeiro que sempre existiu entre nós dois.

 

-Obrigado criança. Confesso que não gostei do “Velho” Qual é? Eu ainda nem cheguei aos 50.... Mais ainda assim obrigado. –Gargalhei baixo com o comentário e Paul fazia o mesmo. As risadas ruidosas foram abafadas pelo som do celular: que chamava e vibrava mostrando a foto e o nome de Nessie no visor.  Estranho ela nunca liga tão cedo.

 

-Oi! –Falei segurando o riso.

 

-Você novamente está atrasada. –Afirmou. Tentei inutilmente adivinhar o que ela queria.

 

-Só ligou pra isso? –Perguntei em sinal de desistência.

 

-Não! Liguei pra ter certeza que você não esqueceu a chanel! –Bati em minha própria testa. Lembrando da bolsa que Nessie pediu emprestada. –Você esqueceu não foi? –Deduziu pelo silencio estabelecido.

 

-Não! Claro que não, ela está aqui do meu lado. –Paul piscou dando a volta. Agradeci mentalmente.

 

-Vê se não demora! –Desligou.

 

 Mal esperei o carro parar e praticamente pulei fora. Seria fácil acha-la já tinha a separado ontem há noite, se não me engane está na poltrona ao lado do closet.

 

-Ela precisa de você! –Elizabeth e meu pai discutiam, nem um dos dois notaram minha presença. –E você fica cada vez mais distante, parece que só se lembra que tem uma filha quando ela está mau, doente. Nickolas por favor. –Elizabeth jogou as mãos para o alto mostrando toda sua aflição.

 

-Eu estou sem tempo ultimamente. –Meu pai tentava manter o mesmo tom que o de Elizabeth, o que era difícil já que ele parecia que explodiria a qualquer momento.

 

-Desde que Mabel morreu você não tem tempo pra nada. –A expressão de meu pai mudou quase de imediato em reposta as palavras de Elizabeth.

 

-CHEGA! Como você mesmo disse: Ela é minha filha. –Seu dedo estava tão próximo ao rosto dela que quase encostava em seu lábio. Ela não temia, ela era uma das mulheres mais corajosas que conhecia. Evidente que pelo o que conhecia de meu pai ele não encostaria em um fio de cabelo dela.

 

-As vezes, parece, que você esqueci, que ela também é minha filha. –Sussurrou as palavras lentamente, cravando cada letra com espinhos em meu cérebro.

 

-C-como? –Sentir o ar faltar, Minha pernas pareciam que estavam presas ao chão, a um novo abismo dominado pela mentira que era a minha vida. O que ela quis dizer com isso? Filha?

 

 Os dois encararam-me surpresos, suas faces um misto de emoções: Preocupação, medo e desespero.

 

-O que... O que você disse? –Lutei para reformular a frase.

 

-Calma. Nós podemos explicar! –Nickolas pareceu preocupado como em poucas vezes que o vi.

 

-O que ela disse é... É verdade? –As palavras ardiam em minha garganta como se elas estivessem presas, impossíveis de sair. Ambos encararam-se por um curto período massacrante.

 

-PARA! Vocês dois, parem com isso. O QUE TA ACONTECENDO AQUI? Eu só quero saber a VERDADE! –Minha voz falhou em vários momentos pelo excesso das lagrimas. Assentiram ao mesmo tempo.

 

-Não, não, não e não. –Neguei diversas vezes com a cabeça.

 

-Calma! Escute-nos primeiro meu amor. –Elizabeth pediu desesperada.

 

-CALA A BOCA! –Ordenei. Respirando com dificuldade.

 

-Alice, por favor tenha calma! –Nickolas pediu em agonia. Era complicado entender o que se passava, varias pergunta e imagens sem sentidos enchiam minha mente.

 

-Calma? VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMA? –Exasperei tentando ao maximo conter as lagrimas. –Isso não...não é verdade... vocês estão mentindo... eu sei, estão mentindo. –Lembrei-me das fotografias que tinha de minha mãe junto a mim, apenas das fotos já que não lembrava de praticamente nada relacionado a ela. Entretanto lembrava de vários momentos que desde pequena passei com Elizabeth. -Você não é minha mãe! NÃO É! –Elizabeth chorava e tremia excessivamente, seu rosto toa vermelho quanto o meu.

 

-Por favor querida, por favor tente se acalmar irem...

 

-Por que? Por que vocês me fizeram acreditar em uma mentira? –Os soluços eram constantes tornando ainda mais difícil a compreensão do que dizia. Mais uma vez me sentia traída, enganada, iludida. E logo por quem? Quem mais me ajudava nos momentos difíceis.

 

-É complicado... aconteceu... –As imagens voltaram e com elas as dolorosas duvidas.

 

-Se... Se Elizabeth é minha mãe... então quem é meu pai? Se é que eu tenho um!–Ela tentou se aproximar, afastei-me. -QUEM É? –Exigi. De todos os anos que passei com  Nickolas pela primeira vez o vi chorar.

 

-Sou eu querida! Sempre fui o seu pai–Respondeu em um voz fraca. Ao mesmo tempo tive náuseas, uma de minhas mãos apertou a barriga enquanto a outra cobria minha própria boca, meu estomago revirou, se tivesse comido algo pela manhã provavelmente voltaria.

 

-E... Mabel? Ela existiu? –Tentava controlar os ruídos aterrorizados que escapavam. Elizabeth chorava feito uma criança.

 

-Eu era casado com Mabel! –Enxugou as lagrimas, respirando profundamente. –Elizabeth e eu nos conhecemos na festa de noivado, elas eram irmãs não podia faltar. Desde sempre me vi encantado por ela. Sempre elegante, animada, alegre... assim como você. –Os sons plangentes eram tão doloroso, que a morte parecia agradável. -Estava Perdidamente apaixonado pela irmã da minha mulher... foi apenas uma noite de deslize.

 

-Deslize? –Eu nasci por conta de um deslize inesperado? Sentia-me abraçada pela destruição que brincava desjeitosa com o que havia restado de mim. Se é que restou alguma coisa!

 

-Depois de contar para seu pai que estava grávida, decidi ir embora, me afastar... –Elizabeth continuou a contar entre os soluços. –Apenas liguei... Depois de nove meses, para lhe dar a noticia. Ele tentou disfarçar mais ficou feliz, pediu para ver você. –Sentei-me não chão, tentando achar algum ponto de equilíbrio. -Mabel acreditava que você era fruto de um namoro que não deu certo...

 

-Até o dia em que nos viu conversando... –Richard a cortou, Perdido em suas angustiantes memórias. -Elizabeth queria ir embora, e eu queria que vocês ficassem mais um pouco. Mabel ouvia tudo do alto da escada. –Suspirou pesadamente. -Até hoje não sabemos se ela realmente caiu.

 

 A dor crucial consumia-me por dentro, uma ferida em cima da outra. Sentia repulsa de minha própria existência.

 

-Então é por isso? Você... Me despreza por quê eu a matei? –O sentimento de culpa corroeu-me ainda mais ao pronunciar as palavras.

 

-Não! Não diga isso! –Elizabeth pediu entre lagrimas. Tentando mais uma vez se aproximar. Levantei com dificuldade, apoiando-me na parede atrás de mim.

 

-Não! Pode não parecer...  Mais você é a única coisa que ainda me deixa vivo. Você é a coisa mais importante que aconteceu em minha vida.

 

 Não aguentava ouvir nem mais uma palavra. Meus pensamentos eram descontrolados e dolorosos, eu só queria sair dali e esquecer tudo o que havia ouvido. Demorou alguns segundos para perceber que meus pés, guiavam-me para um caminho pouco conhecido, mas o único que poderia me trazer algum tipo de conforto.

 

 

.*.*.*.

 

*Jasper*

 

  Ela não havia chegado, o que era estranho, Alice sempre se atrasou, mas já estávamos no horário livre e ainda nem sinal dela. Nossa “Relação” não mudou muito depois da aula em que fizemos o texto, tentei conversar: saber se o que ela escreveu era verdade, entretanto agora ela me ignorava mais do que antes.

 

  A maioria dos alunos estavam no Jardim principal. Rose discutia com Emmett por algo que não me lembro, e Edward brincava com os cabelos de Bella, a qual se levantou subitamente, assustando todos.

 

-O que foi? –Edward ficou ao lado da namorada, visivelmente preocupado.

 

-Não é nada eu só pensei... –Bella estreitou os olhos tentando enxergar mais longe. -Espera, são eles sim!

 

-Eu não to entendo nada! –Emmett se manifestou antes que qualquer um fizesse.

 

-Jazz! É o pai da Alice. –Meus olhos seguiam o olhar de Bella, ate encontrar a figura alta com um ar superior e ao seu lado encontrava-se uma mulher de uma elegância sublime.

 

-Elizabeth? –Deduzi um tanto aflito.

 

-É o pai da garota. Qual o motivo de tanta preocupação. –Rose pos as mãos nos quadris tentando entender o que acontecia. Eu só conseguia ver o casal conversando com os amigos de minha pequena. Será que aconteceu alguma coisa?

 

-Rose, talvez não seja pra tanto, mais ele nunca fica em casa, muito menos vem por aqui. Quando convivia mais com a Allie, em todas as inúmeras vezes que fui em sua casa ele nunca estava lá. Eu só o vi uma vez e foi porque ele tinha esquecido uns documentos. –Bella explicou não só para Rose, mais para todos. Não poderia ser nada muito importante, entretanto esse Poderia me intrigava. Elizabeth encontrou meu olhar, trocou umas poucas palavras com o companheiro e ambos seguiam ate mim, com o grupo de amigos preocupados logo atrás.

 

  Á medida que se aproximavam, encontrava as semelhanças, não havia como negar a paternidade, os mesmos olhos de um verde estranhamente bonitos, os cabelos castanhos escuro, vinham dele. Já a mulher era igualmente baixa, o formato do rosto, o nariz e os lábios delicados e finos, Incrivelmente familiar.

 

-Bella! Quanto tempo. –Cumprimentou tentando ao maximo esboçar um sorriso, apesar da maquiagem seu rosto estava vermelho e os olhos tomados por lagrimas. O rosto do homem estava da mesma forma embora ele tentasse disfarçar isso. Ambos dividiam uma expressão preocupada.

 

-Nickolas! –Estendeu a mão apresentando-se, era perceptível que ele não se sentia bem no meio de tantos adolescentes. A peguei. –Garotos por um acaso algum de vocês viram a Alice hoje? –Me enganei, não é que ele não se senta bem no meio de adolescentes, ele só não esta confortável com a situação.

 

-Não! Aconteceu alguma coisa? –Lhes respondi preocupado. Elizabeth parecia que desabaria a qualquer momento. Nickolas colocou uma de suas mão em seu ombro.

 

-Eu não sei mais onde procurar. –Lamentou-se encostando-se mais nele.

 

-Já foram no John? –Seth perguntou sem saber o que fazer.

 

-Já! Ele pediu para alguns amigos a procurarem e continuou lá caso ela apareça. –Ele poderia ser muito ausente, mas ele realmente esta desesperado.

 

-Avisaram a policia? –Ang apoiava-se no namorado.

 

-Eles só podem começar a busca com 24 horas. –Elizabeth a respondeu entre um soluço, Nickolas a abraçou fortemente.

 

-Eu posso ligar para o meu pai ele pode... –Edward cruzou seus dedos com os de Bella.

 

-Não se preocupe Bella, ele já esta fazendo mais do que pode. –Seus braços continuaram firmes ao redor da frágil mulher.

 

-Nós podemos sair, procurar. Ela não pode estar muito longe, pode? –Nessie passou as mãos pelos cabelos fazendo movimento circulares nas pontas do mesmo.

 

-Mas... por quê ela fugiu? –Enfim conseguir pronunciar as palavras. –Ambos encararam-se por um longo período. Todos presentes ali esperavam uma resposta, eles pareciam íntimos, porem Alice não fugiria por conta disso.

 

-Problemas... Ela descobriu... Algumas coisas... na hora errada. –Era evidente que Nickolas editava suas frases.

 

-Droga! Nós praticamente a empurramos em um penhasco sem fim. Deveríamos ter contado antes. –Meus pensamentos Oscilaram na palavra que Elizabeth acabara de pronunciar: Penhasco.

 

 

.*.*.*.

 

 

  Sempre gostei de velocidade, mas agora era uma necessidade. As palavras escorregavam por meus lábios; Ela tem que estar lá, ela tem que ta.

 

 Desci do carro repleto de esperanças, não saberia onde procurar se ela não estivesse aqui. Examinei o lugar... até que a encontrei, sentada abraçando suas próprias pernas, tão sozinha, tão desolada, tão frágil.

 

  Aproximei-me lentamente não querendo assusta-la. Vê-la, ouvi-la dessa forma, era horrivelmente doloroso.

 

 Sentei-me com minhas pernas entre seu corpo, ela pareceu não se importa, ela parecia estar desligada desse mundo. Meus braços a envolveram tentando acalma-la e acorda-la de seus pesadelos reais. Os ruídos angustiantes que vinha dela cortavam o ar, despedaçando o meu coração.

 

  Em nem um momento ela tentou afastar-se, ate parecia que ela estava guardadando todas as suas forças apenas para chorar e tentar inutilmente controlar os murmúrios de um sofrimento incompreensível.

 

-Calma meu amor... Vai acabar tudo bem! Shiiiiii! –Ela não parava, os sussurros incoerentes continuavam. -Pequena, por favor, tenta se controlar. –Implorei. Ela estava lastimável e eu não sabia o que fazer. -Me escuta... Eu não sei o que aconteceu... Mas eu to aqui.

 

  Meus ouvidos, minha mente e meu corpo acabaram se acostumando e sentindo toda a dor que emanava dela, não sei ao certo quantas horas passamos ali, parados, chorando. E demorou algum tempo para perceber que os sons sofridos agora vinham apenas de mim.                                   

 

Sua cabeça enfim descasava na dobra de meu pescoço, nossas mãos continuava cruzadas e seus olhos fechados tanto para a realidade como para o seu sofrimento. O Tempo que passei sem ela, descobrir que a escuridão pode ser tudo o que precisamos na hora da dor, ela é a única que faz a angustia, a aflição e a agonia se decepar.

 

  Enxuguei minhas lagrimas antes de pega-la no colo, caminhei calmamente tentando não acorda-la. Com a mesma delicadeza a coloquei no banco do carona apertei seu sinto e envolvi um de meus braços ao seu redor. 

 

  Por que a vida não é nada fácil. Quando você pensa que não a como mais sofre, que não existi dor pior do que sentiu, o vento corta suas palavras e a agonia retorna, o abismo escuro volta a aparecer e dessa vez mais frio e fundo.


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Notas finais do capítulo

É... Meio complicado e confuso, mas no proximo vcs entederão melhor. Eu falei que esse ia ser bem maio que o anterior. Espero que tenha gostado pois eu to amando cada vez mais escrever tudo isso.
E mais uma vez agradeço a todas vcs por cada comentario, leio e respondo todos com muito carinho e uma felicidade inexplicavel.
a Tata continua com uns probleminhas, mais quem sabe no proximo ela beta.
Mais uma vez muito obrigado e Mega bjinhos pra todas.