Não é apenas Uma Aposta é Amor escrita por Lany


Capítulo 13
Um ótimo medico, entretanto um excelente amigo


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dedicado a Anazinha_Cullen,
Obrigado por recomendar a fic.



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*Alice*

 

 

 O tempo passa. Mesmo que os segundos mais pareçam minutos, e os minutos horas, e as horas dias. Por mais que cada batida do seu coração pareça ser a ultima, lenta e cortante. Ele passa e com ele as lagrimas cessam, ainda que agora pareça ser impossível.

 

 A dor insuportável que sentia não me incomodava tanto, agora de alguma forma ela fazia parte de mim.

 

   Três batidas rápidas na porta, enxuguei as lagrimas, respirando profundamente. Meu pai adentrou com Elizabeth ao seu lado.

 

-Está melhor? –Perguntou preocupado sentando-se ao meu lado.

 

 Se posso tirar algo bom de toda essa historia, é isso: meu pai realmente está preocupado, todos os dias que passei em casa ele esteve ao meu lado, resolve alguma coisa no escritório, mais sempre volta antes de anoitecer. E Elizabeth como sempre uma companheira fiel, tanto para mim quanto para ele. Pedi para ela não contar nada sobre a ...  E ela não contou.    

 

-Sim! –Sorri fraco.

 

-Você não comeu! De novo! –Elizabeth constatou tristemente, avaliando a bandeja intocável que Judith trouxe pela manhã.

 

-Eu só não estou com fome. –Tentei argumentar contra o olhar reprovador que ambos me lançavam.

 

  Depois de tudo o que aconteceu, eu não tinha mais vontade de nada. É como se tudo se tornasse um vazio em mim, um vazio para mim e nada mais importava. Eu não sentia necessidade de mais nada.

 

-Com licença senhor Nickolas! Mais o Dr. Cullen chegou. –Paul disse da porta, acenando com a cabeça.

 

 -Só um instante querida. –Disse antes de sair, seguindo Paul.

 

 -Agora ele trabalha em casa? –Perguntei a ela quando ficamos a sós.

 

 -O Dr. Cullen não está aqui para ver o seu pai. –Acariciou meu rosto.

 

 -Ele veio ver quem? –Perguntei, embora soubesse a resposta.

 

-Você. –Disse em tom de desculpa.

 

 Grunhi desgostosa:

 

-Como? Você sabe que não estou doente!

 

-Alice, você não se alimenta direito, não quer ver seus amigos, você nem se quer atende os telefonemas deles. Seu pai está preocupado e eu também. –Me senti culpada, com saudades de meus amigos, com saudades da minha vida.

 

 Se eu simplesmente tivesse caído na real antes, não tivesse ido na dele nada disso teria acontecido e eu não estaria sofrendo. Voltaram a sair lágrimas dos meus olhos e eu voltei a secá-las com amargura. 

 

 Os braços de Elizabeth me envolveram carinhosamente.

 

-Por favor! Eu sinto falta da minha Alice, sinto falta da sua alegria. –Seus dedos acariciaram delicadamente meu curto cabelo.

 

 Era bom tê-la ao meu lado. Sentir que de alguma forma eu tenho uma mãe. Porque Elizabeth era uma mãe, ela me reconfortava, cuidava de mim, ela me amava e me dava apoio em momentos difíceis como esse.

 

-Eu também Elizabeth, eu também. –A abracei fortemente. Sentindo-me segura em seus braços.

 

  Nosso momento poderia ter durado varias horas, entretanto meu pai e um medico jovem, loiro e alto entraram, fazendo com que nos separássemos.

 

-Elizabeth me acompanha em um a chá? –Perguntou meu pai educadamente.

 

 Na verdade ele queria me deixar a sós com o médico.

 

-Claro. –Elizabeth retribuiu com o mesmo tom educado.

 

 Antes de fechar a porta murmurou um “Desculpe” sem som. Ela sabia o quanto eu detestava hospitais ou tudo relacionado ao mesmo. Era melancólico e doentio demais. “Como se nada em mim fosse melancólico e doentio.” Pensei soltando um suspiro consternado.

 

-Senhor Cullen! Não precisa de tudo isso, eu não estou doente. –Afirmei. Enquanto o via remexer em uma maleta branca e tirar de lá um estetoscópio. Pelo amor de Deus! Eu não estava mesmo!

 

-Apenas Carlisle. –Levantou o rosto encarando-me com um sorriso sincero.  -Você está sentindo algo? Alguma dor no corpo ou tontura? –Neguei com a cabeça tendo a certeza que ele não tem um remédio para o tipo de dor que sinto.

 

  Aproximou o pequeno aparelho de meu peito. Permaneci quieta enquanto ele escutava um coração perfeitamente saudável para um medico, para a ciência, e totalmente confuso e machucado para mim, uma garota apaixonada de coração partido.

 

-Viu? Eu estou bem! –Garanti. Enquanto ele procurava por mais alguma coisa em sua maleta.

 

-Ainda não tenho certeza. Agora diga “A”! –Pediu, obedeci com um suspiro.

 

 Ele observou minha garganta, com uma espécie de lanterna.

 

-Você está com há garganta um pouco inflamada, e visivelmente não está se alimentando bem! –Deu seu diagnostico, procurando mais alguma coisa na maleta. “Não diga!” O sarcasmo preencheu meus pensamentos.

 

-Isso não é grave, eu só preciso tomar um antiinflamatório e passar a me alimentar melhor. –Deduzi o óbvio.

Carlisle virou novamente fitando-me, e então, riu baixinho.

 

-Como você tem tanta certeza que não está doente? –A curiosidade era evidente em sua voz. Puxou uma cadeira, sentando-se próximo à cama.

 

-Eu não me sinto doente. –Argumentei. “Só me sinto traída e meu coração parece quebrado em milhões de pedacinhos microscópicos.” Completei em pensamentos.

 

-Nickolas disse que você teve febre. –Declarou me passando uma maça que fazia parte do café da manha até agora intocável.

 

-Elizabeth me disse que poderia ser febre emocional! –Carlisle estreitou os olhos.

 

-Febre emocional... É muito comum em crianças e adolescentes, principalmente em adolescentes. –Disse compreensivo.

 

  Então gesticulou sugestivamente para a fruta em minhas mãos. Não parecia tão convidativa, mas mesmo assim tirei um pedaço, antes de falar.

 

-Deve ser porque a adolescência é a época das desilusões! –Os cantos de minha boca se elevaram um pouco para cima, desenhado em meu rosto um sorriso triste. Por que eu estava me abrindo com ele mesmo??

 

-Concordo plenamente com você. –Uma pequena pausa. Carlisle segurou uma de minhas mãos, antes de continuar. –Qual foi a sua desilusão?

Mordi o lábio inferior. Desviando o olhar complacente que o medico sustentava. Voltei a mordiscar a maça.

 

-Não é que eu não queira contar é só que não...

 

-Não pode. Certo? –Completou a frase, com a mesma palavra que iria finalizar, pegou o copo de suco, entregando-me. Não estava gelado mais bebi mesmo assim. –Eu sei que não é fácil, mais garanto que você se sentirá melhor. –Assegurou tão amigavelmente que quase cheguei a acreditar em suas palavras. Quase.

 

-Eu não vejo como! Dói tanto! – Sentia as lagrimas voltarem a encher meus olhos, pisquei varias vezes tentando impedi-las de cair.

 

 Carlisle percebendo minha reação se recostou na cadeira.

 

-Posso contar uma historia? –Concordei ainda de olhos fechados.

 

-Há alguns anos atrás quando cursava o último ano do colegial eu era completamente apaixonado pela minha colega de classe, a filha do diretor. –Recoloquei o copo vazio na bandeja. Cruzei minhas pernas sobre a cama, preparando-me para ouvir a historia que antes mesmo de começar já tomara minha atenção. -Ela era a garota mais linda, generosa e meiga da escola, encantava e conquistava a todos. –Carlisle fitava o nada revivendo as lembranças. -Naquela época eu era e, continuo sendo um tolo apaixonado. Sentia-me o cara mais feliz do mundo quando ela sorria para mim, pedindo uma borracha ou as minhas anotações emprestadas. Naquele mesmo ano nós começamos a namorar, bom! Pelo menos era o que eu acreditava. –Carlisle olhou-me nos olhos, pela a primeira vez desde que começou a conta a historia. Trocamos um sorriso cúmplice.

 

-Depois de dois meses que estávamos juntos, decidi pedir Esme em namoro oficialmente. Comprei um anel, queria surpreendê-la, só não imaginei que surpresa maior eu teria. Antes que pudesse falar qualquer coisa, ela disse que nós teríamos que acabar o que tínhamos, Pois tinha começado a namorar serio com outro garoto.

 

-Ela estava com vocês dois ao mesmo tempo? –Perguntei indignada. Carlisle suspirou afirmativamente.

 

-E o que você fez? Como ficou? –Indaguei sentindo um desprezo mortal pela mulher que fizera uma pessoa tão boa quanto Carlisle sofrer.

 

-Como poderia ficar? Péssimo. –Respondeu a própria pergunta. –Não queria voltar para escola, rever os amigos, ou fazer qualquer coisa que me lembrasse ela, cheguei a ter “febre emocional”. –Piscou com um sorriso de lado.

 

 Uma fraca gargalhada escapou, fraca porem sincera, já tinha até me esquecido do som, ultimamente era difícil me imaginar gargalhando. Mais com Carlisle, meu amigo, era fácil, pois sabia que ele me compreendia, já sentiu o que eu sento agora, já sofreu o que estou sofrendo, ele já teve a vontade de se isolar do mundo.

 

-Depois, O que fez? Saiu da escola? –Essa é a hipótese mais convidativa para mim, talvez para ele também tenha sido.

 

-Por um tempo! Quer ouvir o resto da historia? –Carlisle novamente analisou a bandeja, me passou uma tigela com cereais.

 

 Fiz careta, mais ainda assim comecei a comer. Percebi que o medico ainda esperava uma resposta. Assenti rapidamente.

 

-Passei algumas semanas viajando, tentando esquecer. Foi difícil. Mais por fim decidir que não a deixaria acabar com minha vida! Eu largaria meus amigos, colegas e até mesmo minha família por causa dela? Não. No mesmo instante que fui tomado por esses pensamentos voltei. Terminaria os estudos, faltava só alguns meses, ingressaria em uma universidade, trabalharia muito e construiria minha família. Esses eram os meus planos. –Carlisle pegou a tigela agora vazia, recolocando-a no tabuleiro de madeira. E voltou a viajar no seu passado.

 

-Os primeiros dias, posso dizer que chegaram a ser insuportáveis, ter que ver e conviver com ela e o namorado sempre juntos e rindo, supostamente felizes. Faziam com que inexplicavelmente a dor em meu peito aumentasse, era como se pequenas facas atravessassem lenta e dolorosamente meu coração. Mais o namoro deles não durou muito tempo, antes mesmo de terminar o colegial ele a deixou, e foi embora. Ninguém sabia ao certo o que tinha acontecido até que... –Carliles fez uma pausa, se acomodado melhor na cadeira, e aguçando ainda mais minha curiosidade. -Até que Esme apareceu grávida. -Sorri satisfeita.

 

-Não sou de ficar feliz pelas desgraças dos outros, mais bem que ela mereceu. –Fui franca em dizer.

 

-Não diga isso criança! –Carlisle pareceu repreender-me. Cruzei os braços sobre o peito, um tanto quanto assustada com sua reação.

 

-Vai me dizer que não ficou nem um pouquinho feliz por ela pagar o que fez com você? –Perguntei indignada. Carlisle negou com a cabeça! Ok. Fiquei totalmente perdida agora.

 

-Então o que aconteceu? O que você fez? –O desejo de conhecer os segredos daquela historia me deixava inquieta. Carlisle me surpreendia cada vez mais.

 

-Lembra do anel que disse que havia comprando? –Assenti. Minha expressão mudando de imediato. Será que ele... Não, não pode ser! Isso não é... não ele não pode ter... Pode?

 

-Eu a pedi em casamento. –Minha boca se abriu em um grande “O”! Não compreendendo o porquê de ele ter feito isso. -Eu sei que é difícil de acreditar mais foi exatamente isso que aconteceu. E Esme aceitou.

 

-E como você...ela... ela... você gostava dela... Mas como teve certeza que ela... não... não o enganaria de novo? –A confusão, tanto em minhas palavras, quanto em meu rosto, era visível.- Quero dizer... ela não gostava do outro garoto?

 

-Não me pergunte isso, pois não lhe saberei explicar, algo em mim me dizia que Esme me amou, me amava e continuaria amando por todo o sempre. Fui imprudente e louco, a pedindo em casamento, sem temer qual seria sua resposta ou qual seria nosso futuro. Mas não faria nada diferente se voltasse ao tempo.

 

 Compramos uma casa modesta, trabalhava durante o dia e fazia faculdade a noite. Agora eu teria uma família pra cuidar e queria dar o melhor para minha esposa e meu filho. –Os olhos de Carlisle marejavam, os meus estavam no mesmo estado. Ele falava com tanto afeto e doçura da família que tinha.

 

-Quando Emmett nasceu, me senti o homem mais feliz do mundo, ele era enorme. –O orgulho que Carlisle sentia era evidente, seus olhos brilhavam com intensidade quando disse o nome do filho, Emmett...espera aí...

 

-Emmett Cullen ? –Minha voz saiu uma oitava mais alta do que o esperado. Carlisle sorriu.

 

-Provavelmente se conhecem, vocês estudam na mesma escola. –Disse dando de ombros.

 

-Então ele e Edward não são irmãos? –A pergunta saiu tão baixo que poderia jurar que Carlisle não tinha ouvido, mas ouviu.

 

-São meio irmãos, e pode acreditar esse fato nunca os incomodou. Emmett pode aparentar ser um cara forte e durão, mais ele não passa de um bebêzão cheio de idéias malucas. Já o Edward é o mais responsável, vive inutilmente tentando por um pouco de juízo na cabeça do irmão. Emmett vive dizendo que não sabe o que seria da família Cullen sem ele.

 

–Carlisle sorriu abertamente, provavelmente lembrando dos momentos com sua família.

 

-Mas... e o ex-namorado de Esme? Nunca quis conhecer o filho? –Carlisle cerrou os punhos.

 

-Ano passado! Depois que criamos e amamos Emmett, ele voltou querendo a guarda do garoto. –Carlisle se alterou um pouco com a recordação. -Foi o pior ano de nossas vidas, Mais tínhamos ótimos advogado, Richard e Charloth Hale. –Estremeci ao escutar o sobrenome, fato que não passou despercebido por Carlisle. -Eles são grandes amigos assim como o seu pai. –Disse agradecido.

 

-Resumindo vencemos a causa, o que já era esperado. E a única coisa que mudou é que agora Emmett tem que usar o sobrenome McCarty junto com o Cullen.

 

-Que bom que deu tudo certo! –Apesar de todos os problemas Carlisle e Esme, são felizes e se amam. Carlisle me olhou auspicioso. Suspirei abatida.

 

-Se não quiser nã... –O interrompi. Sentia que de alguma forma Carlisle me ajudaria. Ele confiou em mim e eu confiaria nele.

 

-Eu quero! –aproximou-se um pouco mais, fez um pequeno gesto para que prosseguisse.

 

-Foi apenas...uma... uma aposta! –As lagrimas voltaram com intensidade. O rosto de Carlisle era uma mascara de curiosidade, preocupação, e principalmente confusão.

 

-Assim como você, eu era apaixonada por um colega de classe, aos meus olhos ele... ele era a figura mais perfeita que pudesse existir. O problema era que ele nunca prestou atenção em mim, até um certo dia...Nós... nós começamos a sair, a namorar... e pro meu azar ele... é um bom mentiroso. –Não precisei dizer mais nada. Carlisle me envolveu em um abraço afetuoso e paterno.

 

-Eu sinto tanto minha criança. –Suas palavras conservavam, a pouca esperança que restava em mim.

 

 É bom saber que existem pessoas tão generosas como Carlisle. Invejo Edward e Emmett por ter pais com tanta facilidade de demonstrar carinho.

 

-Carlisle eu... eu nunca pensei... que me sentiria tão... Abandonada... largada... desamparada... por mais que... Elizabeth, meu pai... e até mesmo você estejam ao meu lado... parece que falta uma parte de mim. Uma parte que não vai voltar, que não tem como colar...que... – Gaguejei tentando inutilmente achar as palavras certas.

 

 A dor, recomeçou com a mesma intensidade, com a mesma força e eu voltei a chorar copiosamente. 

 

-Como você conseguiu?... Por mais que tente, eu não consigo...  –Afastei-me um pouco de seus braços, encarando-o. Lagrimas acumulavam-se no canto de seus olhos!

 

-Eu sei o que você está sentindo, eu sei o quanto é difícil, o quanto

parece impossível, não vou mentir... não vai ser fácil, o que está sentindo agora não desaparecerá como mágica. –A sinceridade de Carlisle deveria me machucar ainda mais, porém, troce um pouco de conforto. –Agora me diga é isso que você quer? Deixar seus amigos? Seu pai? Elizabeth... Esse garoto vale tanto assim pra te fazer abandonar tudo o que ama? –As palavras de meu mais novo amigo, oscilaram meus pensamentos. E finalmente entendi o que Carlisle quis dizer.

 

-Não... não, ele não vale nem o chão que pisa. –Enxuguei o rosto. Então tomei uma decisão e disse convicta. -E por mais que doa, eu vou enfrentar os meus problemas, eu vou enfrenta-lo.

 

Carlile consentiu sorrindo, concordando:

 

-É assim que se fala. Tenho certeza que você vai conseguir. –Disse animado, em relação as minhas reações. -E se precisar é só ligar. –Pegou uma caneta e um cartão, prendendo sua atenção ali. Me passou o pequeno papel. Na frete havia o seu nome escrito formalmente em letras de impressão. E atrás com uma caligrafia elegante outro numero, escrito a mão pelo próprio doutor.

 

-É do meu celular! Se caso eu não estiver no consultório, e você tiver uma recaída e a “febre emocional” voltar.  –Fez aspas com os dedos. -Mais agora eu preciso ir, passei mais tempo que o esperado. –Levantou-se.

 

-Carlisle você é um ótimo medico... –Me pus de pé, voltando a abraçá-lo.

-E um excelente amigo.

 

-É muito bom saber disso! –Retribuiu o gesto.

 

 Carlisle pegou suas coisas, me desejando boa sorte. Entretanto quando sua mão pousou sobre a maçaneta pareceu lembrar de algo indispensável. Virou-se e olhou-me nos olhos com sinceridade.

 

-Alice não esqueça que as historias da vida podem parecer erradas, com caminhos cheios de defeitos, obstáculos e imperfeições, mais são esses caminhos que nos guia para um final feliz.

 

 E saiu me deixando confusa com as ultimas palavras que dissera.

 

 

.*.*.*.

 

 

 A lua já estava no alto, com algumas poucas estrelas que se escondiam entre as pesadas nuvens de chuva. Uma noite agradável. Perfeita para um novo recomeço. Achei melhor voltar á noite, dormir, relaxar e pensar nas palavras certas a serem ditas, desse modo me pouparia de muitas explicações de ultima hora.

 

 Passando pelo portão principal, Meu subconsciente gritava: Você não está fazendo a escolha certa.  Realmente acreditei nisso e reprimir o impulso de voltar correndo pro carro sem olhar para trás, Entretanto, lembrei da alegria de Elizabeth quando lhe disse que estava indo para a escola, o alivio de meu pai ao conversar com Carlisle, e as palavras de meu amigo. Assim conseguir seguir em frente. Pelos meus amigos, pela minha família eu iria seguir em frente!

 

 Alisei o corrimão das escadas, com varias cenas e lembranças passando diante dos meus olhos. Lembranças que julgava ser as melhores de minha vida, agora só serviam para me trazer pesadelos.

 

 A dor não foi embora, longe disso, ela continuava se manifestando com força. Mas uma pequena parte parecia estar cicatrizando. Carlisle me ajudou, ele não fez a dor passar, mas me fez enxergar o que deveria fazer, e acredito que esse deve ser o meu começo.

 

 -Alice?! –Subitamente meu corpo congelou.

 

 A voz abafada e rouca pelo sono, a voz que sobrevivia apesar de todos os meus esforços para apagá-la de uma vez por todas de minha memória chamou-me. Trazendo com ela uma dor imensa.

 

 Só agora percebo que é fácil dizer que conseguirei enfrentar meus problemas, o difícil mesmo é quando chega à hora que isso deve acontecer. O pior é que a maldita dor se torna tão forte e insuportável, que você não tem nem forças para pensar.

 

  Não choraria, não na frente dele. Era a única coisa que minha mente repetia, mas o que não entendo é que, se a mente domina a matéria, por que as malditas lágrimas começavam a cair traiçoeiramente. As enxuguei bruscamente, fato que fez meu rosto arder não sei se pela força desnecessária ou se foi apenas o ódio e a tristeza que me corroia por dentro. Concentrei-me apenas em meu rosto, não querendo demonstrar fraqueza.

 

  Virei nos calcanhares encontrando a face do homem que mais me fizera sofrer, a face que lutaria para sentir nojo, repulsa, desprezo. Os olhos de Jasper iluminaram-se como se estivesse ansiando por me ver, como se tivesse sofrido, como se me amasse.

 

 -Você voltou! Eu sabia que voltaria! –Cortou a pequena distancia que nos separavam abraçando-me. Como pode existir alguém tão hipócrita como ele?

 

  Não retribuir o gesto, claro que não. Apenas fiquei quieta, parada, com olhos fechados trancando as lagrimas só para mim, com os dentes cerrados com força, tentando ao máximo engolir o grito de agonia que voltara com a sensação das pequenas facas que pareciam atravessar meu coração. E mais uma vez Carlisle estava certo! Ele não poderia ter escolhido termo melhor para descrever essa dor, pois era exatamente isso que sentia.

 

 Jasper soltou-me depois de algum tempo. Permaneci do mesmo jeito, imóvel.

 

-Alice, por favor, me escuta. –Dei alguns passos para trás, esperando suas palavras, suas mentiras. Até a voz parecia sofrida, desesperada. Mas era tudo uma enorme mentira.

 

 A vida é sempre tão irônica, fiz o possível para evitá-lo e quando volto, ele é a primeira pessoa que encontro. Até parece que o universo conspira contra mim.

 

                                                                                           Continua...


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Notas finais do capítulo

Oi!Oi!Oi! Como estão? e o que acharam do capitulo?
TaTa Muuuuito obrigado por sempre arranjar um tempinho pra betar a fic, vc é incrivel.

Falando em pessoas incriveis, um MEGA obrigado a todas vcs que continuam lendo,comentando e acompanhando a fic, eu me surpeendo com a quantidade de comentarios. De coração obrigado.

E Anazinha Cullen espero q tenha gostado do cap! e valeu mesmo por ter recomendado.

Bjinhos