Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 82
Atendimento #082: Sem serviço


Notas iniciais do capítulo

Ficar sem sinal ou sem acesso a um serviço é horrível, os atendentes passam por isso as vezes e acredite ou não isso é um inferno para todos.

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #082: Sem serviço

Não é engraçado ver que no mundo que vivemos hoje aquele que conversa pessoalmente é o excluído? Sim os meios digitais facilitam tudo, cartas foram substituídas por e-mails, cumprimentos pelos likes, sexo por nudes… Mas e quando um desses serviços essenciais e tão atuais falham, como é que nossa vida fica?

— Alô? — Este é Ezequiel atendente sem saco.

— Você falou alô? — Este é o cliente que acha que os atendentes são robôs e por isso nunca podem falar “alô” Como ele acabou de ver se os atendentes são seres cibernéticos ao menos conseguem fingir que são humanos.

O dia era um clássico temporal, a chuva caia as toneladas e só faltava ver uma vaca voando por cima das árvores. Em decorrência de tal clima o sistema de registro de Ezequiel, que já era uma porcaria, se encontrava fora do ar. O legal disso é é que os atendentes não precisam registrar nada do que acontece na chamada, o ruim é que o cliente não tem protocolo, então se ele solicitar lascou.

— Aê putada. — Amanda batia palmas chamando atenção. — O Igor chega daqui a pouco, eu vou ter de ir no médico e então vocês estão sozinhos por uns vinte minutos.

No mesmo instante Ezequiel se levantou com as mãos levantadas.

— Bora ficar nú galera! — Exclamou todo serelepe como um bezerro recém nascido.— Putaria!

— Pode aquetar essa lagartixa aí. — Respondeu a mulher apontando em sua direção. — Eu se eu ficar sabendo que você transformou isso aqui em um prostíbulo eu juro que te traço sem cuspe.

O atendente rapidamente baixou os braços e sentou-se vagarosamente em sua cadeira. Naquele instante o soar de uma nova chamada chegou-lhe aos ouvidos, um conjunto de várias vozes foi percebido por nosso herói, este rapidamente respondeu ao chamado.

— Ezequiel bom dia com quem eu falo?

— Silêncio a chamada é minha então eu falo com o cara. — O homem não se dirigiu ao atendente, mas à alguém próximo de sí. — Oi amigo eu estou querendo tratar de um celular que parou de fazer o que eu mando do nada.

Vendo uma noticia na internet o atendente aguardou o cliente dizer o que queria.

— Eu sou um cara que trabalha com internet, saca? Então antes de mais nada eu queria pedir para que você me passar o protocolo aí qualquer coisa se a chamada cair eu posso continuar de onde parou.

Mão na cara, lamentos profundos e uma pilha de insultos internos. Tudo o que o atendente não queria, aconteceu. Em tese é crime não se passar um protocolo em chamada, pois se o cliente precisar processar alguém é isso que ele usa como prova.

— Então senhor, pelo que eu vejo no seu telefone estamos no mesmo estado. Acredito que onde o senhor está a chuva cai forte também.

— Você não me deu o protocolo…

— Pera aé meu deixa eu explicar o contexto. —  O cliente não sabia mas o atendente ouvia o sons das gotas de chuva caindo pelo telefone do cliente. Pigarreou retomando o foco. — Estamos quase virando atlântida, neste momento eu vi um carro ser arrastado pra um córrego. Devido a isso nosso sistema de registro se encontra fora do ar, o sistema telefônico se mantém igual, mas infelizmente eu não vou poder passar o numero.

— Você têm noção da gravidade disso.  — Ao fundo o cliente escutou barulhos altos como se pedras fossem lançadas em sua direção. A tempestade começara a despejar na cidade pedras de gelo, uma baleia teria caído junto, mas o vento era tamanho que nínguem a notaria... — Eu poderia colocar sua empresa na justiça por isso sabia?

— Poder o senhor pode, se essa chuva parar de cair nesse nível e todos nós sobrevivermos ao dilúvio que vai vir, fique a vontade...Mas é como eu disse, não vou ter como passar o protocolo.  — Ezequiel colocou a chamada no mudo, notou que a esposa saíra da operação deixando todos sem um superior. — PUTARIA! — Gritou.

O cliente não percebera a chamada no mudo, na realidade poucos notavam tal manobra o que geralmente ajuda o atendente a conversar e a dar uns gritos histéricos como o que Ezequiel acabara de lançar.

— Você ao menos pode me ajudar com o meu problema? — O cliente agora se desviava dos projeteis de gelo que caiam.

— Claro só preciso saber o que está acontecendo com o seu celular.

— Ele estava funcionando perfeitamente mas aí de uma hora para outra todas as mensagens que eu enviava pararam.

Ainda com a matéria aberta em sua frente o atendente passou a língua nos dentes, as chances do problema do cliente e a noticia estarem correlacionadas acabara de subir de “impossível” para “quase certo”

— Espera, o SMS que não está indo? — Aquela era  a ultima chance das histórias se separarem.

— Não o problema está em um aplicativo.

Com uma expressão de psicopata e uma vontade incessante de estrangular o cachorro do cliente o atendente indagou.

— Senhor, se for pela queda do whatsapp sinto dizer, mas isso não é problema nosso! Não vem querer jogar a culpa pra nínguem aqui.

A matéria na tela de Ezequiel mostrava:

“Juiz bloqueia whatsapp por 72 horas.”


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Notas finais do capítulo

Se o whatsapp bloquear não ligue para sua operadora ou para a fabricante do celular, ligue pro juiz que bloqueou!
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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