Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 71
Atendimento #071: Azeite


Notas iniciais do capítulo

Você gosta de azeite na salada? Gosta de fritar coisas com ele?
Então eu já peço desculpas de antemão...

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:05



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679050/chapter/71

Atendimento #071: Azeite

 

Já comprou alguma coisa sem ler aquelas letrinhas miúdas? Sim? então meu amigo, eu tenho uma noticia muito ruim pra te dar. É provável que em algum momento, -não to dizendo que vai acontecer, só to dizendo que é provável- algum ser com cascos de bode, tridente e rabo afiado venha até sua casa buscar sua alma, mas enfim, normal.

Geralmente quando compramos qualquer coisa online, desde balas refrescantes até bonecas infláveis existem essas tais letrinhas, acredite, lê-las é muito útil, principalmente para você que quer comprar uma bonequinha do amor, vai que lá nas instruções está escrito “produto usado”.

— Eu comprei um monitor e quando eu abri constatei um probleminha. — Mulher, jovem, calma, simpática, tinha o tipico perfil de quem está se passando por cliente mas na verdade é um revendedor. — Eu estava tentando falar com seu operador mas ele não quer resolver meu problema.

— Ele recebe pra isso meu anjo, por que cargas d’agua ele não iria querer te ajudar? — Falou Igor colocando o pé esquerdo sobre a mesa de Ezequiel, sacou do bolso suas chaves e armou o cortador de unhas. — E vamos parar com essa babaquice que eu não sou nenhum retardado não fia.

— Como assim supervisor? Que babaquice é essa que você está falando?

— Meu anjo eu sei que você é da revenda. — Apertou o alicate separando uma lasca da unha do dedão do pé. Esta voou e grudou entre as teclas “y” e “u” do teclado.  —  Poupa teu tempo, o meu tempo, o nosso tempo, o tempo da tua mãe aquela obesa, e fala logo normal comigo.

— Ai tá bom.  —  A mulher decepcionada assumiu o manto de vendedora.  —  Essa cliente comprou um monitor.

— Agora sim — interferiu o  encarregado cortando outra unha.

—  Ela comprou o monitor e viu que dentro da caixa ele não veio com nenhuma base de apoio. Eu achei estranho também, mas quando ele veio aqui e mostrou eu comprovei.

— Beleza, espera eu ir ali verificar os dados do modelo e já volto.

Igor colocou a chamada no mudo e se levantou do lugar do subordinado, ainda descalço ele caminhou pela operação em silêncio. Ezequiel o seguiu até que ele o empurrou.

— O,o.  — Sinalizou para o operador em direção a mesa da supervisão.  — Vai checar se esse modelo é vendido junto com a base, quando eu voltar quero que me diga.

Boquiaberto pelo desdém do encarregado nosso herói perguntou.

— Oxe vai me deixar aqui? O que vai fazer?

Igor abriu os braços em indignação, meneou a cabeça em negativa.

— Meu deus, os cara nem pode da uma mijada em paz?

No computador do supervisor nosso herói vira um papel de parede um tanto inusitado, percebeu que a foto fora tirada em um espelho e nele estava escrita a seguinte frase em batom vermelho: “Alastor Lucélia te ama” Estava mais que claro que aquilo fora feito em um quarto de motel, porem, como uma espécie de maldição da curiosidade, Ezequiel foi até as imagens do computador. O que ele viu, nunca mais lhe sairia da mente, sentiu até vontade de virar um litro de soda cáustica como se fosse refri, mas como não tinha, apenas passou álcool em gel na cara. A mais marcante das imagens tinha a presença da mulher de Igor e possuía o título, Enfiar onde?

— E eu achando que aquela velha era tudo que de pior existia nesse mundo.  — Mencionou a mulher do atendimento #020. O atendente controlou-se e passou a fazer a pesquisa no computador do encarregado.

O dispositivo do superior de nosso herói era o único que possuía acesso aos dados, não por que era alguma medida de segurança, na realidade era que o computador dele tinha memoria suficiente para acessar a internet sem travar.

— Viu se essa parada vêm ou não com a base? — Anunciou Igor ao se aproximar de Ezequiel, este escutou o som da braguilha do superior sendo fechada.

Constrangido com o que vira, nosso herói se recusou a encarar o encarregado.

— Eu vi,  —A resposta era dúbia.  — eu vi que não tem base, pode falar para a cliente.

— Beleza.  — O superior informou a notícia para a lojista. A mulher, que aparentava ser calma comprovou a frase lobo em pele de cordeiro. Em todo o tempo de atendente e posteriormente encarregado Igor raramente vira alguém usar tantos palavrões por segundo, parecia uma metralhadora de merda cuspindo baladas de cara#$@, Po#@@, Buce@!, Filho d@ pu@#, entre outro mais pesados.

— Onde você quer que a cliente enfie esse monitor? Como espera que ela use? Quer que eu fale para ela enfiar onde?

— Olha. — Passara tanto tempo des de o inicio dos insultos que ele conseguira cortar todas as unhas dos pés e das mãos, deixando uma zona na mesa do subordinado, este, aliás já se encontrava ao seu lado. — Eu vou dizer a mesma coisa que eu falo pra minha mulher quando ela me pergunta isso.

Alguns operadores pararam de atender, queriam ouvir qual pérola o superior lançaria. Ezequiel, porém, sabia que não seria apenas uma piada.

— A culpa não é minha se ela não leu as letrinhas míudas na hora de comprar, então mande ela enfiar onde ela quiser, mas antes lubrifique com azeite pra dar um gostinho, está bem?

— Eu nunca mais vou colocar azeite na salada. — Sussurrou Ezequiel recordando-se da imagem da mulher de Igor besuntada do óleo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, eu sei...é triste de imaginar.
Desculpe por estragar seu amor ao azeite...

Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do outro lado da linha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.