Atendimento #226: karma

Você sabe o que é o karma? Bom é o conceito que diz basicamente “tudo têm volta, vacilão” Ou seja, se você faz alguma coisa certamente ela vai ter consequências. Como por exemplo…

— O senhor não pagou a conta de luz senhor Lucindo. — Anunciou Keber ao cliente que ligara para saber por que sua luz acabou no dia anterior e até aquele momento ainda não havia retornado.

— E têm que pagar? — Viu? não pagou, ficou sem luz.

Vejamos um outro exemplo, nesse caso vamos a chamada de Luly. O telefone da garota parece que aponta apenas dez minutos de atendimento, entretanto o aparelho araya simplesmente não mostrava o número um na frente que dizia que ela estava na ligação a uma hora e dez minutos.

— Tá tudo certo por aí?— Ezequiel apertou o ombro da colecionadora de nudes.

— Tá tudo tranquilo, Eu tô só terminando de registrar as coisas aqui para o cliente.— Luly respondeu com um sorriso de quem está fazendo algo errado.

Nosso herói viu que o cliente ligara de um telefone celular e entendeu exatamente o que a garota queria. Meneou a cabeça em negativa.

— Ih olha só que legal? — Ela simplesmente entrelaçou os dedos por trás da cabeça ao perceber que o cliente chato tinha caiu por falta de créditos.

Ezequiel não repreendia a subordinada por sacanear o cliente afinal de contas eles sabia que se ela tinha feito isso um motivo existia.

Como eu dizia, o karma é uma consequência que sempre ocorre depois de uma atitude tomada. No caso do setor de nosso herói os problemas de insatisfação foram todos sanados com a promoção de Ezequiel, entretanto, o que ocorreu como consequencia foi o tédio do mesmo.

— Não acredito...— Nosso herói levou a mão ao rosto. — Eu não tenho muito o que fazer a não ser fazer relatórios e ajudar vocês.

Amanda estava ao seu lado encarando a quantidade colossal de gomas de mascar que a mesma já grudara na traseira do monitor lcd. As gomas eram tantas que o dispositivo fino já podia ser considerado uma televisão de tubo.

— Você reclama de boca cheia, todo mundo aqui mataria para deixar de atender. — Naquele momento uma chamada caiu em seu telefone.

Nosso herói, com seus relatórios feitos, monitorias realizadas e informações passadas resolveu que procuraria ajuda de alguém que ja estve ali naquela situação. Com o telefone araya desbloqueado ele discou um número.

— Eu não vou negar que sou louco por você, tô maluco pra te ver, eu não vou negar. — A voz inconfundível de Igor Alastor chegou até nosso herói fazendo um sorriso se abrir.

— Falae chefe como é que se tá?

— Aspira! Se acredita que eu tava indo te ligar agora mesmo para você resolver uma parada pra mim? Enfim...— Alastor nem se quer deixou nosso herói falar e já estava pedindo favores — Eu to com meu GPS todo louco de novo, dá pra dar um help aê?

— Claro chefe, mas me diz antes uma coisa. O que você fazia quando o tédio da supervisão batia?

— Ah! Se você já tá entediado quer dizer que é um supervisor melhor que eu. Eu só resolvi as paradas a ponto de ficar sem nada pra fazer depois de um ano e meio.

— E o que você fazia?

— Gps primeiro parceiro.— Igor não era trouxa, tinha dentro dele o espirito de atendente ainda latejando que dizia “se você der o que ele quer antes do que você quer ele vai encerrar o contato só de sacanagem”

— Tá,tá só reseta ele e arruma a hora que eu tenho certeza que vai resolver. — Ezequiel esperou algum tempo mas seu supervisor nada disse. — Igor?

— Funcionou, valeu. — A ligação se encerrou do nada de maneira brusca.

Ezequiel se lembrou da lição citada acima que todo atendente têm e logo concluiu “Se tentar ajudar sem garantias você está lascado! ”

Entretanto uma mensagem surgiu em seu celular.

“Para matar o tédio eu ficava ouvindo chamadas engraçadas e bizarras de vocês, por que não tenta?”