Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 139
Atendimento #139 Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Você já deve saber que, por mais conectado que seja, um presidiário brasileiro é mais presente nas internet do que você.
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #139 Sequestro

Tome cuidado com suas informações, ao contrário do que se imagina nem todo o bandido é burro. Você pode até pensar que não, mas só precisa de um vacilo, um único deslize para que suas fotos daquele dia mais animado, aquela conversa mais solta, ou mesmo sua integridade física, e você entendeu de que orifício eu quis dizer, ser ameaçado.

Quem já foi preso sabe que é fácil conseguir contato com o mundo livre, afinal de contas tudo está conectado, celulares, tablets, cachorros, gatos, pombos que tem mira a laser. Uma vez que eles estão com tempo de sobra e ferramentas ele tem de tentar ganhar uma grana em cima dos trouxas né?

Mute pressionado, ligação atendida.

— Engenho de dentro, que não saltar agora. — Igor batucou na mesa por alguns segundos. — Só, só, só em realengo... — Terminou de cantarolar. — Igor Alastor falando como tá?

— E ai meu colega como é que tá? — A voz era grave, seja quem for que estivesse em linha a forçava para tornar-se mais ameaçador do que realmente era na vida real, tipo aqueles machões que soltam a franga quando a luz apaga. — Tenho uma coisa pra falar pra tu.

— Não é uma declaração de amor não parceiro? — O atendente ficou quieto ao mesmo tempo que se ouviu uma risada muito baixa no fundo da chamada. — Não por que eu não curto esse time, nem que faça voz de macho.

— O rapá tá achando que isso aqui é bagunça? Nois tamo com ela aqui e nois vamo acabar com ela!

Igor logo sacou o que estava acontecendo. Camamente ele sacou o celular do bolso e começou a digitar uma mensagem para sua esposa.

"E ai cathurra, onde essa bunda tá?"

— Alô? — O homem estressado chamava pelo atendente. — Fala comigo se não eu acabo com ela agora!

Igor conferiu a tela do telefone colocou, o aparelho sobre a mesa. Respirou fundo e chamou atenção de todos acenando os braços. Levantou-se.

— Alô? Alô? — Igor mudara completamente de expressão. O que antes era alegria se transformou em terror extremo. — Ta falando de quem? Com quem você cara pelo amor de Deus?

Amanda se aproximou do ex supervisor buscando apoiá-lo. Kauã que fazia a monitoria da ligação de Igor se levantou e com o headset na cabeça. Ezequiel foi buscar água com açúcar.

Ligação no auto falante.

— Escuta, fica tranquilo que ninguem vai fazer nada com tua mulher não. — Alguns operadores colocaram as mãos na cabeça, outros sentaram-se. — Nois pegamo ela por engano tá? Não era ela que nois ia pegar, tá? Então se você cooperar com nois ela volta viva para você.

— Mas eu não tenho dinheiro amigo, eu sou atendente de suporte, telemarketing e cobrança, se acha mesmo que alguem como eu têm grana pra bancar um resgate? — Igor falava quase chorando.

— Escuta, escuta. — O homem do outro lado da linha abaixou o tom, mas manteve a mesma voz grossa de gogoboy. — Você ama tua esposa?

— Claro que eu amo. — Choramingou. — Eu amo minha mulher, principalmente quando ela senta na minha...

— Cala a boca!

Alguns atendentes começaram a ver as coisas por um outro ângulo; um a um eles começaram a passar pela mesa de Igor, ao olharem para o celular do carioca suas expressões de terror desapareciam.

— Você vai fazer o seguinte. — Continuou o homem.— Quanto você têm ai com você chefe?

— Quanto eu tenho? — Igor revirou bolsos, abriu a mochila e anunciou. — Dez.

Ezequiel bebia água que ele mesmo trouxera.

— Dez o que? Dez mil? — O criminosos ficara supreso.

— Que? Não! São só dez conto.

— Eu mato ela! Quer que isso aconteça é? Quanto você têm no banco! — Esbravejou o homem.

— Calma cara, sério, não faz isso. — O ex taxista recuou. — Olha você não vai achar ninguém que sabe fazer uma salada melhor que ela, tu não sabe o que ela consegue fazer com azeite. — Amanda engoliu em seco, Ezequiel deixou o liquido adocicado escapar pela boca; ele não queria pensar naquela cena, de novo. — Deixa ela ir, onde vocês estão?

Catherine se aproximou de Igor e passou a encará-lo com ar de julgamento.

— Tá achando que eu vou falar pra isso aqui encher de policia é?

— Como tá minha mulher. — Falou ele forçando o choro. Igor encarava Catherine e a olhava fixamente tentando fazê-la rir.— Ela tá limpa?

Os atendentes se seguraram para não cair na gargalhada.

— Limpa? Tá maluco é?

— Não por que eu mandei uma mensagem pra ela e ela me respondeu com uma selfie na privada, já que vocês sequestraram ela poderiam ter limpado ela antes.

Ezequiel cuspiu a água em spray para cima, os demais perderam as forças nas pernas e começaram a cair contorcidos no chão. Eles não controlavam mais seus corpos, até suas bexigas ameaçavam liberar o liquido.

Catherine se aproximou da mesa de Alastor e logo viu a foto de sua esposa sentada no vaso destacando-se na tela do telefone.

A mafiosa balançou a cabeça e abriu um sorriso.

— Esse Alastor não presta. — pensou ela ao olhar para os atendentes se mijando de rir.


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Notas finais do capítulo

AMigos entendam...não se engana o enganador. E e se tratando de mitagem Igor têm mestrado
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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