- Como assim por enquanto? – Perguntei assustado.

- Calma, há dois grandes problemas, quase iguais aos de Bella. – Carlisle disse sério.

- Diga. – Sophy disse calma por fora, mas quase morrendo por dentro.

- Quando nascer, não sabemos exatamente no que vai se transformar.

- É verdade. – Falei pensativo e triste. – Ele pode se desenvolver e virar um ser desconhecido.

- Sim, porém eu não acredito nisso. Eu não acho que ele será um ser medonho, nada disso. Como Ness, ele será uma boa criatura, afinal, ainda tem uma parte humana.

- Ele vai ser saudável. Tenho fé! – Eu disse esperançoso.

- Mas e o outro problema? – Sophy perguntou.

- Os Volturis. – Carlisle disse e eu estremeci. – Esse é o maior problema, teríamos que esconder deles até o neném crescer.

- Vamos esconder! – Sophy disse determinada e com ódio.

- Eu mato eles! – Eu disse.

- E eu vou até o fim do mundo!

- Fiquem calmos, nem sabemos se teremos esse problema. – Carlisle murmurou. – No caso de Bella, Renesmee só foi descoberta por causa que Irina contou... Mas dessa vez não terá mais Irina.

- Isso me deixa um pouco mais aliviado.

- Totalmente aliviada eu não fico... – Sophy murmurou. – Acho que temos mais um problema...

- Qual? – Perguntei de olhos esbugalhados.

- Bem, pelo que sei dos acontecimentos com a família Cullen... Não foram apenas os Volturis a tentar impedir a vida de Ness...

Eu continuei sem entender, mas parece que Carlisle compreendeu antes.

- A alcatéia...

Não, isso não podia estar acontecendo...

- Calma Seth, ainda nem sabemos a reação deles... – Sophy cortou meus pensamentos.

Eu não acreditava que eles fossem fazer nada de mau, ela era meu imprinting, eles não teriam coragem de matá-la... e não iriam matar meu filho antes de acabar com a minha vida.

- Eles não precisam saber, não por enquanto. – Murmurei.

- Eu já acho que eles deveriam saber, não vão fazer nada e...

- Não quero arriscar. – Cortei Sophy. – Eles não vão saber de nada.

O silêncio percorreu a sala, por mais que parecia ser exagero de minha parte, eu não queria arriscar de maneira alguma a vida de meu filho. Eu não ia abrir a boca, muito menos me transformar em lobo.

Depois de um longo tempo, Sophy voltou a falar.

- Carlisle, tenho mais perguntas!

- Pode fazê-las.

- Por que eu sinto vontade de comer? Por que meu bebê é humano e sente falta?

- Acredito que sim. É por isso que você come mais do que sente sede. Ele é mais humano do que vampiro.

- Ah sim, então eu preciso ingerir mais alimento para ele?

Eu ainda estava tenso, ela estava percebendo isso. Tentava ao máximo me deixar calmo com seu poder de controlar emoções, e como isso não adiantava muito, ela estava me distraindo com perguntas.

- Sim, agora sabemos por que você não vomita comida, por que ela era ingerida pelo organismo dele.

- Puxa... – Sophy parou para pensar um pouco. – Mas por que eu vomitei sangue?

Ela já tinha conseguido minha distração, eu prestava atenção na conversa dos dois.

- Provavelmente por que ele rejeitou. O sangue devia ter ido para ele como alimento, e você pôs para fora. Seu corpo está em função dele.

- Meu corpo está em função dele! Isso é tão lindo! – Ela olhou pra mim sorrindo emocionada.

- Ah meu amor. – Eu também me emocionei. – Isso é realmente lindo. – Abracei ela. - Doutor, quando vai nascer? – Perguntei.

- Isso é totalmente imprevisível, como a barriga cresceu de repente, não sabemos quando. Acredito que seja logo.

- Ah... Tomara! – Sophy suspirou.

Ela piscou os olhos por um momento, como se estivesse apaixonada. Acho que ela estava. Depois pareceu se incomodar com algo.

- Eu estou com muita sede, minha garganta queima! – Disse Sophy.

- Vamos Sophy. – Eu falei sorrindo. – Vamos caçar juntos meu amor.

Ela sorriu feliz, passou a mão pela barriga duas vezes. Olhamos para todos na sala, cada um tinha uma expressão diferente.

Rosalie estava radiante de felicidade, Emmet também sorria muito. Esme não parava de pular e dar gritinhos de alegria. Carlisle estava bem mais do que feliz.

Peguei na mão de minha querida e saímos para caçar. Desta vez ela matou três ursos e cinco cervos. Era muito para ela, normalmente ela bebia três cervos e ficava satisfeita.

Voltamos para a casa, ela estava estufada de sangue e eu acreditava que ela demoraria para se alimentar. Daqui a duas semanas nós voltaríamos para a floresta...

Não, eu estava enganado.

Ao chegar em casa, ela estava com uma expressão de quem quer pedir algo mas tem vergonha. Ela deu um risinho, me olhou e disse:

- Seth... Estou com fome! – Ela balançava os pés para lá e para cá.

- Fome? – Dei uma pausa. – Fome? Você acabou de devastar a floresta.

- Mas é FOME! Meu neném precisa comer.

- Ai, ai, isso é tão surreal!

- É. – Nem ela perecia acreditar. – É sim.

- O que você acha de irmos comer fora hoje? – Que estranho eu dizer isso a ela.

- Acho uma ótima idéia! Só preciso me trocar! – Ela disse.

- Vai lá, vou ficar aqui te esperando.

Ela foi até seu quarto se arrumar, Rose apareceu do nada e foi junto, pulando. Ficamos na sala, eu, Emmet, Esme e Carlisle. Ainda conversávamos sobre o neném.

Esme queria comprar roupinhas, enxovais, sapatinhos, brinquedos, bonecas... Tantas coisas que levaria dias para adquirir.

Carlisle queria, como eu, que ele nascesse logo. Imagino que para ele isso era muito surreal. Único. Ele que tinha seus 400 anos, nunca tinha visto.

Bem no meio de nossa conversa fomos interrompidos pelo telefone. Eu já meio que imaginava quem ligaria bem nessa hora, fui correndo atender.

- Oi! – Eu falei.

- Seth!Aqui é Alice. Eu vi algo inacreditável! Sophy está grávida?

- Sim, ela está. – Pude escutar Alice gritando a novidade para todo mundo ouvir.

- Seth, isso é inacreditável! Quer dizer que ela não está louca?

- Não Alice, eu me enganei em relação a isso.

- Isso é maravilhoso! Estamos pegando o avião para ir ai, só liguei para ter certeza!

- Que bom que vocês estão vindo!

-Bella e Nessie estão morrendo de ansiedade para chegar!

- Venha logo, se não o neném nasce!

- Ah meu Deus! Eu preciso comprar coisas para ele! Preciso comprar!

- Não precisa...

- Precisa sim! Vou desligar agora, até amanhã!

- Até!

Eu estava muito feliz com tudo isso, eu ainda não acreditava que tudo isso era verdade.

Sophy saiu do quarto, estava linda, mais simples. Usava uma blusa vermelha, e uma calça jeans, combinação perfeita para ela.

Peguei em sua mão, rapidamente contei em seus pensamentos tudo o que tinha acontecido. Despedimos-nos de todos e fomos saindo de casa.

Era a primeira vez que íamos sair para jantar, isso era tão estranho. Eu queria aproveitar bem esse dia, poderia ser o último.