Descendants - In Reverse escrita por Meewy Wu


Capítulo 7
VI - Encontros e Dessencontros




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Boa riu enquanto Carly tentava, sem sucesso algum imita-la fazendo alongamentos.

—Relaxa, isso é só mania minha – falou ela, calmamente – Então, começando com algo simples. Está vendo essa linha? Tente correr até o final dela sem pisar para fora, pode fazer isso?

—Claro – sorriu a menina, prendendo o cabelo em um rabo de cabalo que misturava os dois lados de seu cabelo.

—Ok, quando eu dizer vai – falou Boa, sorrindo – Um, dois, três e... Vai!

—Hei, Boa, olha só o que a gente encontrou! – gritaram duas das meninas do time de torcida, seguidoras fiéis de Cindy, largando no chão uma pequena bolota de pelos caramelo – Estava no armário de vassouras, e... Onde é que ela vai?

—Olha, acho que ela fez amizade com a aluna nova – falou a segunda menina. – Ou não. Ops...

—Ai Minha Fada Madrinha, Carlotta não! – gritou Boa, correndo atrás da menina que fugia desesperadamente do pequeno animal, seguindo em direção ao bosque que cercava a escola – Essas duas me pagam!

Ela pelo menos queria acreditar que isso fosse verdade, mas sabia que não faria nada com as duas idiotas. Em primeiro lugar, por que elas só seguiam ordens de Cindy... E sem segundo, por que ela tremia apenas de encarar os olhos azuis frios da mesma. Era demais para ela.

Ela suspirou, entrando na floresta e diminuindo o passo – Carly?

—Aqui! – gritou a menina, que de alguma forma havia escalado uma alta árvore e parecia tentar seguir subindo, apenas quebrando com as mãos os galhos fios do topo. Ela se desequilibrou, e se segurou com força pra não cair. – Boa, me ajuda... Essa coisa está me atacando! Eu não quero morrer, não deixa isso subir aqui, por favor. É um animal raivoso... E cruel... E medonho...

—Medonho? – Riu ela, pegando o animal no colo – De onde você tirou isso?

—Minha mãe me disse isso – falou ela, tremendo.

—Cruella?

—É, e ela é tipo, uma especialista canina... A melhor em mata-los!– ela concordou – por que está segurando isso? Quer perder uma mão?

—Sem querer ser impertinente, mas... Você já viu um cachorro de perto antes? – perguntou Boa, fazendo carinho na cabeça do animal que exalava cansadamente.

—Eu moro na Ilha dos Perdidos, mas isso não quer dizer que eu tenha enlouquecido a esse ponto – Falou ela, revirando os olhos.

—Imaginei... Lady, essa boba medrosa é a Carlotta – riu ela – Carly, essa é a Lady. Mascote da Escola, da linhagem origina de Lady e Tramp. E ela está muito arrependida por ter assustado você.

—Até que... – ela fez uma careta – Ela não parece tão terrível assim. É até... Bonitinha.

—E não é? – perguntou Boa, rindo – Geralmente, as meninas da torcida cuidam dela... Mas estão sempre perdendo por que se esquecem de dar comida e ela foge. Sapeca! Eu até ficaria com ela, mas meu dia é muito corrido para ter um bichinho... Por que não desce daí e dá oi pra ela?

—Tá – falou a menina, ainda receosa.

—Só cuidado pra não se Machu- Boa começou a advertir, mas a menina pulou direto dos galhos mais altos caindo em pé perfeitamente na frente dela – Esquece.

—Oi, Lady... – falou ela, ainda preocupada – Você, não vai me morder né? – Ela estendeu a mão para tocar a cabeça do anima, e Boa passou-a para ela – Não, não vai...

Boa ficou olhando aquela cena, maravilhada, e então sua expressão mudou drasticamente.

—Não imaginava que as coisas eram tão ruins na Ilha – ela suspirou.

—Não é tão ruim – Carly deu os ombros – Exceto, quando é... Ai é terrível!

Elas ficaram em silêncio por alguns minutos, e depois Boa sorriu – Bem, agora vocês estão aqui, é o que importa. Acho que vou ter que falar com Cindy, você tem bons pulos!

—Legal – sorriu ela, soltando o cabelo.

—Então, eu vou fazer isso e... Vocês me encontram depois? – ela riu, e saiu de lá.

Carly sentou em um tronco caído com o anima nos braços, rindo.

...

—O que está fazendo aqui? – perguntou Cindy Charming, parando em um dos degraus mais baixos da arquibancada e encarando a outra menina.

—Estudando... É uma atividade nova no currículo da escola, talvez devesse tentar às vezes – ela contra atacou. Dany não tinha o costume de responder aos outros, mas desde os cinco anos Cindy era demais para a cabeça dela.

—Eu sou uma princesa... Tenho pessoas para fazer isso por mim, não preciso estudar! – Cindy jogou o cabelo oiro perfeito sobre o ombro – Você também não preci... O, espere, você precisa sim! Afinal de contas, seus pais estão...

—Não abra sua boca para falar dos meus pais, sua...

—O que está acontecendo aqui? – perguntou uma voz grosa, as duas se viraram para o lado dando de cara com Ethan.

—Eu não sei... – Cindy falou, piscando os adoráveis olhos azuis – Eu perguntei para Dany aqui se ela tinha visto você, e ela praticamente me atacou.

—Isso é verdade? – ele perguntou para Dany.

—Hã... Não? – ela ergueu uma sobrancelha, com se fosse óbvio.

—Mentir não é bonito Dany, você que é tão estudiosa devia saber disso – falou Cindy, inocentemente – Mas acho que os livros não podem ensinar tudo.

—Não vou discutir com você – Dany puxou a bolsa, descendo as escadas e seguindo para longe.

—O que foi isso? – perguntou Ethan, para Cindy.

—Eu não gosto de fazer fofoca, mas acho que a Dany gosta de você – suspirou Cindy – ela sempre fica obcecada com os garotos, deve ter ficado com ciúme de nós... Mas não falemos dela!

—Isso, vamos falar de nós – sorriu ele, enquanto seguiam para trás das arquibancadas.

—Sabe, eu sempre ouvi nas histórias que sua mãe era incrivelmente bonita – sorriu Cindy – Você com certeza deve ter puxado os genes dela! Olha esses músculos, Meu Deus!

—Bem, espero que não... Ela ficou incrivelmente gorda nos últimos anos – os dois riram. – Mas gosto de pensar que ninguém é mais bonito que eu! Bem, costumava até chegar a Auradon.

Cindy baixou a cabeça, como se tentasse esconder um rubor que não existia.

—Espero que isso tenha sido para mim – ela piscou.

—Não duvide disso – ele sorriu – Quantos quartos tem o seu castelo?

Cindy deu uma grande gargalhada – Sabe, uma vez eu tentei contar? Mas eu parei perto de duzentos, e estava só na metade do primeiro andar... Eu acho que eu morreria tentando contar os quartos do castelo de veraneio, porém, é três vezes maior só pra cima!

Os olhos de Ethan brilharam, e ele passou a mão pela lateral do rosto dela.

—Você é mesmo muito bonita – ele sorriu.

—E você, é um gênio – ela suspirou – Sério, nunca vi alguém resolver uma conta tão rápido, você calou a boca do professor! Entendo por que a Dany grudou em você!

—Ah, não, eu não sou nada inteligente... – ela revirou os olhos – Não, verdade, não sou. Mas eu sou ótimo lutando com espadas e montando a cavalo... Sabe, como o seu pai! Com menos gel no cabelo!

—Ele usa mesmo muito gel – riu Cindy.

—Olha só isso – Ele puxou uma coisinha da bolsa – Não ria, parece mesmo coisinha de mulher. É o espelho da minha mãe... O que sobrou dele. Se eu perguntar, qualquer coisa, vai me dar às respostas certas!

—É brincadeira, não é? – perguntou ela, maravilhada, ele negou com a cabeça enquanto ela pegava o espelho – Tá legal, onde está meu celular?

—Não funciona pra você – ele tirou o espelho da mão dela, compreensivamente – é preciso ter... Os genes certos?

—Ou os genes errados? – ela brincou, e os dois riram. – Bem, de qualquer jeito meus pais vão me dar outro...

—O príncipe Charming? E a Cinderella? – perguntou ele, sorrindo.

—Eles mesmos, as pessoas mais injustas do mundo – suspirou ela, frustrada – Disseram que vão me dar o telefone que eu quiser, mas só quando eu passar em biologia...

—Pais nunca entendem – falou Ethan, concordando – Sabe, falando nos seus pais. Ou soube que a Varinha da Fada Madrinha está em um museu chato. Fica sempre por lá? A gente bem que podia mandar um bibidi-bobidi-bo na sua prova!

—Seria incrível – suspirou ela, enquanto eles se aproximavam mais – Ah, droga... Já vão ser quatro horas e eu tenho tanto o que fazer. Queria ficar aqui com você... Mas, você me faria um favorzão?

—Claro, o que? – perguntou ele, pronto para ser o príncipe encantado daquela historia e salvar o dia.

—O professor me passou lição de casa extra, pra recuperar minha nota pra prova... – ela suspirou - Mas eu tenho que treinar com as meninas da torcida, ir para o grupo de música, e ajudar Boa com o vestido da coroação... Você pode fazer para mim? Se eu resolver tudo isso hoje, amanhã nós dois podemos, sei lá... Dar uma volta pela cidade?

—Hã... Claro – ele sorriu.- Claro, com certeza eu faço. Fácil!

—Maravilha! – ela sorriu – Então, é melhor eu correr se quiser fazer isso tudo hoje – ela beijou a bochecha dele – você é um fofo, tchau!

Cindy seguiu andando, puxando uma garota da torcida junto a ela quando já estava do outro lado do campo. – Vou fazer as unhas, quer ir comigo.

—Não que seja da minha conta, as expressões alheias questionáveis em vários níveis de emoções, mas você está com cara de bobo – falou Dany, nas escadarias sobre ele.

—O que está fazendo ai? – perguntou ele, confuso. – Está me perseguindo?

—Por favor... – ela revirou os olhos e balançando algo no ar – Esqueci um dos meus livros e vim buscar, e não pude deixar de ouvir... Não que alguém consiga ignorar a voz de Cindy. Doí nos tímpanos!

—Olha, eu não sei o que você acha que se passa entre nós na sua cabeça, mas deixe Cindy em paz certo? – ele a encarou.

—Parabéns, você tem tanta opinião própria quanto um filhote de doninha – ela suspirou, seguindo baixando as escadas – Mas se não quer mesmo saber sobre a Varinha de Condão, tudo bem, estou indo...

—O que você sabe? – ele perguntou.

—Eu sei muito sobre muitas coisas – ela deu os ombros.

—Sobre a Varinha! – ele a encarou, enquanto ela dava a volta nas escadas.

—Que varinha?

—A Varinha da Fada Madrinha!

—Ah, claro, essa Varinha – ela sorriu complacente – O que eu sei, é que é uma péssima ideia falar sobre isso para você!

—Por que começa algo se não vai terminar? – ele a encarou.

—Por que se todos estão fazendo você de palhaço, eu posso muito bem fazer também – ela deu os ombros, se afastando - Mas se quer tanto saber, é por isso que todos estão ansiosos pela coroação, é a primeira vez que ela saíra do museu em dezesseis anos!

—A Varinha? Então está dizendo que eles usam a varinha na coroação? – perguntou ele, dando um sorrisinho de lado. – E o que mais?

—Mais nada que lhe diga respeito – ela revirou os olhos, e deu um cutucão na mochila de Cindy – Boa sorte com o dever de casa, eu mesma preparei para Cindy. Oh, espere, você não precisa não é? Você trapaceia... Bem, para alguns esse deve ser o único jeito...

—Está dizendo que eu não consigo fazer isso sem magia? – perguntou ele, ofendido.

Ela riu enquanto se afastava – Quem está dizendo isso é você!

Ethan bufou, enquanto ela se afastava. Ele não podia deixar de pensar que com umas roupas mais arrumadinhas, e um corte de cabelo melhor ela seria bonita.

Mas o que ele estava pensando? Ele já tinha uma princesa!


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Notas finais do capítulo

Não, os pais de Dany não estão mortos! Ok? Ok!
O que acharam? Comentem!
Bjs, Meewy!


#CindyVaca



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