Diário de Uma Dama de Copas escrita por Marizell, Fada Dos Tomates


Capítulo 13
Boas Ações Também Voltam


Notas iniciais do capítulo

Gomen ne bastardos!!!!
Sério, eu me perdi totalmente essa semana - literalmente.
Há quanto tempo não posto???????????????
Super desculpa, não consegui postar antes.
E como minha vida pessoal não é interessante hahaha não posso contar ainda e.e' então vamos logo pro cap.
Esse é bem fofinho :3



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É uma proposta complicada, não sou nenhuma bruxa pra fazer milagres como fazer os outros voltarem a ter coordenação motora. Na verdade, as cartas guardas foram um simples feitiço que fiz lendo num livro, inexperiente e espontaneamente, eles são irrelevantes. Fazer magia numa pessoa é outra coisa, eu posso estragar tudo.

— Não sei como posso fazer isso – suspirei.

— Ah, eu sabia – ele se virou, irritado. Talvez tenha se arrependido de me contar sobre sua vida por nada.

— Mas eu quero! – o fiz olhar pra mim, o que foi meio idiota. Por que estaria tão desesperada pra ajudá-lo?

— O que você quer? – perguntou Antony, é muito estranho olhá-lo cara a cara, com tão pouco de distância entre nossos rostos. É como se ele visse minha alma, como se tentasse fazê-la pegar fogo, olhos tão profundos, olhos de rubi.

— Eu quero... quero ser menos vazia – falei sem saber direito.

— Como conseguiria isso ajudando-me? – tentou entender.

— Não sei, eu só quero... que vocês não me odeiem mais – respondi – Achei mesmo que... sei lá...

— Lembre-se dos rótulos, você acha que é vazia, ninguém liga pra isso. É você que se rotula – lembrou ele afastando minha mão de seu rosto – Apenas quero fazer algo por meu irmão que já fez tanto por mim. Crio que você esteja sem nada pra fazer.

— Não é isso! – o segurei pra que não fosse embora – Eu quero um objetivo também, assim como você tem Julian, eu quero ter algo! Eu só tenho a mim mesma!

Antony tentava desviar meus olhos, sempre com medo. Por que me teme tanto?

— Se você fizer algo por meu irmão, se eu puder ouvi-lo tocando novamente, eu... posso te dar algo em troca.

— O quê? – fiquei curiosa, sempre curiosa.

— Vou manter isso em segredo, senão fica chato – saiu correndo simplesmente e me deixou sozinha e confusa (típico), no meio da biblioteca.

Tantos livros que nunca têm as resposats que eu procuro. “O que eu espero ganhar em troca?”.

Levantei um pouco exaltada de ter conversado dessa maneira com uma pessoa que me odiou por tanto tempo, eu quis ajudá-lo, se destruí sua vida ou parte dela, queria pelo menos me redimir.

Vi Julian caminhando pelo corredor, tão perdido e sério, sem olhar pra mim.

Tudo o que Antony disse não saiu da minha cabeça, aquele amor que ele jamais era capaz de demonstrar e aceitar, esse amor puro e estranho dos dois. Isso, se eu tivesse ao menos isso, mas meu amor é tão mais sujo e egoísta.

Julian sempre pareceu bem, mas ele é tão triste e desequilibrado como eu, é, mil vezes mais amável.

Eu queria tanto... abraçá-lo.

E realmente o fiz, sem mais nem menos, por Antony e por mim mesma.

— Me perdoe – pedi quase chorando.

— O que está fazendo?! – sem que eu esperasse, bruscamente Julian me atirou na parede e me encurralou com seus olhos escarlates pra mim, fuirosos.

— Por favor, me perdoe – implorei fazendo uma careta de dor pra sua mão forte em meu pescoço.

— Por fazer meu irmão chorar?! Nunca! – berrou na minha cara, sem piedade, então foi embora.

Ah, será que aquele garoto doce que me chamou de “maravilhosa” existiu? Talvez não pra mim, mas por culpa minha, sumiu até pra Antony.

— Eu vou fazer você voltar a tocar! – gritei impulsivamente antes que ele fosse embora.

— Quê? 0 me olhou confuso.

— Porque seu irmão te ama, porque ele me pediu, eu vou te dar esse presente – respondi.

— Até parece que meu irmão pediria algo pra você! – debochou – Ele te odeia!

— Sim – afirmei – Mas se eu puder fazer seu amado irmão voltar a tocar, ele disse que não me odiará mais.

Julian suspirou fundo e riu.

— Meu irmão nunca diria algo assim, ele nunca diz que me ama – o sorriso foi tão sincero e puro que me paralisou – Se ele dissesse isso pra você, ele deveria gostar muito de Vossa Alteza.

Não entendi direito o que ele quis dizer, mas ainda inspirada nesse amor fraterno dos dois que não quero que se perca, fui até a Lagarta Azul. Não é realmente uma lagarta, é um bar ou algo assim onde somente pessoas de alta classe vão pra jogar jogos por dinheiro, beber, fumar, namorar ou conversar com Absolém. Ele é um tipo de psicólogo, mas vê o futuro e sua vida toda, sabe tudo, ou quase tudo. Por uma boa quantia te dá respostas de ouro.

— O que a traz aqui Rainha Vermelha? – perguntou com ser narguilé na boca, sempre despreocupado e com esse linguajar nada educado pra falar com uma Rainha.

Absolém é um homem muito bonito, eu diria. Desejável. Tem cabelos azuis e pele levemente bronzeada (não sei como se ele não saiu de dentro desse cogumelo), usa roupas “normais” pra gente do País das Maravilhas, é normal usar uma camisa de mangas bufantes e um casaco extravagante com tantos acessórios que você precisaria do dia inteiro sem nada pra fazer pra ver todos eles.

É estranho que ele tenha sardas azuis no rosto, mas eu acho isso particularmente fofo.

Há pessoas que dizem que ele tem “guampas” (como de um inseto), mas não dá pra saber, ele está sempre usando ym chapéu, talvez por isso ser constrangedor ou ridículo, ou apenas deselegante.

— Estou com um sério dilema – contei.

— Diga mais, diga tudo – a fumaça tem um cheiro bom, mas arde nos olhos e também me incomodei com a música estranha tocando falando sobre “sexo” - assunto que não me traz boas lembranças, isso é muito desagradável.

— Que música irritante é essa?! – me irritei.

— Calma, é só o Hip Hop da Madeleine – ele riu – Talvez eu deva colocar Lullaby of Deserted Hell?

— Desconheço – comentei.

— Claro, você é só uma mera Rainha...

— Cale essa boca! Tire essas músicas idiotas!

— Se você não tiver paciência, terá que se retirar – arqueou as sobrancelhas em desafio, ele é outro sem medo de mim.

— Preciso faze alguém voltar a tocar violino! – me alterei, parecia mesmo uma criança mimada com um motivo bobo.

— Ah, mas isso é fácil – exclamou.

— Não é! Eu sei lá o que aconteceu que ele se feriu tanto de forma que não pode usar essa mão pra nada!

— Eu vou te dar um feitiço – levantou da cadeira e vasculhou uma gaveta em que estava escrito algo em língua das fadas (pena que nunca aprendi essa língua) – Aqui está.

— Só isso? – me surpreendi e achei estranho.

— O que mais você quer? Vejo mais desejos em você – disse.

Me entristeci, eu queria tanta coisa: Will, felicidade, objetivo, controle, sorrisos, amor, entender os outros...

— O que quero é que essa pessoa deixe de me odiar – pensei. Seria útil certo?

— Ah, nesse caso – ele pensou – Depende, se essa pessoa te odeia e você quer que ela te ame, não é tão fácil assim.

— Claro que não – suspirei – Mas eu não quero que Julian me ame, quero só que não me odeie mais.

— Se você fizer um feitiço ou mentir é algo idiota, uma ilusão, ilusões somem, elas são só uma superfície e por dentro continuará igual. Você não quer isso – percebeu Absolém.

— É.

— Então só... diga-lhe o que você sente, o que você quer, do que você se arrepende – deu de ombros – Não há formas de conseguir o amor verdadeiro se não for ser você mesma.

Ah, foi só o que ele disse, não que eu não soubesse, idiota charlatão.

Bom, pelo menos me deu o feitiço. Não hesitei em treiná-lo com minhas cobaias animais – mesmo que eu seja uma assassina, animais são insignificantes e morrem de qualquer jeito no mundo. Acho que eu deveria ser punida por quebrar a pata de um bichinho pra depois tentar consertá-la, mas é por uma boa causa. Eu quero ajudar alguém.

Trêmula de nervosa, afastando o tenebroso pensamento da possibilidade de errar, às 23:02 quando todos já dormiam, levantei da cama e recitei o feitiço através da porta do quarto dos irmãos. Preparei todo o encantamento e os objetos necessários, tudo tinha pra dar certo.

No dia seguinte pude ouvir o som do violino ressoando pelo palácio matutino em silêncio.

Ah, um som tão bom de ouvir ao se acordar que me levantei de bom humor, segui o som e o encontrei tocando. Julian expressava tanta felicidade e paixão que quase tremia segurando o choro. Antony já não conseguia segurar, praguejando ao lutar contra a emoção.

Julian parou quando me viu olhando maravilhada com o que eu fiz. Fui eu! Eu fiz algo bom!

Sério já, ele começou a andar até mim, cheguei a ficar com medo de sua seriedade e quase saí correndo apavorada, mas ao invés disso, ele me deu um abraço.

— Me desculpe – pediu – Nunca percebi que era por minha causa que me irmão chorava. Muito obrigado.

Me senti tão viva e cheia de sentimentos bons, tão completa.

É, às vezes fazer coisas boas valem a pena.


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Notas finais do capítulo

Todas as boas ações valem a pena
Mas tadinha da Lett, ela é tão... má
Como pode maltratar bichinhos?? Nem eu que sou bruxa faço isso ><
Bye gente, é complicado falar agora, to com dor nos pulsos de digitar aaaaaaaaaaaaaa @-@ amo muito vocês, bastardos!
s2
~voei



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