Diário de Uma Dama de Copas escrita por Marizell, Fada Dos Tomates


Capítulo 12
Ódio em Troca de Um Presente


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem?
kkkkk
Eu shippei uma coisa meio... q?
Malz
Mais shipp
Leiam ¨-¨



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678972/chapter/12

 Os dias vazios parecem intermináveis.

Comecei a lembrar os perfeitos dias com Ches e a Duquesa, dias em que meu coração puro se enchia de alegria e não havia dor e angustia, não havia toda essa confusão. Eu era a Scarlett. O que sou agora?

Por que o passado que devia ser bom me faz chorar tanto? Talvez porque hoje falte algo.

Will tenta se aproximar, mas tenho medo de me machucar. Ele ama aquela empregada, não é? É só ela. Se eu ficar perto dele, serei deixada de lado. E isso me dá medo.

Julian e Antony não tenho visto muito, eles me evitam ao máximo, mas recebo um “oi” de vez em quando.

Antony fez questão de se desculpar depois das loucuras do irmão, claro foi assim:

“Eu não podia deixar que meu irmão virasse um assassino por sua causa, filha da mãe! – sem olhar nos meus olhos – Mas eu sou um cavalheiro ainda, e preciso pedir desculpas. Odeio dizer isso bastarda! Sinta-se honrada por ouvir justo de mim! Po... deria... eh... ah, você sabe... perdoe meu irmão... por favor?”

Até que foi um pouco engraçado, mas me senti meio frustrada por agora ser ignorada.

Eu quero...

Quero fazer algo por eles.

Sempre fui uma egoísta, consigo me divertir tirando as coisas dos outros e destruindo, é só o que sei fazer. Como poderia ser amiga de quem destruí a vida? É terrível.

Pesquisei na biblioteca algo que pudesse fazer quanto à isso. Mas sorrir e dar presentes é algo tão idiota e inútil, quero fazer algo grande.

Comecei a chorar, frustrada (ultimamente tenho estado tão chorona, não?).

— Mas que merda...

Tomei um susto com o “fantasma” de Antony ali perto.

— O que está fazendo aqui?! – acidentalmente elevei a voz, num tom de raiva.

— O que diabos se faz numa biblioteca?! – retrucou ele – Estou lendo, droga. Mas tem uma louca chorando feito uma um cachorrinho que perdeu a família na guerra!

— Cale a boca! – me deu uma maldita vontade de atirar um livro nele, mas aí lembrei o que queria e fiquei triste de novo.

— O que é, hein? – ele percebeu minha frustração – Que cara ridícula, mesmo pra você...

— Isso não te importa! – levantei-me orgulhosa.

— Okay, dane-se – ele só ignorou.

Isso me tirou do sério, sei lá o que deu em mim, talvez eu esperasse que ele se preocupasse e tentasse me arrancar a verdade. Por que me ignorou? É por culpa dele que eu estava chorando?

Acho que estou ficando mimada pelo Will.

— E é assim? Você vai me deixar chorando e não tá nem aí?! – me irritei.

— Achei que não fosse da minha conta – suspirou largando o livro – Ou você só disse isso por uma pura psicologia reversa? Não rola comigo.

— Não é nada disso! – comecei a ficar com vergonha.

— Você quer que eu sinta pena de você? – um sorrisinho debochado surgiu em seus lábios.

— Não! – comecei a esquentar, mas eu não sei se queria enfiar uma faca no pescoço dele ou abraça-lo (eu sei que é idiota).

— Então já que você está tão “desesperada” pra me contar suas mágoas – debochou – Fala logo. É o coelhinho?

— Ah, esquece – comecei a ficar mesmo com vergonha.

— Tem certeza? Eu nem vou contar pra ninguém... aliás quem mais mora neste castelo além de empregados idiotas e aquele coelho estranho? Só posso contar pro meu irmão.

Suspirei. Antony é tão chato que nem deve ligar pra meus “grandes” segredos. Como se ele fosse ligar pra a pessoa que matou sua família e o fez brigar tantas vezes com seu irmão.

Falei pra ele sobre meu estado confuso e pra minha surpresa ele também tem esse problema, e falei sobre querer fazer algo por eles.

— Ah, você não pode voltar atrás – resmungou ele – Você não pode consertar seus erros! Não pode fazer as pessoas gostarem de você depois de fazê-las te odiarem!

— Eu sei – mais frustração, mais dor – Vocês acham que eu sou um monstro.

— É idiota ficar se lamentando, você fez e não pode ser consertado! As pessoas acham que os outros as rotulam, mas na verdade são elas mesmas que se rotulam – disse Antony num tom mais calmo – Ninguém disse que você é um monstro, é você que acha que é.

— Você mesmo disse que sou – lembrei.

— Você havia dito que não era da minha conta esses segredos seus – retrucou – As pessoas mentem, sabe? Por motivos tão loucos e bobos.

— E por que você disse que sou um monstro? Bem, eu matei sua família então...

— Então você quer voltar atrás – completou – É sempre assim, nós somos tão idiotas que às vezes me pergunto se Deus não se arrepende de nos ter criado. Somos idiotas assim, e nos arrependemos. Por que Ele não seria assim?

— Matar pessoas é um erro irreparável – comentei me perguntando o passado secreto dele. O que será que esse cara fez de errado?

— Você não pode substituí-las , mas pode se esforçar pra ser melhor que aquelas que foram perdidas.

— Como assim? – fiquei confusa.

— Você é tão ingênua que me sinto idiota com esse ódio estranho por você.

— Eu não te entendo – lamentei.

— E é melhor assim – deu um sorrisinho nervoso e levantou do sofá – Mas ainda assim você consegue ser melhor que aqueles que perdi...

— Quê? Eu ser melhor que seus pais mortos? – me surpreendi.

— Agora até me deu vontade de contar, sabe? – sem conseguir se segurar com esse seu “segredo”, Antony começou a me surpreender com suas palavras mirabolantes que saiam de sua boca – Minha mãe era uma prostituta, meu pai sempre dizia que eu era um bastardo, sabe? “Bastardo retardado”, “bastardo inútil”, “Bastardo, bastardo, bastardo!”. Era terrível, mas no fim sou como ele, não é?

— Nada a ver – neguei, se bem que eu nem conheci o pai dele.

— Enfim, ele era um ladrão, os dois eram – ah, foi por isso que os matei – Depois que Julian nasceu, eu senti que... finalmente tinha algo pra proteger. Foi como se minha vida finalmente tivesse uma razão, mas fiquei com medo dos dois. Meu pai batia em mim. E logo que Julian começou a crescer, nem pude protegê-lo, porque no fim, ele me protegeu. Assim, naquele dia horroroso que detesto lembrar, meu irmão perdeu a possibilidade de ser  um ótimo violinista.

— Por minha culpa – baixei a cabeça, suando e me odiando.

— Exatamente, culpa sua – concordou – E é disso que mais tenho raiva, bastarda. Aquela coisa sobre a família foi mais uma desculpa, eu não gosto de expor meus sentimentos, não gosto porque ainda nem entendo a mim mesmo. Eu sou fraco. É horrível ver meu irmão se culpando por minha infelicidade, e eu também sou um egoísta. Porque quero abraçá-lo e chorar, mas não sei como fazer isso. Quero dizer alguma coisa nem que seja um “obrigado por existir”, mas parece impossível e inalcançável. Ele já me disse tantas vezes “Eu te amo, irmão” e eu nem consigo responder com um “eu também”!

Por algum motivo, Antony realmente se abriu pra mim, disse tanta coisa fascinante que me fez sentir horrível e bem ao mesmo tempo. Esse amor que ele sente por um irmão, como pode me fazer sentir vontade de chorar? Em nenhum livro eu vi um amor tão puro e inofensivo assim, mas também algo que dói. Amor fraterno... eu nunca vi algo assim na vida real ou na fantasia.

— Eu te odeio, Scarlett – me olhou no fundo dos olhos, que dor esses olhos tão frios – Mas eu posso deixar de te odiar, se fizer meu irmão sorrir novamente.

— Como assim?

— Por favor, faça-o voltar a tocar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ai, fiz tudo bem rapidão, nem revisei - espero não ter erros :(
Poxa, acreditaram no shipp? Antony e Lett???
Nop
Ainda shippo forte esses mano kkkk não adianta, gays tem poder sobre mim e incesto mais ainda.
Digam o que acharam? Shipparam? Tão com sdd do Will? Querem ela com o Julian? e.e
Vamos só ver...
Até a próxima
~voei



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de Uma Dama de Copas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.