Saving people, hunting things, the family business escrita por Rose Winchester


Capítulo 16
Um porre nem sempre é a solução


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII, GENTEEE!!!! Tudo bem com vcs??? Desculpem a demora. Tive que reescrever esse cap QUATRO vezes!!!! Acho que ainda assim ficou muito meloso. Mas espero que curtam;)



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*Sam*

O olhar de indecisão misturado com apavoramento no rosto de Clarisse deixou um silêncio muito desconfortável entre eu, Dean e Rose. Eu a entendo, na verdade. Deve ser apavorante ter que escolher entre salvar a sua vida e a mínima chance de seu irmão morrer. Mas por fim, Rose estabeleceu-se:

— Vamos buscar esse talismã. – Ela falou decidida, e foi se levantando logo em seguida.

— Essa decisão não é sua, Rose! – Retrucou Clarisse, levantando-se também. Desse modo, a alta estatura de Clarisse se sobrepunha aos 1,70m de Rose. – Eu não posso nem correr o risco de te perder novamente. Se você morrer, com certeza eu morro junto. Mas se eu morrer, se não houver jeito...

Tem um jeito. E acabamos de descobrir isso. – Rose cruzou os braços. – E você acha que eu vou conseguir lidar com sua morte de alguma maneira? Pois se acha isso, saiba que está enganada. E essa decisão é em parte minha, já que tudo isso começou porque eu morri há dez anos. Então, se você não quiser ir buscar esse talismã, tudo bem. Mas isso não me impede e nem me impedirá de ir atrás dele.

— Entenda que eu não posso correr a mínima chance de te perder de novo, Rose. Mesmo que isso custe minha alma. Podemos contornar a situação de outra maneira, não necessariamente com esse talismã.

— O problema, Clarisse, é que esse talismã é a única maneira concreta que temos. E eu vou até os confins do inferno para te salvar, se for preciso. E você querendo ou não, eu vou conseguir esse talismã.

Descruzando os braços, Rose foi em direção à cozinha, deixando Clarisse em pé sozinha. Ela tinha um olhar triste no rosto, com medo.

— Clarisse, escute. – Disse Dean calmamente. – Rose tem razão. O talismã é a melhor maneira para te salvar de tudo isso. E se ela tiver que morrer, nós iremos buscá-la onde é que for, seja no Inferno ou no Céu. Mas de qualquer jeito, você não tem ideia de como é ter sua alma levada por demônios. Coopere com essa situação, que nós cuidamos de Rose depois.

— Tudo bem. Mas me prometa que se Rose morrer, vocês me ajudarão a trazê-la de volta.

— Prometemos. Agora senta aí, e vamos trabalhar nisso.

Ficamos duas horas pesquisando em arquivos, internet, livros e tudo quanto é tipo de fonte sobre esse talismã. Por sorte, ele se encontrava nos Estados Unidos, em uma pequena cidade na Pensilvânia, onde houve um registro de ter sido usado pela última vez. Tecnicamente, pelo fato de haver pouco conhecimento sobre esse talismã, ele foi usado apenas 4 vezes durante toda história. Decidimos, então, partir no dia seguinte.

Enquanto Dean e Clarisse arrumavam os suprimentos, decidi ir conversar com Rose. Fui em direção à cozinha, onde eu a havia visto pela última vez, porém ela não estava lá. Então vi que a porta dos fundos estava entreaberta, abrindo caminho para a floresta que havia atrás.

Avistei-a sentada, encostada em uma das árvores que havia lá. Sua cabeça estava recostada no tronco e uma mecha do seu cabelo, que só chegava à altura do queixo apenas, estava caída sobre seu nariz. O olhar dela, como nunca eu havia visto, estava perdido entre o céu e as copas das árvores. Sua jaqueta e suas botas de couro estavam jogadas sobre o mato.

— Rose? – Eu perguntei cautelosamente, com medo que ela desse um tiro em mim, já que eu sabia que ela sempre carregava uma arma e um desgosto por mim, apesar de eu sentir exatamente o contrário por ela. Porém, sua reação ao me ver foi diferente do que eu pensei que seria. Ela riu de um modo preguiçoso e relaxado.

— Sam! – Ela disse lentamente e com um tom de riso. – Como você... Está bonito hoje.

— Ah, Rose. Você está completamente bêbada. – Eu já deveria ter previsto isso pelo fato de ter várias garrafas de cerveja vazias ao redor dela e uma pela metade na sua mão.

— Bêbada? Eu? – Ela riu de modo sonolento. – Não, ainda não. Você não quer um pouco? Pode ficar também, eu já estava tirando mais do que minha jaqueta mesmo. – Ela começou a desabotoar a camisa que estava usando, me dando uma visão dos seus seios, que além se serem bem fartos, ficavam sexys no sutiã vermelho que ela os cobria, me deixando muito excitado.

Mas logo percebi a bobagem que eu estava prestes a cometer, quando lembrei que não era qualquer garota que estava desabotoando a blusa na minha frente, era Rose. E ela estava bêbada. Uma parte de mim dizia: “Não é sua culpa ela estar bêbada. Pode ir em frente, arranque a roupa dela satisfaça seus desejos.” Mas ainda bem que essa parte foi vencida por um sentimento que eu não sei explicar. Isso não significava que eu não queria fazer o que eu queria realmente fazer, mas significava algo que eu não tinha percebido antes: Rose não é alguém com quem se faça sexo bêbada. Não pra mim, pelo menos.

— Pare com isso, Rose. – Eu disse duramente, enquanto ela abria outro meio sorriso sonolento de bêbado. Depois ela abriu mais um botão.

— Por quê? Não está gostando? – Eu virei o rosto, para que não houvesse um impulso de minha parte. – Ah, entendi... Você quer mais do que só a camisa, não é? – Ela colocou a mão sobre a fechadura do sutiã, enquanto ria debochadamente, sem consciência, completamente bêbada.

Antes de qualquer coisa que eu não pudesse impedir, eu avancei sobre ela e tirei suas mãos dali. Então, lutando contra tudo o que eu desejava, eu abotoei de volta todos os botões de sua camisa, enquanto ela choramingava e dizia coisas que não faziam sentido. Eu repetia a mim mesmo a todo o momento que ela estava bêbada, para me fixar no mundo real.

Então, tentei levantá-la e leva-la em pé para o quarto, mas essa tentativa foi em vão, já que nos primeiros metros ela começou a cair em cima de mim, sonolenta. Logo, tive que carrega-la pelo resto do caminho.

Esperei não encontrar ninguém pelo caminho. Não queria responder a perguntas. Mas, infelizmente, Dean encontrava-se na mesa estudando o computador com Clarisse, bem no caminho até o quarto de Rose, que naquele momento já havia dormido nos meus braços.

Quando Dean olhou pra mim, fez menção de falar alguma coisa, mas eu balancei freneticamente a cabeça para impedi-lo. Não queria que Clarisse visse isso, ela se sentiria culpada, já que Rose e ela haviam tido uma briga antes de Rose, bem... beber. Ele entendeu, por sorte, mas alguns segundos depois me lançou um daqueles sorrisos maliciosos típicos dele, então eu revirei os olhos e passei andando silenciosamente, sem Liss nos ver.

Ajeitei Rose em sua cama, a cobri com um cobertor e fui buscar as coisas dela na floresta. Quando passei por Dean e Liss, ele disse algo pra ela e veio em minha direção. Droga.

— E aí, garanhão? – Disse ele dando um sorriso de orelha a orelha pra mim. – Cadê a sua donzela, Dom Juan?

— Não é nada do que você está pensando, Dean. Rose só... bebeu demais. E ela não é nada legal quando bebe demais.

— Ah, qual é, Sammy? Toda mulher fica divertida quando bebe demais.

— Eu respeito ela, Dean. Não vou deixar ela arrancar o sutiã na minha frente bêbada.

— Ela fez o quê? – Nesse momento já estávamos fora do bunker, e Dean fez questão de dar uma ótima ênfase em sua maldita frase. – Não está falando sério, está? – Como não respondi, ele presumiu minha resposta. – Ah, meu Deus! Faz anos que uma mulher não tira o sutiã pra você, e quando finalmente acontece, você dispensa?!

— Dean, olha, eu não a vejo desse jeito, está bem?

— Ah, qual é, Sammy?! Até eu acho a Rose bonita, e gostosa também. – Ele deu um sorriso maroto.

— Desse jeito mesmo. Acho-a mais do que só um corpo e um rosto bonito. – E saí andando, já que não queria discutir com o meu irmão sobre mulheres.

Recolhi todas as garrafas de vidro espalhadas pelo chão. Obviamente, com aquela quantidade de álcool ingerida, tirar o sutiã foi pouco pra Rose. Se eu tivesse tomado aquilo tudo, estaria fazendo um strip tease no meio da rua.

Depois de jogar todas as garrafas fora, peguei as botas e a jaqueta de Rose. Reparei como eram pesadas as coisas para apenas peças de roupas, e, sem a preocupação de Rose ver, comecei a vasculhar as coisas dela. As botas tinham facas e adagas presas por dentro. O solado abria como em filmes de espiões, e dentro havia frascos com coisas aparentemente normais, mas conhecendo a dona, sabia que eram letais. A jaqueta devia ter no mínimo trinta bolsos internos. Havia adagas, estacas de prata e de madeira, armas de fogo, balas e instrumentos que eu nem imaginava que existiam.

Decidi, então, guardar tudo em seu devido lugar e nunca comentar sobre aquilo, já que Rose me mataria se soubesse que mexi nas coisas dela.

Então, levei tudo ao quarto em que dormia, coloquei ao lado de sua cama, e parei um segundo para observá-la. O sono era um dos únicos momentos em que ela não gritava ou era sarcástica comigo. Sempre que eu falava algo como “Rose, você quer beber alguma coisa?”, quando estávamos em uma refeição, por exemplo, ela respondia algo do tipo “Não sou aleijada, Winchester”. Mas quando ela estava dormindo ou lutando, ela não era tão fria.

Exceto uma vez. Ela tinha acabado de descobrir sobre Clarisse e o pacto, e naquela noite ela pulou em meus braços. Foi maravilhosa a sensação de sentir o cheiro do cabelo curto dela, de poder tocá-la sem que ela me desse um soco, e de ouvi-la sussurrando o meu nome em meu ouvido. Parecia que nada mais existia naquele momento. Pena que foi só uma vez.

E agora eu observava enquanto ela se recompunha depois de tomar um porre. O jeito como os olhos dela descansavam, como o seu nariz não era nem grande nem pequeno, como seus lábios eram levemente cheios. Tudo isso me fez perceber como Rose era realmente bonita. Eu passei o dedo levemente no rosto dela, e nem me importei com o que ela faria se estivesse acordada e sóbria.

Mas algo me chamou a atenção: suas cicatrizes.  Afastei seu cabelo do pescoço, e vi mais algumas ali. Elas eram como rastros, rastros de brigas, rastros de batalhas, rastros de lutas, rastros de dor. Passei o dedo suavemente sobre essas também, e fui as vendo surgir em todos os lugares.

Afastando meus pensamentos disso, dei um leve beijo na ponta de seu nariz, e a cobri, com medo que passasse frio. Apaguei a luz, e saí pela porta.

*Clarisse*

Acordamos cedo para sairmos pela estrada. Eu era contra aquilo tudo. Ir em busca do talismã não apenas daria uma chance de Rose morrer, mas a faria ir atrás disso. Quando estava passando pelo corredor para chegar à cozinha para tomar café da manhã, ouvi urros e sons abafados vindo de uma porta.

Abri levemente para ver o que era, e vi Rose esmurrando um daqueles sacos enormes de pancadas. Ela parecia furiosa.

— Sabia que espiar é muito feio? – O susto fez com que eu colocasse a mão sobre o peito. Sam estava parado bem atrás de mim.

— Eu não estava espiando. -  Eu disse na defensiva. – Eu só queria saber o que era. E que susto!

— Estou só brincando. Não se preocupe. – Ele sorriu. – Não vai me contar que tipo de demônio tem aí?

— O tipo que tomou um porre ontem. – Eu cruzei os braços e olhei para ele, séria.

— Como você...

— Eu vi as garrafas no lixo, e ela era a única dormindo àquela hora. Então, somei um mais um.

— Eu sinto muito. Não queria te chatear com isso.

— Eu não gosto quando ela bebe. Ela faz coisas que nem sonharia em fazer sóbria.

— Sei bem disso. Acho que ela não mostraria os seios pra mim sóbria.

— Ah, meu Deus. Eu não acredito que ela fez isso, e você...

— Eu fechei a blusa antes de qualquer coisa. Não se preocupe.

— Você é uma ótima pessoa, Sam. Tenho certeza que qualquer outro se aproveitaria. – O silêncio então durou alguns segundos.

— Vocês podiam tentar ser discretos quando conversam. – A voz de Rose reverberou lá da sala.

— O quanto você escutou? – Eu perguntei, preocupada. Ela avançou na minha direção.

— O suficiente. – Ela se virou para Sam. - Quando pretendia me contar? – Ele silenciou, e ela pressupôs a resposta. – Bem, eu não podia esperar outra coisa. Mas... Agradeço, por ter, você sabe...

— Eu nunca faria uma coisa dessas. – Ele disse com uma cara que exalava preocupação. De repente fiquei aliviada por saber que não havia alguém melhor para se preocupar tanto com Rose do que Sam.

— Ótimo. – Disse ela de um jeito mais frio do que gelo. – Agora, é melhor sairmos agora. Temos um longo caminho até a Pensilvânia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? Meloso demais??? Ou gostaram?? O próximo prometo que vai ter mais demônios e lutas!!
Espero que tenham gostado.
Bjs :);)



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