Eu, você e o garoto que já morreu. escrita por La Oliveira
Notas iniciais do capítulo
Adivinha quem retornou quase seis meses depois? Isso mesmo! EU!
Desculpem a demora, mas é que meu computador estragou e a inspiração não vinha, realmente não consegui escrever, acho que ainda não to conseguindo, esse capítulo ta meio pombo e ainda sem revisão. Desculpem por isso, mas que seja, vamos a leitura.
Liana
Já haviam se passado alguns dias desde minha conversa com James no banheiro e é, com tremenda infelicidade, que digo que ele parece cada dia mais fraco o que me faz achar que ele vai morrer de novo. Isso me assusta.
Olho para meu lado da cama e observo o rosto sereno de James por breves segundos, seus olhos estavam fechados, apesar de eu saber que ele não estava dormindo. Afinal, mortos não dormem.
— Bom dia... – sussurro com a voz rouca de sono. Sinto um arrepio de puro frio (talvez nem tanto) percorrer minha espinha quando seus dedos tocam meu rosto, o acariciando de forma leve.
— Bom dia. – murmura depositando um beijo demorado sobre minha testa e se levanta com um bocejo fingido – O que vai fazer nesse belo dia de sol? – indaga indo até a janela e abrindo as cortinas, permitindo com que os raios solares entrem no quarto.
— Ficar em casa com você, assistindo netflix – respondo com um bocejo enquanto tampo meu rosto com um travesseiro e soltando um palavrão.
— Sinto muito, mas tenho um lugar para ir... – diz baixo e eu tenho certeza que não está me olhando, retiro o travesseiro de meu rosto e me sento na cama, o olhando imponente de frente a janela.
— Onde vai? Pensei que só eu pudesse vê-lo – falo com suavidade, tentando não deixar meu incômodo transparecer.
— E é apenas você, Lia, mas eu tenho algumas coisas de fantasma para resolver – me explica voltando para a cama e me abraçando apertado.
— Coisas do tipo ir para o céu e me abandonar? – pergunto com a garganta apertada, começando a lacrimejar.
— Não! Claro que não, Liana! Eu prometi não foi? Prometi que nunca abandonaria – ao dizer isso ele segura em meus ombros e olha dentro dos meus olhos com tanta intensidade que me faz ficar desconcertada.
— Sim, prometeu... – sussurro limpando minhas lágrimas – Desculpe, pode ir... nos vemos de noite?
— Acho que vou ficar, você não parece bem e...
— Não, James! Pode ir, de verdade, vou ficar bem – o respondo nos separando e sorrindo em sua direção. O vejo assentir desconfiado enquanto beija minha bochecha e, sem dizer nada, some.
Me jogo de costas sobre a cama e encaro o teto sem saber ao certo o que fazer, começo a sentir minha visão começar a se embaçar novamente e então as lágrimas molham minha bochecha. A questão é que eu nunca fiz o tipo chorona, nunca até agora, desde da morte de James eu me tornei o tipo de pessoa do qual eu nunca gostei. Melosa e possessiva.
Pensando nisso me levanto e seco as lágrimas de meu rosto com um pouco de violência, James que vá para o inferno. Vou para o banheiro e tomo um banho demorado, jogo saindo de baixo do chuveiro e me pondo de frente a um espelho de corpo inteiro que havia ali, encaro meu corpo, decorando cada mínimo detalhe. O corpo do qual eu nunca gostei mas que até que tinha alguns atrativos o problema estava em meus cabelos, sim! Em meus cabelos, longos e castanhos, sem vida. Passo meus dedos pelas madeixas molhadas e de repente uma ideia me vem à mente.
Praticamente corro para fora do banheiro, molhando todo o caminho até meu quarto. Escancaro a porta e corro até minha escrivaninha e pego uma tesoura escolar sem ponta, correndo de volta para o banheiro, dessa vez coberta por uma toalha. Volto a ficar em frente ao espelho dividindo meu cabelo ao meio, pego uma das partes do cabelo e passo a tesoura semicega por ele, cortando com dificuldade. Repito o processo com o outro lado, deixando meu cabelo cair no chão aos meus pés, sorrio para meu reflexo e bagunço meus cabelos, agora curtos.
Não satisfeita me ajoelho no chão do banheiro e começo a procurar por água oxigenada em um dos armários, minha mãe é brasileira e por isso gosta de descolorir os pelos dos braços e das pernas. Sorrio ao encontrar tudo o que preciso junto com um potinho e faço a mistura, com um suspiro começo a passar por meus cabelos, sabendo que mais tarde me arrependeria (principalmente dessa parte). Me sento sobre o vaso sanitário e pego meu celular, enviando uma mensagem para Micaela, uma das minhas melhores amigas.
[08/09/2015 às 13:00]
Heyy, vamos sair? Tipo, daqui umas duas horas?
[08/09/2015 às 13:05]
Micaela: Oooow, parece que alguém lembrou que eu existo ‘-‘
Micaela: Brincadeira hihihi Vamos sair sim, shopping?
[08/09/2015 às 13:07]
Hahaha engraçadinha.
Shopping pra mim tá bom, a gente faz umas compras, come alguma coisa e depois vamos beber.
[08/09/2015 às 13:09]
Micaela: Opa! Agora falou minha língua, comida e álcool, perfeito! Vou até vestir uma roupinha legal.
[08/09/2015 às 13:11]
Isso ai, fique bem gostosa, vamos traçar os boys.
[08/09/2015 às 13:12]
Micaela: Hihihihi assim que se fala, bixa!
Micaela: Vou arrumar a pia aqui, pra mãe não empatar os esquemas, até mais tarde, beijos S2.
[08/09/2015 às 13:13]
Vai lá, empregada hgjcbskj Até agorinha, Kissus...
Envio a mensagem e jogo o celular sobre a pia do banheiro, me levanto e vou para a cozinha enquanto deixo o descolorante agir sobre meus cabelos, abro a geladeira e pego uma coca-cola junto com um pudim. Me sento sobre a mesa e começo a comer com um pouco de pressa para poder retirar logo isso do meu cabelo.
Após terminar meu café da manhã/almoço volto para o banheiro e tomo outo banho, lavando meu cabelo com cuidado. Após terminar me olho no espelho com um pouco de medo, porém, não estava tão loiro, já que a água oxigenada não era tão forte. Suspiro levemente aliviada e então me distraio com meu celular tocando, o pego e franzo as sobrancelhas ao ver que era Micaela.
Lia: Sua mãe não empatou os esquemas não né? – pergunto decepcionada, queria tanto vê-la, depois de James, Micaela era minha amiga mais antiga.
Micaela: Li... Lia, socorro... – diz em um fio de voz, com a respiração ofegante se fazendo ouvir pelo outro lado do telefone.
Lia: Mika? O que houve? Você ta bem? – praticamente grito, alarmada enquanto saio de dentro do banheiro.
Micaela: James, Lia... O James – diz com uma voz de choro, ainda ofegante.
Lia: O que tem o James? Mika, onde você está? – pergunto alarmada, ele havia se mostrado para ela?
Micaela: Ele o matou... está atrás de mim... Socorro... Floresta... – pede em um último sussurro antes da ligação ficar muda.
Quando a ligação é encerrada praticamente corro para meu quarto, me vestindo. Então é aqui que eu revelo que não contei tudo há vocês, é aqui que eu falo que James, meu melhor amigo fantasma foi assassinado, teve seu pescoço quebrado e seu sangue drenado. É aqui que eu revelo a vocês o porquê de estar correndo desesperada para fora de casa, é porque meu melhor amigo foi morto e porque agora minha melhor amiga também pode ser morta. Deus, porque você é tão cruel?
James
Olho a minha volta sentindo um tremor percorrer todo o meu corpo. Nunca vi nada tão horrível em toda a minha vida, engulo em seco ao passar pelas grandes portas daquele mausoléu e sigo o caminho de forma lenta pelo corredor escuro.
Escuto um forte estrondo e então a porta se fecha, me viro para ver o que havia causado isso mas não vejo nada nem ninguém.
— James Lincoln... que prazer recebe-lo em minha humilde casa – diz uma voz grossa atrás de mim, sinto todos os pelos de meu corpo se arrepiarem ao ouvi-la, de repente eu sou humano novamente, com todas as sensações que um humano é capaz de sentir. Me viro para a voz e sinto meu corpo travar de medo ao contemplar a figura a minha frente.
— Diabo? – indago encarando as frendas vermelhas que ficavam no lugar dos olhos da criatura.
— Não, bobinho, eu sou Deus.
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